domingo, 4 de agosto de 2013

Equipe da Rede Globo é expulsa por manifestantes durante protestos contra a Copa das Confederações

Manifestantes que se concentraram na Praça Saens Peña, na Tijuca, zona norte do Rio, hostilizaram uma equipe da TV Globo que fazia a cobertura jornalística de mais um protesto contra a realização de grandes eventos esportivos no Brasil, como a Copa das Confederações e Copa do Mundo. Ao avistarem o repórter Vandrey Pereira, os manifestantes começaram a gritar palavras de ordem contra a emissora.  Os jornalistas foram obrigados a se retirar, depois de um grupo de policiais escoltar a equipe da Globo. O carro da emissora, descaracterizado, ainda chegou a ser chutado por algumas pessoas.

Imagem: Reprodução / Terra Notícias

O representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, André Borges, defendeu a atitude dos manifestantes, que quase agrediram o repórter da Globo. "Eles têm o direito a se manifestar contra a mídia. A mídia mente sobre as manifestações. Ela também precisa fazer uma autocrítica, a revolta é contra o sistema", afirmou. "Eles não podem agredir, mas podem expulsar, sim", acrescentou.

— A imagem da Rede Globo é uma imagem antipatizada pela população. E não é porque a população é perversa, é inconsciente, é mal informada etc e tal. É uma bobagem a gente achar isso. A população tem a imagem da Rede Globo que foi construída pela própria Rede Globo, ao fazer coberturas jornalísticas tendenciosas a favor do governo e contra os interesses da população. É isso que acontece com uma emissora que mais apoia do que critica o Estado e seus governantes, não só no Rio de Janeiro, mas em todo país.

Ministério Público de quinta categoria isenta prefeito Cezar Schirmer (PMDB) de culpa na tragédia da boate Kiss

A boate Kiss era uma arapuca que funcionava criminosamente com autorização da prefeitura e do corpo de bombeiros. Não é possível que o prefeito de uma cidade que concedeu o alvará não responda a processo em nenhuma instância na esfera política, cível e criminal em decorrência disso. É aquela velha história, a medida em que se vai absolvendo as autoridades nessas tragédias, vai se criando um ambiente geral de impunidade que caracteriza tantos e tantos outros casos escabrosos no Brasil.

Imagem: Reprodução / Jornal O Globo

O fato é que está faltando autoridade no banco dos réus e atrás das grades. Essa justiça de quinta categoria deveria fazer com que as coisas criassem exemplos no alto escalão do processo. Fazer com que a cúpula política pague mais do que a base em crimes que produzam consequências para o cidadão. Uma prova de que isso é possível, foi o que aconteceu em Buenos Aires alguns anos atrás, onde o incêndio numa boate, que também matou muitos jovens, custou o mandato do prefeito da cidade. Foi caçado em consequência do trauma produzido pela tragédia, ou seja, o mesmo caso da boate Kiss em Santa Maria.

Alguém acha que foi especificamente o prefeito de Buenos Aires que deu o alvará fraudulento? Ou que deixou de cumprir o ritual da fiscalização? Não. Mas como ele é o chefe e cumpre a ele responder pelos atos de seus subordinados, o prefeito pagou o pato maior do ponto de vista político e cível.

Aqui no Brasil, nada aconteceu com o comandante dos bombeiros e com o prefeito de Santa Maria. Continuamos vivendo com a memória da tragédia sem ter produzido nenhuma punição aos responsáveis. Resumo da história, tratem de chorar os mortos até que essa cicatriz se feche. Infelizmente as autoridades continuam surfando nas tragédias como se não lhes dissessem respeito. O incêndio da boate Kiss deixou mais de 240 mortos em janeiro deste ano.

CADÊ A PM: Bandidos aproveitam a boa chama das manifestações e a ausência da polícia para depredar e saquear comércio no Rio

Não vou apoiar quem vai às manifestações, se valendo desse momento histórico, para roubar uma bolsa, uma televisão ou pra destruir o comércio do cara que está ralando igual a todo e qualquer trabalhador. Quem pega carona num momento como esse, em que a população está querendo mudar o paradigma, mudar o tom do diálogo com o Estado e com os agentes públicos para depredar e saquear estabelecimentos comerciais, é um criminoso que merece cadeia. Não vou embarcar nessa de criminalizar as manifestações, porque elas são movimentos populares legítimos. Não quero que a periferia do movimento como ladrões e coligações partidárias (PSTU, PSOL, PT, PMDB,...) tirem proveito da situação.


Quem rouba coisas como fizeram na Barra, quem quebra carros e vitrines de loja para roubar televisão, roupas e sapatos é uma minoria de grupos criminosos. Quem acha que ao fazer isso, ficará sob o manto da revolta popular, está enganado. Isso é ladrão, é vagabundo, é criminoso comum igual a qualquer outro que se vale das oportunidades para roubar. É o mesmo cara que rouba bicicleta na ciclovia, que mata um turista pra roubar alguma coisa, que entra no ônibus pra assaltar o trabalhador, que rouba celular em show etc e tal.

Enfim, é o mesmo tipo de vagabundo e de criminoso. Isso não tem nada a ver com revolta popular, nada a ver com política e com o ATO POLÍTICO. Esses atos são ATOS NÃO POLÍTICOS, são ATOS CRIMINAIS comuns que precisam ser tratados pela polícia com foco direto neles, e não dando porrada em todo mundo que está se manifestando. E não enchendo de bala de borracha e spray de pimenta quem está se manifestando ou se dispersando dos protestos. Não se pode criminalizar o movimento baseado num ato isolado e minoritário desses grupos criminosos. É claro que existe um oportunismo criminal nas manifestações. O pior, é que a Polícia Militar deixou a criminalidade e os ATOS DE VANDALISMO tomarem conta da situação.


Com PM ausente, protesto é marcado por saques e depredações

Ficou claro e notório que não havia policial em lugar nenhum. Onde estavam os policiais? O policiamento se omitiu completamente no que diz respeito a prevenir, reprimir e dar consequência criminal aos ATOS DE VANDALISMO e aos ATOS CRIMINOSOS.  Isso ficou evidente na ação deliberada do governador Sérgio Cabral e da polícia. A PM não agiu porque houve a determinação de agir apenas contra a manifestação política e não contra os crimes. E foram os crimes que assustaram a população, virando manchete em todos os jornais no dia seguinte. A polícia não prendeu assaltantes e nem vândalos, só prendeu manifestantes.

Ausentar-se nesse quadro não é respeitar o direito de manifestação, é omitir-se diante de circunstâncias extremas que manifestações podem abrigar em função das exceções de vândalos que quebram e saqueiam lojas. É claro que durante manifestações haverá o mesmo ladrão que existe quando não há manifestação. Quantas vezes nós vimos o vandalismo puro e simples numa noite de sábado, quando um cara quebra uma luminária do século XIX, na Glória? Quantas vezes nós vemos monumentos pichados por idiotas? Quantas vezes nós vemos ladrões roubando celulares em shows?

Então, se tem isso em períodos normais, porque não haveria de ter numa manifestação onde o processo de descontrole é absoluto? Num momento em que milhares de pessoas estão nas ruas com outro tipo de foco. É claro que haveria! E é para isso que a polícia deveria atuar objetivamente e criteriosamente. A ausência da polícia não é uma solução, é um problema. A presença de uma polícia despreparada na rua também é um problema. Agora, é impossível ter uma polícia preparada na rua? Não. 

Com PM ausente, protesto é marcado por saques e depredações

A polícia existe e não há nenhum absurdo em entender que ela atue, as melhores sociedades democráticas precisam de suas polícias. A polícia pode fazer perfeitamente um cordão de isolamento adequado que iniba a ocupação e a depredação dos prédios. A atuação policial não deve ser caracterizada pela ausência nem pelo excesso. Tem que ser caracterizada pelo profissionalismo!!! 

A ideia de que não haveria policiamento suficiente para o contingente popular já é, por si só, um absurdo. Porque a PM não é paga pelo contribuinte para fazer cálculo errado. A polícia não trabalha no IBGE, no IBOPE ou no IPEA para estimar alguma coisa, ela não tem que fazer conta. Fez a conta, deu errado, manda mais gente. A Polícia Militar é uma instituição que tem que se mobilizar de acordo com as circunstâncias, mas não se mobilizou. Assistiu e acompanhou imóvel ações de saques a comércio durante horas.  

Insisto em dizer que a tentativa de ocupação de palácios faz parte de qualquer processo de revolta popular. Em consequência disso, quebra-se uma janela, uma porta etc e tal. Esse, pode não ser o foco de uma manifestação pacífica, mas entendo que é meio inevitável impedir manifestantes de invadirem tais palácios, tais redutos políticos. 

A tentativa de invasão da Alerj, ainda que possamos recriminá-la, foi um ATO POLÍTICO. A troco de que eles invadiram a Assembléia Legislativa? Para caracterizar um ATO POLÍTICO. Isso não tem nada a ver com aquilo que todos criminalizam pesadamente, que é o saque às lojas, a depredação de patrimônio particular e de equipamentos públicos. Qual é o simbolismo revolucionário existente no ato de tirar a tampa de um bueiro? De quebrar um sinal de trânsito que no dia seguinte pode causar um acidente? De invadir uma loja para roubar? 

Com PM ausente, protesto é marcado por saques e depredações

Isso não tem nenhum componente revolucionário, não tem nenhum componente transformador. É pura sacanagem, é puro vandalismo, é puro oportunismo. Esses caras têm que ser presos. Quem promove ATOS DE VANDALISMO são marginais. É o mesmo tipo de gente que quando cai um avião, está mais preocupado em roubar alguma coisa das vítimas, do que socorrer alguém. Esse tipo de vagabundo e de criminosos existe. É uma gente ruim, uma gente má. Não é necessariamente um criminoso de alta periculosidade, mas, sim, oportunistas do crime.

Então, esse é o perfil das pessoas que estão produzindo essa onda de saques e vandalismo gratuito nas manifestações.

Com PM ausente, protesto é marcado por saques e depredações