quarta-feira, 26 de novembro de 2014

E se Aécio tivesse derrotado Dilma?

Minha gente, está escrevendo aqui alguém que acha a Dilma e o Aécio absolutamente iguais. Só não são iguais nas roupas que usam porque não cabe um no outro. Tirando isso, eles são de uma mesma lógica moral, de uma mesma moral política e de uma mesma escala de valores que faz com que se aliem a todo tipo de escória, só para lhes dar alguma vantagem no jogo do poder. 

Imagem: Reprodução / O Globo

Eles são de uma mesma escala de valores que faz com que a corrupção sobreviva em seus governos, como sobreviveu e ainda sobrevive, na era tucana em São Paulo. Como sobreviveu no mensalão tucano em Minas Gerais, ou seja, do mesmo jeito que prospera na era petista. Eles são iguais, não ele e ela como figura física de seus CPFs, não. Mas sim o que eles representam que é a mesma coisa.

Tenho a impressão muito forte de que, se Aécio tivesse derrotado Dilma não aconteceria nada, não mudaria nada. Não é por causa do Aécio, acho que não aconteceria também se fosse a Marina. Tenho sérias dúvidas se vai acontecer alguma mudança na reeleição de Dilma. Sabe por quê? Porque acho que não é pela via eleitoral que vamos conseguir as mudanças, mas sim pelo crescimento dos movimentos populares de massa nas ruas. Não é seu partido contra o meu, não sou eu contra você. Somos nós dois entendendo que os políticos brasileiros são a mesma coisa e que isso não nos interessa mais.

Tive a esperança que as manifestações de 2013 fossem produzir essa consequência, mas não produziram. Tenho pouca esperança de que Dilma representará uma mudança nesse status que tanto nos aflige. Como também não creio que Aécio pudesse ou quisesse fazê-lo.

Portanto, o jogo está jogado. E como todo jogo, há um vencedor e um perdedor. Em vez do derrotado ficar tentando esculhambar o vencedor, ele tem que fazer por onde para vencer o próximo jogo. É assim que tem que ser, é assim que funciona. No mais, só resta torcer para que o jogo seja bom, porque um mau governo é ruim pra todo mundo. Então, o que eu quero agora é que a partida prospere, porque todo mundo precisa que esse jogo seja bom e que o país melhore, pouco me importa sob o governo de quem ele esteja.

Primeiro mês após a reeleição de Dilma mostra que 2º mandato já nasceu velho e ultrapassado

Estamos vivendo o 1º mês de uma "nova era". O 1º mês de um Brasil novo, o 1º mês de um Brasil que vai mudar, o 1º mês do Brasil paraíso, o 1º mês do Brasil solução dos problemas, o 1º mês do Brasil consciente e por aí vai. Estamos vivendo, portanto, neste 1º mês uma "nova realidade". Até o dia 26 de outubro, vivíamos a expectativa de saber quem conduziria essa "nova realidade" prometida pelos candidatos durante toda a campanha eleitoral. Essa escolha foi decidida soberanamente pelos eleitores brasileiros, numa votação apertada como nunca havíamos visto.

Imagem: Reprodução / InfoMoney

Vivemos uma campanha eleitoral cheia de altos e baixos, ataques, ofensas, armadilhas retóricas, golpes abaixo da cintura etc e tal. Enfim, teve de tudo. Tanto de tudo teve, que o nível de interesse da população nesta eleição foi inédito. Parece que esta campanha eleitoral mostrou um interesse maior da população pela política, especialmente entre os mais jovens, e consolidou a entrada da internet no processo de uma forma que não se viu em 2010.

O que fez essa eleição? O que fez essa campanha eleitoral? Ela produziu um jogo com uma taxa de polarização nunca vista antes, com ingredientes adicionais que só a internet e suas redes sociais poderiam imprimir. E a tendência é que ela se expanda, cada vez mais, nesse sentido. A parte boa desse processo, claro, é ainda uma hipótese, mas uma hipótese muito positiva de que, talvez, tenhamos um povo, que sai dessa eleição, com um interesse aumentado pelo assunto chamado política. Um interesse aumentado com uma taxa de senso crítico elevada também. Talvez esse tenha sido o ganho real que essa eleição produziu.

Por que isso? Porque uma sociedade politizada, atenta à política, não é necessariamente uma sociedade que faz o jogo dos políticos ou dos partidos. Mas sim uma sociedade que, sendo politizada, fará com que os políticos e os partidos façam o seu jogo, ou seja, mais do que tem feito até agora. Tenho a esperança de que, não apenas uma nova geração de brasileiros jovens, como toda a sociedade, tenha se aproximado de forma permanente e crescente do assunto política.

Pergunto a você ilustre eleitor-contribuinte o seguinte: Por que a política e os políticos do Uruguai, da Argentina e do Chile são diferentes? Por que nesses países a política não é como aqui no Brasil? Por que lá não é assim? Porque os uruguaios, os argentinos e os chilenos são povos politizados. Povos que têm na política algo que está incorporado em suas rotinas diárias. Eles sabem o quanto é importante que a política seja gerida pela sociedade, eles sabem o quanto é importante que a política seja ditada no ritmo e nos padrões impostos pela sociedade. Então, precisamos, aqui no Brasil, viver e fazer política como sociedade, porque se não fizermos, eles, como tem sido até agora, o farão sozinhos. E aí, farão como têm feito historicamente nas últimas 20 eleições.

domingo, 9 de novembro de 2014

Eleições 2014: Eleitor que não votou tem até 26 de dezembro para regularizar situação

As eleições não são a oportunidade de mudar a realidade do país. Não é depositando 100% das esperanças no voto que exercemos a cada 2 anos, que vamos alterar essa realidade no Brasil. O voto obrigatório no Brasil só serve para o cidadão eleger, não serve para interferir, mudar ou atender as demandas da sociedade. Isto porque, as máfias político-partidárias se apropriaram do processo político-eleitoral no país, fazendo das eleições apenas momentos para legitimarem a sua sobrevivência e a sua permanência no poder. O voto no Brasil só serve pra isso e mais nada. 

Imagem: Reprodução / Agência Brasil

Nas grandes democracias como França, Inglaterra e EUA a atitude de votar, além de ser facultativa, serve também para decidir incontáveis demandas sociais, simultaneamente, no mesmo processo eleitoral. Até na Venezuela do ditador Nicolás Maduro é assim. Aqui, o voto só serve para eleger os candidatos que, uma vez eleitos, se tornam intocáveis. Tornam-se uma casta na qual ninguém pode chegar perto, ninguém pode prender, ninguém pode tirar do poder etc e tal.

É claro que nós não temos alternativa à política como meio de equilibrar nossas relações e evitar que nos devoremos, porque é a política que faz com que a gente organize o caminho coletivo. Mas, nós temos alternativa à essa política praticada no Brasil. Nós não temos, também, alternativa aos políticos como sociedade e aos partidos dos quais afloram. Mas, nós temos alternativa a esses políticos e a esses partidos que temos aqui. Partidos que foram transformados em máfias que disputam, única e exclusivamente, o controle do Estado. Não para transformá-lo, direcioná-lo e torná-lo num instrumento cada vez mais eficaz de atendimento ao cidadão, não. Mas, para ser o lugar do qual eles tiram a grana, a corrupção, a propina do empreiteiro, o jatinho da FAB pra implantar cabelo. A boca pra nomear o ministro amigo, o genro ladrão, a amante pelancuda e por aí vai.

Nós não temos alternativa à política como sociedade, mas temos alternativa a esta política que fazem no Brasil. Não temos alternativa aos políticos e aos partidos, mas temos alternativa ao que os políticos e os partidos se transformaram no Brasil. Pra isso, claro, precisamos pensar utopicamente. É preciso que a legislação política seja modificada para que eles percam poder e imunidades, fazendo com que o poder da sociedade se torne mais efetivo nas casas legislativas, criando mecanismos que permitam ao cidadão intervir diretamente em seus mandatos. Mecanismos que permitam aos eleitores retirarem do poder políticos corruptos, incompetentes e vagabundos. "Esse aí nos enganou, não presta, rua!!!"

Vários países têm legislações que permitem esse tipo de depuração do processo político-partidário das casas parlamentares. Aqui no Brasil isso não existe, aqui os políticos e os partidos são cidadelas blindadas ao poder da população e do próprio voto. O voto aqui só serve para elegê-los.

Nós não exercemos a cidadania no Brasil votando, somos apenas votantes, não participamos de nada que modifique, para melhor, o nosso cotidiano. Temos apenas o direito de exercer a nossa ‘votatania’. Essa incapacidade de interferir no processo, faz com que sejamos meros revalidadores desta política ineficiente, sem controle e sem vigilância. Os políticos só fazem o que querem e quando querem, eles não sofrem nenhum tipo de cobrança ou condenação quando erram.

É preciso mudar a legislação política. É preciso diminuir o poder dos políticos e aumentar a capacidade efetiva de interferência do eleitor no mandato do parlamentar e nas casas legislativas. Enquanto não subordinarmos essa gente à vontade popular, nada vai mudar. O modelo político-eleitoral brasileiro não corresponde aos direitos e aos anseios do povo. As eleições, no Brasil, não mudam a realidade, apenas legitimam o atual processo corrupto da política brasileira.

É só olhar o que mudou nas últimas 20 eleições no Brasil. O que mudou? Diminuiu a corrupção e a violência? Melhorou a educação e a saúde? O país viveu 10 anos de absoluta prosperidade na economia. Agora, pergunto o seguinte: A realidade social da população brasileira melhorou na proporção, mínima, que deveria se houvesse esse desejo político? Claro, que não! Esses programas sociais do governo são migalhas da riqueza nacional. A população vive numa situação avassaladora de indigência e miséria. É só chover pra gente ver! É só entrar no hospital público pra gente ver! Cadê o médico? Cadê o remédio? Cadê a vaga na escola? Cadê o material escolar? É isso. O país não mudou como deveria ter mudado. Em 30 anos melhoramos o quanto e o que? Está de bom tamanho? Claro, que não está!

O Estado brasileiro na visão dos políticos e dos partidos, aos quais estão filiados, não representa um instrumento para ajudar a sociedade a se organizar e trilhar um caminho de prosperidade, nunca foi. Para os partidos e para as máfias políticas, o Estado brasileiro representa apenas um duto de dinheiro. Eles não querem o poder porque o poder permite alterar a realidade e conduzir o Estado numa direção diferente, não. Eles nunca quiseram isso. Pergunto a você o seguinte: Em que direção a canalhada política conduz o Estado brasileiro, independentemente, dos partidos que integrem? Em nenhuma. O jogo deles é a mera gestão do cotidiano. É a mesma porcaria.

Neste país, os partidos fingem ser sérios antes de chegar ao poder. Enquanto fazem parte da oposição, todos são politicamente corretos. Depois que chegam lá, se acumpliciam com aquelas práticas e com aqueles esquemas corruptos da máquina pública, pecando pela omissão ou pela parceria promíscua. Assim foi com o PT antes de ser governo, e assim será com todos os outros partidos, porque neste modelo político vigente é assim que a banda toca.

Os políticos fazem com o Estado brasileiro aquilo que fazem com as prostitutas que, eventualmente, levam em suas viagens oficiais camufladamente. O Estado serve pra eles como coito cotidiano. Os enriquece, enriquece seus sócios, seus parceiros, seus parentes, seus genros, seus filhos, suas amantes e por aí vai. Vossas Excelências querem, através das eleições, é permanecer no poder, só isso. Porque é do aparato estatal que brotam, aos milhões, os recursos públicos que servem para alimentar essas máfias que os deixam cada dia mais ricos, ousados e prepotentes.

É preciso fazer uma quebra na lógica e no ritmo com que as coisas acontecem no Brasil. E essa ruptura só vai acontecer se o povo for às ruas como foi em junho e julho de 2013. O movimento popular precisa radicalizar, sim. E o seu alvo tem que ser o Estado e seus agentes. Por isso, defendo a invasão da Câmara de Vereadores, da Assembléia Legislativa e do Congresso Nacional. Enfim, defendo a tentativa de invasão ordeira de qualquer palácio pelo movimento popular, porque entendo que isso é legítimo e faz parte do jogo democrático.

A única forma de alterarmos essa realidade, é com o crescimento, o adensamento e a radicalização do movimento popular nas ruas. Só ele os fará mudar. Notem, não se trata de um ataque à instituição, à democracia e ao princípio da representação parlamentar. Trata-se de um discurso aplicado à realidade brasileira.

Eleições 2014: Pezão vence no Rio, mas soma dos votos brancos, nulos e abstenções supera sua votação

Eleito governador com 4.343.298 votos, Luiz Fernando Pezão (PMDB), venceu Marcelo Crivella (PRB), que teve o apoio de Anthony Garotinho (PR) e Lindberg Farias (PT), mas teve menos votos do que o total de votos brancos, nulos e abstenções, que juntos representaram 4.348.950 votos. (Extra Online)

Imagem: Reprodução / Extra Online

— O governador "eleito" no Rio de Janeiro chama-se brancos, nulos e abstenções. Este candidato obteve 4.348.950 votos. Pezão se elegeu com 4.343.298 votos, ou seja, 5 mil votos a menos. No primeiro turno, os votos brancos, nulos e abstenções, também somados, venceram com grande folga. Foram 4.140.00 votos contra 3.242.000 votos do 1º colocado Luiz Fernando Pezão.

Isso mostra que a legitimidade de Pezão, ainda que reeleito no jogo deles, é uma legitimidade que pode ser questionada pela maioria de eleitores do Estado do Rio de Janeiro que não viram, nesse processo, motivo ou razão para votar em nenhum deles. Nem Pezão, nem Crivella. Muito menos Garotinho e muito menos ainda Lidberg Farias, outra figura patética desse processo.

Alô, Pezão!!! Isso é um recado muito mais significativo do que a sua vitória. O recado de que, no seu Estado, a maior parcela da população escolheu não votar no senhor e em ninguém. Pezão, você não representa a população do Rio de Janeiro, entendeu. Você não nos representa!!! Nem você, nem o Crivella e nem os outros gaiatos que disputaram esse pleito com o senhor.

E agora, como não lidar com o fato de que, tanto no 1º quanto no 2º turno, os votos brancos, nulos e abstenções superaram o número de votos válidos do senhor Pezão!!! Como não reconhecer que isso é uma resposta ou um repúdio ao que vocês representam, ao que vocês fazem e ao que vocês são!!! Isso é um recado viu, Pezão!!! Viu, Sérgio Cabral!!! Viu, deputados!!! Viu, vereadores!!! Viu, prefeito!!! Isso é um recado!!!

Eleições 2014: Rio tem recorde de votos brancos e nulos entre estados no segundo turno

RIO — No segundo turno, o Rio foi o estado que contabilizou a maior quantidade de votos nulos e brancos. Os nulos somaram 13,96%, e colocaram o Rio à frente do Rio Grande do Norte, com 12,78%. Já os votos em branco somaram 3,39% dos votos fluminenses, 0,27 pontos percentuais a mais que o Rio Grande do Sul, segundo lugar na modalidade. A média da eleição presidencial foi de 1,71% de votos brancos e 4,63% de nulos. Já o recorde de abstenções ocorreu em Rondônia, onde foram registradas 24,35% de ausência nas urnas. O Rio teve 22,36%. 

Imagem: Reprodução / Extra Online

Para o cientista político Eurico Figueiredo, diretor do Instituto de Assuntos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (UFF) , elementos da disputa ao governo do Rio explicam esses números. Na visão dele, a série de ataques entre Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Marcelo Crivella (PRB) vista nos debates resultou na desconstrução dos candidatos e causou a substituição da “esperança pelo ceticismo”. Os apoios de Pezão e Crivella — alvo de trocas de acusações entre os dois — também pode explicar esses índices.

— No Rio de janeiro foi particularmente sentida a questão da moralidade na politica. Houve o sentimento que todos são farinha do mesmo saco. No caso do estado, houve por um lado em relação ao governador eleito Pezão por causa da sua ligação com o governado Sérgio Cabral. Por outro lado, houve uma descrença do senador Crivella por sua ligação com igrejas pentecostais. E também sobre as acusações que foram trocadas nos debates sobre um e outro.

Reprodução: Extra Online

Eleições 2014: Com mais de 56% dos votos válidos, Pezão é eleito governador do Rio

Estamos vivendo a segunda semana de uma "nova era". A segunda semana de um Rio de Janeiro novo, segunda semana de um Rio de Janeiro que vai mudar, segunda semana do Rio de Janeiro paraíso, segunda semana do Rio de Janeiro solução dos problemas, segunda semana do Rio de Janeiro consciente e por aí vai. Estamos vivendo, portanto, nesta segunda semana uma "nova realidade". Até o dia 26 de outubro vivíamos a expectativa de saber quem conduziria essa "nova realidade" prometida pelos candidatos durante toda a campanha eleitoral.

Imagem: Reprodução / Jornal do Brasil

Tenho a impressão de que não vai acontecer nada. Não é por causa do Pezão, acho que não aconteceria nada também se fosse o Crivella. Tenho sérias dúvidas se fosse Garotinho ou Lindberg. Sabe porquê? Porque acho que não é pela via eleitoral, como está colocada aqui no Brasil, que nós vamos conseguir as mudanças que queremos. Mas sim pelo crescimento dos movimentos populares de massa nas ruas. É pelo bafo no cangote da classe política. Não é seu partido contra o meu, não sou eu contra você. Somos nós dois entendendo que os políticos são a mesma coisa, representam os mesmos valores, o mesmo jogo e a mesma lógica. Somos nós dois entendendo que isso não nos interessa mais.

Tenho pouca esperança de que Pezão representará uma mudança nesse status que tanto nos aflige. Como não creio que Crivella pudesse fazê-lo ou quisesse fazê-lo.

Eleições 2014: Dilma Rousseff é reeleita presidente do Brasil com 54,5 milhões de votos no segundo turno

Estamos vivendo a segunda semana de uma "nova era". A segunda semana de um Brasil novo, segunda semana de um Brasil que vai mudar, segunda semana do Brasil paraíso, segunda semana do Brasil solução dos problemas, segunda semana do Brasil consciente e por aí vai. Estamos vivendo, portanto, nesta segunda semana uma "nova realidade". Até o dia 26 de outubro, vivíamos a expectativa de saber quem conduziria essa "nova realidade" prometida pelos candidatos durante toda a campanha eleitoral. Essa escolha foi decidida soberanamente pelos eleitores brasileiros, numa votação apertada como nunca havíamos visto.

Imagem: Reprodução / G1

Vivemos uma campanha eleitoral cheia de altos e baixos, ataques, ofensas, armadilhas retóricas, golpes abaixo da cintura etc e tal. Enfim, teve de tudo. Tanto de tudo teve, que o nível de interesse da população nesta eleição foi inédito. Parece que esta campanha eleitoral mostrou um interesse maior da população pela política, especialmente entre os mais jovens, e consolidou a entrada da internet no processo de uma forma que não se viu em 2010.

O que fez essa eleição? O que fez essa campanha eleitoral? Ela produziu um jogo com uma taxa de polarização nunca vista antes, com ingredientes adicionais que só a internet e suas redes sociais poderiam imprimir. E a tendência é que ela se expanda, cada vez mais, nesse sentido. A parte boa desse processo, claro, é ainda uma hipótese, mas uma hipótese muito positiva de que, talvez, tenhamos um povo, que sai dessa eleição, com um interesse aumentado pelo assunto chamado política. Um interesse aumentado com uma taxa de senso crítico elevada também. Talvez esse tenha sido o ganho real que essa eleição produziu.

Por que isso? Porque uma sociedade politizada, atenta à política, não é necessariamente uma sociedade que faz o jogo dos políticos ou dos partidos. Mas sim uma sociedade que, sendo politizada, fará com que os políticos e os partidos façam o seu jogo, ou seja, mais do que tem feito até aqui. Tenho a esperança de que, não apenas uma nova geração de brasileiros jovens, como toda a sociedade, tenha se aproximado de forma permanente e crescente do assunto política.

Vejam, precisamos viver e fazer política como sociedade, porque se não fizermos, eles, como tem sido até agora, o farão sozinhos. E aí, farão como têm feito historicamente nas últimas 20 eleições. Pergunto a você ilustre eleitor-contribuinte o seguinte: Por que a política e os políticos no Uruguai, na Argentina e no Chile são diferentes? Por que nesses países a política não é como aqui no Brasil? Por que lá não é assim? Porque os uruguaios, os argentinos e os chilenos são povos politizados. Povos que têm na política algo que está incorporado em suas rotinas diárias. Eles sabem o quanto é importante que a política seja gerida pela sociedade, eles sabem o quanto é importante que a política seja ditada no ritmo e nos padrões impostos pela sociedade.

domingo, 26 de outubro de 2014

Eleições 2014: Saiba quais serão os desafios para o presidente que será eleito neste domingo

Domingo é dia de eleição. No primeiro turno, 28% dos eleitores resolveram não comparecer, anular ou votar em branco. Mas, para a grande maioria da população é dia de escolher o candidato que pode preencher as expectativas de um Brasil melhor. Aqueles que acham que nenhum dos dois preenchem essa possibilidade, e eu estou entre eles, simplesmente podem se dar ao conforto de não comparecerem às urnas, assim como eu não comparecerei também. Paga-se depois as multas etc e tal. É um ato político tão consciente quanto o de votar.

Imagem: Reprodução / O Globo

Vamos torcer para que o eleito possa cumprir, pelo menos, um pedacinho das promessas feitas ao longo dessa, interminável, campanha eleitoral, e que, acima de tudo, possa tratar de um assunto fundamental para o Brasil poder respirar melhor: É preciso fazer uma reforma política, pra valer, que coloque a classe política subordinada à sociedade brasileira.

No mundo inteiro, o voto não é apenas mais uma manifestação para renovar mandatos, manter ou tirar partidos do poder. O voto faz isso, mas também define várias políticas nacionais no próprio processo de eleição. Os uruguaios, por exemplo, vão fazer hoje o 1º turno da eleição presidencial. Mas, junto com o 1º turno, os eleitores uruguaios, aqui do lado, vão decidir se querem, no mesmo voto e na mesma urna, a redução da maioridade penal ou não.

Há vários temas aqui no Brasil que poderiam ser decididos no mesmo processo eleitoral, inclusive a redução da maioridade penal. Mas, não são decididos porque a classe política brasileira só quer saber do voto para efeito de renovação do seu poder e de sua permanência no controle do Estado.

Então, espero que a escolha feita neste domingo, por cada um de vocês, possa ser vitoriosa no sentido de fazer com que seu candidato cumpra, ao menos, uma pequena parte do paraíso que nos prometeu ao longo da campanha eleitoral. Fique certo de uma coisa eleitor, a partir de segunda-feira a sua vida não mudará, escolha quem quiser escolher, resulte no que resultar esta eleição, a sua vida continuará a mesma. O pais precisará de muitas outras coisas, providências e lideranças para colocar nos trilhos tudo que está fora deles. Temos muitos problemas urgentes para resolver e nós não vamos resolvê-los num prazo visível, com esta classe política e a legislação eleitoral que aí está, seja qual for o candidato escolhido.

A nossa vida não vai mudar a partir de segunda-feira! Vida que segue! Tenham um bom domingo eleitoral!

Presidente do Uruguai, José Mujica, chega de fusca para votar nas eleições que escolherão seu sucessor

Mujica voltou a surpreender ao chegar para votar em uma sessão eleitoral em Montevidéu com o seu fusca azul celeste. Os uruguaios vão às urnas neste domingo para eleger o sucessor do popular chefe de Estado. Os uruguaios já estão acostumados com o seu presidente...e seu carro. O fusca de “Pepe”, como é conhecido, é um clássico e uma dor de cabeça para os responsáveis ​​pela segurança. Cerca de 2,6 milhões de uruguaios estão habilitados a eleger presidente, 30 senadores e 99 deputados que integram o Parlamento, além de se pronunciar sobre um plebiscito para reduzir a 16 anos a maioridade penal. (O Globo)

Imagem: Reprodução / O Globo

— É possível ser uma liderança, ser um homem público e estar próximo do povo sem ser tratado como inimigo em potencial? Sim, mas não é o que os governantes brasileiros fazem na sua aversão à população. Os políticos brasileiros só querem saber do povo pra duas coisas: Pagar imposto e votar. Eles gostam muito de eleições, campanha política, oba-oba e entrevista chapa branca. Só querem saber de coquetel, só querem saber de ficar na sombra de seus privilégios, de suas mordomias e de seus carrões. A classe política brasileira é a escória da sociedade, salvo raríssimas exceções!!!

Eleições 2014: Brasileiros vão às urnas neste domingo escolher o presidente e 14 governadores

Domingo é dia de eleição. No primeiro turno, 28% dos eleitores resolveram não comparecer, anular ou votar em branco. Mas, para a grande maioria da população é dia de escolher o candidato que pode preencher as expectativas de um Brasil melhor. Aqueles que acham que nenhum dos dois preenchem essa possibilidade, e eu estou entre eles, simplesmente podem se dar ao conforto de não comparecerem às urnas, assim como eu não comparecerei também. Paga-se depois as multas etc e tal. É um ato político tão consciente quanto o de votar.

Imagem: Reprodução / O Globo

Vamos torcer para que o eleito possa cumprir, pelo menos, um pedacinho das promessas feitas ao longo dessa, interminável, campanha eleitoral, e que, acima de tudo, possa tratar de um assunto fundamental para o Brasil poder respirar melhor: É preciso fazer uma reforma política, pra valer, que coloque a classe política subordinada à sociedade brasileira.

No mundo inteiro, o voto não é apenas mais uma manifestação para renovar mandatos, manter ou tirar partidos do poder. O voto faz isso, mas também define várias políticas nacionais no próprio processo de eleição. Os uruguaios, por exemplo, vão fazer hoje o 1º turno da eleição presidencial. Mas, junto com o 1º turno, os eleitores uruguaios, aqui do lado, vão decidir se querem, no mesmo voto e na mesma urna, a redução da maioridade penal ou não.

Há vários temas aqui no Brasil que poderiam ser decididos no mesmo processo eleitoral, inclusive a redução da maioridade penal. Mas, não são decididos porque a classe política brasileira só quer saber do voto para efeito de renovação do seu poder e de sua permanência no controle do Estado.

Então, espero que a escolha feita neste domingo, por cada um de vocês, possa ser vitoriosa no sentido de fazer com que seu candidato cumpra, ao menos, uma pequena parte do paraíso que nos prometeu ao longo da campanha eleitoral. Fique certo de uma coisa eleitor, a partir de segunda-feira a sua vida não mudará, escolha quem quiser escolher, resulte no que resultar esta eleição, a sua vida continuará a mesma. O pais precisará de muitas outras coisas, providências e lideranças para colocar nos trilhos tudo que está fora deles. Temos muitos problemas urgentes para resolver e nós não vamos resolvê-los num prazo visível, com esta classe política e a legislação eleitoral que aí está, seja qual for o candidato escolhido.

A nossa vida não vai mudar a partir de segunda-feira! Vida que segue! Tenham um bom domingo eleitoral!

'Virou uma campanha do "vote no menos pior'', diz presidente do TSE, Dias Toffoli, sobre o 2º turno

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro José Antonio Dias Toffoli, criticou o baixo nível das campanhas presidenciais no segundo turno das eleições. Segundo ele, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) se empenharam mais em destruir o adversário do que em defender suas próprias ideias, quase sinalizando uma campanha do “vote no menos pior”. Essas brigas, na visão dele, estavam afetando a sociedade, acirrando comportamentos e atitudes parecidas com torcidas de futebol. “Se até aqueles que querem presidir a República estão num nível tão baixo, a pessoa se sente mais à vontade para agredir aquele que pensa diferente dela”, disse o presidente do TSE. A animosidade fez com que o TSE proibisse os ataques mútuos no horário eleitoral gratuito. (O Globo)

Imagem: Reprodução / O Globo

— Por que os políticos produzem, deliberadamente, essa confusão com seus atos, suas frases, seus comentários, suas acusações, seus apoios e seus recursos, de várias origens, que apresentam oficialmente ao TSE? Porque mais uma vez, a campanha eleitoral toma, como tem sido diariamente, o aspecto de que contrapõe figuras diferentes, quando na verdade, o que vemos é um festival de iguais. São diferentes na forma como tentam se apresentar ao eleitor, mas são absolutamente iguais na essência ética, na essência moral, na forma como manipulam o discurso, na forma como tentam dissimular as alianças que aceitam e os pactos que fazem. Porque afinal de contas, a cadeira que estão disputando não tem espaço para duas bundas, sejam elas, gordas ou magras.

Mais uma vez, estamos vivendo uma campanha eleitoral absolutamente igual, na sua essência e nos seus personagens, a tudo que já vimos e estamos vendo há séculos. Isto porque, vossas excelências são essencialmente iguais, querem as mesmas coisas e lutam pelos mesmos interesses. É isso que a gente vê o tempo todo, inutilmente, nos debates políticos e no horário eleitoral.

A classe política brasileira é a escória da sociedade. Salvo raríssimas exceções, podemos dizer que, a média da qualidade ética, moral e comportamental dos políticos brasileiros é muito inferior à média moral da sociedade brasileira. A política no Brasil é o sorvedor da escória nacional. Os candidatos aos cargos de presidente e governador são a expressão pura e acabada do que é o político brasileiro. Eles não são um ponto fora da curva, eles são a curva, estão alí para roubar, enriquecer e ficar nas tetas do Estado, usufruindo de suas mordomias e privilégios. Só servem pra isso.

Supondo que toda sociedade tivesse a média moral e ética dos políticos brasileiros, ainda sim, ela não enriquece na proporção e na velocidade que os políticos enriquecem. Ou seja, nem isso serve de consolo. Portanto, é uma mentira dizer que a classe política é a representação da média moral da sociedade brasileira. O brasileiro não é como os políticos são, eles são a escória do país.

Talvez, dentro dos presídios você encontre uma média de valores morais superior à media de valores morais predominante na política brasileira. Basta acompanhar o noticiário que você vai ver, é impressionante o que os políticos são capazes de fazer em benefício do seu grupo, dos seus sócios e dos seus financiadores. Todos estão milionários. Passaram a vida no setor público e construíram fortunas. E mais, diria até que, quanto mais pobre é a região, mais rápido as fortunas se formam. Mas o pior disso tudo é que a gente convive com isso como se fosse algo normal.

Eleições 2014: Crivella tem 55% dos votos válidos e Pezão 45%, mostra pesquisa do Instituto Gerp

Não me agrada, nem um pouco, essa linha de ação política baseada em religiões. É notório que a atuação política dos evangélicos é muito mais incisiva, ostensiva e efetiva do que as lideranças católicas. Estas, ficam mais no plano da gestão institucional e política da igreja. Há muita discussão política que passa pela igreja católica, mas os porta-vozes que se apresentam para essas discussões são entidades da própria igreja ou à ela ligadas como a CNBB, as pastorais etc e tal.

Imagem: Reprodução / R7

Já os evangélicos, organizam-se  partidariamente, politicamente e eleitoralmente. Fazem bancadas e atuam como parlamentares organizados em função de suas convicções religiosas. Querem ocupar parcelas objetivas da máquina pública, querem nomear ministros, querem eleger governadores, prefeitos e não querem fazer por uma questão meramente política, mas sim, por uma questão religiosa e de princípios religiosos. Notem, a minha discussão aqui como interlocutor é debater, analisar e chamar a atenção dos entes políticos, públicos e governamentais. Afinal de contas, são eles que interferem na nossa vida e no nosso cotidiano.

Vejam, ninguém está impondo que as igrejas evangélicas se politizem e elejam vereadores, deputados, senadores, governadores, prefeitos e presidentes. Ninguém está dizendo que elas sejam obrigadas a fazer isso, muito pelo contrário, elas que estão tentando conquistar este espaço. Mas, se escolheram ser entes políticos, a imprensa os tratará como entes públicos quando atuarem como entes políticos. Notem, não critico os evangélicos, critico a bancada evangélica. Reparem que, não existe uma bancada católica, tem lá um ou outro deputado mais ligado à igreja católica. Mas, não se vê uma ação orgânica como instituição religiosa e política ao mesmo tempo.

A força política, eleitoral e partidária das igrejas protestantes é legítima e inquestionável. Sou crítico da ideologização do Estado e um defensor ferrenho do Estado laico. Não quero religião se metendo na minha vida. Não quero religião se metendo com saúde, educação, segurança, transporte e políticas públicas de saneamento, porque isso não passa por religião. Por isso, critico qualquer religião, seja ela muçulmana, judaica, cristã, budista e por aí vai. Não quero nem saber, não quero religião metida com o Estado porque acho péssimo. Mas, os evangélicos não pensam dessa maneira, pelo contrário, eles têm um projeto de tomada de poder através da via democrática, que é legítimo, mas que me oponho a ele como me oporia se fosse qualquer outro tipo de orientação religiosa com esse propósito.

Tenho medo de misturar religião com política, principalmente quando a máquina pública do Estado está em suas mãos. Por isso, sou contra esse negócio de bancada evangélica, católica, judia,... porque incorpora-se à discussão política elementos da fé e da crença que não são materiais, mas sim, de convicções religiosas. Aí, começam a fazer política e administrar países determinando regimes comportamentais de acordo com visões do absolutismo religioso. Por exemplo, se o Deus e a fé de um regime religioso determinam que a maneira correta de viver é "X", esse regime não vai permitir que outras pessoas vivam de forma diferente de "X". Assim acontece no Irã, na Arábia Saudita e em vários países árabes. Portanto, esse negócio da religião contra e a favor faz mal à política.

Hora do voto: imprima sua cola eletrônica e tire suas dúvidas na reta final

Há muito tempo, considero o voto obrigatório uma violência e uma imposição absurda à sociedade por parte das quadrilhas partidárias no Brasil. Nos tratam como se fossemos incapazes de dizer o que nos interessa. Notem, países com democracias mais consolidadas, com estruturas públicas mais sérias, mais probas e menos corruptas do que a nossa, não têm voto obrigatório e, nem por isso, suas democracias se fragilizaram. Aqui, há essa palhaçada de impor a mais de 140 milhões de eleitores a obrigação de dizer que apoiamos e escolhemos entre A,B ou C. Quando, na verdade, muitos não querem nem A, nem B, nem C e nem nada.

Imagem: Reprodução / O Globo

Mas, se você tem um candidato e estiver convencido de que essa escolha lhe dá esperanças de um futuro melhor pra sua cidade, pro seu Estado e pro seu país, vote. Vote no seu candidato com convicção e com fé. Espero que suas expectativas sejam correspondidas. Se as suas expectativas forem correspondidas, isto significa que errei no meu ceticismo, no meu pessimismo e na minha falta de esperanças com relação à classe política brasileira. Tomara que eu esteja errado e daqui a 4 anos reconheça esse equívoco.

Porque quando olho pra trás, não vejo razões pra me arrepender dessa convicção que alimento há muito tempo em mim. Persistirei na ideia de não votar, de não participar do processo, de incentivar o voto nulo e a ausência do eleitor. Persistirei também na contestação aos partidos, aos políticos e à legislação eleitoral. Desta maneira, quero exercer a minha ação política de repúdio a tudo isso que está aí.

Agora, quem assim não entende e quem assim não pensa, que tenha um grande dia neste domingo e que possa votar com fé, com esperança, com crença, com convicção, com ideologia ou como tem que achar que tem que ser. Mas, que seja feliz na sua escolha. 

O mais importante disso tudo, independentemente, da minha opinião e da minha atitude, é que estamos vivendo numa democracia construída por nós. Não foi presente de nenhum político ou partido. Nós, a sociedade brasileira, construímos esse regime e esses direitos que temos hoje, de poder dizer o que pensamos e de poder fazer o que fazemos. Essa democracia tem na eleição e no voto a sua melhor expressão. 

Então, que o domingo seja uma comemoração desse privilégio de poder viver num país com liberdade. Apesar da classe política não estar à altura dessa beleza democrática, a eleição geral mostra que somos uma democracia sólida, vigorosa e saudável. E é isso que nós temos que preservar acima de tudo. Tenham um bom domingo eleitoral.

Eleições 2014: Dilma sobe em palanque com Crivella e Garotinho e depois faz carreata com Pezão e Paes

No Rio, a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) sobe em palanque com Marcelo Crivella (PRB) e Anthony Garotinho (PR) pela manhã, e à tarde vai passear em carro de campanha ao lado de Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Eduardo Paes (PMDB). Dá pra entender? Alguém me explique como é que é isso!!! — Ah, mas a política é assim mesmo! — diz um eleitor desavisado. E o que mais é assim mesmo na vida? Conta pra mim! Em que outra área da atividade humana você se permite ser alho e bugalho ao mesmo tempo? Gordo e magro? Alto e baixo? Esquerda e direita? Em quantas outras áreas da atividade humana a ética, a moral, a coerência e os bons costumes são jogados fora, sob o argumento de que "isso é da política"? Em quantas? Diz pra mim!

Imagem: Reprodução / Jornal Extra

Esse argumento de que "isso é da política" é mentiroso! A política não é assim! Pode ser da política feita aqui por eles. Por esses partidos que são verdadeiras quadrilhas, máfias partidárias que só querem o poder e estão pouco se importando se isso é certo ou errado, se ético ou antiético, se é moral ou amoral. Porque é lícito imaginar numa democracia a existência da esquerda e da direita, da situação e da oposição, um lado e outro. O fato é que não tem outro lado, não há oposição na política do Rio de Janeiro.

A classe política brasileira é a escória da sociedade. Salvo raríssimas exceções, vossas excelências são essencialmente iguais, querem as mesmas coisas e lutam pelos mesmos interesses. São diferentes na forma como tentam se apresentar ao eleitor, mas são absolutamente iguais na essência ética, na essência moral, na forma como manipulam o discurso, na forma como tentam dissimular as alianças que aceitam e os pactos que fazem. Porque, afinal de contas, a cadeira que estão disputando não tem espaço para duas bundas, sejam elas, gordas ou magras.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Eleições 2014: Cresce o número de brasileiros que podem votar na Europa

As eleições não são a oportunidade de mudar a realidade do país. Não é depositando 100% das esperanças no voto que exercemos a cada 2 anos, que vamos alterar essa realidade no Brasil. O voto obrigatório no Brasil só serve para o cidadão eleger, não serve para interferir, mudar ou atender as demandas da sociedade. Isto porque, as máfias político-partidárias se apropriaram do processo político-eleitoral no país, fazendo das eleições apenas momentos para legitimarem a sua sobrevivência e a sua permanência no poder. O voto no Brasil só serve pra isso e mais nada.

Nas grandes democracias como França, Inglaterra e EUA a atitude de votar, além de ser facultativa, serve também para decidir incontáveis demandas sociais, simultaneamente, no mesmo processo eleitoral. Até na Venezuela do ditador Nicolás Maduro é assim. Aqui, o voto só serve para eleger os candidatos que, uma vez eleitos, se tornam intocáveis. Tornam-se uma casta na qual ninguém pode chegar perto, ninguém pode prender, ninguém pode tirar do poder etc e tal.

É claro que nós não temos alternativa à política como meio de equilibrar nossas relações e evitar que nos devoremos, porque é a política que faz com que a gente organize o caminho coletivo. Mas, nós temos alternativa à essa política praticada no Brasil. Nós não temos, também, alternativa aos políticos como sociedade e aos partidos dos quais afloram. Mas, nós temos alternativa a esses políticos e a esses partidos que temos aqui. Partidos que foram transformados em máfias que disputam, única e exclusivamente, o controle do Estado. Não para transformá-lo, direcioná-lo e torná-lo num instrumento cada vez mais eficaz de atendimento ao cidadão, não. Mas, para ser o lugar do qual eles tiram a grana, a corrupção, a propina do empreiteiro, o jatinho da FAB pra implantar cabelo. A boca pra nomear o ministro amigo, o genro ladrão, a amante pelancuda e por aí vai.

Nós não temos alternativa à política como sociedade, mas temos alternativa a esta política que fazem no Brasil. Não temos alternativa aos políticos e aos partidos, mas temos alternativa ao que os políticos e os partidos se transformaram no Brasil. Pra isso, claro, precisamos pensar utopicamente. É preciso que a legislação política seja modificada para que eles percam poder e imunidades, fazendo com que o poder da sociedade se torne mais efetivo nas casas legislativas, criando mecanismos que permitam ao cidadão intervir diretamente em seus mandatos. Mecanismos que permitam aos eleitores retirarem do poder políticos corruptos, incompetentes e vagabundos. "Esse aí nos enganou, não presta, rua!!!"

Vários países têm legislações que permitem esse tipo de depuração do processo político-partidário das casas parlamentares. Aqui no Brasil isso não existe, aqui os políticos e os partidos são cidadelas blindadas ao poder da população e do próprio voto. O voto aqui só serve para elegê-los.

Nós não exercemos a cidadania no Brasil votando, somos apenas votantes, não participamos de nada que modifique, para melhor, o nosso cotidiano. Temos apenas o direito de exercer a nossa ‘votatania’. Essa incapacidade de interferir no processo, faz com que sejamos meros revalidadores desta política ineficiente, sem controle e sem vigilância. Os políticos só fazem o que querem e quando querem, eles não sofrem nenhum tipo de cobrança ou condenação quando erram.

É preciso mudar a legislação política. É preciso diminuir o poder dos políticos e aumentar a capacidade efetiva de interferência do eleitor no mandato do parlamentar e nas casas legislativas. Enquanto não subordinarmos essa gente à vontade popular, nada vai mudar. O modelo político-eleitoral brasileiro não corresponde aos direitos e aos anseios do povo. As eleições, no Brasil, não mudam a realidade, apenas legitimam o atual processo corrupto da política brasileira.

É só olhar o que mudou nas últimas 20 eleições no Brasil. O que mudou? Diminuiu a corrupção e a violência? Melhorou a educação e a saúde? O país viveu 10 anos de absoluta prosperidade na economia. Agora, pergunto o seguinte: A realidade social da população brasileira melhorou na proporção, mínima, que deveria se houvesse esse desejo político? Claro, que não! Esses programas sociais do governo são migalhas da riqueza nacional. A população vive numa situação avassaladora de indigência e miséria. É só chover pra gente ver! É só entrar no hospital público pra gente ver! Cadê o médico? Cadê o remédio? Cadê a vaga na escola? Cadê o material escolar? É isso. O país não mudou como deveria ter mudado. Em 30 anos melhoramos o quanto e o que? Está de bom tamanho? Claro, que não está!

O Estado brasileiro na visão dos políticos e dos partidos, aos quais estão filiados, não representa um instrumento para ajudar a sociedade a se organizar e trilhar um caminho de prosperidade, nunca foi. Para os partidos e para as máfias políticas, o Estado brasileiro representa apenas um duto de dinheiro. Eles não querem o poder porque o poder permite alterar a realidade e conduzir o Estado numa direção diferente, não. Eles nunca quiseram isso. Pergunto a você o seguinte: Em que direção a canalhada política conduz o Estado brasileiro, independentemente, dos partidos que integrem? Em nenhuma. O jogo deles é a mera gestão do cotidiano. É a mesma porcaria.

Neste país, os partidos fingem ser sérios antes de chegar ao poder. Enquanto fazem parte da oposição, todos são politicamente corretos. Depois que chegam lá, se acumpliciam com aquelas práticas e com aqueles esquemas corruptos da máquina pública, pecando pela omissão ou pela parceria promíscua. Assim foi com o PT antes de ser governo e assim será com todos os outros partidos, porque neste modelo político vigente é assim que a banda toca.

Os políticos fazem com o Estado brasileiro aquilo que fazem com as prostitutas que, eventualmente, levam em suas viagens oficiais camufladamente. O Estado serve pra eles como coito cotidiano. Os enriquece, enriquece seus sócios, seus parceiros, seus parentes, seus genros, seus filhos, suas amantes e por aí vai. Vossas Excelências querem, através das eleições, é permanecer no poder, só isso. Porque é do aparato estatal que brotam, aos milhões, os recursos públicos que servem para alimentar essas máfias que os deixam cada dia mais ricos, ousados e prepotentes.

É preciso fazer uma quebra na lógica e no ritmo com que as coisas acontecem no Brasil. E essa ruptura só vai acontecer se o povo for às ruas como foi em junho e julho de 2013. O movimento popular precisa radicalizar, sim. E o seu alvo tem que ser o Estado e seus agentes. Por isso, defendo a invasão da Câmara de Vereadores, da Assembléia Legislativa e do Congresso Nacional. Enfim, defendo a tentativa de invasão ordeira de qualquer palácio pelo movimento popular, porque entendo que isso é legítimo e faz parte do jogo democrático.

A única forma de alterarmos essa realidade, é com o crescimento, o adensamento e a radicalização do movimento popular nas ruas. Só ele os fará mudar. Notem, não se trata de um ataque à instituição, à democracia e ao princípio da representação parlamentar. Trata-se de um discurso aplicado à realidade brasileira.
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Eleições 2014: Pesquisa mostra Crivella com 44% e Pezão com 36% para governo do Rio

Os católicos preferem Pezão e evangélicos, Crivella. Umbandistas também apoiam mais Pezão: 42% declararam que vão votar nele, contra 29% que disseram votar em Crivella. Os kardecistas e espíritas estão quase empatados, dizendo votar em Crivella e Pezão 38% e 37% dos entrevistados. Os que declararam não ter religião foram os mais insatisfeitos com a configuração política do segundo turno: 20% dos eleitores sem religião votarão nulo. (Jornal do Brasil)

Imagem: Reprodução / Jornal do Brasil

— Não me agrada, nem um pouco, essa linha de ação política baseada em religiões. É notório que a atuação política dos evangélicos é muito mais incisiva, ostensiva e efetiva do que as lideranças católicas. Estas, ficam mais no plano da gestão institucional e política da igreja. Há muita discussão política que passa pela igreja católica, mas os porta-vozes que se apresentam para essas discussões são entidades da própria igreja ou à ela ligadas como a CNBB, as pastorais etc e tal.

Já os evangélicos, organizam-se  partidariamente, politicamente e eleitoralmente. Fazem bancadas e atuam como parlamentares organizados em função de suas convicções religiosas. Querem ocupar parcelas objetivas da máquina pública, querem nomear ministros, querem eleger governadores, prefeitos e não querem fazer por uma questão meramente política, mas sim, por uma questão religiosa e de princípios religiosos. Notem, a minha discussão aqui como interlocutor é debater, analisar e chamar a atenção dos entes políticos, públicos e governamentais. Afinal de contas, são eles que interferem na nossa vida e no nosso cotidiano.

Vejam, ninguém está impondo que as igrejas evangélicas se politizem e elejam vereadores, deputados, senadores, governadores, prefeitos e presidentes. Ninguém está dizendo que elas sejam obrigadas a fazer isso, muito pelo contrário, elas que estão tentando conquistar este espaço. Mas, se escolheram ser entes políticos, a imprensa os tratará como entes públicos quando atuarem como entes políticos. Notem, não critico os evangélicos, critico a bancada evangélica. Reparem que, não existe uma bancada católica, tem lá um ou outro deputado mais ligado à igreja católica. Mas, não se vê uma ação orgânica como instituição religiosa e política ao mesmo tempo.

A força política, eleitoral e partidária das igrejas protestantes é legítima e inquestionável. Sou crítico da ideologização do Estado e um defensor ferrenho do Estado laico. Não quero religião se metendo na minha vida. Não quero religião se metendo com saúde, educação, segurança, transporte e políticas públicas de saneamento, porque isso não passa por religião. Por isso, critico qualquer religião, seja ela muçulmana, judaica, cristã, budista e por aí vai. Não quero nem saber, não quero religião metida com o Estado porque acho péssimo. Mas, os evangélicos não pensam dessa maneira, pelo contrário, eles têm um projeto de tomada de poder através da via democrática, que é legítimo, mas que me oponho a ele como me oporia se fosse qualquer outro tipo de orientação religiosa com esse propósito.

Tenho medo de misturar religião com política, principalmente quando a máquina pública do Estado está em suas mãos. Por isso, sou contra esse negócio de bancada evangélica, católica, judia,... porque incorpora-se à discussão política elementos da fé e da crença que não são materiais, mas sim, de convicções religiosas. Aí, começam a fazer política e administrar países determinando regimes comportamentais de acordo com visões do absolutismo religioso. Por exemplo, se o Deus e a fé de um regime religioso determinam que a maneira correta de viver é "X", esse regime não vai permitir que outras pessoas vivam de forma diferente de "X". Assim acontece no Irã, na Arábia Saudita e em vários países árabes. Portanto, esse negócio da religião contra e a favor faz mal à política.

Candidatos declaram desde barca de R$ 249 até jato de R$ 7,5 milhões

Estão listados aviões, ultraleves, helicópteros, barcos, veleiros, lanchas, escunas, motos aquáticas e até um bote inflável de R$ 35 mil. Para concorrer às eleições, todo candidato precisa apresentar uma declaração de bens assinada ao tribunal, listando seu patrimônio pessoal. Caso as informações não sejam verdadeiras, o autor pode responder por crime. (G1)

Imagem: Reprodução / G1

— A política no Brasil é o reduto da escória nacional. A média de qualidade ética, moral e comportamental dos políticos brasileiros é muito inferior à média moral da população brasileira. Os cidadãos brasileiros não enriquecem na proporção e na velocidade que os políticos enriquecem. Essa é uma verdade estatística. Qual deles ficou pobre na política? Nenhum, todos estão ricos e milionários. Passam a vida no setor público e constroem fortunas impressionantes, no brasil inteiro temos exemplos assim. E mais, diria até que, quanto  mais pobre é a região, mais rápido as fortunas se formam.

Os políticos fazem com o Estado brasileiro aquilo que fazem com as prostitutas que, eventualmente, levam em suas viagens oficiais camufladamente. Para eles, o Estado serve como coito cotidiano. Os enriquece, enriquece seus sócios, seus parceiros, seus parentes, seus genros, seus filhos, suas amantes e por aí vai. Não se muda mais o Estado brasileiro por dentro, fazendo política dentro dele. Não tem como mudar esse Estado através da relação que os políticos e os partidos têm com ele, esquece.

O Estado brasileiro na visão dos políticos e dos partidos, aos quais estão filiados, não representa um instrumento para ajudar a sociedade a se organizar e trilhar um caminho de prosperidade, nunca foi. Para os partidos e para as máfias políticas, o Estado brasileiro representa apenas um duto de dinheiro. Eles não querem o poder porque o poder permite alterar a realidade e conduzir o Estado numa direção diferente, não. Eles nunca quiseram isso. Pergunto a você, ilustre contribuinte, o seguinte: Em que direção a canalhada política conduz o Estado brasileiro, independentemente, dos partidos que integrem? Em nenhuma. O jogo deles é a mera gestão do cotidiano. É a mesma porcaria.

É só olhar o que mudou nas últimas 20 eleições no Brasil. O que mudou? Diminuiu a corrupção e a violência? Melhorou a educação e a saúde? O país viveu 10 anos de absoluta prosperidade na economia. O mundo viveu até 2008 uma década de abundância total. Em contrapartida, a população vive numa situação avassaladora de indigência e miséria. É só chover pra gente ver! É só entrar no hospital público pra gente ver! Cadê o médico? Cadê o remédio? Cadê a vaga na escola? Cadê o material escolar? É isso. O país não mudou como deveria ter mudado. Em 20,30 ou 40 anos melhoramos o quanto e o que? Está de bom tamanho? Claro, que não está! Olhe pra dentro do trem, do ônibus, do metrô, da barca e veja se você está sendo tratado com o mínimo de respeito que seu imposto deveria lhe dar? Claro, que não!

Isso aí só muda se tivermos fenômenos crescentes, a partir de atos, como aqueles que vimos em junho de 2013. A única forma de alterar essa realidade, no Brasil, não é depositando 100% das esperanças no voto que exercemos a cada 2 anos. Isto porque, as máfias político-partidárias se apropriaram do processo político-eleitoral no país, fazendo das eleições apenas momentos para legitimarem a sua sobrevivência e a sua permanência no poder. A única forma de alterarmos essa realidade, é com o crescimento, o adensamento e a radicalização do movimento popular nas ruas. Só ele os fará mudar.

Esperar que os políticos mudem através do processo político-eleitoral é ridículo, porque eles não estão nem aí pra fazer essa mudança. Esperar que votando nessa canalhada política é investir na mudança dessa relação do Estado com a sociedade é patético. Sabe por quê? Não é isso que eles querem. O que eles querem é permanecer no poder através das eleições, porque é do aparato estatal que brotam, aos borbotões, os recursos públicos para alimentar essas máfias. Notem, não se trata de um ataque à instituição, à democracia e ao princípio da representação parlamentar. Trata-se de um discurso aplicado à realidade brasileira.

Eleições 2014: Depois de fazer terrorismo eleitoral na TV, PT agora se queixa de adversários

Presidente do PT, Rui Falcão afirma que campanha de Marina Silva 'partiu para baixaria' ao dizer que a Petrobras virou caso de polícia. Autor de sucessivas peças de terrorismo eleitoral pregando o discurso do medo caso deixe o poder, o PT anunciou que fará uma ofensiva contra as campanhas de Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) na Justiça Eleitoral. O partido quer direito de resposta porque não gostou das críticas feitas pelos adversários à gestão da presidente-candidata Dilma Rousseff. (VEJA.com)

Imagem: Reprodução / VEJA.com

— Por que os políticos produzem, deliberadamente, essa confusão com seus atos, suas frases, seus comentários, suas acusações, seus apoios e seus recursos, de várias origens, que apresentam oficialmente ao TSE? Porque mais uma vez, a campanha eleitoral toma, como tem sido diariamente, o aspecto de que contrapõe figuras diferentes, quando na verdade, o que vemos é um festival de iguais. São diferentes na forma como tentam se apresentar ao eleitor, mas são absolutamente iguais na essência ética, na essência moral, na forma como manipulam o discurso, na forma como tentam dissimular as alianças que aceitam e os pactos que fazem. Porque afinal de contas, a cadeira que estão disputando não tem espaço para duas bundas, sejam elas, gordas ou magras.

Mais uma vez, estamos vivendo uma campanha eleitoral absolutamente igual, na sua essência e nos seus personagens, a tudo que já vimos e estamos vendo há séculos. Isto porque, vossas excelências são essencialmente iguais, querem as mesmas coisas e lutam pelos mesmos interesses. É isso que a gente vê o tempo todo, inutilmente, nos debates políticos e no horário eleitoral.

Eleições 2014: Abstenções, brancos e nulos superam votação de Aécio no 1º turno

O primeiro turno das eleições de 2014 revelou um dado alarmante para os partidos políticos. O alto número de abstenções e de votos brancos e nulos superaram a votação do candidato Aécio Neves (PSDB). Tucano chegou ao 2º turno com 34,8 milhões de eleitores enquanto votos não válidos e faltosos somam 38,7 milhões. A título de comparação, Dilma Rousseff (PT) conquistou 43.267.668 milhões de votos enquanto Aécio teve 34.897.211 milhões de adesões e Marina Silva teve outros 22.176.619. (Último Segundo)

Imagem: Reprodução / Último Segundo

— Mais de 38 milhões de brasileiros, no primeiro turno das eleições, disseram não ao processo, não aos candidatos, não ao discurso e não ao jogo que aí está. Este número corresponde a 27% do eleitorado, ou seja, mais do obteve Marina Silva e quase igual a Aécio Neves em votos válidos. A terceira força eleitoral desse país disse que não quer esse jogo do jeito que está sendo jogado.

Essa massa eleitoral é a massa que expressa o que as ruas disseram em junho de 2013, ou seja, o repúdio à forma como a política está sendo feita no Brasil. É claro que, dentro desse número, temos a fração dos que não se interessam e aqueles que, simplesmente, abandonaram a ideia de eleger alguém e a esperança na política. Mas, nesse contingente de 38 milhões de brasileiros, tem uma massa amplamente majoritária que não quer a política do jeito que está aí. Este é um fato estatístico.

Esses políticos como Dilma, Aécio, Marina, Garotinho, Cesar Maia, Pezão, Sérgio Cabral, Maluf, Crivella, Geraldo Alckimin,... Tudo que os leitores queiram incluir no mesmo saco, estão fazendo alguma coisa que não corresponde ao que essa massa de eleitores brasileiros espera, principalmente no campo do comportamento, das regras políticas, das práticas governamentais e da utilização do Estado em benefício próprio.

Esse povo que não votou e que repudiou esse jogo é um povo que expressa muito mais as manifestações de 2013 do que o povo que votou, porque o povo que compareceu às urnas definiu-se por um fragmento qualquer do PT, do PSDB, do PSB e do PMDB que estão no jogo e fazendo o jogo com as regras que o jogo tem. Quando, na verdade, o que se quer ou o que as manifestações quiseram, é a mudança das regras do jogo. Ou seja, uma política mais limpa, uma prática de governo mais ética e o fim da posse do Estado pelos partidos políticos.

Atenção, senhores candidatos!!! Mais de 38 milhões de brasileiros deram um manifestação, muito expressiva, de REPÚDIO a todos vocês. Tratem de entender como atendê-los.

LEIA MAIS:
Votos brancos, nulos e abstenções passam de 30% em eleição no TO

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O Globo faz cobertura tendenciosa a favor do governo e tenta criminalizar protesto de professores grevistas

Segundo o jornal, os professores teriam dado "apoio incondicional" aos Black Blocs, grupos radicais que protagonizam cenas de vandalismo na cidade em meio aos protestos. Isso é mentira. O que o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) quis dizer, é que os Black Blocs são bem-vindos quando agem de forma pacífica em apoio às manifestações. Como aconteceu na expulsão dos professores da Câmara de Vereadores, onde Black Blocs ajudaram a defender os docentes da truculência da Polícia Militar, agindo como bons aliados numa ação colaborativa. Como podemos ver, O Globo, mais uma vez, tenta manipular a opinião pública em prol do governo e contra os interesses da população.

Imagem: Reprodução / Jornal O Globo

Para quem não sabe, apoio incondicional quer dizer o seguinte: Se os Black Blocs fizerem uma manifestação pacífica, serão apoiados. Se os Black Blocs botarem pra quebrar, depredando e vandalizando, também serão apoiados. Isso é apoio incondicional.

Portanto, O Globo está exagerando e sendo tendencioso ao dizer que os professores grevistas apoiam de forma incondicional os Black Blocs. Isso é mentira. Até porque, o que os professores querem é que o movimento seja percebido e suas reivindicações sejam discutidas pela sociedade. É isso que eles querem. Os professores não querem ficar discutindo Black Blocs. Viu, O Globo!!!

De acordo com o Sepe-RJ, os Black Blocs são bem-vindos apenas quando agem como força legítima da sociedade, para exigir dos governantes melhores condutas diante dos interesses sociais. E não para deturpar com ações que esse movimento dos professores não aceita e não endossa. Então, nesse sentido, não teve apoio incondicional nenhum.

O fato é que a manipulação da notícia, sempre feita pelo jornal O Globo, para produzir um efeito criminalizante dos fatos, não pode se estender aos professores. Acho perigoso e nocivo sugerir que o movimento dos professores e os Black Blocs estejam irmanados incondicionalmente.

#diadoprofessor

Jornal O Globo tenta desqualificar manifestação de professores grevistas

Segundo a publicação, a liderança do movimento grevista dos professores teria ligação político-partidária com o PSOL e o PSTU. Ora, não tenho nenhuma dúvida sobre a existência de um possível apoio partidário ao movimento. Aliás, não conheço nenhuma organização popular que não tenha suas identificações no mundo da política. Eduardo Paes, Sérgio Cabral e Dilma Rousseff são políticos profissionais, tudo que eles fizeram na vida esteve ligado a um projeto político. As pessoas que ocupam o comando do Estado brasileiro estão lá, porque fizeram o caminho da política-partidária.

Imagem: Reprodução / Jornal O Globo

Então, me parece caricato quando alguém tenta desqualificar um movimento popular legítimo por conta disso. Não entendo o porquê desta reação criminalizante do eventual caráter político-partidário da liderança dos professores. Essa tentativa de dar um caráter criminoso ao movimento, por este motivo, não altera em nada a legitimidade das manifestações. Viu, O Globo!!!

As pessoas estão nas ruas para cobrar mudanças no comportamento de um Estado que você, O Globo, mais apoia do que critica. De um sistema político que você mais apoia do que critica. Que a Band, a Record e o SBT mais apoiam do que criticam. Enfim, a essência da relação da grande imprensa com o Estado brasileiro é de parceria, cumplicidade e mútua conveniência. Chega a ser uma relação de razoável proteção e blindagem.

Portanto, O Globo, a tentativa de criminalizar o que está acontecendo, é muito presente na forma como se cobre o que está acontecendo. 

#diadoprofessor

sábado, 11 de outubro de 2014

Equipe da Rede Globo é ameaçada e expulsa por ambulantes em São Paulo

Uma equipe da TV Globo se envolveu em um princípio de confusão com ambulantes enquanto fazia uma reportagem sobre o comércio no bairro do Brás, região central de São Paulo. A repórter Jaqueline Brasil, um cinegrafista, um assistente e um produtor conversavam com algumas pessoas, mas precisaram sair rapidamente do local. "Fomos fazer a reportagem e, em algum momento, ficaram bastante exaltados, nos ameaçaram e nós tivemos que sair rapidamente", afirmou a repórter. A equipe fez a entrada ao vivo em uma outra rua, a cerca de 300 metros do local em que ficam os ambulantes. (UOL Notícias)

Imagem: Reprodução / UOL Notícias

— A imagem da Rede Globo é uma imagem antipatizada pela população. E não é porque a população é perversa, é inconsciente, é mal informada etc e tal. É uma bobagem a gente achar isso. A população tem a imagem da Rede Globo que foi construída pela própria Rede Globo, ao fazer coberturas jornalísticas tendenciosas a favor do governo e contra os interesses da população. É isso que acontece com uma emissora que mais apoia do que critica o Estado e seus governantes, não só em São Paulo, mas em todo país.

O representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, André Borges, defende a atitude dos ambulantes, que quase agrediram a equipe da Globo: "Eles têm o direito a se manifestar contra a mídia. A mídia mente. Ela também precisa fazer uma autocrítica, a revolta é contra o sistema", afirmou. "Eles não podem agredir, mas podem expulsar, sim", acrescentou.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Eleições 2014: Em horário eleitoral na TV, um de cada seis minutos é usado para ataque

Aécio Neves é quem mais dedicou espaço às críticas. Entre o primeiro programa no dia 19 de agosto e o que foi exibido na quinta-feira, dia 25, o tucano, que conta com 4min35s em cada bloco de 20 minutos, investiu 32% do seu tempo, ou 24min56s, com o que os especialistas chamam de "campanha negativa". Com 2min03s em cada bloco, a candidata do PSB, Marina Silva, utilizou 18% do seu tempo, ou 6 min16s, para criticar os adversários. Já Dilma Rousseff, que disputa a reeleição e conta com 11min24s diários em cada bloco, usou 10% do seu tempo, ou 19min23s, para atacar os adversários. (Época Negócios)

Imagem: Reprodução / Época Negócios

— Por que os políticos produzem, deliberadamente, essa confusão com seus atos, suas frases, seus comentários, suas acusações, seus apoios e seus recursos, de várias origens, que apresentam oficialmente ao TSE? Porque mais uma vez, a campanha eleitoral toma, como tem sido diariamente, o aspecto de que contrapõe figuras diferentes, quando na verdade, o que vemos é um festival de iguais. São diferentes na forma como tentam se apresentar ao eleitor, mas são absolutamente iguais na essência ética, na essência moral, na forma como manipulam o discurso, na forma como tentam dissimular as alianças que aceitam e os pactos que fazem. Porque afinal de contas, a cadeira que estão disputando não tem espaço para duas bundas, sejam elas, gordas ou magras.

Mais uma vez, estamos vivendo uma campanha eleitoral absolutamente igual, na sua essência e nos seus personagens, a tudo que já vimos e estamos vendo há séculos. Isto porque, vossas excelências são essencialmente iguais, querem as mesmas coisas e lutam pelos mesmos interesses. É isso que a gente vê o tempo todo, inutilmente, nos debates políticos e no horário eleitoral.

Eleições 2014: 58,3% dos eleitores dizem ter pouco ou nenhum interesse na eleição presidencial

As eleições não são a oportunidade de mudar a realidade do país. Não é depositando 100% das esperanças no voto, que exercemos a cada 2 anos, que vamos alterar essa realidade no Brasil. Isto porque, as máfias político-partidárias se apropriaram do processo político-eleitoral no país, fazendo das eleições apenas momentos para legitimarem a sua sobrevivência e a sua permanência no poder. O voto no Brasil só serve pra isso e mais nada. Não se muda mais o Estado brasileiro por dentro. Não tem como mudá-lo através da relação que os políticos e os partidos possuem com esse Estado, esquece. A única forma de alterarmos essa realidade, é com o crescimento, o adensamento e a radicalização do movimento popular nas ruas. Só ele os fará mudar. Notem, não se trata de um ataque à instituição, à democracia e ao princípio da representação parlamentar. Trata-se de um discurso aplicado à realidade brasileira.

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É só olhar o que mudou nas últimas 20 eleições no Brasil. O que mudou? Diminuiu a corrupção e a violência? Melhorou a educação e a saúde? O país viveu 10 anos de absoluta prosperidade na economia. O mundo viveu até 2008 uma década de abundância total. Agora, pergunto o seguinte: A realidade social da população brasileira melhorou na proporção, mínima, se houvesse esse desejo político? Claro, que não! Esses programas sociais do governo são migalhas da riqueza nacional. A população vive numa situação avassaladora de indigência e miséria. É só chover pra gente ver! É só entrar no hospital público pra gente ver! Cadê o médico? Cadê o remédio? Cadê a vaga na escola? Cadê o material escolar? É isso. O país não mudou como deveria ter mudado. Em 30 anos melhoramos o quanto e o quê? Está de bom tamanho? Claro, que não está!

O Estado brasileiro na visão dos políticos e dos partidos, aos quais estão filiados, não representa um instrumento para ajudar a sociedade a se organizar e trilhar um caminho de prosperidade, nunca foi. Para os partidos e para as máfias políticas, o Estado brasileiro representa apenas um duto de dinheiro. Eles não querem o poder porque o poder permite alterar a realidade e conduzir o Estado numa direção diferente, não. Eles nunca quiseram isso. Pergunto a você o seguinte: Em que direção a canalhada política conduz o Estado brasileiro, independentemente, dos partidos que integrem? Em nenhuma. O jogo deles é a mera gestão do cotidiano. É a mesma porcaria.

Os políticos fazem com o Estado brasileiro aquilo que fazem com as prostitutas que, eventualmente, levam em suas viagens oficiais camufladamente. O Estado serve pra eles como coito cotidiano. Os enriquece, enriquece seus sócios, seus parceiros, seus parentes, seus genros, seus filhos, suas amantes e por aí vai. O que Vossas Excelências querem é permanecer no poder através das eleições, só isso. Sabe por quê? Porque é do aparato estatal que brotam, aos milhões, os recursos públicos que servem para alimentar essas máfias que os deixam cada dia mais ricos, ousados e prepotentes.

Neste país, os partidos são sérios antes de chegar ao poder. Enquanto fazem parte da oposição, todos são politicamente corretos. Depois que chegam lá, se acumpliciam com aquelas práticas e com aqueles esquemas corruptos da máquina pública, pecando pela omissão ou pela parceria promíscua. Assim foi com o PT antes de ser governo, e assim será com todos os outros partidos, porque neste modelo político vigente é assim que a banda toca.

É preciso fazer uma quebra na lógica e no ritmo com que as coisas acontecem no Brasil. E essa ruptura só vai acontecer se o povo for às ruas como foi em junho e julho de 2013. O movimento popular precisa radicalizar, sim. E o seu alvo tem que ser o Estado e seus agentes. Por isso, defendo a invasão da Câmara de Vereadores, da Assembléia Legislativa e do Congresso Nacional. Enfim, defendo a tentativa de invasão ordeira de qualquer palácio pelo movimento popular, porque entendo que isso é legítimo e faz parte do jogo democrático.

Eleições 2014: O Globo apoia Cesar Maia na disputa pelo Senado

Enquanto as atenções se concentram na disputa pela Presidência e pelo governo do Rio de Janeiro, um terceiro confronto opõe políticos de duas gerações. De um lado, está o ex-atacante Romário (PSB), de 48 anos, ídolo do futebol que, após deixar os campos, se aventurou na política. Com um mandato como deputado federal, Romário ainda é tido como novato, mas já quer “sentar na janela”, como disse em 2004, ao se desentender com um técnico. Nas pesquisas de intenção de voto, ele aparece como favorito para a única vaga em disputa este ano para representar o Rio no Senado. Tem 48% das intenções de voto, segundo o último Datafolha. Do outro lado, está o vereador Cesar Maia (DEM), de 69 anos. Político veterano, foi três vezes prefeito do Rio e só jogou futebol, como lateral esquerdo, nas poucas peladas da Escola de Minas de Ouro Preto (MG), onde se formou em Engenharia. Cesar tem 23% das intenções de voto. (O Globo)


Imagem: Reprodução / O Globo

— Acho execrável qualquer publicação tendenciosa da imprensa que venha a beneficiar essa figura, que pra mim, é o retrato da escória política brasileira. Alvo de várias evidências de improbidade administrativa, Cesar Maia é a representação mais perfeita e acabada do que é o político brasileiro. Não é à toa que tem apenas 23% das intenções de voto contra 48% de Romário. Gostaria de perguntar ao jornal O Globo o seguinte: Por que um político veterano que já foi três vezes prefeito do Rio, tem só 23% das intenções de voto? Isso reflete o que? Uma boa gestão? O carioca ficou satisfeito com o governo Cesar Maia durante os 12 anos em que esteve à frente da prefeitura do Rio? Claro que não! Se tivesse ficado, essa excrescência veterana não estaria tão mal nas pesquisas.

Certamente, os colunistas políticos não vão concordar com o que vou dizer, mas, salvo raríssimas exceções, o fato é que, a escória da sociedade brasileira está na política, não toda escória. Há escória em outras áreas, inclusive no jornalismo, não é mesmo O Globo! Mas, os setor que reúne mais representantes da escória da sociedade é a política no Brasil. Disso, eu não tenho dúvida nenhuma e não não vejo o porquê mudar de opinião com relação a isso.

Leiam abaixo trechos extraídos da matéria do jornal O Globo e tirem suas próprias conclusões.