sexta-feira, 10 de maio de 2013

Marco Feliciano diz que só deixa Comissão de Direitos Humanos da Câmara se os corruptos condenados no julgamento do mensalão deixarem seus cargos

A história desse pastor com a Comissão de Direitos Humanos tomou uma dimensão caricata e circense, tanto de um lado quanto do outro. Primeiro, porque essa comissão vale muito menos do que esse oba-oba que estão fazendo em torno dela. Por acaso, alguém lembra de algo significativo decorrente da ação de tal comissão antes da chegada desse pastor? Eu não me lembro de nada. 
Será que aquele espaço representa tudo ou pesa tanto quanto estão dizendo que pesa?

Imagem: Reprodução / Revista VEJA.com

Não me lembro de nenhum país que tenha passado por políticas de direitos humanos que tenha derrubado essas práticas através da Câmara dos Deputados. Países que derrotaram o racismo, a homofobia e as violências sistemáticas contra os direitos humanos, derrotaram porque foram para as ruas e compraram a briga. A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados é apenas um reduto de parlamentares focados na área.

Segundo, quem é essa figura do Feliciano? Isso é um bosta n'água sem nenhuma importância ou relevância, assim como, a comissão que preside. Então, parece que estão pensando assim: Se tirarmos ele de lá, estaremos resolvidos, o Brasil é um outro país. Parece que se derrubarmos esse idiota da presidência da comissão, estaremos redimidos na questão dos direitos humanos.

Como assim? Somos um país não racista e somos racistas, não preconceituoso e somos preconceituosos. Então, numa boa. O Brasil é racista pra cacete, a exclusão social em função da raça é enorme. A homofobia é gritante. Estão tratando a expulsão desse pastor como se fosse uma espécie de faxina. Prezados jornalistas, vamos parar com esse negócio de encher o saco com essa história de Feliciano. É ilusão achar que essa figura horrorosa é uma exceção de valores. Ele, se não representa, espelha uma parte importante da sociedade brasileira que é racista e homofóbica.

Quanto ao que o pastor disse a respeito de que só sairá de lá, se os petistas condenados pelo mensalão deixarem seus cargos também. Quer saber o que penso sobre isso? Acho que está coberto de razão. Ele não vale nada, mas tem gente que não vale nada e que foi condenado, coisa que ele não foi, e está ocupando posição mais importante e não perdeu o cargo. Esse idiota está certíssimo quando, malandramente, disse o seguinte: Vocês querem que eu saia daqui? Então, exonerem os condenados do mensalão!

A pouca vergonha na Câmara é tanta, que lá, bandido vira pra bandido e diz o seguinte: Ué, você tá me chamando de bandido? Você também é! Ué, você tá me chamando de racista e homofóbico? Mas você é corrupto! Então, se eu tenho que sair daqui, você tem que sair daí!
Esse é o padrão moral do Congresso. Dentro dessa lógica amoral e indecente da política brasileira, me desculpe, mas é isso mesmo. E parem de encher o saco em torno dessa discussão sobre tal pastor, esse cara é um zero à esquerda.

O problema é que se ele deixar a Comissão de Direitos Humanos, os presidentes dos partidos vão posar de paladinos da moralidade. Vão parecer que são gente séria porque tiraram o Feliciano de lá. E o dia seguinte? Isso mudará o que em torno do racismo e da homofobia nas pessoas?

Operação que matou traficante Matemático é investigada pela Corregedoria da Polícia Civil por ter colocado moradores em risco

Esse Matemático era um criminoso muito procurado, perigoso e assassino. Um meliante da pior espécie. No que diz respeito ao resultado da operação, gostaria de parabenizar os policiais da CORE e dizer o seguinte: É menos um vagabundo pra fazer barbaridades com pessoas inocentes que cruzam o seu caminho. Já foi tarde. Espero que esteja cuidando da contabilidade do Capeta lá no quinto dos infernos. Então, o resultado é positivo pela eliminação do canalha. A polícia está de parabéns porque conseguiu alcançar seu objetivo. Agora, vire a página e vamos analisar.

Extra Online

Não tem cabimento, de forma alguma, que uma autoridade policial abra fogo pra atingir o objetivo de alvejar um bandido, se essa atitude coloca em risco a minha família. Uma operação de helicóptero, àquela altura e considerando que os bandidos não estavam disparando do carro em direção ao helicóptero. Não tem cabimento que centenas de tiros sejam disparados por uma aeronave em movimento a uma altitude de sei lá quantos metros, com a possibilidade de não acertar o alvo. Porque ninguém consegue acertar um alvo a 100 metros em movimento. Por mais habilidoso que seja o piloto, o atirador vai balançar e trepidar dentro do helicóptero, dificultando muito o acerto do alvo. É quase uma fatalidade.

É uma operação de altíssimo risco. Me desculpe, mas nessas condições não dá pra ficar dizendo "dá, dá, dá tiro", "mete o dedo", "manda bala". Sabe porque? Porque do lado estão casas de pessoas que não se chamam Matemático. São crianças, mulheres grávidas, idosos e trabalhadores que estão morando alí. 

Então, uma operação policial não pode ignorar que o seu objetivo maior é preservar a vida dos cidadãos de bem. O segundo objetivo, a vida dos agentes públicos. Há um absurdo óbvio na natureza da operação que é sistemático na polícia brasileira. O desapreço e o desprezo pelos civis que possam estar na linha de tiro. A prova desse desprezo é a quantidade inumerável  de pessoas mortas em tiroteios da polícia com bandidos. É a quantidade de reféns mortos pela polícia em perseguições a bandidos.

Desde quando, bandido com refém pode levar tiro? Se levar, é claro que pode matar o refém. Assim como, é claro que esta operação que matou o Matemático poderia ter matado muita gente inocente na comunidade onde se deu o episódio cinematográfico. Poderia ter matado seu filho ou sua filha. Então nesse sentido, a gente não deve aprovar ou aplaudir essa operação da polícia.

Veja bem, não estou discutindo sobre o prisma dos direitos humanos do Matemático e da bandidagem que estava com ele. Eu quero que eles se lasquem. Estou falando dos direitos de quem está no bairro, de quem está na calçada. Como é que um policial manda bala assim? O fato é que essa conta não fecha pro pai da criança possivelmente atingida, não fecha pro filho órfão, não fecha pra viúva, não fecha pra grávida que teve a barriga perfurada, não fecha pro idoso que queria viver apenas em paz. 

Essa conta fecha quando a gente não leva o tiro, mas quando quem leva o tiro são os outros, a gente começa a falar que a polícia agiu bem. Lamentavelmente ela não agiu a despeito do resultado objetivo da operação ter sido a morte de um facínora. Infelizmente é um problema de cultura policial.

Tiroteios entre policiais e bandidos deixam cinco mortos no Rio

Essa cultura das polícias brasileiras de não levarem em conta a figura do civil é uma coisa absurda. Eles saem mandando bala e não querem nem saber. Policial que se depara com um bandido no meio da multidão de civis inocentes, não pode reagir da mesma forma quando se depara apenas com o bandido sozinho. O policial do Rio ignora a premissa de sua profissão que é a de proteger a vida. A PM ATIRA SEM PENSAR!!! Enquanto um figurão da política brasileira não sofrer as consequências destas ações inconsequentes, NADA VAI MUDAR e as mortes vão continuar acontecendo. Porque segundo a PM, faz parte do risco!!!

Revista VEJA.com

Não estou falando dos policiais bandidos que matam. Estou falando dos policiais de boa índole que matam por acidente de trabalho. Mas se este acidente acontece frequentemente, é notório que há um erro de procedimento nestas ações. Aí, eu te pergunto: Cadê o treinamento desses policiais? Será que estão sendo realmente bem preparados para enfrentar a criminalidade nas ruas do Rio?

Quero me dirigir ao governador Sérgio Cabral, ao secretário de segurança José Mariano Beltrame e dizer o seguinte: Vocês são uns BANANAS!!! É isso mesmo. Vocês são uns BANANAS!!! Se fosse a MÃE desses BANANAS, eu gostaria de saber o que iria acontecer.

O fato é que civis inocentes estão virando adubo todos os dias no Rio. Civil não vale nada. Refém não vale nada. O negócio é mandar bala. Essa lógica irracional e irresponsável tem que acabar na polícia do Rio.

Comissão de Constituição e Justiça do Senado votará proposta que reduz maioridade penal para 16 anos

Não vamos resolver o problema da violência envolvendo menores com a redução da maioridade penal. Eu entendo o clamor da sociedade, mais ainda daqueles que foram diretamente atingidos pelos crimes cometidos por menores. Como o pai de um jovem morto na porta de casa por causa de um celular ou a mãe de uma dentista que teve a filha queimada viva até a morte por um menor. Entendo que o sentimento ferido e a parte arrancada de cada um deles, justifique plenamente o desejo por justiça e sintam-se confortados e saciados com a punição dos criminosos.

Revista VEJA.com

Mas acho que a sociedade como um todo, tem a ilusão que a redução da maioridade penal vai resolver o problema. Esse é um dos muitos equívocos coletivos que se pode cometer, achando que se pode progredir, que se pode avançar. Mas que não se avançará.

A realidade brasileira propicia, fomenta e expande diariamente essa criminalidade precoce. Isso não é só figura de retórica. A impunidade é gritante e escandalosa na política, na gestão pública, nos contratos empresariais e tal. Essa impunidade notória na qual a justiça é cúmplice, faz parte desse meio de barbaridades. Faz parte deles.

Analisando a questão de forma fria. Me parece meio maluco um país capaz de absolver, tolerar, conviver e aceitar corruptos e criminosos do quilate que nós temos na vida pública brasileira, que são responsáveis por milhares de mortes em hospitais. Por milhares de futuros marginais de escolas que não funcionam e tudo mais. Não é possível que a gente conviva com isso naturalmente. Que vá ao carnaval todo ano e ache que tem que puxar o gatilho lá no andar de baixo. Lá na mais desvalida das camadas da sociedade brasileira onde não tem nada. Não tem saneamento, não tem horizonte, não tem emprego, não tem casa, não tem escola, não tem futuro. Enfim, não tem nada. NÃO TEM NADA.

Então quer dizer que vamos conviver com Renan Calheiros como presidente do Congresso e vamos mandar para cadeira elétrica o fulaninho de 15 anos do morro tal, que matou ciclano de maneira covarde. Esse troço não encaixa, não está encaixando.

Que tal esse clamor do público pela punição dos políticos? Porque de 4 em 4 anos a gente vai lá e vota neles. A gente está nesse jogo. A gente faz parte desse jogo.

AUXÍLIO-RECLUSÃO: Governo oferece mais apoio aos filhos dos bandidos do que aos filhos das vítimas

O auxílio-reclusão concede mensalmente um salário de R$ 915 às famílias dos detentos. O número de criminosos que requereram e obtiveram o benefício aumentou em 550 nos últimos 10 anos. O raciocínio que defende esse "auxílio-bandido" está baseado no fato de que, desamparada de seu mantenedor fosse ele criminoso ou não, a família dele com crianças fica muito mais vulnerável à atividade criminal. O gancho que a Veja está pegando é correto: O desamparo na vida das vítimas.

 Imagem: Reprodução / VEJA.com

O desamparo dos filhos das vítimas é, de fato, uma coisa assustadora. O Estado Brasileiro sendo o responsável pela segurança que não dá ao cidadão e co-responsável pelo assassinato da vítima, se OMITE diante das consequências desse assassinato para a família da vítima. Concordo inteiramente com essa abordagem crítica da Veja, mas descordo que a solução seja acabar com o auxílio-reclusão, embora essa linha de raciocínio irrite muita gente.

Supondo que um assaltante "pé de chinelo" seja preso e vá cumprir pena. É certo você dizer que o filho dele de 3,4 ou 5 anos mereça sofrer as consequências? Este castigo é tão absurdo quanto achar que o filho da vítima não mereça a consequência desse castigo, ou seja, não mereça amparo também.

Na verdade, o CRIMINOSO é sempre o Estado. Ele aproxima fios desencapados de pólos opostos. Nos aproxima do criminoso em atividade e fora de atividade. O Estado tinha que estar no MEIO dessa relação obrigatória e compulsória entre a sociedade vítima e a parte da sociedade criminosa. Porque os bandidos fazem parte da sociedade brasileira, suas famílias fazem parte desse contexto. Esta parte criminosa da sociedade tem que prover meios quando for presa, pra que de alguma forma a prisão funcione pra algum fim além da simples privação da liberdade.

Eu quero saber o seguinte da parte boa da sociedade, a não criminosa: O que vamos fazer? Aumentar as penas? Tudo bem, não sou contra; Diminuir a maioridade penal? Tudo bem, não sou contra, mas vai aumentar a população carcerária. Aí, o que o Estado tem que fazer? Construir presídios com estrutura e instalações adequadas para manter o preso trabalhando e gerando renda para sustentar seu filho aqui fora. Com isso, o Estado poderia dar mais apoio aos filhos das vítimas da sociedade criminosa.

A simples vontade de dizer que a coisa se radicalize, me parece que é apenas um discurso de desabafo. Acabar com o auxílio-reclusão sem criar condições REAIS para que essas coisas aconteçam e produzam os resultados esperados é uma bobagem, é uma ilusão.

A Veja está criticando a AUSÊNCIA de apoio do Estado aos filhos das vítimas e comparando com a presença do Estado no apoio aos filhos dos bandidos presos. Pergunto eu: Aos olhos de quem quer justiça, menos violência, mais crianças na escola e menos jovens vulneráveis à sedução do crime. É melhor largar um filho de preso à própria sorte ou dar a mãe dele condições de, pelo menos, manter um regime alimentar mínimo?

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Quando se paga o auxílio-reclusão

Comunidade Cerro-Corá é ocupada para instalação da 33ª UPP

Segundo o secretário de segurança, José Mariano Beltrame, a nova unidade será implantada em até 30 dias. Com isso, formou-se o chamado cinturão de segurança voltado para as áreas que vão sediar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Levando assim insegurança para a zona oeste e baixada fluminense que ficam fora da cobertura das UPPs. É claro e notório que houve migração de bandidos com a instalação das UPPs nas comunidades dominadas pelo tráfico. Um exemplo disso foi Niterói, em que o próprio Beltrame, depois de muito negar, não só admitiu como também providenciou reforço policial para a cidade vizinha.

Imagem: Reprodução / Jornal O Globo

É preciso utilizar a inteligência para melhorar a politica de segurança pública em todo estado e não só em algumas regiões. Porque não vai dar pra colocar uma UPP em cada comunidade do Rio. A criminalidade e a violência são assuntos que a política de segurança pública ainda deixa muito a desejar.

O modelo das UPPs encontrou um modus operandi para lidar com algumas áreas problemáticas. Ele não resolve o problema, mas resolve a chamada ocupação territorial. Com isso, dará ao estado a possibilidade de transitar por essas áreas que antes não podia. Só isso já melhora consideravelmente a possibilidade da comunidade de ter acesso a serviços e emergências que antes não tinha.

É bobagem imaginar que as UPPs vão acabar com o comércio e o tráfico de drogas. É bobagem imaginar que as UPPs vão acabar com os bandidos e traficantes, porque eles não são tão poucos assim, nem tão facilmente derrotados assim. Mas é para acabar com o avanço territorial da criminalidade. E isso já é um avanço muito importante.

Essa escolha seletiva das UPPs é compreensível porque os crimes cometidos nessas áreas, repercutem de forma negativa no exterior, com prejuízos muito grandes para o interesse coletivo da cidade. Então, eu concordo e compreendo que se faça essa seleção territorial para que esses crimes bárbaros contra turistas não aconteçam, preservando assim a cidade como um todo.

Portanto, não é a UPP do Cerro-Corá que está impedindo que o cidadão da Zona Oeste ou da Baixada do Rio tenha segurança. O Cerro-Corá também precisa ter UPP. Não podemos permitir que turistas dentro de uma van, a caminho do Cristo Redentor, sejam assaltados. Não é a UPP do Cerro-Corá que faz com que você tenha bandidos a mais em Niterói ou na Baixada. O que permite  que esses bandidos lá estejam, é a política de segurança pública que se omite em relação a essas outras áreas, se mostrando incapaz de enfrentar o problema.

Desembargador Siro Darlan manda soltar bandidos de alta periculosidade que invadiram Hotel Intercontinental em 2010

Numa atitude irresponsável ele devolveu às ruas bandidos perigosos que foram presos após invadirem hotel de luxo em São Conrado. Meu caro magistrado, irresponsabilidade não é ilegalidade, não é sequer uma informalidade. A pessoa pode estar dentro da mais absoluta legalidade e cometer uma grande irresponsabilidade. E foi absolutamente isso que o senhor fez.
Excelência, saia da soberba, saia do Olimpo e desça ao nível da Terra em que vivem e trabalham os cidadãos que lhe pagam o salário.

Imagem: Reprodução / Jornal O Globo

O magistrado Siro Darlan, reagindo de forma irresponsável à irresponsabilidade do Ministério Público do Rio que também não cumpriu o seu papel, a sua obrigação de dar ao inquérito o andamento que deveria dar, propiciou ao desembargador Siro Darlan, de responsabilidade equivalente, botar na rua uma quadrilha de bandidos da mais alta periculosidade.

O que mais precisaria ser invadido pra que o Ministério Público e o Tribunal do Justiça do Rio entendessem que a sociedade está sendo ameaçada pelos integrantes dessa quadrilha? Invadir um hotel com fuzis, fazer reféns para ajudar na operação de fuga de um traficante. Se isso não configura uma ameaça constate, eu não sei o que mais eles deveriam ter feito para continuarem presos.

Ah, mas o Ministério Público não me entregou um carimbo. Bom, um Ministério Público que sabe cuidar muito bem de suas prerrogativas, que sabe bater com muita força no peito pra gritar palavras de ordem, que sabe exigir suas mordomias, como muito bem as preserva e ostenta que tem lá seus aparatos e seu corporativismo e tal. Esse Ministério Público omitiu-se  irresponsavelmente e criminosamente na condução desse caso ao não entregar o papelzinho carimbado na folha três do processo. Por falta disso, o desembargador Siro Darlan equiparou-se à irresponsabilidade do Ministério Público e botou na rua os bandidos.

E agora estão os dois lados, Siro Darlan e Ministério Público, brigando através da imprensa pra saber qual é o irresponsável da vez. O Ministério Público exige que Darlan revogue o ato de liberdade concedido aos criminosos. E Darlan argumenta que não pode revogar porque faltam formalidades no processo. Como se não dependesse mais deles. "Olha que bonitinho!!!". Parece até que estamos diante de uma simples decisão burocrática pra voltar a prender os marginais.

Agora, não é o senhor Siro Darlan quem vai subir o morro para prender os bandidos de novo, nem o chefe do Ministério Público. Estes senhores continuarão em seus salões refrigerados com suas imunidades, suas garantias, suas inviolabilidades, suas independências e tal. Quem vai subir o morro é um soldado da polícia militar, um agente da polícia civil ou um sargento que ganha muito menos que os senhores pra botar a cara na reta e prender criminosos que já tinham sido presos.

Agindo dessa forma irresponsável, Vossas Excelências colocam em risco, mais uma vez, a vida de inocentes em um possível confronto armado entre policiais e bandidos nas ruas do Rio. Fico perplexo com isso e espero que suas Excelências entendam o meu comentário não como um ato de desrespeito. Porque é muito comum que as autoridades brasileiras, CHEIAS DE NÃO ME TOQUE, reajam sentindo-se ofendidas quando alguém diz o seguinte: Oh, o senhor incorreu num ato de irresponsabilidade. O senhor foi irresponsável para comigo, minha família e os demais cidadãos do Rio. Foi irresponsável para com os policiais que prenderam esses bandidos.

Gostaria de saber o seguinte: O que faltava nos autos do processo pra saber que esses bandidos representam um perigo à sociedade, Dr. Siro? O que esses marginais tinham que fazer de mais grave pra ficarem presos? Agora, ficam o chefe do Ministério Público e o desembargador Siro Darlan jogando xadrez com o destino dos outros.

Justiça do Rio tenta livrar a cara do ex-coordenador da Lei Seca acusado de atropelar e matar em Niterói

Segundo testemunhas do acidente, o ex-coordenador da Lei Seca, Alexandre Felipe Vieira Mendes, dirigia embriagado quando matou uma das quatro pessoas que atropelou. Ainda segundo as testemunhas, ele bateu num poste tentando fugir do local.
Qual o argumento de Vossas Excelências para desqualificar o caráter doloso do acidente? Ele foi o coordenador da Lei Seca do município de Niterói. Cansou de dar entrevistas enfatizando a importância de não misturar álcool e direção, chamando a atenção pelo fato disso ser um crime.

Imagem: Reprodução / Portal G1

Portanto, tinha plena consciência do risco resultante de beber e dirigir. Aí, o que ele fez? Encheu a cara e foi dirigir. Ao fazer isso, atropelou e matou. 

Você pode atropelar alguém? Sim. Porque isso pode acontecer com qualquer um de nós. Mas o que define se você é um canalha ou não é, acontece na sequência do acidente. E ele foi um canalha na forma como agiu. Se mandou do local, mobilizou seus cupinchas da prefeitura de Niterói e da Lei Seca para desfazerem evidências na área do acidente.

Isto só não foi possível porque moradores filmaram, fotografaram e impediram que o reboque da Lei Seca levasse o carro. Então senhor desembargador, Cláudio Tavares, está na cara que esse cidadão é um criminoso, ou melhor, agiu como um criminoso.

Operação Compadre da Corregedoria da PM prende 53 bandidos fardados que extorquiam trabalhadores no Rio

Parabéns a Corregedoria da Polícia Militar pelo empenho demonstrado em combater a corrupção, a bandalheira e as máfias instaladas dentro da PM e da Polícia Civil. Já tivemos várias operações da Corregedoria do Rio. Ela tem atuado em escala com provas, gravações de vídeos, flagrantes e tudo mais.
As atitudes das autoridades policiais são muito suspeitas. Não tem como 53 praças de um mesmo batalhão participarem de um ato sistemático desses, sem que a oficialidade do batalhão não soubesse. Eles instituíram uma espécie de organização com fluxo de caixa, rotina, horários e hierarquias.

Imagem: Reprodução / Revista Época

Eles extorquiam cerca de R$ 40 reais por dia de cada ambulante, comerciante, moto-taxista e por aí vai. Era uma máquina de fazer dinheiro. O grau de corrupção infiltrado na tropa da PM do Rio é assustador. Agora, na fase de julgamento dos réus, os processos serão dificílimo porque os advogados conseguem revogar expulsões. Já houve casos em que policiais militares foram expulsos, por crimes do mesmo gênero, e conseguiram regressar ao cargo. Enfim, são crimes que deveriam tramitar mais rápido para que a sociedade possa ter uma satisfação.

Vale lembrar que essa operação se deu após denúncias anônimas feitas através do telefone 3399-2140 da Corregedoria da PM.

DERROTA DAS UPPs: Comerciantes fecham lojas à noite por ordem de traficantes no Morro dos Macacos

— Qual o sentido de uma UPP num lugar em que a realidade é essa? A premissa das UPPs é a ocupação e o domínio territorial. Se a UPP não realizar o banimento dos traficantes em áreas de sua atuação, o projeto de segurança pública implantado pelo governador Sérgio Cabral e seu secretário José Mariano Beltrame, não vele nada. É puro oba-oba. É propaganda política.

Imagem: Reprodução / O Dia Online
                                 
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FRACASSO DAS UPPs: Comerciantes e empresários fecham as portas por ordem de traficantes do Jacarezinho

Traficantes impõem lei do silêncio em comunidade ocupada por uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) desde janeiro. Nesse contexto, as UPPs não valem nada. Se ações de bandidos como essas acontecem em áreas onde o Estado se fez presente através da ocupação territorial. Das duas uma, ou Sérgio Cabral e Beltrame acabam de vez com a circulação de marginais em áreas pacificadas, ou criam as UPPs para UPPs.

Extra Online

Polícia prende suspeito do atentado da Maratona de Boston

Cabe ressaltar aqui a rapidez com que os norte-americanos identificaram os autores do atentado. Esse caso foi uma agulha no palheiro como qualquer outro. Mas os caras em menos de uma semana capturaram os responsáveis e encerraram o caso. Tudo lá é muito rápido quando precisa ter a comprovação da competência do Estado. A máquina pública dos EUA funciona muito bem quando é desafiada a funcionar.
Pra nós, é ótimo num certo sentido porque a gente pode se perguntar cada vez mais: Por que lá funciona e aqui não? Não é por falta de funcionário, muito menos por falta de dinheiro porque todo ano o Brasil bate recorde em arrecadação de impostos. É uma questão cultural de incompetência. O Estado brasileiro vive pra ele, é corrupto, inconsequente, ineficiente e insensível. Não quer nem saber da sociedade.

Revista Época

Enquanto isso, no Brasil...

Reprodução: Capa do jornal Extra

Polícia Militar do Rio de Janeiro tem o maior número de bandidos fardados do país, diz pesquisa

A Polícia Militar do Rio de Janeiro está no topo do ranking da extorsão policial no país. Do total de pessoas achacadas por policiais militares, 30,2% são do estado. O dado faz parte da Pesquisa Nacional de Vitimização, encomendada pelo Ministério da Justiça e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento ao instituto Datafolha, e obtida com exclusividade pelo EXTRA. Segundo o levantamento, o estado tem mais vítimas desse crime do que todos os demais estados da Região Sudeste somados, inclusive São Paulo, que tem a maior população e a maior corporação militar do país. (Extra)

Imagem: Reprodução / Extra Online

Em 18 de abril de 2009, três jovens saíam de uma pizzaria quando perceberam que um pneu do carro estava furado. Pararam o veículo e foram surpreendidos por policiais militares. O trio foi revistado e apresentou o documento do automóvel. Não havia irregularidades. Ainda assim, os militares exigiram um pedágio — este foi o termo usado — de R$ 300. Nenhum dos três tinha a quantia pedida. O tapa na cara que o sargento Marcelo Barbosa Rocha deu em Y. inaugurou uma série de ameças e extorsões de que o grupo seria vítima e só punidas há duas semanas, com a condenação de dois policiais.  (Extra)

É duro você lidar com uma notícia dessa e conviver com um fato desse. É duro você estar num Estado como o nosso e que uma pesquisa mostra que temos a polícia militar mais corrupta do país. É uma coisa simplesmente humilhante pra todos nós. São crimes diversos, mas o crime medido pela pesquisa foi o de extorsão, aquele que mais comumente atinge você na blitz, na abordagem na rua, aquela coisa que agente conhece. PM corrupto tem que ir pra em cana, uma autoridade fardada com arma na cintura que comete crimes é um vagabundo, um criminoso da pior espécie. Tem que ir em cana!!! 

A carreira pode não ser uma maravilha, mas está longe de ser um trabalhador jogado debaixo da ponte. Ah, mas se ele for expulso vai virar mão-de-obra para as milícias. Ué, prende ele outra vez, mete em cana novamente!!! Pau no burro!!! E mais, a PM podia atuar preventivamente e de forma mais eficaz nessa coisa da extorsão. Se os comandantes de batalhão baixarem normas estabelecendo ou proibindo determinados procedimentos, a margem de manobra pra banda corrupta extorquir vai diminuir. 

Se o comandante disser: Soldado, sargento, cabo ou tenente que tiver aqui com viatura parada, bloqueando rua em blitz e que não tenha a presença de outras viaturas ou uma determinação do comando, vai pegar prisão administrativa. Na mesma hora, 30% das extorsões na área vão diminuir porque são feitas assim. Quando a PM começar a atuar no varejo e na prevenção, a coisa vai melhorar. 

BANDIDOS FARDADOS: PMs são flagrados extorquindo dinheiro de motoristas em blitz

As corporações policiais no Rio de Janeiro estão fora de controle, no que diz respeito a violência e o desvio de conduta. Se a luz do dia fazem isso, imagina num beco ou rua escura! Uma autoridade, seja ela qual for, não pode cometer delito. Senão, pra que serve a instituição?

Imagem: Reprodução / Jornal Extra

Dia 3 de outubro, às 16h, os cabos Rogério Jardim de Assis, Wellington Moises Melo de Oliveira e Bruno Oliveira da Silva, do 41º BPM (Irajá) param um motorista, na Estrada do Camboatá, em Guadalupe. Com carro irregular, lhe é exigido R$ 50 para a sua liberação. O motorista, então, apresenta uma nota de R$ 100 e, parado, espera R$ 50 de volta. Neste momento, um dos PMs pergunta: “Já viu policial dar troco?”. Diante da contestação da vítima, o militar entrega R$ 20 e questionou: “Tá bom assim?" — resultando no valor total de R$ 80 de propina.


O flagrante faz parte da investigação da Corregedoria da corporação, que resultou em um processo que tramita na Auditoria Militar. Quatro cabos, três soldados e um terceiro-sargento — todos lotados no 41º BPM — são acusados de concussão — por terem exigido dinheiro de motoristas que estavam com irregularidades nos veículos ou na documentação.

Os PMs foram pegos em quatro operações (blitz) feitas à luz do dia, em duas ruas movimentadas da Zona Norte, em vídeos feitos pela própria corporação. A prisão deles, no entanto, foi indeferida pela Justiça e, agora, o Ministério Público espera tomar ciência do despacho para recorrer da decisão. A partir de hoje, eles irão responder ao Conselho Disciplina, trabalharão administrativamente e terão porte de arma e carteira funcional cassados até a conclusão do processo.

De acordo com a denúncia do MP, depois de abordados, os motoristas confessaram a Corregedoria que pagaram propinas. Os flagrantes foram feitos nos dias 4 de setembro e 3 de outubro, na Estrada do Camboatá, em Guadalupe; e nos dias 10 e 25 de setembro, na Rua Alcobaça, em Anchieta. Nas quatro ocasiões, os policiais atuaram da mesma forma: abordavam os carros e, ao perceberem que os motoristas não tinham habilitação, IPVA pago ou vistoria anual feita, exigiam certa quantia para a liberação.

— É a famosa política do cafezinho, que tem que acabar. Os policiais não podem cobrar e as pessoas não podem pagar — resumiu o promotor Bruno dos Santos Guimarães, da Auditoria Militar.

No dia 4 de setembro, o terceiro-sargento Edmilson Carrarini Leal, o cabo Júlio César dos Santos Pereira e o soldado Hugo Luiz Barbosa Camargo abordaram um motorista com licenciamento atrasado, em frente ao Atlético Clube Nacional. Foi exigido R$ 40, mas a vítima disse ter apenas R$ 20. Informado que era pouco, pegou o resto com a mãe. Seis dias mais tarde, um motorista não habilitado foi parado pelos mesmos PMs. Ao informar que não tinha os R$ 50 pedidos, foi a um caixa eletrônico e, ao voltar, entregou o valor.

No dia 25 de setembro, os cabos Rogério Jardim de Assis e Bruno de Oliveira Silva e os soldados Jonatham Soares Lucas e Jonas Amorim Pinto pararam um motorista de van e constataram, erradamente, que sua habilitação era falsa. Os militares algemaram a vítima por 40 minutos e o colocaram dentro da viatura. O dono da van foi chamado e pagou, segundo o motorista, R$ 170. O motorista ainda deu os únicos R$ 10 que tinha na carteira.

Entrevista: Bruno dos Santos Guimarães - Promotor de Justiça

As imagens surpreendem?

Não surpreendem. A gente sabe que isso acontece com frequência, infelizmente. A diferença é que a Corregedoria quer pegar isso (as irregularidades). Mas moro no Rio de Janeiro e, como todo carioca, conheço bem a Polícia Militar.

Matéria originalmente publicada no Extra Online

Protesto contra privatização do Maracanã complica trânsito no Rio de Janeiro

Senhores manifestantes, não encham o saco da população. As pessoas concordam com o mérito da manifestação. Mas diz pra mim, qual é o sentido dessa palhaçada de fechar o trânsito? Ninguém é contra o que vocês estão defendendo, ao contrário, a população está do lado da manifestação. Pra que fechar a rua? O que ganham com isso? São uns idiotas, uns palhaços!!! Não dá pra fazer a manifestação nos jardins do Palácio Guanabara? Que falta de respeito é esse!!!
A cidade fica refém de 200 babacas do PSOL e do PSTU que resolvem se juntar e transformar a vida de 1 milhão de pessoas num inferno. Não são elas o alvo da manifestação.

Jornal O Globo
O Governo do Estado contratou a empresa "X" para fazer um estudo de viabilidade para concorrência ou exploração de um negócio. E aí, essa empresa "X" se inscreveu na concorrência para disputar esse negócio. É claro que tem uma amoralidade mínima aí!!!     

Volta e meia o senhor Eike Batista está envolvido em algo polêmico junto com Sérgio Cabral em relações que podemos chamar de promíscuas. É notório a pouca observância do governador nos contratos que negocia em seu governo. Isso é notório no caráter moral de sua gestão.

Toda hora esse Eike Batista está metido numa confusão, numa coisa controversa que resvala sempre numa meia maracutaia ou numa maracutaia inteira. Tudo que envolve este senhor tem uma coisa suspeita, algo por fora, uma licença polêmica e esquisita. A população das regiões onde  suas empresas atuam se sente prejudicada e ofendida. A verdade, é que falta uma visão mais crítica da imprensa brasileira, principalmente do Rio, sobre o senhor Eike Batista. 





Rio de Janeiro perde mais uma emergência pediátrica por falta de médicos e material hospitalar

— Esse é o retrato 3x4 da saúde pública. Esse é o círculo vicioso da política no Brasil. Enquanto os políticos opositores almejam o lugar dos atuais, os políticos responsáveis estão ocupados com as eleições. São a mesma merda. O mesmo lixo.

Imagem: Reprodução / Agência Brasil

Rio de Janeiro tem o 5º acidente grave com ônibus em menos de um mês

Um ônibus da linha 435 (Grajaú x Gávea) bateu em um carro e subiu a calçada na esquina das ruas Visconde de Pirajá e Garcia d'Ávila, em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (17), segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio. Às 8h50, o Corpo de Bombeiros informou que quatro pessoas ficaram feridas e foram atendidas no local. (G1)

Imagem: Reprodução / Portal G1

Qual o motivo de mais um acidente com ônibus no Rio de Janeiro? O transporte coletivo sempre foi alvo constante de reclamações. Quer pelo despreparo e má conduta dos profissionais. Quer pela má qualidade da conservação dos veículos, muitos deles com baratas, com sujeira e muito mais. Quer pela falta de manutenção técnica e mecânica. Quer pela ausência de fiscalização.

No caso das vans, a fiscalização é muito mais frequente em cima deles. Mas, não produz resultado porque, provavelmente, esta fiscalização é pra tomar dinheiro. Não é rigorosa pra fazer o serviço ficar melhor. Nos ônibus, a fiscalização parece ocorrer para produzir efeito propagandístico. As empresas de ônibus são pouco multadas e quando são autuadas não as pagam.

A Câmara  dos Vereadores tem uma bancada financiada pelos donos de empresas de ônibus. É um escândalo a influência e a presença dessa gente dentro do poder público do Rio e dos municípios da região metropolitana. Essa é a caixa preta do transporte coletivo que não é nem melhor, nem pior. Mas é igualmente ruim quando comparado ao transporte de massa como barcas, trens e metrô. Enfim, é um horror a qualidade do transporte da população do Rio de Janeiro.

Rio de Janeiro é eleita uma das cidades turísticas mais sujas do mundo. E aí, Eduardo Paes?

SÃO PAULO – A cidade do Rio de Janeiro é considerada uma das cidades mais sujas entre as 40 mais importantes cidades turísticas ao redor do mundo. De acordo com o levantamento realizado pelo TripAdvisor, o local ficou na 32ª posição do ranking. Outras cidades que também foram classificadas como as mais sujas foram Bombaim, no último lugar, Marraquexe (39º), Punta Cana (38º) e Bangkok (37º). (UOL Notícias)

Imagem: Reprodução / UOL Notícias

Cidades que pretendem ser pólos turísticos como o Rio pretende, que tem feito investimentos naquilo que ela própria entende como vocação natural, não pode deixar que a cidade vire um lixão à céu aberto.











DESSERVIÇO: Jornal Extra diz que cidade do Rio de Janeiro está mal-assombrada

Para justificar a onda de acidentes com ônibus e livrar a cara das autoridades, a Rede Globo representada pelo jornal diz que a culpa são dos fantasmas que estão aterrorizando a cidade. Segundo o Extra, não é incompetência do prefeito, muito menos da sua relação ordinária com os empresários de ônibus. Mas sim, da invasão de espíritos que assola a cidade. É impressionante essa relação promíscua de cumplicidade entre a imprensa do Rio, entenda-se as Organizações Globo, e os senhores Eduardo Paes e Sérgio Cabral. Está sempre publicando essas matérias ridículas com o intuito de ludibriar o povo.

Imagem: Reprodução / Extra  Online

Os Caça-Fantasmas / Imagem: Reprodução / Internet

Desserviço público: Prefeito Eduardo Paes decretou ponto facultativo dia 22 no Rio

— Não funcionaram postos de saúde e clínicas da família. Em plena campanha de vacinação da gripe na rede municipal, prefeito concede esse "mimo" ao funcionalismo público. Órgão público, seja ele municipal ou estadual, não precisa de folga para trabalhar melhor. Servidores têm hora exata pra entrar e sair da repartição. E se tiver uma oportunidade de chutar o balde, eles chutam mesmo. E não adianta ficar ofendido porque é uma verdade que a população conhece. O que eu não entendo é como Eduardo Paes, que tem a pretensão de ser um político inovador, consegue manter essa tradição ordinária, anacrônica e absurda de dar ao servidor público um dia de folga, no qual todos estão trabalhando.

Imagem: Reprodução / Extra Online

Quer dizer, o ponto facultativo só presta pra funcionário público. Acaba sendo um feriado a mais pra ele. Porque bancos, empresas, comércio, escritórios de advocacia e contabilidade trabalham normalmente. Então, que história é essa de deixar o servidor público não trabalhar? A ausência dele faz falta! Repartição fechada cria problema pra gente! Onde já se viu fechar posto de saúde, em pleno dia útil, por causa de um feriado no dia seguinte! Diz pra mim o que é isso!

Depois os governantes ficam ficam ofendidos porque alguns veículos de imprensa caem de pau em cima deles. A verdade é que esses políticos não têm vergonha na cara! Não vou culpar isoladamente o servidor que tira proveito dessa situação. A culpa é do prefeito que concede o ponto facultativo.

Se o servidor público tem 30 dias de férias como qualquer cidadão. Se ele goza de outros privilégios que trabalhadores comuns não gozam como: Estabilidade, indemissibilidade e aposentadoria integral com remuneração próxima a da ativa. Que porcaria é essa, na qual o servidor descansa mais do que um trabalhador comum descansa! É carga de trabalho a mais? Não é verdade. Aqui ou alí, você pode ter uma sobrecarga em determinado período, mas na média o voo é tranquilo.

Portanto, não tem esse papo. Eu quero que você trabalhe como eu trabalho. Eu quero que você corresponda ao meu imposto. Eu quero que a repartição esteja funcionando quando precisar de você. E que esteja com um sorriso no rosto. Merecemos isso.

Prefeito Eduardo Paes e governador Sérgio Cabral, como ambos controlam as casas legislativas do Município e do Estado do Rio, revoguem essa palhaçada de ponto facultativo. Parem com essa invenção maluca!!!

A qualidade da política brasileira

A política praticada neste país está muito abaixo da qualidade que a sociedade já tem. Você pode dizer que a qualidade da imprensa brasileira não é a melhor de todas, de fato, não é. A qualidade de várias instituições e meios de representação também não, mas poderíamos dizer que essa qualidade, seja ela qual for, está mais ou menos de acordo com aquilo que nós chamaríamos de qualidade da sociedade brasileira.

O Brasil com as suas carências e deficiências, tem uma imprensa com carências e deficiências, tem um judiciário com carências e deficiências. Enfim, tem várias instituições, várias representações da própria sociedade cuja qualidade oscila mais ou menos no nível que oscila a qualidade da sociedade brasileira. No caso da política, a sua qualidade está muito abaixo da qualidade do povo brasileiro. É disparado o pior segmento de todos que nós temos organizados no país.

A saúde no Brasil é uma bomba, mas ela é melhor que a política brasileira. A educação pública brasileira é uma bomba, mas ela é melhor que a política brasileira. O judiciário é uma bomba, é lento, é injusto, é amarrado e tem muita corrupção. Mesmo com tudo isso, ele ainda é melhor que a política brasileira. O pior do Brasil está na política brasileira.

Há exceções? Sim, há exceções. Aí, você vai lá e pega como algo menos pior Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Mas eles não mudam a realidade da política brasileira, nenhum deles mudam. Quando chegam ao poder, se acumpliciam com aqueles negócios, com aquelas figuras, com aquelas práticas e tal. Ou pecam por omissão ou pecam pela parceria e pela sociedade entre eles. No Congresso, as exceções são minorias que servem apenas para legitimar os atos da maioria corrupta e preservar a imagem da instituição pública.

O fato é o seguinte, enquanto eles não tiverem a coragem de virar a mesa em Brasília pra dizer aos políticos corruptos que: Acabou!!! Chega!!! Não vai mudar nada. E aí, pra mim, são todos iguais.

FALSA GUERRA: Comissão aprova projeto que dá direito ao Congresso de derrubar decisões do STF

— Não tem guerra nenhuma. O Supremo Tribunal Federal e o Congresso estão trocando farpas a mais de uma semana. Mas como eu sei que eles são farinha do mesmo saco e sempre foram, todos os políticos vão se compor rapidinho. E tudo que a gente estava chamando de guerra institucional, vai virar pó. Não vai acontecer nada. 

Imagem: Reprodução / Estadão.com.br

Supremo Tribunal Federal pode fazer novo julgamento e não aplicar penas aos réus condenados do mensalão

— Depois de atrair a opinião pública para acompanhar o julgamento do supremo. Depois de ter divulgado condenações de um processo que se arrasta a mais de 5 anos. Depois de ter anunciado que essas condenações implicavam em prisões e tudo mais. O STF vai voltar atrás pra dizer que o que foi dito não está dito, não vale. Quem seria preso não será mais. Não estou nem analisando a culpa dos réus. Faz de conta que eles são sagradamente inocentes. Mas que nos processos, os ministros concluíram que eles são culpados. Em suma, foram julgados e condenados pela mais alta côrte do país.

Imagem: Reprodução / Estadão.com.br

Aí, sei lá quantos meses depois, a mais alta côrte do país diz o seguinte: Ah, não é bem isso. Vamos voltar atrás. Me parece que vamos caminhar para um escândalo gigantesco que reforça a imagem de impunidade que predomina no Brasil. Esse sentimento de impunidade se justifica porque é uma verdade predominante. E ele é maior ainda porque se dá nos altos escalões. Essa gente está blindada por ela própria. O estado brasileiro blinda a si e aos seus agentes como a sociedade é incapaz de se blindar. 

Num país onde a sensação de impunidade é plena, e que ela privilegia muito mais quem está no andar de cima do que no de baixo. Que está discutindo a redução da maioridade penal de forma apaixonada, porque quer reduzir a impunidade. Gente querendo fazer como na Inglaterra. Lá, a partir dos 13 anos, o cara responde criminalmente pelos seus atos.

Concordo que o sentimento de revolta e indignação produzem um debate voltado para a redução da maioridade penal, porque a sociedade brasileira não aguenta mais tanta impunidade. Então, vamos supor que a lei seja aprovada e ponha os garotos na cadeia. Vamos nessa! Pau no burro!

Aí, lá no alto escalão, o Supremo Tribunal Federal libera políticos, empresários, ministros e ninguém vai em cana. Depois do mensalão do PT, vem o mensalão tucano que envolve os figurões do PSDB. Vamos nessa, a vida segue. Aí, você se pergunta: Alguma coisa está fora da ordem?

Uma sociedade que quer botar na cadeia jovens criminosos de 15 anos e deixá-los poe lá 30 anos, não quer se vingar, ela quer o fim da impunidade como instituição nacional. Impunidade essa que poupa o funcionário público, que poupa o banqueiro, que poupa o policial militar, que poupa o ministro. Enfim, que poupa toda categoria que tem poder nesse país. Será que o fim da impunidade será mais objetivo se ela acabar a partir do mais alto escalão? E desse mais alto escalão vir contaminando a sociedade brasileira. Ou acabará começando num moleque de 13 anos?

Pra gente fazer da cadeia e da impunidade um exemplo, é preciso que ele comece em quem tem poder pra propagar esse exemplo. E quem tem esse poder é a mais alta côrte. É preciso que as leis sejam aplicadas nos maiores figurões do país. Porque se ficar prendendo só o pé de chinelo da esquina, por mais que ele tenha cometido um crime bárbaro, o quadro social não mudará. A relação de impunidade não mudará. O sentimento de que estamos sendo manipulados não mudará e a vida continuará do jeito que está.  

Se você está numa tribo, quem dá o exemplo é o cacique, é o chefe, é o líder, é quem está no topo. Aí, essa tribo é submetida aos rigores de uma vestimenta de lã até o pescoço com manga comprida por causa do pudor durante 365 dias. E só o cacique fica andando nu. É notório que o efeito propagador desse mau exemplo é dilacerante. Aí, você pega uma criança indígena correndo sem roupa na tribo nesse contexto. Você concordará que o efeito propagador do mau exemplo pela criança é quase nulo.

Então, é mais ou menos isso que estou repercutindo.

Juízes e desembargadores do Rio podem receber auxílio-moradia retroativo

— Mais um escândalo no poder judiciário do Brasil, desta vez, envolvendo magistrados do Rio de Janeiro. Trata-se de um projeto que prevê o pagamento de auxílio-moradia para juízes e desembargadores do Estado, acompanhado de um absurdo adicional; o pagamento de auxílio-moradia retroativo. O que justifica a retroatividade? Supondo que a qualidade do serviço prestado pela justiça fosse uma maravilha e não a coisa indigente que é, o absurdo que é. Torturando as pessoas pela demora, pela falta de atendimento decente, pela perda de processos etc e tal. Supondo que funcionasse as mil maravilhas e o orçamento não estivesse ameaçado, ainda sim, essa iniciativa do auxílio-moradia é imoral e absolutamente indecente.

Imagem: Reprodução / Rádio Globo

Me parece que a percepção dessa imoralidade é tão latente, que a presidente do Tribunal de Justiça do Rio preferiu sair pela tangente na abordagem do assunto quando foi questionada pela imprensa, diante da manifestação do Sindjustiça. Autoridades que tem consciência da lisura, da moralidade e do primado ético não receiam discuti-las abertamente com a sociedade.

Prezados do Tribunal de Justiça do Rio e da Assembléia Legislativa, por favor, não cometam essa molecagem, essa indecência, essa imoralidade. Vocês não têm o direito moral de fazer isso. O dinheiro é meu, é dos trabalhadores, é do meu imposto. Não usem o dinheiro público para essa "bordelização" em benefício próprio.

E não venham achar que o cidadão não pode se dirigir à vocês nesses termos, em função dessas circunstâncias. Excelentíssima presidente do Tribunal de Justiça do Rio, a senhora tem o dever moral de barrar, pela posição que ocupa, essa imoralidade. Não há aceitação possível na retroatividade baseada nesses termos para a aplicação do auxílio-moradia. O dever do funcionalismo público é servir a sociedade e não se servir do dinheiro público.

O meu ponto de vista, assim como de todos os cidadão, termina na questão central: O projeto é imoral, é indecente, é inaceitável, é uma cusparada na cara do contribuinte. Espero que o Tribunal de Justiça e a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro tenham  o mínimo de pudor ao lhe dar com essa questão.

Desembargador revoga liminar da juíza Simone Gastesi Chevrand que proibia protesto contra a CCR Barcas

Atendendo aos interesses da CCR Barcas, a juíza não só proibiu a manifestação democrática que usuários realizariam contra o aumento da tarifa, como também impôs uma multa de R$ 5 milhões contra o estudante de Direito que estava organizando o protesto. Uma atitude pra lá de suspeita e autoritária que favorecia os empresários das barcas. O desembargador Gilberto Campista Guarino, da 18ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, caçou essa liminar com a seguinte alegação: "A decisão da juíza fere as garantias de liberdade de manifestação de pensamento, além de ofender o disposto no artigo 5º, inciso 16º da Constituição do Brasil, segundo o qual, todos podem se reunir pacificamente sem armas em locais abertos ao público, independentemente de autorização. Desde que, não frustem outra reunião convocada para o mesmo local. Sendo apenas exigido um prévio aviso à autoridade competente". 

Jornal O Globo - Coluna Ancelmo.com

Lamentavelmente, o pior desse ato arbitrário foi ter frustrado, inibido e intimidado cidadãos que raramente se manifestam nesse país. E por causa disso, esse país é o que é, tem a justiça que tem e tem os governantes que tem. Esses manifestantes iam reivindicar um direito justo de serem respeitados por um serviço público que não os respeitam e o direito de não pagar mais por um serviço público que já não vale o que está sendo pago por eles.
A senhora, doutora Gastesi, associou a filosofia da sua liminar à lógica perversa e cruel com que a CCR Barcas trata milhares de cidadãos que lhe pagam o salário, desculpe lembrá-la.