segunda-feira, 1 de outubro de 2012

ELEIÇÕES 2012: Coligação de Eduardo Paes teria prometido R$ 1 milhão por apoio de partido nanico, diz "Veja"

'São coisas de campanha', diz candidato do PMDB sobre denúncia de pagamento ao PTN


O PMDB do Rio de Janeiro teria fechado um acordo financeiro que envolveria o suposto o pagamento de R$ 1 milhão em troca do apoio do PTN à reeleição do prefeito da capital, Eduardo Paes, segundo reportagem publicada no site da revista "Veja" neste sábado.

De acordo com a publicação, um vídeo a qual a revista teve acesso mostra imagens do presidente estadual do partido "nanico", Jorge Sanfins Esch, revelando o suposto esquema em conversas com outros integrantes da sigla.

No vídeo, diz a "Veja", Sanfins Esch afirma que barrou uma candidatura própria do PTN porque acertou o recebimento de R$ 200 mil para financiar a campanha de candidatos a vereador do partido. O áudio da gravação está disponível no site da revista.


Sanfins Esch diz que o acordo foi fechado na convenção do partido em 30 de junho com o ex-chefe da Casa Civil de Paes, Pedro Paulo Teixeira. Afirma, porém, que não recebeu os recursos ainda.

Segundo "Veja", a convenção do PTN em 30 de junho foi a segunda do partido em menos de quinze dias. No dia 17 daquele mês, o partido homologou a candidatura a prefeito de Paulo Memória, mas Esch cancelou o resultado deste primeiro encontro após declarar o apoio a Paes, de acordo com a revista.

Na gravação, Esch explica o suposto motivo da mudança de postura do PTN: "Não tem condição de lançar candidatura própria. O cara dá R$ 200 mil para dentro, dá uma prata para ele tirar a candidatura dele, dá todo o material de campanha, toda a estrutura para os candidatos. Chega lá dentro se bobear tem uma gasolininha extra para botar no carro. Pô, não dá para recusar."

Ainda segunda a publicação, foi negociado também um segundo acerto financeiro com Esch _que completaria o R$ 1 milhão. O pagamento seria referente a uma suposta dívida que Sanfins Esch e três amigos cobram da prefeitura do Rio de Janeiro de quando eles trabalharam na RioLuz, órgão municipal responsável pela iluminação pública da cidade.

Para integrantes do partido, o presidente do PTN disse que o presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, se comprometeu a ajudá-lo.

Em entrevista à "Veja", Esch disse que integrou o Conselho de Administração da RioLuz durante oito anos. Como a remuneração paga pelo órgão era inferior aos de outras autarquias, Sanfins afirmou à revista que abriu um procedimento administrativo em 2008 na prefeitura junto com três ex-conselheiros para receber o valor retroativo e corrigido.

A reportagem não localizou ainda Esch, Picciani nem Pedro Paulo Teixeira.

Matéria originalmente publicada na Folha.com

ELEIÇÕES 2012: Ministério Público vai investigar Eduardo Paes por abuso de poder econômico

Segundo reportagem da revista “Veja”, o PMDB fluminense teria oferecido pagamento de R$ 1 milhão em troca do apoio do PTN à candidatura de Paes. Caso a existência do mensalão seja comprovada, candidato peemedebista terá seu mandato cassado se for reeleito.


RIO - O procurador regional eleitoral, Maurício da Rocha Ribeiro, afirmou que vai encaminhar à promotoria eleitoral da capital, do Ministério Público Eleitoral (MPE), uma ação para investigar o suposto abuso de poder econômico do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), que tenta a reeleição. Segundo reportagem da revista “Veja” deste sábado, o PMDB fluminense teria oferecido pagamento de R$ 1 milhão em troca do apoio do PTN à candidatura de Paes.

A princípio, demonstra aceitação de importância em dinheiro por parte do presidente estadual do PTN em troca da adesão à coligação do PMDB. Hoje mesmo, encaminhei o caso ao MPE para ajuizamento da ação para apurar a prática de grave ato de abuso de poder político e econômico, ocorrido às vésperas do início do período de campanha - afirmou Rocha Ribeiro, lembrando que, caso seja comprovado a irregularidade, Paes pode ter o registro de candidatura cassado e focar inelegível por oito anos.

Em gravação publicada no site da revista, o presidente regional do PTN, Jorge Sanfins Esch, revela o esquema a integrantes do partido. No áudio, Sanfins Esch diz que barrou a candidatura própria do partido porque teria acertado o recebimento de R$ 200 mil para financiar a campanha de candidatos a vereador da sigla. Os outros R$ 800 mil seriam pago por meio de uma suposta dívida que Sanfins Esch e três amigos cobram da prefeitura quando trabalhavam na RioLuz, órgão da prefeitura responsável pela iluminação pública do município.

De acordo com Sanfins Esch, a negociação para receber o dinheiro da RioLuz teria sido feita com o presidente regional do PMDB, Jorge Picciani, que negou:

- O processo (da suposta dívida) foi negado por mérito e arquivado em dezembro de 2011. Como é que eu poderia oferecer o dinheiro, em junho, com um processo arquivado? O prefeito Eduardo Paes tem 65% dos votos válidos. Ninguém do PMDB é idiota ao ponto de pôr em risco a campanha.

À Veja, Sanfins Esch afirma que o acordo foi realizado na convenção do partido, em 30 de junho com o deputado federal Pedro Paulo (PMDB), ex-chefe da Casa Civil do governo Eduardo Paes e coordenador da campanha do peemedebista. O presidente regional do PTN, no entanto, afirma que ainda não recebeu os recursos. Em 17 de junho, o PTN chegou a homologar a candidatura a prefeito de Paulo Memória, mas Jorge Sanfins Esch cancelou o encontro. Em seguida, ele declarou apoio a Paes.

Na gravação, Sanfins Esch justifica a postura para os colegas do partido:

- Não tem condição de lançar candidatura própria (…). O cara dá 200 mil reais para dentro, dá uma prata para ele tirar a candidatura dele, dá todo o material de campanha, toda a estrutura para os candidatos. Chega lá dentro se bobear tem uma gasolininha extra para botar no carro. Pô, não dá para recusar!

Matéria originalmente publicada no Globo Online

ELEIÇÕES 2012: O mensalão de Eduardo Paes: Gravação mostra presidente do PTN, Jorge Sanfins Esch, comemorando acerto de um milhão de reais para apoiar reeleição de prefeito

Clique aqui e assista ao vídeo
O PMDB do Rio de Janeiro firmou um compromisso financeiro de 1 milhão de reais para ter o apoio de um partido nanico à reeleição de Eduardo Paes. É o que mostra um vídeo a que VEJA teve acesso com imagens do presidente estadual do PTN, Jorge Sanfins Esch, em conversas com correligionários do partido. No vídeo, Sanfins Esch garante que impediu uma candidatura própria do PTN, porque acertou o recebimento de 200 000 reais para bancar a campanha de candidatos a vereador do partido.

Sanfins Esch afirma que o acerto foi feito na convenção do partido em 30 de junho com o ex-chefe da Casa Civil de Paes, Pedro Paulo Teixeira, mas que ainda não recebeu os recursos. A coligação nega a promessa.

A convenção do PTN em 30 de junho foi a segunda do partido em menos de quinze dias. No dia 17 do mesmo mês, o partido chegou a homologar a candidatura a prefeito de Paulo Memória, mas Sanfins cancelou o encontro para depois declarar o apoio a Paes. Sanfins Esch esclarece no vídeo com correligionários o motivo da mudança de postura do PTN:

- Não tem condição de lançar candidatura própria (…). O cara dá 200 000 reais para dentro, dá uma prata para ele tirar a candidatura dele, dá todo o material de campanha, toda a estrutura para os candidatos. Chega lá dentro se bobear tem uma gasolininha extra para botar no carro. Po, não dá para recusar.

A coligação de Paes nega que tenha feito a promessa para repassar a quantia em espécie para o partido. A assessoria do prefeito afirma que dá suporte aos candidatos do PTN apenas com material de campanha e calcula que gastou em placas e panfletos 154 514 reais. A quantia total, no entanto, ainda não foi declarada no Tribunal Regional Eleitoral.

O segundo acerto revelado no vídeo diz respeito a uma dívida que Sanfins e três amigos cobram da prefeitura do Rio de Janeiro dos tempos em que trabalharam na Rio Luz, órgão municipal responsável pela iluminação pública da cidade. Diante dos correligionários, Sanfins Esch diz que o presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, se comprometeu a ajudá-lo.

Sanfins Esch explica em entrevista a VEJA que trabalhou no Conselho de Administração da RioLuz durante oito anos do governo Cesar Maia. Como o jetom pago pelo órgão era inferior aos de outras autarquias, Sanfins abriu um procedimento administrativo em 2008 na prefeitura junto com três ex-conselheiros para receber o valor retroativo e corrigido.

- O Picciani se comprometeu pessoalmente a liberar os meus recursos da Rio Luz.

A prefeitura informa que o processo administrativo foi indeferido em 12 de dezembro por “falta de amparo legal” e que o valor não será pago.

ELEIÇÕES 2012: Deputado federal Pedro Henry declarou à Justiça Eleitoral possuir terreno no valor de R$ 16,72


SÃO PAULO - Réu do mensalão acusado de receber R$ 2,9 milhões do valerio duto, o deputado federal Pedro Henry (PP-MT), absolvido pelo revisor Ricardo Lewandowski, já foi muito mais modesto na suas movimentações financeiras. Na última eleição que disputou em 2010, ele declarou possuir um terreno de R$ 16,72, valor inferior a um ingresso de cinema. O imóvel de 369,63 metros quadrados na cidade de Mirassol D´Oeste, no interior do Mato Grosso, foi comprado em 1986 e custou 500 cruzados. Apesar do pequeno valor registrado, o terreno chegou a ser penhorado duas vezes por ações contra o deputado, segundo a certidão de registro do imóvel disponível do Cartório de Mirassol D´Oeste. Em 1999, a ação que resultou numa das penhoras tinha valor R$ 5.483,83. Em outra, de 2002, o valor da causa era R$ 8.208,15.

O último registro relativo ao imóvel é de janeiro de 2008 e trata da declaração de indisponibilidade do terreno decretada pelo juiz da 5ª Vara Federal do Mato Grosso. Procurado, Henry, por meio de sua assessoria, informou que declara o terreno em seu Imposto de Renda pelo valor de compra na época. Pela legislação eleitoral, é permitido seguir as regras da declaração de IR na hora de apresentar os bens para registro de candidatura. O terreno foi declarado pelo deputado pelo mesmo valor também nas eleições de 2002 e 2006.

Henry informou à Justiça Eleitoral em 2010 ter um patrimônio total de R$ 1.423.107,17. Ele possui outros dois terrenos que valem menos de R$ 1.000, ambos em Cáceres, cidade do Mato Grosso em que tem a sua base eleitoral. O primeiro deles foi comprado em 1986 e tem avaliação de R$ 356,90. Possui 707 metros quadrados. O segundo foi adquirido em 2005 e custou R$ 839,56. A área total é de 336,35 metros quadrados.

O principal bem de Pedro Henry é um apartamento de 150 metros quadrados, de R$ 320 mil, em Santos, no litoral paulista. O deputado tem ainda outros dois apartamentos, duas casas, um prédio comercial, três carros, cotas de capital de três empresas e uma aeronave avaliada em R$ 25 mil. No processo do mensalão, Henry responde pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Matéria originalmente publicada no Globo Online

Enquanto isso, no julgamento do mensalão....

Ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa "acompanham" maratona de argumentações 

Fotógrafo flagrou magistrados babando na toga

Montagem sobre fotos de André Coelho / O Globo

ELEIÇÕES 2012: No Rio, 77% dos prefeitos candidatos à reeleição ficaram ricos

Geralmente associada a práticas ilícitas, a ascensão econômica dos políticos pode ser explicada por uma série de razões, que variam de acordo com o município e o político. O que podemos perceber é que a maioria dos prefeitos do estado, principalmente o de cidades pequenas, não vem de classes altas e acabam encarando a política como profissão, por conta dos bons salários. Muitos políticos de cidades menores ganham quase o mesmo que políticos de grandes metrópoles, que tem funções bem mais complexas.


RIO - Dos 54 prefeitos candidatos à reeleição no Estado do Rio, 42 ficaram mais ricos durante o último mandato. O aumento do poder aquisitivo dos políticos fica mais claro quando a totalidade do patrimônio é posta em cima da mesa. Segundo levantamento do GLOBO com base nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de 2008 a 2012, o montante de bens dos prefeitos passou de R$ 23,2 milhões para R$ 37,4 milhões, um avanço de 60%. (Confira os candidatos que mais aumentaram e perderam patrimônio)

O recordista de evolução patrimonial, em números percentuais, foi Juarez Corguinha (PMDB), prefeito de Sumidouro, na Região Serrana. Em 2008, ele declarou R$ 12.855,35. Quatro anos depois, seu patrimônio chegou a R$ 330.889,08, uma evolução de 2.500%. Entre as duas declarações, somente duas novidades: R$ 200 mil em espécie e R$ 96.879,18 em uma conta no Banco do Brasil. Levando em conta que, de acordo com a assessoria da prefeitura, o salário do prefeito é de R$ 12 mil, ele precisaria ter economizado metade de seu rendimento todos os meses para acumular seu patrimônio atual. Segundo Juarez, tudo não passou de um mal entendido.

— Não tenho tanto dinheiro assim. Com certeza, foi o contador que fez confusão — argumentou o prefeito, que, por conta da reportagem, enviou um documento ao TSE pedindo a retificação de seu patrimônio. Segundo Juarez, seu patrimônio atual é de R$ 148 mil.

— Moro na casa do meu sogro, por isso não pago aluguel, conta de luz e de água. Uso o carro da prefeitura e não gasto com gasolina. Além disso, antes de ser prefeito, era funcionário do INSS e ganhava só R$ 2 mil por mês. Não tinha nem dinheiro para ir de Sumidouro a Friburgo. Minha vida é simples, na roça. Quando tenho que ir pro Rio de Janeiro, sou eu mesmo que vou dirigindo. E nem vou à churrascaria - garante.

O segundo colocado no ranking teve menos tempo à frente da prefeitura, mas conseguiu valorizar seu patrimônio em 13 vezes. Amaro Fernandes (PRB) foi eleito, em Carapebus, no Norte Fluminense, em fevereiro de 2010, após o ex-prefeito Eduardo Cordeiro (PT) ter suas contas rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e sua candidatura cassada. Para as eleições de 2008, quando se candidatou à prefeitura e perdeu, sua declaração somava R$ 61,4 mil. Este ano, Amaro declarou terrenos em Macaé e Carapebus no valor de R$ 630 mil e o total de seu patrimônio chega a R$ 817 mil. O motivo desse avanço?

— Com certeza, é um erro do TSE. Já tenho essas terras desde 2005, antes de ser prefeito. Meu salário é de R$ 9 mil, quase o mesmo de antes da minha vida política, quando era comerciante. Não mudou nada na minha vida — alega Amaro.

Ao contrário do que foi informado, o prefeito de Natividade candidato à reeleição, Taninho (PSD, teve uma evolução patrimonial de 151% e não de 454%. De acordo com dados do TSE, seu patrimônio evoluiu de R$ 118.964,32 para R$ 299.481,42.

Cientista alerta para políticos profissionais

Geralmente associada a práticas ilícitas, a ascensão econômica dos políticos pode ser explicada por uma série de razões, que variam de acordo com o município e o político. Para a cientista política e professora do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da (Iesp-Uerj, Argelina Cheibub, o salário de prefeito, principalmente em cidades pequenas e sem pujança econômica, pode mudar a vida de um prefeito eleito pela primeira vez.

— Nem sempre o avanço patrimonial é relacionado com casos de corrupção e desvio de verbas públicas. Isso até pode ocorrer, mas o que podemos perceber é que a maioria dos prefeitos do estado, principalmente o de cidades pequenas, não vem de classes altas e acabam encarando a política como profissão, por conta dos bons salários — explica a professora, que considera importante um debate sobre o salário dos políticos.

— Por conta da proximidade entre o prefeito e a câmara, muitos políticos de cidades menores ganham quase o mesmo que políticos de grandes metrópoles, que tem funções bem mais complexas.

Há ainda dois candidatos, Andinho (PMDB), de Arraial do Cabo, e Arlei Rosa (PMDB), de Teresópolis, que não declararam bens em 2008 e, agora, possuem R$ 181.593,37 e R$ 541.631,85, respectivamente. Enquanto Andinho permaneceu no mandato nos últimos quatro anos, Arlei Rosa era presidente da Câmara de Vereadores da cidade e só assumiu a prefeitura em agosto de 2011, após o afastamento do então prefeito Jorge Mário (sem partido) por suspeita de desviar as verbas de recuperação de Teresópolis, após as chuvas de janeiro de 2011. O único candidato à reeleição que não declarou bens em nenhuma das duas eleições foi Valdeir de Jesus (PSB), de Iguaba Grande.

Valor de mercado

Contudo, nem todos os candidatos à reeleição tiveram vida financeira fácil no último mandato. Ao todo, 11 prefeitos declararam menos este ano do que em 2008. O político que mais perdeu, em números totais, foi Evandro Capixaba (PSD), de Mangaratiba: R$ 470 mil, sendo que o político só assumiu a prefeitura em março de 2011, após a realização de novas eleições por conta da cassação do ex-prefeito Aarão de Moura Brito Neto (PMDB) por abuso de poder político.

Na comparação entre as declarações, duas mudanças saltam aos olhos: um imóvel rural de R$ 200 mil em Itacuruçá, fora da lista deste ano, e uma casa avaliada em R$ 71 mil em Mangaratiba, que, em 2008, foi declarada no valor de R$ 200 mil.

Procurada para esclarecer o que ocorreu, a assessoria do prefeito alegou que o imóvel de Itacuruçá foi doado para o filho do candidato. Já a mudança de valores da casa foi justificada pelos critérios utilizados pelo político para declarar seus bens: em 2008, ele “optou por arbitrar o valor de mercado de seus bens” e, em 2012, o valor passou a reproduzir sua declaração de Imposto de Renda.

Matéria originalmente publicada no Extra Online

ELEIÇÕES 2012: Candidatos evangélicos usam estrutura de templos em suas campanhas


RIO - Se a fé move montanhas, não custa tentar garantir a multiplicação dos votos. É de olho no eleitorado evangélico, estimado em cerca de 20% dos 11,8 milhões de eleitores do estado, que candidatos ligados a igrejas evangélicas pentecostais vêm fazendo de templos religiosos uma extensão de seus comitês eleitorais. Nesses locais, propaganda política e assistencialismo ganham contornos de caridade ou ação social, como o GLOBO constatou na sede da Igreja Primitiva do Amor, em Nova Iguaçu, e na Assembleia de Deus dos Últimos Dias, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

Instalada numa casa simples, no alto da Rua Joélio Santana, na Palhada, um dos bairros mais carentes do município, a Igreja Primitiva do Amor sediou na manhã de quarta-feira uma ação social — evento divulgado em faixas espalhadas pela região — com o cadastramento de moradores no programa Bolsa Família, preenchimento de fichas para solicitação de aposentadoria, aplicação de flúor e outras benesses, que aparecem listadas numa folha fixada no portão da seita. O interessado, contudo, deveria apresentar comprovante de residência, carteira de identidade e título de eleitor.

Líder da seita, o pastor Raimundo Jesus disse que a ação social foi realizada no local a pedido da Secretaria de Assistência Social de Nova Iguaçu. O que não é citado nas faixas de propaganda espalhadas pelo bairro. Já alguns moradores ouvidos pela reportagem disseram que o evento estaria ligado à candidatura dopetista Sebastião Wagner Berriel, que disputa uma vaga na Câmara de Vereadores do município, onde a prefeita Sheila Gama (PDT) tenta a reeleição numa coligação com o PT.

Perguntado sobre a suposta ligação do candidato com a ação social, o pastor Raimundo desconversou e disse apenas ter cedido o espaço a pedido da prefeitura. Na rua onde funciona a Igreja Primitiva do Amor há ainda outros três pequenos templos evangélicos de outras correntes pentecostais e um centro espírita. A assessoria do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, responsável pela gestão do Bolsa Família, disse inicialmente que o cadastramentosó poderia ser promovido em espaços da administração municipal, sob a responsabilidade das secretarias municipais de assistência social.

Questionada sobre os critérios para a escolha dos locais de cadastramento e o suposto uso político eleitoral do programa, a secretaria de Assistência Social de Nova Iguaçu, Márcia Vieira, informou em nota que o atendimento foi realizado no templo em resposta a ofício enviado pela seita. O que contraria a informação dada pelo líder da igreja. O candidato petista não foi localizado para comentar o assunto.

Em São João de Meriti, a sede da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, seita criada pelo pastor Marcos Pereira, lembra um comitê eleitoral, com fotos, veículosadesivados e carros de som com propaganda política dos candidatos Waguinho, que disputa vaga de prefeito em Nova Iguaçu, e Allan Pereira, irmão do pastor Marcos e candidato a vereador no Rio.

Allan e Waguinho, o ex-pagodeiro que trocou as rodas de samba pela músicagospel, são candidatos pelo PCdoB, e atuam na Assembleia de Deus dos Últimos Dias. Durante os cultos, segundo testemunhas, o líder da seita faz campanha aberta para a dupla. A análise dos registros de candidaturas no TSE revela que 40 “sacerdotes ou membros de ordem ou seita religiosa” do estado do Rio disputarão cargos eletivos nas próximas eleições. O dobro da quantidade de pastores candidatos em São Paulo.

A corrida pelo voto evangélico pode ser explicada em números. O Censo 2010 doIBGE mostrou que o estado do Rio passou a ter menos de 50% de católicos. Já o número de evangélicos cresceu. Prova disso é que em 11 dos 19 municípios da Região Metropolitana, os evangélicos superam os católicos.


O procurador regional eleitoral, Maurício da Rocha Ribeiro, afirma ser proibida a campanha política em templos religiosos, considerados bens comuns. O que pode resultar em ação por descumprimento da lei eleitoral, que prevê multa de R$ 2 mil a R$ 8 mil, além da retirada de cartazes e galhardetes. O procurador ressalta que líderes religiosos podem, como qualquer cidadão, demostrar suas preferências políticas, mas não podem fazer campanha negativa sobre candidatos.

Com relação ao uso de templos religiosos para a distribuição de benesses e realização de cadastros para programas sociais, os responsáveis podem ser acusados de abuso de poder econômico e político:

— Essa é uma conduta grave, mas que deve ser apurada de forma detalhada, com provas que configurem abuso de poder econômico e político. Nesse caso, pode resultar até na cassação do registro do candidato — disse o procurador.


Matéria originalmente publicada no O Globo Online

ELEIÇÕES 2012: Igrejas evangélicas ignoram lei e doam dinheiro para candidatos


Igrejas evangélicas ignoram a lei eleitoral e estão fazendo doações diretas em dinheiro a candidatos.

A segunda parcial da prestação de contas divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral na semana passada mostra cinco igrejas na lista de doadores em quatro Estados.

Um dos doadores é a Assembleia de Deus de Serra (ES), que contribuiu com R$ 1.250 para um pastor candidato a vereador pelo PT.

A Igreja do Evangelho Quadrangular aparece como doadora de outro pastor que concorre à Câmara Municipal de Alvorada (RS) pelo PP.


A mesma igreja consta como doadora no Paraná. Em Minas, a Igreja Batista Vale das Bênçãos doou a um pastor em Formiga, e a Evangelho Pleno, a um candidato de Betim. Os beneficiados são do PDT, do PMN e do PV.

A soma das cinco doações foi de R$ 3.632. O promotor eleitoral do Rio Grande do Sul Rodrigo Zilio afirma que os repasses podem provocar a rejeição das contas e uma ação para a cassação do diploma de políticos eleitos.

OUTRO LADO

Os pastores André Florindo (PT), de Serra (ES), e Manoel Messias (PV), de Formiga (MG), disseram não saber da irregularidade. A Vale das Bênçãos disse que o cheque era uma antecipação de salário do religioso.

A Igreja do Evangelho Quadrangular do Rio Grande do Sul afirmou que proíbe doações em dinheiro e que vai advertir o pastor candidato Daniel Oliveira (PP).

A igreja da cidade de São João (PR) e o candidato Joelcio Correa (PMN) disseram que pode ter havido um erro na prestação.

Os outros candidatos não foram localizados.

Matéria originalmente publicada na Folha de São Paulo

ELEIÇÕES 2012: Empreiteiras lideram ranking de doação privada para campanhas

A construtora Andrade Gutierrez é a primeira da lista e repassou 23 milhões de reais à direção de 14 partidos


Seis dos dez maiores doadores privados para campanhas de prefeitos e vereadores em todo o País são empreiteiras. A líder do ranking é a Construtora Andrade Gutierrez, de acordo com a segunda prestação de contas parcial entregue por candidatos, comitês e partidos, referente ao período até o início de setembro.

A Andrade Gutierrez doou pouco mais de R$ 23 milhões para as direções de 14 partidos. Dessa forma, não é possível saber exatamente qual candidato o dinheiro beneficiou - são as chamadas doações ocultas.

O governista PMDB e o oposicionista PSDB, juntos, receberam mais da metade dos recursos da Andrade Gutierrez. O PT ficou com apenas 6% do total.

A segunda colocada no ranking de financiadores foi a OAS, também do setor de construção civil. Nesse caso, 76% dos recursos foram para doações ocultas e 24% destinados para campanhas de candidatos específicos.

Nos repasses da OAS feitos diretamente para candidatos, os petistas se destacam. Da lista de 18 beneficiados, 13 são do partido da presidente Dilma Rousseff. O que recebeu o maior quinhão foi Fernando Haddad, candidato à Prefeitura de São Paulo, com R$ 1 milhão. O tucano José Serra (PSDB), adversário de Haddad, ficou com R$ 750 mil.

Levando-se em conta o total de doações da empresa - para candidatos, comitês e partidos -, o PT também ficou em primeiro lugar, com 36%. A seguir vieram o PMDB, com 23%, e o PSDB, com 11%.

Andrade Gutierrez e OAS têm nos contratos com o setor público a principal fonte de suas receitas. A primeira, por exemplo, atua na construção de hidrelétricas, implantação de linhas do programa Luz Para Todos e reformas de aeroportos, entre outros. A segunda lista entre suas principais obras a intervenção urbanística nas favelas do Complexo do Alemão, no Rio, um projeto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), impulsionado principalmente pelo governo federal.

Matéria originalmente publicada no Estadão.com

ELEIÇÕES 2012: Procuradoria eleitoral acusa Eduardo Paes de ocultar gastos com publicidade

"É dever dos prefeitos fornecerem essas informações para comprovar se vem atendendo à legislação", afirma o procurador regional eleitoral Maurício da Rocha Ribeiro, por meio de nota. De acordo com ele, se não houver resposta, o prefeito pode ser acusado de crime de desobediência.


A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio ameaçou nesta sexta-feira (14) processar o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), candidato a reeleição, por crime de desobediência por não informar os gastos de publicidade do município ao longo de sua gestão. O Ministério Público quer verificar se foi respeitado o limite legal de despesa de divulgação institucional no ano eleitoral.

De acordo com a procuradoria, o Ministério Público estadual já havia enviado em julho e agosto dois ofícios solicitando informações sobre gasto de publicidade. O terceiro pedido foi feito hoje pela procuradoria.

Só 34% das doações eleitorais têm origem identificada

"É dever dos prefeitos fornecerem essas informações para comprovar se vem atendendo à legislação", afirma o procurador regional eleitoral Maurício da Rocha Ribeiro, por meio de nota. De acordo com ele, se não houver resposta, o prefeito pode ser acusado de crime de desobediência.

Os gastos governamentais com publicidade até três meses antes das eleições não podem exceder a média dos três anos anteriores. Caso o limite seja superado, os prefeitos podem ser punidos com inelegibilidade de oito anos. Os candidatos à reeleição podem ter ainda cassado o registro de candidatura e do diploma, caso vençam a disputa.

De acordo com dados do site Rio Transparente, mantido pelo município, a prefeitura do Rio respeitou os limites. Foram gastos neste ano R$ 33,14 milhões em publicidade. A média dos três primeiros anos de gestão Paes foi de R$ 39,3 milhões. A Folha considerou as despesas liquidadas, que apontam serviços já prestados pelas empresas contratadas.

Matéria originalmente publicada na Folha.com

ELEIÇÕES 2012: Faltam médicos na rede municipal de saúde do Rio e Eduardo Paes diz que está tudo bem


RIO - Entre as muitas promessas dos candidatos a prefeito do Rio para a área de Saúde, a contratação de médicos é comum a todos os programas de governo, tanto para suprir déficit quanto para reestruturar o sistema. A Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil argumenta que o próximo prefeito não vai herdar déficit, mas “faltas pontuais de médicos”. Especialistas em Saúde ouvidos pelo GLOBO, entretanto, afirmam que ainda faltam profissionais, especialmente pediatras e clínicos gerais. No concurso aberto pela prefeitura, em 2011, essas foram as áreas com mais vagas.

— Temos uma relação adequada de médico/habitante. No entanto, falta médico na rede pública e sobra na privada. Como a gente resolve isso? Só resolve valorizando a rede pública, com um grande investimento simbólico. Por exemplo, hospitais públicos melhores que privados — diz Ligia Bahia, médica e coordenadora do Laboratório de Economia Política da Saúde (LEPS) da UFRJ.

Para Marcelo Freixo (PSOL), “a falta de médicos é real” e é preciso convocar concurso público. Ele quer ainda acabar com as OS, mas diz não saber quantos médicos seriam necessários para colocar a promessa em prática e ainda suprir o déficit:

— Não sei quantos médicos faltam em cada especialidade porque isso é uma caixa preta. E também não estimo a quantidade de médicos necessária na rede porque prefiro decidir quando tiver acesso aos perfis das unidades. Agora, não vai faltar orçamento, já que a Lei de Responsabilidade Fiscal permite um gasto com os servidores de R$1,5 bilhão a mais do que o atual.

ELEIÇÕES 2012: 'Diálogo político' com milicianos não pode ser tratado como criminoso, diz Eduardo Paes

(...)

Milícias

O prefeito classificou como "leviandade" e "desespero eleitoral" a acusação de Marcelo Freixo (PSOL) de que ele tem responsabilidade pelo crescimento das milícias.
O peemedebista disse que decidiu fazer a licitação de vans via cooperativas porque é a forma feita nas principais capitais do país.
Ele criticou Freixo por "politizar" o tema. "É um risco enorme a gente politizar o tema segurança. Essa foi uma das tragédias do Rio que conseguimos mudar."

Matéria originalmente publicada na Folha de São Paulo

ELEIÇÕES 2012: Eduardo Paes confirma que se reuniu com milicianos em 2009 para conversar sobre licitação de vans

Paes afirmou que não sabia que se tratavam de milicianos, apesar de o deputado estadual e hoje candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (Psol) ter entregado ao prefeito um relatório completo da CPI das Milícias, onde constavam os nomes de todos os envolvidos.


O prefeito e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PMDB), confirmou, após o debate realizado pela Rede TV! e Folha de S. Paulo na noite desta quarta feira, que se reuniu com representantes de cooperativas de vans em 2009. Ele ainda admitiu que "parece que tinha alguns milicianos ali", mas que não tinha conhecimento da presença de criminosos no grupo.

O tema foi mencionado pelo candidato do Psol, Marcelo Freixo, durante o debate. O deputado estadual reiterou as acusações de que Paes se reuniu com milicianos. "Tem muito delinquente na política do Rio de Janeiro. Acho que não é o caso das pessoas que estão aqui hoje nesse debate", disse Paes.

Matéria originalmente publicada no Terra Notícias

ELEIÇÕES 2012: Eduardo Paes cai de skate e paga mico em 'visita' ao parque onde guarda municipal agrediu adolescente

Em época de eleição vale tudo, até fazer papel de idiota


O prefeito do Rio de Janeiro e candidato à reeleição pelo PMDB, Eduardo Paes, se reuniu no final da manhã deste domingo com os representantes da União Skate Rio (USR) e definiu um plano de gestão para a pista de skate do Parque Madureira. Esse foi o primeiro ato do prefeito depois que chegou da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres. Acompanhado de sua equipe de campanha, ele arriscou dar uma volta de skate, mas não mostrou muita intimidade com o esporte e acabou caindo.


Durante a inauguração do parque, o prefeito definiu o local como a "menina dos seus olhos". Na última terça-feira, o lugar foi palco de uma confusão envolvendo a Guarda Municipal (GM) e o skatista Pedro Henrique Ribeiro da Silva, conhecido com Neném, de 16 anos. Na ocasião, um video gravado por um frequentador do parque foi para noYoutube.


Paes andou de skate na pista ao lado do guarda municipal Daniel Firmino, de 28 anos, e de outros praticantes do esporte radical. Logo na primeira descida ele caiu, mas se recuperou e até fez manobras. Firmino, é Guarda Municipal há sete meses e pratica o esporte há quinze anos. Ele já foi campeão do Circuito Carioca de Bowl - uma das modalidades do esporte - e falou que ficou "triste" com a confusão entre o guarda e o skatista.



ELEIÇÕES 2012: Eduardo Paes comete gafe em publicação do Facebook

"Quando o prédio desmorona ou a encosta desliza é que as pessoas mais precisam de mim", afirmou atual prefeito. “Não precisamos de você quando tudo desaba. Precisamos QUE EVITE a desgraça”, disse outro usuário, o Anonymous Rio.


RIO - Uma frase infeliz e de interpretação dúbia fez a campanha à reeleição do prefeito Eduardo Paes retirar uma publicação do Facebook nesta terça-feira. Em uma montagem que pretendia enaltecer a presença de Paes no local do desabamento de três prédios no Centro do Rio, foi transcrita a seguinte frase do prefeito:

"Quando o prédio desmorona ou a encosta desliza é que as pessoas mais precisam de mim". A fala é sobreposta à foto de uma caminhada de Paes em meio aos destroços. O desastre ocorreu no dia 25 de janeiro, próximo ao Theatro Municipal.


A publicação gerou repercussão negativa, e a imagem começou a ser compartilhada e criticada por usuários da rede social. Posteriormente, ela foi apagada.

"Lamentamos, sinceramente, a interpretação equivocada gerada pelo post com a imagem do desabamento no Centro do Rio. Por isso, estamos removendo o mesmo", informou a página de Paes. Procurada pelo GLOBO, a assessoria da campanha ainda não se manifestou.

Na rede, o prefeito não foi perdoado:

“Como era ÓBVIO que ele ia apagar a imagem do perfil oficial, eu salvei aqui. É o famoso ‘está na internet, agora é para sempre’", diz Renato Borges.

“Dudu, não precisamos de você quando tudo desaba. Precisamos QUE EVITE a desgraça”, disse outro usuário, o Anonymous Rio.

ELEIÇÕES 2012: Procurador eleitoral considera ameaça de Eduardo Paes lamentável

Se o candidato peemedebista foi capaz de intimidar e ameaçar um procurador, imagine o que ele fará quando for questionado por um cidadão comum, caso seja reeleito.


RIO - O procurador regional eleitoral Maurício da Rocha Ribeiro criticou as ameaças feitas pelo prefeito Eduardo Paes e disse que está sujeito a críticas tanto da sociedade quanto de políticos, mas que não tolera a tentativa de intimidação de um membro do Ministério Público.

— Acho lamentável que o prefeito ameace um agente público no exercício das suas atribuições legais e constitucionais porque a função maior do Ministério Público Eleitoral é de coibir, eventualmente, os abusos ocorridos em campanha. Nada mais estou fazendo do que tentando trabalhar. Não posso temer o fato de estar trabalhando — afirmou Ribeiro.

De acordo com o procurador eleitoral, o prefeito tem o direito de prometer aumento de salário em um evento de campanha. Para ele, é facultativo a qualquer candidato expor suas ideias ou propostas neste período, “por mais que não possa ser cumprida”. Contudo, afirma o procurador, houve conduta imprópria da assessoria de comunicação da prefeitura que anunciou uma promessa de um candidato em um meio de informação entre a imprensa e a prefeitura. Pela legislação eleitoral, qualquer aumento a um agente público fica proibido de abril até o final de dezembro nos anos eleitorais.

Matéria originalmente publicada no O Globo Online

ELEIÇÕES 2012: Eduardo Paes ameaça denunciar procurador eleitoral

Nas eleições municipais do Rio de Janeiro, candidato do PMDB pode tudo e TRE faz vista grossa


RIO e LONDRES - O prefeito Eduardo Paes (PMDB), que tenta a reeleição, ameaçou denunciar o procurador regional eleitoral, Maurício da Rocha Ribeiro, ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) por causa das constantes críticas feitas pela Promotoria à postura do mandatário carioca nestas eleições. Em Londres, onde participa, nesta sexta-feira, da abertura dos Jogos Olímpicos, Paes chamou o procurador de “atabalhoado” e com julgamento “equivocado”.

— O procurador se manifestou mais uma vez de forma atabalhoada. Ele precisa ser mais imparcial nesta campanha eleitoral. É a quarta vez que se manifesta equivocadamente. Antes, tivemos episódios como as críticas do procurador porque eu, na condição de prefeito, recebi o Seedorf no Palácio da Cidade e visitei o Bairro Carioca com a presidente Dilma. Se isso continuar, vou encaminhar uma representação ao Conselho Nacional do Ministério Público — atacou Paes.

Matéria originalmente publicada no O Globo Online

LULA: O PAI DO MENSALÃO?

Na época do escândalo, o presidente Lula sabia do esquema do mensalão? Acho que não seja possível num governo com tantas pessoas próximas ao presidente, o mesmo não soubesse do esquema "VEM CÁ MEU BEM". Acredito que o Lula não comandava diretamente o mensalão mas, mandava operar, estava enfiado no esquema.
José Dirceu: "Presidente, precisamos votar um projeto de lei com urgência, mas não temos apoio suficiente no Congresso".
Lula: "Dirceu, resolve o problema com aquele dinheiro lá".

MENSALÃO: Marcos Valério revela que Lula era o chefe do maior esquema de corrupção da história

Segundo empresário, o ex-presidente teria se empenhado pessoalmente na coleta de dinheiro para a engrenagem clandestina, cujos contribuintes tinham algum interesse no governo federal. Tudo corria por fora, sem registros formais, sem deixar nenhum rastro.


Dos 37 réus do mensalão, o empresário Marcos Valério é o único que não tem um átimo de dúvida sobre o seu futuro. Na semana passada, o publicitário foi condenado por lavagem de dinheiro, crime que acarreta pena mínima de três anos de prisão. Computadas punições pelos crimes de corrupção ativa e peculato, já decididas, mais evasão de divisas e formação de quadrilha, ainda por julgar a sentença de Marcos Valério pode passar de 100 anos de reclusão. Com todas as atenuantes da lei penal brasileira, não é totalmente improvável que ele termine seus dias na cadeia.

Apontado como responsável pela engenharia financeira que possibilitou ao PT montar o maior esquema de corrupção da história, Valério enfrenta um dilema. Nos últimos dias, ele confidenciou a pessoas próximas detalhes do pacto que havia firmado com o partido. Para proteger os figurões, conta que assumiu a responsabilidade por crimes que não praticou sozinho e manteve em segredo histórias comprometedoras que testemunhou quando era o "predileto" do poder. Em troca do silêncio, recebeu garantias. Primeiro, de impunidade. Depois, quando o esquema teve suas entranhas expostas pela Procuradoria-Geral da República, de penas mais brandas. Valério guarda segredos tão estarrecedores sobre o mensalão que ele não consegue mais guardar só para si - mesmo que agora, desiludido com a falsa promessa de ajuda dos poderosos a quem ajudou, tenha um crescente temor de que eles possam se vingar dele de forma ainda mais cruel.

Feita com base em revelações de parentes, amigos e associados, a reportagem de capa de VEJA desta semana reabre de forma incontornável a questão da participação do ex-presidente Lula no mensalão. "Lula era o chefe", vem repetindo Valério com mais frequência e amargura agora que já foi condenado pelo STF. A reportagem tem cinco capítulos - e o primeiro deles pode ser lido abaixo:

"O caixa do PT foi de 350 milhões de reais"


A acusação do Ministério Público Federal sustenta que o mensalão foi abastecido com 55 milhões de reais tomados por empréstimo por Marcos Valério junto aos bancos Rural e BMG, que se somaram a 74 milhões desviados da Visanet, fundo abastecido com dinheiro público e controlado pelo Banco do Brasil. Segundo Marcos Valério, esse valor é subestimado. Ele conta que o caixa real do mensalão era o triplo do descoberto pela polícia e denunciado pelo MP. Valério diz que pelas arcas do esquema passaram pelo menos 350 milhões de reais. "Da SMP&B vão achar só os 55 milhões, mas o caixa era muito maior. O caixa do PT foi de 350 milhões de reais, com dinheiro de outras empresas que nada tinham a ver com a SMP&B nem com a DNA", afirma o empresário. Esse caixa paralelo, conta ele, era abastecido com dinheiro oriundo de operações tão heterodoxas quanto os empréstimos fictícios tomados por suas empresas para pagar políticos aliados do PT. Havia doações diretas diante da perspectiva de obter facilidades no governo. "Muitas empresas davam via empréstimos, outras não." O fiador dessas operações, garante Valério, era o próprio presidente da República.

Lula teria se empenhado pessoalmente na coleta de dinheiro para a engrenagem clandestina, cujos contribuintes tinham algum interesse no governo federal. Tudo corria por fora, sem registros formais, sem deixar nenhum rastro. Muitos empresários, relata Marcos Valério, se reuniam com o presidente, combinavam a contribuição e em seguida despejavam dinheiro no cofre secreto petista. O controle dessa contabilidade cabia ao então tesoureiro do partido, Delúbio Soares, que é réu no processo do mensalão e começa a ser julgado nos próximos dias pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa. O papel de Delúbio era, além de ajudar na administração da captação, definir o nome dos políticos que deveriam receber os pagamentos determinados pela cúpula do PT, com o aval do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, acusado no processo como o chefe da quadrilha do mensalão: "Dirceu era o braço direito do Lula, um braço que comandava". Valério diz que, graças a sua proximidade com a cúpula petista no auge do esquema, em 2003 e 2004, teve acesso à contabilidade real. Ele conta que a entrada e a saída de recursos foram registradas minuciosamente em um livro guardado a sete chaves por Delúbio. Pelo seu relato, o restante do dinheiro desse fundão teve destino semelhante ao dos 55 milhões de reais obtidos por meio dos empréstimos fraudulentos tomados pela DNA e pela SMP&B. Foram usados para remunerar correligionários e aliados. Os valores calculados por Valério delineiam um caixa clandestino sem paralelo na política. Ele fala em valores dez vezes maiores que a arrecadação declarada da campanha de Lula nas eleições presidenciais de 2002.

Matéria originalmente publicada na Revista Veja Online

MENSALÃO: Advogado de Jefferson pedirá inclusão de Lula como réu do mensalão


O advogado do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), Luiz Francisco Barbosa, pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) a inclusão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como réu no processo do mensalão. O requerimento será apresentado na sessão de segunda-feira, data da defesa do petebista em plenário. Ele pedirá a suspensão do julgamento para a realização de novas diligências que investiguem Lula ou, como alternativa, o destacamento de um novo processo, em que o petista seria acusado separadamente.

"O procurador-geral da República sugeriu que o presidente, que tem até título de doutor honoris causa, fosse um pateta. Mas ele tinha domínio de tudo", disse o representante de Jefferson ao site de VEJA.

Há poucas chances de o pedido prosperar, mas a solicitação de Barbosa pode retomar a discussão sobre a responsabilidade de Lula em um momento em que os holofotes estão voltados para o Supremo Tribunal Federal.

O advogado de Jefferson alegará que os três ex-ministros citados no processo, Anderson Adauto, Luiz Gushiken e José Dirceu, não tinham poder para enviar ao Congresso projetos de lei - segundo a denúncia do Ministério Público, o governo comprou o apoio de parlamentares para facilitar a aprovação de propostas no Congresso. Por isso, Lula era o maior interessado no funcionamento do esquema. E, mesmo depois de ter sido avisado por Roberto Jefferson sobre a existência domensalão, o então presidente não teria tomado providência.

Barbosa cita ainda outro episódio que envolveria o petista: Lula assinou a lei que alterava as regras para a operação de crédito consignado a aposentados: o BMG, até então fora do mercado, passou a participar do negócio. O governo ainda deu um auxílio extra ao enviar cartas a mais de 10 milhões de aposentados, convidando-os a emprestar dinheiro. "Em um ano, o BMG fez cinco vezes mais negócios do que a Caixa, que tinha um número de agências muito maior", alega o advogado. Só depois, afirma o defensor de Roberto Jefferson, é que a instituição bancária passou a abastecer o esquema do valerioduto, onde despejou cerca de 30 milhões de reais. Com o ato de ofício de Lula - a lei que favoreceu o BMG - ficaria reforçada a participação do petista no episódio.

Em ocasiões anteriores, Luiz Francisco Barbosa questionou o Supremo Tribunal Federal a respeito da ausência de Lula no processo. Em todas as vezes, a Corte se recusou a discutir o caso. Esta será a primeira vez em que a inclusão do petistacomo réu será solicitada diretamente. "O presidente terá de submeter o tema ao plenário", diz o advogado.

Matéria originalmente publicada na Revista Veja Online

MENSALÃO: Eduardo Paes que chegou a pedir o impeachment de Lula em 2005, hoje está ao lado do ex-presidente

DÁ NOJO!!!  Paes integrava a linha de frente da oposição nas investigações da CPI dos Correios. Chegou a sugerir a volta dos caras-pintadas às ruas, a exemplo das manifestações contra Fernando Collor de Melo. 


A crise do mensalão, que abalou e colocou em risco a continuidade do governo Lula em 2005, assumiu proporções tão grandes que o Palácio do Planalto não foi capaz de manter as rédeas sobre a investigação feita no Congresso em três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI). Foi nessa época, especialmente sob os holofotes da CPI dos Correios, que um grupo de parlamentares de oposição ganhou projeção nacional pelo rigor e pela artilharia contra a gestão petista. Sete anos depois, às vésperas do início do julgamento do maior esquema de corrupção já montado por um governo, alguns deles estão de mãos dadas com o PT em busca de

Um dos melhores exemplos é o ex-tucano Eduardo Paes (PMDB), que resolveu pegar carona na popularidade de Lula para se eleger prefeito do Rio de Janeiro. Na época, Paes integrava a linha de frente da oposição nas investigações da CPI dos Correios. Chegou a sugerir a volta dos caras-pintadas às ruas, a exemplo das manifestações pelo impeachment de Fernando Collor de Melo.

"Está na hora de os caras-pintadas da UNE (União Nacional dos Estudantes), que recebem recursos vultosos, deixarem de fazer passeatas vagas, como se o atual governo não tivesse relação com a corrupção", afirmou o então deputado de oposição Eduardo Paes, no ápice da crise de 2005.

Passado o escândalo e garantidos os dividendos políticos da sua exposição, o ex-tucano preferiu tomar outro rumo: aliou-se ao próprio Lula, em 2008, com o objetivo de disputar a prefeitura do Rio. No caminho de conversão ao lulismo, filiou-se ao PMDB pelas mãos do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.

Matéria originalmente publicada na Revista Veja Online

MENSALÃO: Marcos Valério ameaça revelar que Lula sabia de tudo e volta a chantagear ex-presidente e o PT

Denunciado pelo procurador-geral da República como o operador do maior esquema de corrupção da história, empresário responde por cinco crimes cujas penas, somadas, podem chegar a 43 anos de prisão


Um dos amigos mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Paulo Okamotto está há dois meses às voltas com uma missão: o ex-metalúrgico foi encarregado de manter sob controle – e em silêncio – o empresário Marcos Valério. Reportagem publicada em VEJA desta semana revela que, às vésperas do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), o empresário está chantageando mais uma vez Lula e o PT.

Denunciado pelo procurador-geral da República como o operador do maior esquema de corrupção da história, Marcos Valério responde por cinco crimes cujas penas, somadas, podem chegar a 43 anos de prisão. Em maio, ele fez chegar à cúpula do PT uma ameaça: estava decidido a procurar o Ministério Público para revelar detalhes de suas conversas com Lula em Brasília. O ex-presidente sempre negou a existência de qualquer vínculo entre ele e o operador do mensalão.

Paulo Okamotto, hoje diretor-presidente do Instituto Lula, entrou em ação para evitar turbulências. Ele admite ter participado de reuniões com Marcos Valério, mas diz que isso nada tem a ver com ameaças ou chantagens. Indagado se as conversas envolviam assuntos financeiros, ele explicou: “Ele tem uma pendêncialá com o partido, de empréstimo, coisa de partido”. Referia-se ao processo em que Valério cobra judicialmente 55 milhões de reais do PT, como pagamento pelos empréstimos fictícios que abasteceram o mensalão.

Okamotto concluiu, em tom enigmático: “Marcos Valério tinha relação com o partido, ele fez coisas com o partido. Eu nunca acompanhei isso. Então, quem pariu Mateus que o embale, né, meu querido?”

O advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, petista histórico e também integrante do círculo íntimo de Lula, foi destacado para descobrir se as ameaças, dessa vez, procediam. “Greenhalgh é o pacificador, é quem sempre dá as garantias a ele”, disse a VEJA uma fonte da confiança do empresário. Greenhalgh teria descoberto que tudo não passa de um blefe.

Blefando ou não, é no mínimo estranho que, sete anos depois do mensalão, Marcos Valério continue ameaçando o PT - e o PT continue assombrado com as ameaças de Marcos Valério.

Matéria originalmente publicada na Revista Veja Online

ELEIÇÕES 2012: Eduardo Paes fecha Farmácias Populares e população fica sem remédios gratuitos durante a Rio +20


Maria da Graça Silva, de 58 anos, não é especialista em sustentabilidade, nem acompanhou as discussões da Rio+20. O evento que mobiliza o mundo, entretanto, atingiu a vida da aposentada em cheio. Procurando um antibiótico para a mãe, de 85 anos, ela encontrou as portas da Farmácia Popular da Penha fechadas. Nas drogarias particulares - conveniadas ao programa do governo federal que dá descontos para a compra de remédios - o medicamento não é oferecido.

- Vim de Ramos só para comprar o remédio dela. É um desrespeito a farmácia estar fechada por causa desse feriado que criaram. Na drogaria, me disseram que não tinha desconto. Tive que dar um jeito de pagar R$ 22 - lamentou Maria da Graça.

A situação foi a mesma nas outras seis unidades da capital, que ficam na Central do Brasil, na Praça Quinze, na Ilha do Governador, em Manguinhos e outras duas em Copacabana. Desde quarta-feira, os funcionários foram liberados. As farmácias só serão reabertas na segunda.

A decisão fez o aposentado José Lamberto Ramos, de 62 anos, peregrinar pela cidade em busca de fraldas geriátricas para a tia doente.


- Passei a tarde indo de uma a outra, mas nada abriu. Achei que tinha mudado o horário, depois é que soube que tinha sido a Rio+20. Se eu comprar o pacote na farmácia comum, sai a R$ 10. Comprando na Farmácia Popular, cairia mais da metade do preço - reclamou José, em frente à unidade da Central do Brasil.

De quem foi a ordem?

Segundo o Ministério da Saúde, a decisão de fechar as Farmácias Populares foi da Secretaria municipal de Saúde, que seria a responsável pela gestão administrativa das unidades cariocas. Já a secretaria negou qualquer vínculo com as farmácias. A Secretaria estadual de Saúde também negou, por meio de assessoria de imprensa, ter ingerência sobre a rede.

Enquanto os governos municipal, estadual e federal decidem sobre a origem da ordem de fechamento, a aposentada Sueli Soares, de 60 anos, espera:

- Ainda tenho um pouco de omeprazol (remédio para o estômago) e vou aguardando. O atendimento aqui é bom e o preço também. Não podia fechar assim.

Matéria originalmente publicada no Extra Online

ELEIÇÕES 2012: Justiça obriga Sérgio Cabral e Eduardo Paes a dispor de mais leitos para o SUS

Governo Cabral ainda teve a petulância de questionar a decisão do Poder Judiciário, dizendo que o mesmo não pode se meter na política de saúde do Estado. Esta é a forma com que as autoridades reagem quando são incomodadas. Direito à saúde no Rio, só com intervenção da justiça!!!


Rio - A juíza Maria Teresa Gazineu, da 2ª Vara da Fazenda Pública da Capital, intimou os secretários de Saúde do Estado e do Município do Rio a apresentarem um cronograma para a ampliação de leitos e para o pleno funcionamento da Central Única de Regulação de Leitos.

A decisão foi dada na audiência de conciliação da ação civil pública proposta pelo Ministério Público realizada no último dia 18 e a apresentação do cronograma deverá ser feita na próxima audiência, marcada para o dia 6 de agosto.


Em agosto do ano passado, a juíza concedeu antecipação de tutela para que o Estado e o Município tomassem diversas providências em relação à quantidade de leitos no Sistema Único de Saúde, inclusive aumentando o número de leitos nos Centros de Tratamento Intensivo.

O Estado entrou com recurso, alegando que não há urgência na colocação de novos leitos, pois, segundo ele, o MP indica que seriam necessários mais 349 leitos para atingir o quantitativo de 1.601, mas já existem 1.621, além de ser inadmissível a intervenção do Poder Judiciário para que se obrigue a concretização de política pública de saúde. O recurso, porém, foi negado pela 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça.

Matéria originalmente publicada no jornal O Dia Online

ELEIÇÕES 2012: Setor do Hospital Municipal Miguel Couto é fechado após inspeção da Vigilância Sanitária

Fiscalização exigiu melhorias em central de esterilização que apresentavam goteiras e rachaduras. Este é o retrato da saúde pública na cidade do Rio de Janeiro


RIO - A central de esterilização do Hospital municipal Miguel Couto, na Gávea, foi fechada para obras depois de uma inspeção da Vigilância Sanitária do estado, na semana passada. O órgão não interditou o local, mas exigiu um plano de melhoria das instalações, que foi entregue no último dia 18 e deverá ser analisado semana que vem. Segundo profissionais da unidade, a sala onde são esterilizados material cirúrgico e roupas apresentava rachaduras no teto e goteiras.

Matéria originalmente publicada no O Globo Online

ELEIÇÕES 2012: Hospital Municipal Lourenço Jorge pede socorro

Esse é o padrão da saúde pública na cidade do Rio de Janeiro. Ausência de médicos, descaso e desrespeito. E aí, Eduardo Paes? Se fosse a sua mãe, tente se imaginar no lugar da família desta senhora. Acho que se o senhor fosse obrigado a utilizar os hospitais municipais, com certeza, a coisa seria diferente.


Uma idosa de 82 anos foi mais uma vítima do descaso com a saúde pública no Rio de Janeiro. Debilitada, com câncer terminal na garganta e necessitando sonda para se alimentar, buscou ajuda no hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na noite de domingo.

A sonda, ligada ao tubo digestivo, soltou-se e ela ficou impedida de se alimentar. Desesperada, a família foi surpreendida com a informação de que não havia clínico geral para atendê-la.


A ausência de médicos, já corriqueira, não foi o motivo maior da revolta da família. Em uma unidade pública de saúde, a orientação dada foi de "arrume um médico", como se ela ali não estivesse em busca de um.

Não bastasse isto, recomendaram um comprimido de dipirona e que retornasse à sua casa, em Jacarepaguá, pois "ia melhorar".

Sem outra alternativa - ela está entre os 74% da população sem plano de saúde, como constatou o IBGE, em 2008 - a senhora voltou para casa e permaneceu sem ter como se alimentar até a noite de ontem, quando voltaria a um outro hospital na expectativa de encontrar um clínico geral de serviço.

A constatação é óbvia: tão debilitada como a senhora que tem apenas 30 Kg, está a saúde no Rio, principalmente, a saúde pública.

Jornal do Brasil - Coluna Informe JB

ELEIÇÕES 2012: Idoso é mal atendido, volta para casa e Hospital Municipal Salgado Filho o declara morto

Esse é o padrão da saúde pública no Rio de Janeiro. E aí, Eduardo Paes? Se coloque no lugar da filha deste aposentado, se fosse com seu pai o senhor aceitaria este tipo de tratamento? 


Quando a filha de José Lopes, de 78 anos, voltou ao Hospital municipal Salgado Filho, na tarde de quinta-feira, 26, para reclamar do mau atendimento dado ao idoso, recebeu uma notícia surpreendente: segundo a unidade de Saúde, o aposentado estava morto. Horas antes, ao chegar à unidade para buscá-lo, a mulher de José, dona Dulce, de 76 anos, encontrou o marido caído na calçada em frente ao hospital. Ele estava assustado, desorientado e com dificuldades para andar.

- Meu pai chegou ao hospital e foi para a sala vermelha. Uma médica pediu exame, mas não tinha maqueiro para leva-lo até a sala de raios X. Minha sobrinha entrou lá e fez o trabalho, mas não deixaram ela ficar como acompanhante. Ele ficou sem cobertor, sem comida, nem tratamento e agora dizem que ele está morto. Nem com cachorro se faz isso - reclama a filha do paciente Leila Cristina Lopes Alves, de 51 anos.


Tudo começou quando o aposentado foi à Clínica da Família Heitor dos Prazeres, em Brás de Pina, para mostrar um exame. Durante o atendimento, ele desmaiou, ficou com a boca torta e o corpo gelado. A médica diagnosticou um princípio de enfarte e chamou o SAMU para levá-lo para uma emergência.

- Ela (a médica) falou 'Corre com ele, que ele está morrendo' e chamou a ambulância do SAMU para levá-lo para um hospital com mais recursos. Como podem não ter feito nada por ele no Salgado Filho? - lembra a neta, Suellen da Costa Vianna Lopes, de 24 anos.


José Lopes, de 78 anos, continua passando mal em casa após ser dado como morto no Hospital Salgado Filho Foto: Arquivo pessoal

Depois das quase 15 horas de internação, o hospital ligou para dona Dulce avisando que José estava de alta. Foi ao chegar, por volta das 9h, para busca-lo que a idosa encontrou o marido do lado de fora da unidade. Levado para casa, ele continuou passando mal, mas não quer voltar ao hospital porque tem "medo de morrer lá dentro". A família registrou a ocorrência na 23ª DP (Méier).

- Vamos processar a direção da unidade por isso. É uma injustiça que não pode ficar assim - afirma Leila.

A Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil informou por nota que "lamenta profundamente o ocorrido e determinou a abertura de sindicância para apuração rigorosa dos fatos e punição dos responsáveis".

Matéria originalmente publicada no Extra Online

ELEIÇÕES 2012: Passageiros pedem melhores condições de transporte na Ilha do Governador

Usuários também reclamam da superlotação nos ônibus da linha 323. "Os carros estão em péssimo estado, os motoristas falam ao celular, os trocadores raramente têm troco e, nos finais de semana, há poucos ônibus circulando",  enumera Nemesis Alice, moradora da Freguesia.


Reivindicações de melhorias nos serviços das empresas de ônibus que circulam pela Ilha são bastante comuns. Mas, segundo os leitores do Caderno Ilha, uma linha é hors-concours: a 323 (Castelo-Bananal).

— Os carros estão em péssimo estado, os motoristas falam ao celular, os trocadores raramente têm troco e, nos finais de semana, há poucos ônibus circulando — enumera Nemesis Alice, moradora da Freguesia.

Os usuários também reclamam da superlotação nos ônibus da linha 323.

— Já houve dias em que o contador que fica no painel do ônibus marcou cem passageiros. Isso é uma afronta para quem usa essa linha todos os dias — diz a assessora de imprensa Mayana Garcia.

O Caderno Ilha fez parte do trajeto da linha, indo da Estrada do Galeão até o ponto final, no Bananal, às 16h de uma sexta-feira, e encontrou o coletivo vazio. Na semana seguinte, numa segunda-feira, por volta das 17h, porém, o cenário era outro. O carro levou 20 minutos para passar pelo ponto na altura do número 2.000 da Estrada do Galeão, e, quando parou, atendendo aos sinais de dez passageiros, estava lotado. Procurada por e-mail e telefone desde o dia 16, a empresa Paranapuan, responsável pela 323, não respondeu até o fechamento da edição.

Matéria originalmente publicada no O Globo Online

ELEIÇÕES 2012: Voto nulo não anula eleição: juiz desfaz dúvidas do eleitor

Toda eleição é assim, porém no processo eleitoral deste ano uma determinada campanha está maior. Os eleitores têm sido bombardeados em prol do voto nulo, sob o pretexto de que se esses votos ultrapassarem 50% a eleição seria anulada. Um verdadeiro absurdo, pois não traduz a realidade.
"Se todos os eleitores resolvessem anular seus votos e somente um deles votesse num candidato, esse candidato estaria eleito, porque ele teve 100% dos votos válidos que, no caso, foi um voto. Legalmente ele estaria eleito", diz juiz da 81ª Zona Eleitoral, Fernando Luiz Gonçalves de Moraes.

LEIA A MATÉRIA NA ÍNTEGRA
O juiz eleitoral explica também as duas diferenças básicas entre voto em branco e voto nulo. Uma delas é a forma como o eleitor vota. Para votar em branco basta acionar na urna a tecla “branco”. Nesse caso o eleitor não vota em nenhum candidato, ele está simplesmente se omitindo de votar. O voto nulo consiste em o eleitor ter que digitar um número que não existe, de um candidato ou partido que não existe.

A outra diferença apontada pelo juiz eleitoral é o que significariam esses votos. O voto em branco dá uma ideia “de tanto faz, vou votar em branco porque ninguém me agrada ou não me interesso pelo processo eleitoral”. Já o voto nulo é o voto de protesto, “sou contra, não me identifico com ninguém, vou votar nulo para demonstrar meu protesto”. 

Fernando Luiz explica ainda que o único caso em que uma eleição pode ser anulada está previsto em lei: “Se a nulidade atingir mais da metade dos votos do país”... Por isso há pessoas que fazem confusão entre voto nulo e nulidade. “A nulidade demanda um processo judicial onde fique constatado que um candidato infringiu a lei eleitoral.

ELEIÇÕES 2012: Voto nulo não anula eleição, não serve como protesto, não vale nada


Fonte: Facebook

ELEIÇÕES 2012: Motoristas da Câmara do Rio ganham mais do que os próprios vereadores

Os 11 funcionários que trabalham para o legislativo recebem salário líquido acima de R$ 8 mil, sendo que a remuneração base fica entre R$ 1.629,77 e R$ 2.450,45 líquidos 



Matéria originalmente publicada no jornal Metro Rio

ELEIÇÕES 2012: Vereadora Patrícia Amorim empregou em seu gabinete 22 pessoas ligadas ao Flamengo e três familiares


Rio - A vereadora e presidenta do Flamengo, Patrícia Amorim, (PMDB) empregou em seu gabinete, durante os três mandatos, 22 pessoas ligadas ao clube e três familiares.

A denúncia é do canal ESPN/O Estado de S. Paulo. A Câmara Municipal não investigará a conduta dela, pois quando ela levou parentes para lá, há 11 anos, não havia a Lei do Nepotismo — em vigor desde 2008.

O marido, a irmã e a mãe de Patrícia foram exonerados até 2003. Segundo a Câmara, o fato de a vereadora colocar funcionários do Flamengo no gabinete não é quebra de decoro parlamentar.

Dos 22 nomeados do clube, dois continuam na Casa: Arnaldo Szpiro, diretor de basquete e membro do Conselho Deliberativo, e Cristina Callou, vice-presidente de Esportes Olímpicos.


Patrícia Amorim lota gabinete com pessoas do Flamengo e familiares
(ASSISTA AO VÍDEO)


Matéria originalmente publicada no jornal O Dia Online