sábado, 3 de março de 2012

Relatório diz que tarifa das barcas deveria ser R$ 3,18 e não R$ 4,50. E aí, Sérgio Cabral?

Capa do jornal O DIA

RIO - A passagem das barcas poderia ser menor do que R$ 4,50, valor que passará a ser cobrado nesta sábado. É o que aponta relatório da Universidade Federal de Santa Catarina, feito a pedido da Agência Reguladora de Transportes do Estado do Rio (Agetransp), sobre a revisão de tarifa da Barcas S.A.. O estudo sugere o valor de R$ 3,18 .

Veja o relatório que sugere valor de R$ 3,18 para passagem das barcas

SOFRA CALADO: Barcas S/A abre ação contra quem protestar o aumento da tarifa

Além da esculhambação diária, concessionária esculacha o povo com o apoio de Sérgio Cabral

Capa do jornal Extra

quinta-feira, 1 de março de 2012

BARCAS S/A: Imprensa do Rio e o governo Sérgio Cabral tentam jorgar a polícia contra o povo

Para o governador do Rio, ninguém tem o direito de se reunir e protestar de forma pacífica e ordeira contra a esculhambação do poder público

Extra Online

RIO - Uma manifestação contra o aumento da tarifa das barcas, que irá acontecer amanhã, já está mobilizando a polícia de Niterói. Um vídeo, compartilhado na internet, mostra usuários convocando um protesto contra o reajuste — alguns, em tom de ameaça, chegam a dizer que irão atear fogo na estação das barcas para protestar. Na quinta-feira, a passagem vai subir de R$ 2,80 para R$ 4,50 —, um aumento que chega a 60,7% para quem paga em dinheiro vivo.

Até o momento, quatro pessoas já foram ouvidas na 76 DP (Niterói), onde o inquérito foi aberto. Entre elas estão o editor do vídeo publicado e o professor Henrique Monnerat, que convocou algumas pessoas para a manifestação, no dia 10 de fevereiro, e compartilhou o vídeo em sua rede social.

Segundo o delegado Alexandre Leite, titular da 76 DP, a intenção da polícia não é reprimir o movimento dos usuários, mas encontrar as duas pessoas que, no vídeo, garantem que levarão "álcool e fósforo".

— O movimento é legal e justo, só não podemos permitir o crime de incitação — garantiu o delegado.

O professor Henrique, em depoimento, afirmou não conhecer nenhuma das pessoas do vídeo. Ele garante que as manifestações são pacíficas e não apoiam o uso da violência.

— Como eu já apareci na estação com cartazes, eles me marcaram. Eu só compartilhei o vídeo, não é crime — disse o professor.

Ele é um dos que está sendo acusado de incitação e apologia ao crime, motivo; organizar e se manifestar contra o aumento abusivo das Barcas S/A de forma pacífica e ordeira.


Ainda de acordo com o delegado Alexandre Leite, um ofício foi encaminhado para o comandante do 12 BPM (Niterói), que garantiu o reforço no policiamento no dia da manifestação.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Niterói, Renatinho, apoia o protesto dos usuários e pede a presença da polícia para garantir a segurança dos próprios manifestantes.

Matéria originalmente publicada no Extra Online

BARCAS S/A: Para defender interesses do governo Sérgio Cabral, imprensa do Rio diz que manifestação popular é um movimento político

O Globo

RIO - Em mais um dia de longas filas, usuários das Barcas S/A reclamam do aumento de mais 60% da tarifa programado para este quinta-feira. Um grupo ligado à movimentos políticos da cidade e do Rio passaram amanhã desta terça-feira recolhendo assinaturas e convocando os passageiros para um protesto o dia 1º de março, quando passagem passará de R$ 2,80 para R$ 4,50.

- Chegou à hora da população se mobilizar contra este abuso – afirma Rafael Duarte, que recolheu mais de mil assinaturas contra o aumento.
- Eles (Barcas S/A) lotearam as estações diminuindo o conforto dos usuários sob a anuência do Governo do Estado. A Agestransp aparece sempre depois da confusão. É um crime a forma que a a população é tratada – protesta o corretor de seguros, Reinaldo Gonzalez.

- O conceito de prestação de serviço não existe. Estamos sendo tratados como animais. Ficamos em fila à espera de passar para um curral mínimo e depois para uma barca lota, sufocante, sem ventilação – reclama o contador Elivandio Moraes.

Matéria originalmente publicada no Globo Online

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

CAOS TOTAL: Passageiros das barcas enfrentam filas enormes sob um sol escaldante

Capa do jornal Extra

1° DE MARÇO: Manifestação amanhã contra o aumento abusivo das Barcas S/A autorizado pelo Governo Sérgio Cabral

Tarifa passará de R$ 2,80 para R$ 4,50 nesta quinta-feira


DESCASO COM O POVO: Passageiros reclamam de atrasos e longas filas nas Barcas

Governo Sérgio Cabral autorizou o aumento abusivo da tarifa em 60% no dia 1° de Março

O Globo

RIO - Passageiros das Barcas vivenciaram mais uma manhã de transtornos no embarque de Niterói em direção ao Rio nesta segunda-feira. Clientes reclamaram de atrasos de mais de 30 minutos e de enormes filas. A Barcas S/A informou, no entanto, que as filas que se formaram na entrada da estação em Niterói duraram cerca de 20 minutos. Ainda de acordo com a concessionária, apesar das filas, os horários das partidas das embarcações estão regulares. E, para amenizar os transtornos, foram feitas cinco viagens extras. Às 10h20m, a movimentação era intensa, mas sem filas. Segundo a concessionária, o problema foi causado porque três das quinze roletas de acesso quebraram. Equipes da empresa estão no local para solucionar as falhas.

Morador de Niterói, o profissional de TI Frederico Wanis decidiu fazer hora para esperar a fila diminuir e não ter que ficar no sol. Enquanto isso, tirou fotos da aglomeração com seu celular e postou no Twitter para denunciar o que considerou um absurdo. Depois de aguardar na sombra por 30 minutos, entrou na fila e levou 20 minutos para embarcar. Frederico, que usa a barca diariamente, usou o microblog para protestar contra a operadora Barcas S/A, que inicialmente divulgou que os passageiros aguardavam nas filas apenas 15 minutos:

- Fila de 5, 10 ou 15 minutos de fila? É tudo mentira! As filas chegam ao Plaza! Saiam ai de dentro e vejam com os próprios olhos! - postou.

Ele relatou ainda que não reparou problema algum nas roletas. A leitora DanielleChevrand também reclamou do serviço:

- Às vésperas de reajustar a tarifa em 60%, as Barcas SA receberam seus usuários na manhã desta segunda-feira com filas de mais de 500 metros. As filas alcançam oPlaza Shopping. Quem mora em Niterói e depende do transporte público não tem hora para chegar ao trabalho - reclamou a leitora Danielle Chevrand.

O leitor Daniel Lima Ferreira também mostrou sua indignação:

- Hoje de manhã, por volta das 8h, a Barcas S/A demonstrou mais uma evidência de desrespeito e descaso com seus usuários. As filas iam até a loja Taco. Não esquecendo de mencionar que a embarcação estava sem praticamente nenhuma ventilação e em algumas presenciei baratas saindo das rachaduras. Para isso tudo iremos pagar, a partir desta quinta-feira (01/03), R$ 4,50. É um absurdo!!

Matéria originalmente publicada no Globo Online

Após ser preso ilegalmente por Sérgio Cabral, cabo Benevenuto Daciolo é solto

'A verdade toda será revelada', diz bombeiro ao sair da prisão


RIO - O cabo do Corpo de Bombeiros Benevenuto Daciolo, acusado de liderar a greve da corporação no início do mês, foi solto na tarde desta sexta-feira, segundo assessoria da Secretaria estadual de Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. Ele foi beneficiado por um habeas corpus que revogou a prisão decretada pela Auditoria Militar.

Daciolo foi preso no dia 8 de fevereiro, acusado de crime militar. Ele chegou a ser detido no presídio de Bangu I, na Zona Oeste, mas depois foi transferido para o Grupamento Especial Prisional (GEP), em São Cristóvão, onde está preso. Um erro de digitação no alvará de soltura impediu que fosse Daciolo fosse libertado no domingo, junto com outros bombeiros.

A esposa do militar preso, Cristiane Daciolo, desmaiou ao saber que o marido não seria libertado com os colegas. Ela saiu da unidade em ambulância da corporação e seguiu para o Hospital Central para restabelecer a pressão arterial. O bombeiros libertos fizeram um oração ao deixar o quartel.

Bombeiros podem ser expulsos

Os bombeiros do Estado do Rio soltos no domingo passado vão responder por três infrações dos artigos do Código Penal Militar: motim, tipificado no artigo 149, incitamento à desobediência (artigo 155) e deixar de se apresentar à corporação (artigo 183). O advogado dos bombeiros, Raul Lins e Silva, acredita que o governo do estado vai pedir a expulsão de todos. Se isso acontecer, adiantou, vai ingressar com pedido de nulidade da expulsão.

Matéria originalmente publicada no jornal O Dia Online

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

CARNAVAL 2012: Prefeita Aparecida Panisset faz propaganda eleitoral fora de época à sucessão

Coluna do jornal Extra

CARNAVAL 2012: Turistas enfrentam confusão no Píer Mauá e na área do Corcovado

No Cosme Velho, vans pararam em fila dupla e na calçada da estação do trem. Zona total

O Globo

RIO - Na folia de momo, os turistas que visitaram o Rio de Janeiro enfrentaram problemas para conhecer alguns dos pontos turísticos da cidade. No Corcovado, além das filas para comprar ingressos, visitantes foram assediados por vans, que paravam em fila dupla ou em cima das calçadas, no entorno da estação.

Os agentes da Guarda Municipal se limitaram a ficar na Praça São Judas Tadeu e na Rua Cosme Velho. Com pouca fiscalização, os turistas que foram de carro ao Cosme Velho aproveitaram para estacionar nas calçadas das ruas Efigênio de Sales e Smith Vasconcelos. A "organização" da "bandalha" ficava a cargo de flanelinhas.

No Píer Mauá, os turistas que desembarcaram dos cinco transatlânticos ancorados na cidade enfrentaram uma gincana para conseguir sair do Centro. Com as interdições de diversas ruas para obras do projeto Porto Maravilha, os carros alegóricos que deixaram a Marquês de Sapucaí após os desfiles de domingo fecharam o único acesso ao píer, enquanto eram enfileira$na Avenida Rodrigues Alves, em direção à Cidade do Samba.

Com a confusão, táxis, ônibus e vans não puderam encostar para buscar os passageiros. Muitos preferiram voltar aos navios e só sair mais tarde. Foi o que aconteceu $o paulista Eider Bonfim. Apesar das dificuldades, ele estava animado ao deixar o píer no início da tarde para uma volta, antes de ir para a Sapucaí assistir aos desfiles.

— Já vim no Rio outras vezes, mas é a primeira vez no carnaval. Vamos assistir os $no Sambódromo hoje (ontem) à noite — contou ele, que estava acompanhado de mais três pessoas.

Com o trânsito já liberado, um inconveniente bem conhecido dos cariocas nos aeroportos também apareceu perto dos navios: a abordagem de taxistas e motoristas oferecendo passeios e corridas a preço fixo.

A Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop) informou, em nota, que a ação de repressão ao estacionamento irregular na orla do Leme ao Recreio dos Bandeirantes resultou em 187 veículos multados e outros oito rebocados.

Matéria originalmente publicada no Globo Online

CARNAVAL 2012: Tiroteio perto do sambódromo prejudica desfile da Vila Isabel na madrugada de segunda (20)

UOL Notícias

RIO - A Vila Isabel entrou no sambódromo carioca às 5h40 de segunda-feira (20) e teve sua evolução prejudicada por um tiroteio ocorrido no Morro de São Carlos, nas proximidades da Sapucaí. Com o tiroteio, a rua Frei Caneca, atrás dosambódromo, foi fechada pela polícia e os carros da Beija-Flor e da Porto da Pedra ficaram engarrafados, impedindo que os carros da Vila Isabel deixassem a dispersão. A dificuldade em retirar as alegorias fez com que o ritmo do desfile tivesse que ser diminuído pouco depois da metade, mas a escola não estourou o tempo limite de 82 minutos.

Segundo informações da Folha.com, traficantes tentaram assaltar integrantes da Porto da Pedra quando eles deixavam a passarela do samba e houve tiroteio entre seguranças da escola e os bandidos. Duas pessoas teriam ficado feridas.

Com um enredo sobre Angola, a Vila Isabel desfilou depois de Renascer deJacarepaguá, Portela, Imperatriz Leopoldinense, Mocidade Independente, Porto da Pedra e Beija-Flor, e retomou a origem africana que lhe deu o primeiro título de sua história, em 1988 (com o enredo Kizomba).

Matéria originalmente publicada no UOL Notícias

CARNAVAL 2012: Inacabado, Sambódromo é 'um pesadelo' de acessibilidade

Cadeirantes criticam prefeito Eduardo Paes e reclamam de suas dificuldades mesmo após a reforma do Sambódromo


RIO - Quando anunciou a remodelação do Sambódromo, o prefeito Eduardo Paes prometeu que as obras seriam completamente terminadas antes do carnaval deste ano. No entanto, o que se vê é um local repleto de improvisos que apresenta riscos para o público e torna muito difícil a vida de portadores de necessidades especiais, que não foram contemplados na reforma.

Feita às pressas, a reforma deixou marcas de descuido. Logo nas entradas, o piso é apenas de um cimento tosco e desnivelado, o que dificulta bastante o acesso de cadeirantes. Wellington do Espírito Santo, que trabalha em uma das campanhas de conscientização da Operação Lei Seca na Marquês de Sapucaí, relata as dificuldades que enfrenta:

"Está muito complicado. Aqui na entrada, se a gente esbarra em um desses buracos é tombo na certa. Também não vi nenhum banheiro químico adaptado, então se quisermos fazer nossas necessidades temos que ir até o setor 13, do outro lado da Avenida. É muito longe, fica difícil chegar até lá", explica.

E se já na entrada são notados problemas, no backstage da Sapucaí o problema continua. Há diversos degraus que impedem a passagem de cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção. Além disso, o acesso a diversos espaços é feito exclusivamente por escadas.

Wellington define a situação em apenas uma frase: "Aqui é um pesadelo para nós cadeirantes", afirma.

Preparativos continuam durante os desfiles

Mesmo com o início dos desfiles do Grupo Especial, os operários continuam trabalhando. Em uma passarela improvisada que liga a entrada 2 à concenração, dois eletricistas estão terminando de instalar a iluminação do local. Segundo um deles, o trabalho não é um reparo emergencial:

"Não, está tudo certo. Estamos terminando aqui, já vai ficar tudo bonito!", explica o funcionário, que prefeiu não se identificar.

Nos banheiros, improviso também é visto

Até mesmo nos banheiros convencionais é possível notar problemas. Além do acabamento não concluído, o espaço é um desafio para os usuários. Nas cabines, não há suporte para papel higiênico, obrigando os usuários a pegarem o item no chão.

Já nas pias, a situação não é muito diferente. O sabonete está guardado em um recipiente improvisado, já que ainda não foram instaladas saboneteiras, e não hátoalhas de papel para secar as mãos.

Matéria originalmente publicada no Jornal do Brasil

CARNAVAL 2012: Prefeito Eduardo Paes foge das vaias na Marquês de Sapucaí

Coluna do jornal Extra

CARNAVAL 2012: Público reclama de mudanças no Sambódromo e Eduardo Paes foge da imprensa

Prefeito não quis comentar o assunto. Cercado por seguranças, ele abaixou a cabeça e disparou em direção ao camarote da Prefeitura sem falar com jornalistas, ignorando as perguntas sobre as falhas das obras


Arquibancadas foram inauguradas, mas reforma não acabou: sala de imprensa, por exemplo, não foi entregue. Frequentadores criticam desconforto com aumento do público, mas artistas defendem mudanças. Prefeito não comenta.
O secretário Municipal de Conservação, Carlos Osório, assumiu os erros do poder público. “Não conseguimos entregar o Sambódromo a tempo para o público na sexta ou no sábado. Isso foi um erro, mas já foi superado. Hoje eu acho que está tudo bem”, disse Osório em tom de otimismo.

O secretário também fez vista grossa para as partes da reforma que não foram entregues, como a nova sala de imprensa que seria levada para o setor. “Para o desfile das escolas do Grupo Especial as arquibancadas foram entregues. Assim sendo, considero a obra um sucesso. O que está faltando agora são detalhes de acabamento. Está apenas mais feio do que deveria estar”, disse ele ignorando os perigos que os entulhos podem causar ao público no caso de uma briga, por exemplo.

Público - Já os frequentadores do Sambódromo reclamam das reformas que devolveram à Passarela do Samba o traçado original de Oscar Niemeyer. Asecuritária Vanessa de Moraes e a personal trainer Érika de Macedo tinham mais queixas do que elogios. As amigas desfilaram juntas no sexto carro alegórico da Imperatriz Leopoldinense. "Desfilo desde 2005 e não dá para negar que deu para sentir mais a galera. Mas para quem desfilou do lado do carro virado para o lado ímpar, como a gente, não faz tanta diferença. Quando eu voltar aqui amanhã para o desfile do Salgueiro vou tirar essa dúvida”, disse Vanessa.

Vanessa também fez outras críticas sobre a reforma. “Acho que tem gente demais aqui. Quiseram aumentar em 20 000 o número de espectadores, mas não avaliaram bem a distância entre uma pessoa e outra. Está desconfortável”, disse, lembrando que a reforma poderia ter resolvido um antigo problema do Sambódromo do Rio: “Não entendo porque ainda não existem lugares numerados”.

Um agente de segurança da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) que não quis se identificar apontou outro problema: "Se aumentaram dez vezes o número de pessoas, tinham que aumentar o número de banheiros na mesma proporção", disse ele, que tem mais de 15 anos de experiência na Sapucaí.

Matéria originalmente publicada na Veja Online

CARNAVAL NO RIO: Prefeito Eduardo Paes deixa foliões em risco

Cordão da Bola Preta: 2.5 milhões de pessoas e nenhuma ambulância à vista

Jornal do Brasil

RIO - Apesar de já ser considerado o maior carnaval de rua do país - apenas um bloco consegue reunir 2,5 milhões de pessoas, superando o Carnaval nordestino em números (o Galo da Madrugada, maior bloco do Nordeste, atrai cerca de 2 milhões de foliões) -, a tradicional folia de rua do Rio de Janeiro deixa o gigantismo de lado quando se trata de garantir a integridade física de seus participantes.

Uma equipe de reportagem do Jornal do Brasil constatou, durante uma semana inteira de festa, que não havia estrutura como ambulâncias para atendimento médico dos foliões, contrariando o que foi prometido pela Prefeitura do Rio, através do presidente da Riotur, Antônio Pedro Figueira de Mello.

O socorro aos que passavam mal nos blocos acabou ficando por conta da Guarda Municipal, segundo relatos de foliões. Alguns agentes aconselhavam os grupos a embarcarem em ônibus rumo ao hospital da região. No caso dos blocos do Centro, a dica era seguir por conta própria para o Hospital Municipal Souza Aguiar.

Foliões em perigo

No Hospital Municipal Souza Aguiar, Tatiana Marques esperava pela sobrinha, de 11 anos, que havia passado mal e desmaiado no meio do Cordão da Bola Preta, no sábado (17). Tatiana contou que não havia nenhuma possibilidade de socorro nas imediações do Bola Preta e, ao falar com policiais militares, eles disseram que ela deveria tomar um ônibus até o hospital.

"Não tinha socorro no bloco. Tive que ir até o hospital no carro da Guarda Municipal, e isso porque um dos guardas peitou seus colegas para fazer isso", disse. "Ligamos para o Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) e eles disseram que não podiam ajudar. Minha sobrinha desmaiou e teve convulsões. Foi desesperador", relembra Tatiana.

"Quem passa mal se vira"

"Ambulância? Atendimento médico? Não, nunca vi. Quem passa mal geralmente se vira por conta própria. Mas isso deve ser cobrado da Prefeitura, não cabe aos blocos", destacou a representante de alguns dos maiores blocos como Simpatia é Quase Amor (Ipanema), Suvaco do Cristo (Jardim Botânico), Bloco das Carmelitas (Santa Teresa) e Escravos da Mauá (Centro).

Assessora e foliã do Cordão da Bola Preta, Márcia Rosário afirma que também não notou a presença de atendimento durante o desfile do último fim de semana: "Não vi nenhuma ambulância, mas a Prefeitura sabia que a nossa estimativa de público era de mais de 2,5 milhões de pessoas. Ou seja, deveria ter se planejado", afirmou.

Matéria originalmente publicada no Jornal do Brasil

CARNAVAL 2012: Prédio público vira banheiro durante a folia no Rio

Eduardo Paes não instala banheiros suficientes nas ruas e funcionário da prefeitura ganha dinheiro com xixi do povo

Extra Online

Clique aqui e assista ao vídeo
RIO - Um vigilante patrimonial aproveitou o sábado de carnaval para faturar, cobrando pelo uso dos banheiros do prédio público que ele estava encarregado de proteger e de não deixar ninguém entrar. Em meio a uma marchinha e outra, o vigilante cobrava dos foliões de blocos que passavam pelos Arcos da Lapa R$ 2 pelo uso dos sanitários no edifício do Automóvel Club do Brasil — imóvel que é administrado pela Prefeitura do Rio desde 2004.

Na portaria do prédio, o funcionário — que trabalha para a prefeitura como terceirizado — recolhia o dinheiro dos foliões, enquanto dançava ao som das marchinhas e balançava notas e moedas arrecadadas.

A técnica de enfermagem, Amanda de Carvalho, de 33 anos, pagou mas não encontrou o banheiro:

— Está tudo abandonado e cai reboco do teto. Fiquei com tanto medo que fiz xixi num canto no chão — disse.

Revoltado com a falta de banheiros químicos na rua, o diretor de fotografia Marcos Oliveira, de 45 anos, gritava:

— Abaixo o choque de ordem! Cadê os banheiros? Eles querem reprimir nosso xixi com delegacia.

Ao ver a equipe do EXTRA, o vigilante empurrou as pessoas para fora e fechou a porta, mas dez minutos depois reabriu e continuou cobrando. A assessoria da Prefeitura do Rio disse que a segurança do prédio é feita por uma empresa terceirizada, mas que vai apurar o caso. A Riotur informou que cerca de 500 banheiros químicos foram instalados no Centro.

Matéria originalmente publicada no Extra Online

CARNAVAL 2012: Prefeito Eduardo Paes lança esgoto de banheiros públicos na rede de águas pluviais

CARNAVAL 2012: Número de mijões bate recorde, cerca de 887 foram levados para a delegacia

Campanha idiota da Rede Globo e a falta de organização da Prefeitura do Rio mostram resultados negativos


RIO - O gigantismo do carnaval de rua e os problemas a reboque da folia criaram um bloco dos descontentes no Rio. Irritada com a sujeira deixada por ambulantes, os transtornos no trânsito e o mau cheiro de urina nas ruas, a Associação de Moradores do Leblon cobra uma reunião com o prefeito Eduardo Paes para tratar do crescimento dos blocos. Já o Projeto Segurança de Ipanema foi mais longe e entrou com uma representação no Ministério Público, pedindo que ambulantes sejam proibidos de vender bebidas alcoólicas nos blocos. Instituições que representam hotéis, agências de viagens, bares e restaurantes dizem que a organização melhorou, mas apontam o lixo nas ruas e os mijões como problemas que precisam ser resolvidos para que o samba não atravesse.


Pelo segundo ano consecutivo, a prefeitura estuda mudanças no carnaval de rua. A medida é a mesma do ano passado: a transferência de blocos da Zona Sul para outros bairros.
A presidente da Associação de Moradores do Leblon, Evelyn Rosenweig, diz que as ruas internas do bairro ficaram intransitáveis. Ela denuncia que crianças e adolescentes foram vistos vendendo e consumindo bebidas alcoólicas nos blocos:

— O Rio não está preparado para tanta gente. A coisa chegou ao limite. Era cheiro de álcool o tempo todo.

Livraria teve de fechar mais cedo

A dona da livraria Argumento, na Rua Dias Ferreira, Laura Gasparian, fechou as portas às 15h no sábado de carnaval, devido à passagem de blocos. Normalmente, a loja encerraria as atividades à meia-noite:

— O Azeitona Sem Caroço era um bloco pequeno. Agora a rua ficou um nojo, com cheiro de xixi e lixo.

A concentração de camelôs na Praça Cláudio Coutinho, no Leblon, é criticada pelo presidente da Associação de Moradores da Selva de Pedra, Wander Moreira:

— Tinha caminhão de cerveja parado na praça o tempo todo. Depois que o bloco saía, a sujeira ficava. Usaram a pracinha como banheiro.

Matéria originalmente publicada no Globo Online

CARNAVAL NO RIO: Nota zero para segurança na Sapucaí

Coluna do jornal Extra