terça-feira, 17 de novembro de 2015

Por falta de deputados, Congresso adia mais uma vez votação do ajuste fiscal

A sessão que analisaria os vetos da presidente Dilma Rousseff a projetos da chamada "pauta-bomba", que aumentam gastos públicos, foi encerrada por falta de quórum para votação entre os deputados. É a segunda vez nesta semana que a Câmara não dá quórum para a análise dos vetos, que podem ameaçar o ajuste fiscal. Uma semana após a reforma ministerial ampliar o espaço do PMDB, maior partido da base aliada, no ministério da presidente Dilma. O PMDB cresceu de seis para sete pastas, e os ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia foram dados a deputados do partido. O vice-líder do governo na Câmara, deputado Sílvio Costa (PSC-PE), afirmou que a base do governo faz "chantagem", buscando a nomeação de cargos e a liberação de emendas parlamentares ao Orçamento. (UOL Notícias)


— O Congresso Nacional está tomado por "milícias". Iguais às milicias que dominam várias comunidades pelo país cobrando pedágio para andar na rua, impondo regras, controlando a distribuição de produtos e serviços, extorquindo comerciantes, invadindo casas de moradores... Ou seja, são milícias! Muitas delas formadas policiais e ex-policiais, bombeiros e ex-bombeiros, agentes penitenciários etc e tal. As milícias surgem com a intensão e o discurso de se opor ao tráfico de drogas, mas acabam se transformando em opressores, do mesmo nível da bandidagem, contra a população.

Recentemente, houve uma reforma ministerial na qual foi decidido pelos partidos governistas a distribuição, acintosa e vergonhosa, de cargos públicos para tentar compor uma base dentro Congresso Nacional. Mas o que vemos a despeito de terem dado aos partidos uma boa parte dos cargos públicos do país, são grupos de parlamentares - "milícias" - querendo extorquir mais, tirar mais do governo e da máquina pública.

Vejam, não é mais uma ação partidária! Não tem uma questão ideológica! Não tem uma questão programática! Não tem uma questão operacional, não! É só "milícia" querendo tomar mais e mais parcelas do poder no governo, adiando votações fundamentais para o país no grito.

Atual Congresso brasileiro deveria ser dissolvido, diz sociólogo espanhol

O sociólogo espanhol Manuel Castells, 71, diz que o atual Congresso brasileiro não tem como se reformar. Ele defende sua dissolução para dar lugar a uma assembleia constituinte. "O grande problema do Brasil não é econômico, mas político", afirma. "Se não for alterado o sistema político, a esperança de mudança representada pelo movimento se converterá em raiva coletiva e cinismo individual."


Castells é um dos mais reconhecidos estudiosos de movimentos em rede e de seus efeitos na política. Ele esteve no Brasil no mês passado, coincidentemente durante os protestos. Contou a experiência em artigo publicado no sábado pelo jornal "La Vanguardia", de Barcelona --no texto, o sociólogo escreve que forças policiais do Distrito Federal e do Ministério da Justiça mataram manifestantes, o que não aconteceu.

Em entrevista à Folha por e-mail, Castells diz que "o Brasil chegou a um ponto não sustentável na deterioração ecológica e urbana".

Folha - A que o sr. atribui as manifestações das últimas semanas no Brasil?
Manuel Castells
- Eu não interpreto os movimentos, e sim observo o que os movimentos dizem sobre suas motivações. Começou contra o aumento das tarifas, e depois a tarifa zero, porque a mobilidade é um direito universal. A isso se somam as demandas sobre educação e saúde, bens essenciais para a vida das pessoas e que não são são atendidos nem pelo mercado nem pelo Estado, na proporção do crescimento econômico que tem tido o Brasil. Eles dizem "não são os centavos, são nossos direitos". Ou seja, os jovens sentem que as instituições e os políticos não respeitam seus direitos nem oferecem canais de participação. Por isso têm que sair à rua, e a presidenta Dilma Roussef está de acordo. Além disso, a corrupção política é um insulto à dignidade cidadã.

O sr. acredita que as manifestações poderiam ter acontecido se não existissem as redes sociais?
Não. As redes sociais são o espaço público no qual, no nosso tipo de sociedade, a sociedade rede, se formam os movimentos sociais, para a partir dali ocupar o espaço público urbano e penetrar depois no espaço público institucional. Mas isso não quer dizer que são as redes que causam o movimento. O movimento é uma revolta contra a injustiça e a humilhação cotidiana que sofrem muitos jovens. Mas as redes são a plataforma indispensável para que eles se encontrem, debatam, coordenem-se e expressem-se fora do sistema político e das formas tradicionais, hoje em dia burocratizadas.

Faz tempo que as redes sociais têm força no Brasil. Por que demorou tanto em acontecer algo como agora?
Exatamente porque a causa não são as redes, mas sim a indignação contra as condições de vida das pessoas imposta por um crescimento econômico e urbano especulativo e sem controle. O Brasil chegou a um ponto não sustentável na deterioração ecológica e urbana, assim como os níveis de corrupção e arrogância da classe política.

Como o sr. compara o que passou no Brasil com os processos da Primavera Árabe, dos indignados espanhóis, do Cinco Estrelas na Itália e com o que acontece agora na Turquia?
Em todos os casos, os movimentos são espontâneos, sem líderes, sem ideologia comum. Surgem da indignação e da defesa da dignidade. São gestados nas redes sociais, se expressam no espaço urbano e recusam as formas de governo que não consideram democráticas. São essencialmente movimentos contra a corrupção da classe política e por uma nova forma de representação. E surgem na ditadura e na democracia, em períodos de crescimento e em períodos de crise econômico, e em diferentes contextos culturais. Ou seja, o contexto é diferente, mas os movimentos se parecem porque têm a forma dos movimentos sociais na era da internet.

O Executivo e o Legislativo brasileiros estão reagindo às manifestações. Como vê essa relação entre as redes e a vida institucional? Como isso vai acontecer a partir de agora?
A presidenta Dilma Rousseff reagiu como democrata. Escutou as ruas e tratou de atuar imediatamente, investindo no transporte, na educação e na saúde e propondo uma reforma política por plebiscito para superar o bloqueio da classe política brasileira que em sua maior parte é corrupta, não só pelo dinheiro, mas também pelo poder, porque acreditam que o poder é dela e não dos cidadãos.
O grande problema do Brasil não é econômico, mas político. Os partidos políticos brasileiros representam a si mesmos e se fecham a qualquer reforma real que limite seus privilégios. Esse é o ponto chave. Se não for alterado o sistema político, a esperança de mudança hoje representada pelo movimento se converterá em raiva coletiva e cinismo individual.
O Congresso atual não pode se autorreformar. Deveria ser dissolvido para que se inicie um processo constituinte de reforma da democracia. O Brasil poderia ser um exemplo para o mundo. A presidenta, líderes como Marina Silva e talvez o presidente Lula e o presidente [Fernando Henrique] Cardoso poderiam liderar a mudança com sua autoridade moral. Mas muitos políticos profissionais deveriam se aposentar e montar empresas para criar empregos com o dinheiro que ganharam na política.

(Reprodução: Folha de S.Paulo)

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Ibope: 2 em cada 3 eleitores não votariam nos seis virtuais candidatos à Presidência da República

A rejeição demonstra que uma parte cada vez maior do eleitorado duvida da eficiência do sistema político. Não crê que ele vá produzir uma solução para os problemas que se perpetuam. É mais do mesmo. O ódio é geral e irrestrito. Lula enfrenta hoje 55% de eleitores que dizem não votar nele de jeito nenhum, a maior taxa entre os políticos pesquisados pelo Ibope. Mas seus potenciais adversários não estão lá muito melhor. Todos oscilam entre 47% e 54% de rejeição. Como resultado, há muito ódio compartilhado. (Estadão)

— As eleições não são a oportunidade de mudar a realidade do país. Não é depositando 100% das esperanças no voto que exercemos a cada 2 anos, que vamos alterar essa realidade no Brasil. O voto obrigatório no Brasil só serve para o cidadão eleger, não serve para interferir, mudar ou atender as demandas da sociedade. Isto porque, as máfias político-partidárias se apropriaram do processo político-eleitoral no país, fazendo das eleições apenas momentos para legitimarem a sua sobrevivência e a sua permanência no poder. O voto no Brasil só serve pra isso e mais nada. 

Nas grandes democracias como França, Inglaterra e EUA a atitude de votar, além de ser facultativa, serve também para decidir incontáveis demandas sociais, simultaneamente, no mesmo processo eleitoral. Até na Venezuela do ditador Nicolás Maduro é assim. Aqui, o voto só serve para eleger os candidatos que, uma vez eleitos, se tornam intocáveis. Tornam-se uma casta na qual ninguém pode chegar perto, ninguém pode prender, ninguém pode tirar do poder etc e tal.

É claro que nós não temos alternativa à política como meio de equilibrar nossas relações e evitar que nos devoremos, porque é a política que faz com que a gente organize o caminho coletivo. Mas, nós temos alternativa à essa política praticada no Brasil. Nós não temos, também, alternativa aos políticos como sociedade e aos partidos dos quais afloram. Mas, nós temos alternativa a esses políticos e a esses partidos que temos aqui. Partidos que foram transformados em máfias que disputam, única e exclusivamente, o controle do Estado. Não para transformá-lo, direcioná-lo e torná-lo num instrumento cada vez mais eficaz de atendimento ao cidadão, não. Mas, para ser o lugar do qual eles tiram a grana, a corrupção, a propina do empreiteiro, o jatinho da FAB pra implantar cabelo. A boca pra nomear o ministro amigo, o genro ladrão, a amante pelancuda e por aí vai.

Nós não temos alternativa à política como sociedade, mas temos alternativa a esta política que fazem no Brasil. Não temos alternativa aos políticos e aos partidos, mas temos alternativa ao que os políticos e os partidos se transformaram no Brasil. Pra isso, claro, precisamos pensar utopicamente. É preciso que a legislação política seja modificada para que eles percam poder e imunidades, fazendo com que o poder da sociedade se torne mais efetivo nas casas legislativas, criando mecanismos que permitam ao cidadão intervir diretamente em seus mandatos. Mecanismos que permitam aos eleitores retirarem do poder políticos corruptos, incompetentes e vagabundos. "Esse aí nos enganou, não presta, rua!!!"

Vários países têm legislações que permitem esse tipo de depuração do processo político-partidário das casas parlamentares. Aqui no Brasil isso não existe, aqui os políticos e os partidos são cidadelas blindadas ao poder da população e do próprio voto. O voto aqui só serve para elegê-los.

Nós não exercemos a cidadania no Brasil votando, somos apenas votantes, não participamos de nada que modifique, para melhor, o nosso cotidiano. Temos apenas o direito de exercer a nossa ‘votatania’. Essa incapacidade de interferir no processo, faz com que sejamos meros revalidadores desta política ineficiente, sem controle e sem vigilância. Os políticos só fazem o que querem e quando querem, eles não sofrem nenhum tipo de cobrança ou condenação quando erram.

É preciso mudar a legislação política. É preciso diminuir o poder dos políticos e aumentar a capacidade efetiva de interferência do eleitor no mandato do parlamentar e nas casas legislativas. Enquanto não subordinarmos essa gente à vontade popular, nada vai mudar. O modelo político-eleitoral brasileiro não corresponde aos direitos e aos anseios do povo. As eleições, no Brasil, não mudam a realidade, apenas legitimam o atual processo corrupto da política brasileira.

É só olhar o que mudou nas últimas 20 eleições no Brasil. O que mudou? Diminuiu a corrupção e a violência? Melhorou a educação e a saúde? O país viveu 10 anos de absoluta prosperidade na economia. Agora, pergunto o seguinte: A realidade social da população brasileira melhorou na proporção, mínima, que deveria se houvesse esse desejo político? Claro, que não! Esses programas sociais do governo são migalhas da riqueza nacional. A população vive numa situação avassaladora de indigência e miséria. É só chover pra gente ver! É só entrar no hospital público pra gente ver! Cadê o médico? Cadê o remédio? Cadê a vaga na escola? Cadê o material escolar? É isso. O país não mudou como deveria ter mudado. Em 30 anos melhoramos o quanto e o que? Está de bom tamanho? Claro, que não está!

O Estado brasileiro na visão dos políticos e dos partidos, aos quais estão filiados, não representa um instrumento para ajudar a sociedade a se organizar e trilhar um caminho de prosperidade, nunca foi. Para os partidos e para as máfias políticas, o Estado brasileiro representa apenas um duto de dinheiro. Eles não querem o poder porque o poder permite alterar a realidade e conduzir o Estado numa direção diferente, não. Eles nunca quiseram isso. Pergunto a você o seguinte: Em que direção a canalhada política conduz o Estado brasileiro, independentemente, dos partidos que integrem? Em nenhuma. O jogo deles é a mera gestão do cotidiano. É a mesma porcaria.

Neste país, os partidos fingem ser sérios antes de chegar ao poder. Enquanto fazem parte da oposição, todos são politicamente corretos. Depois que chegam lá, se acumpliciam com aquelas práticas e com aqueles esquemas corruptos da máquina pública, pecando pela omissão ou pela parceria promíscua. Assim foi com o PT antes de ser governo, e assim será com todos os outros partidos, porque neste modelo político vigente é assim que a banda toca.

Os políticos fazem com o Estado brasileiro aquilo que fazem com as prostitutas que, eventualmente, levam em suas viagens oficiais camufladamente. O Estado serve pra eles como coito cotidiano. Os enriquece, enriquece seus sócios, seus parceiros, seus parentes, seus genros, seus filhos, suas amantes e por aí vai. Vossas Excelências querem, através das eleições, é permanecer no poder, só isso. Porque é do aparato estatal que brotam, aos milhões, os recursos públicos que servem para alimentar essas máfias que os deixam cada dia mais ricos, ousados e prepotentes.

É preciso fazer uma quebra na lógica e no ritmo com que as coisas acontecem no Brasil. E essa ruptura só vai acontecer se o povo for às ruas como foi em junho e julho de 2013. O movimento popular precisa radicalizar, sim. E o seu alvo tem que ser o Estado e seus agentes. Por isso, defendo a invasão da Câmara de Vereadores, da Assembléia Legislativa e do Congresso Nacional. Enfim, defendo a tentativa de invasão ordeira de qualquer palácio pelo movimento popular, porque entendo que isso é legítimo e faz parte do jogo democrático.

A única forma de alterarmos essa realidade, é com o crescimento, o adensamento e a radicalização do movimento popular nas ruas. Só ele os fará mudar. Notem, não se trata de um ataque à instituição, à democracia e ao princípio da representação parlamentar. Trata-se de um discurso aplicado à realidade brasileira.Leia Mais:http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,odios-multiplos,1789690
Assine o Estadão All Digital + Impresso todos os dias
Siga @Estadao no Twitte

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

CCJ da Câmara dos Deputados aprova projeto que pune quem falar mal de políticos na internet

A proposta muda o Marco Civil da Internet e o Código Penal, beneficiando principalmente os políticos envolvidos em escândalos. O projeto cria o direito de remover da internet qualquer conteúdo que associe o nome da pessoa a um crime do qual ela tenha sido absolvida ou a qualquer fato, com ou sem julgamento, que ela considere prejudicial a sua honra. Num exemplo bem simples, todo processo de impeachment sofrido pelo ex-presidente Fernando Collor poderia sumir da rede de computadores, caso assim ele pedisse. "Na União Europeia, o direito ao esquecimento não se aplica à pessoa pública. É um projeto preocupante, um grave retrocesso. Ele ameaça a narrativa histórica e a liberdade de expressão", critica Alessandro Molon (Rede). (Extra Online)


— A classe política brasileira é a escória da sociedade. Salvo raríssimas exceções, a média da qualidade ética, moral e comportamental dos políticos brasileiros é muito inferior à média moral da sociedade brasileira. A política no Brasil é o sorvedor da escória nacional. Os deputados da Câmara são a expressão pura e acabada do que é o político brasileiro. Eles não são um ponto fora da curva, eles são a curva, estão alí para roubar, enriquecer e ficar nas tetas do Estado, usufruindo de suas mordomias e privilégios. Só servem pra isso!!!

Supondo que toda sociedade tivesse a média moral e ética dos políticos brasileiros, ainda sim, ela não enriquece na proporção e na velocidade que os políticos enriquecem. Ou seja, nem isso serve de consolo. Portanto, é uma mentira dizer que a classe política é a representação da média moral da sociedade brasileira. O brasileiro não é como os políticos são, eles são a escória do país.

Talvez, dentro dos presídios você encontre uma média de valores morais superior à media de valores morais predominante na política brasileira. Basta acompanhar o noticiário que você vai ver. É impressionante o que os políticos são capazes de fazer em benefício do seu grupo, dos seus sócios e dos seus financiadores. Todos estão milionários. Passaram a vida no setor público e construíram fortunas. Mas o pior disso tudo é que a gente convive com isso como se fosse algo normal.

Não querem ser criticados? Roubem menos, façam mais, respeitem mais!!!


LEIA TAMBÉM:

Eduardo Paes nomeia deputado Rafael Picciani como novo secretário de Transportes do Rio

Candidatos ao governo de MS declaram ao TSE R$ 44,3 milhões em bens patrimoniais

Vereadores de SP travam votação na Câmara por não terem ingressos para a abertura da Copa do Mundo

Falar mal de políticos na internet pode virar crime no Brasil

A Câmara dos Deputados apresentará um projeto de lei para acelerar a identificação e a punição de pessoas que criam páginas na internet ofensivas e difamatórias contra parlamentares. A informação é do site "Congresso em foco". Pela proposta, os provedores, portais e redes sociais que hospedam as páginas serão responsabilizados criminalmente. (Jornal do Brasil)


      

— As perguntas que faço a você, ilustre contribuinte, são as seguintes: Onde estavam os ilustres "políticos honestos" que não saíram em defesa da liberdade de expressão do cidadão? Dos direitos constitucionais? Estavam fazendo o quê diante desse retrocesso absurdo? Por que não procuraram a imprensa e botaram a boca no trombone antes da tramitação do projeto na Câmara? Vai me dizer que não sabiam de nada!

Minha gente, isso mostra que a bancada ética da Câmara dos Deputados é uma espécie de validadora do processo anti-ético dos deputados corruptos. A presença dos deputados sérios alí, com sua moral ilibada, é tão evidente quanto a sua inferioridade numérica. Notem, se há apenas 13 deputados sérios para tomar iniciativas em defesa da moral e dos bons costumes na Câmara, e 500 vagabundos. Evidentemente, os 500 vagabundos vão aprovar todos os projetos dos políticos corruptos. E mais, vão dizer ainda que o processo seguiu o rito democrático. E por que seguiu o rito democrático? Porque os deputados éticos participaram do processo como minoria. Simples assim!!!

Quando figuras como Eduardo Cunha e Renan Calheiros dizem que foram eleitos dentro do jogo democrático, eles têm razão. Porque seus opositores, a minoria ética, participou e validou o processo. Ou seja, os políticos honestos são álibis que servem apenas para legitimar os atos da maioria desonesta e para preservar a imagem da instituição pública. Só servem pra isso!!!

Lamentavelmente, a verdade é que o Brasil está mais cheio de políticos corruptos e vagabundos do que de políticos sérios. Acho até que, talvez, seria melhor se a minoria nem existisse, porque só assim poderíamos chamar toda classe política brasileira como ela realmente merece.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Jornalista da Globo é detido com 240 quilos de falsa cocaína

Mato Grosso - O jornalista Alex Barbosa, de uma afiliada da TV Globo em Mato Grosso, foi detido por volta das 19h desta segunda-feira quando simulava o transporte de cocaína da Bolívia para o Brasil. O repórter, que foi abordado pela Polícia Militar de Mato Grosso na BR 070, em Cáceres, produzia uma matéria para expor a fragilidade do combate ao tráfico de drogas na fronteira entre Brasil e Bolívia.


O iG apurou junto à PM que ele, mais dois jornalistas e um boliviano, foram detidos em flagrante com 240 kg de gesso em pó e conduzidos à Polícia Federal. Barbosa foi detido por policiais do Gefron (Grupo Especial de Fronteira), unidade da Polícia Militar de Mato Grosso que faz combate ao tráfico.

O jornalista e equipe estavam em dois carros, um Gol e uma Parati, ambos da TV Centro América. Segundo a PM, uma patrulha do Gefron viu os dois carros trafegando pela rodovia e os abordou. Os veículos teriam levantado suspeitas por estarem bastante rebaixados em virtude do peso da carga. Barbosa e sua equipe foram liberados por volta das 3h da manhã após prestarem depoimentos.

Reprodução: O Dia Online

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Concursos públicos oferecem 2.993 vagas com salários até R$ 28,9 mil

Todas as notícias e as respectivas críticas deste blog têm o mesmo DNA. Qual é esse DNA? Os maus modos do servidor público. Mais graves uns, menos graves outros. Comportamentais uns, criminosos outros e por aí vai. Não estou procurando criticar, especificamente, um político que controle aquele órgão ou aquela área de poder. O que estou criticando, única e exclusivamente, é a ausência ou a má qualidade do serviço público prestado. É a violência do Estado brasileiro de se julgar dono de mim, do meu imposto, do meu tempo, da minha paciência e do meu destino. E isso nos coloca diante de uma constatação inevitável que irrita muitos defensores do Estado brasileiro e dos seus privilégios: Nós somos uma coisa e o Estado brasileiro é outra. O Estado e sua estrutura humana são nossos inimigos.

Imagem: Reprodução/Terra Notícias
— Ah, mas eu sou um bom servidor público!
— Não me refiro a um caso isolado. É claro que temos incontáveis exemplos de dedicação e vocação ao serviço público. Mas, não é esse o comportamento predominante na educação, na saúde, na segurança, na gestão da burocracia, na Receita Federal e por aí vai.

O fato é que, toda vez que o cidadão brasileiro demanda por algo que dependa do setor público, ele vai passar por um sufoco maior do que deveria passar. Maior do que passa o mesmo cidadão requerendo o mesmo serviço em países onde a sociedade é respeitada, onde o cidadão é respeitado. Não é verdade que nós temos que aceitar, como padrão inevitável, essa qualidade de quinta categoria que o Estado brasileiro impõe aos serviços que nos presta, isto é, quando nos presta. Em qualquer setor da administração pública você vai encontrar uma barbaridade. E mais, não é só no alto escalão não, isso é assim em toda a sua estrutura. O corpo funcional do setor público está profundamente impregnado de desvios de conduta, inapetência e aversão ao serviço público.

E aí, ficam abrindo concursos para os quais se inscrevem milhares de interessados, uma legião de brasileiros que só se prepara pra isso. Será que todos eles foram tocados pela vocação do serviço público? Ou estão procurando a boquinha da estabilidade, da imobilidade e da impunibilidade? Vão querer me convencer que há uma enxurrada de vocações públicas aflorando a cada concurso. É isso? Não, claro que não! É porque sabem que, se entrarem para o Estado brasileiro vão fazer parte da casta do país. Entrar no aparato estatal é, praticamente, ganhar na loteria.

Agora, pergunto a você ilustre contribuinte, independentemente do seu setor de atividade, o seguinte: Os servidores públicos estão correspondendo, em serviços, aos salários que recebem? Claro, que não! Nunca corresponderam! O Estado brasileiro é um lixo que funciona apenas em função dos seus próprios interesses e dos seus controladores, os políticos. Só serve pra isso.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Metade do país acha que 'bandido bom é bandido morto', diz Datafolha

A constatação aparece em pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ONG que reúne especialistas em violência urbana do país. O levantamento foi realizado no final de julho e fará parte do 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que será divulgado nesta semana. O instituto ouviu 1.307 pessoas em 84 cidades com mais de 100 mil habitantes. Para a pergunta se bandido bom é bandido morto, 50% disseram concordar, 45% discordaram e o restante não soube responder ou não concorda nem discorda. Como a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, há empate técnico, e a pesquisa indica a sociedade dividida. (Folha de S.Paulo)


— Não é um bom traço pra sociedade ter uma polícia que mais mata no mundo e uma posição que endossa esse tipo de conduta. Isso é um salvo conduto para que a matança policial continue no Brasil. Vejam, a sociedade está dizendo que matar bandidos é melhor do que mantê-los presos. Agora, o grande culpado disso é o Estado brasileiro. Notem, se restirarmos o Estado da sua obrigação de mediador, de fornecedor de melhorias sociais, de segurança pública equilibrada,... Se deixarmos que a sociedade brasileira resolva por contra própria suas mazelas do dia a dia, o que vai dar é linchamento mesmo. O que vai dar é execução sumária mesmo!

Para evitar que isso aconteça, o Estado tem que estar presente entre um e outro para dizer o que pode e o que não pode ser feito. Mas, infelizmente, nós não temos Estado. O Estado brasileiro só serve para arrecadar dinheiro e ser alvo de disputa de poder entre as máfias político-partidárias. Sé serve pra isso!!!

Polícia brasileira é a que mais mata no mundo, diz Anistia Internacional

A força policial brasileira é a que mais mata no mundo, segundo relatório da organização Anistia Internacional. Em 2012, foram 56 mil homicídios no Brasil. Em 2014, 15,6% dos homicídios forem feitos por policiais. De acordo com o relatório da Anistia Internacional, os policiais atiram em pessoas que já se renderam, que já estão feridas e sem uma advertência que permitisse que o suspeito se entregue. O levantamento se concentrou na Zona Norte do Rio de Janeiro, que inclui a Favela de Acari.


Entre as vítimas da violência policial no Rio, entre 2010 e 2013, 99,5% eram homens. Quase 80% das vítimas eram negras e três em cada quatro, 75%, tinham idades entre 15 e 29 anos.

A Anistia Internacional acompanhou 220 investigações sobre mortes causadas por policiais desde 2011. Em quatro anos, em apenas um caso, o policial chegou a ser formalmente acusado pela Justiça. Em 2015, desses 220 casos, 183 investigações ainda não tinham sido concluídas.

Reprodução: Jornal do Brasil

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Sistema penitenciário pode piorar com a redução da maioridade penal, diz Ministro da Justiça

“Se houver uma redução da maioridade penal, os números da pesquisa seguramente serão muito piores. É razão pela qual antecipei a divulgação, para que o Congresso Nacional medite sobre isso, a sociedade debata e perceba se é esse realmente o caminho que devemos seguir. Para o Ministério da Justiça (MJ) e para governo Federal, não”, afirmou o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo. (Correio Braziliense)


— Não vamos resolver o problema da violência com a redução da maioridade penal. Entendo a revolta da sociedade, mais ainda daqueles que foram diretamente atingidos pelos crimes cometidos por menores. Como, por exemplo, o pai de um jovem morto na porta de casa por causa de um celular. Entendo que, o sentimento ferido e a parte arrancada de cada um deles, justifique plenamente o desejo por justiça com a punição dos criminosos. Mas, o caminho não é este.

Acho que a sociedade, como um todo, tem a ilusão de que a redução da maioridade penal vai resolver o problema. Infelizmente, esse é um dos muitos equívocos coletivos que se pode cometer, achando que podemos avançar. Mas, não se avançará!

A realidade brasileira propicia, fomenta e expande diariamente essa criminalidade precoce. Isso não é só figura de retórica. A corrupção e a impunidade são gritantes na política, na gestão pública, nos contratos empresariais e por aí vai. Essa impunidade notória, na qual a justiça é cúmplice, faz parte desse meio de barbaridades. Isso faz parte da cultura do Estado brasileiro!

Há décadas, o Estado brasileiro sonega à população saúde, educação, segurança e tantos outros itens que, no final das contas, produzem sofrimento, dor, violência e muita morte.

Portanto, me parece meio maluco que a população brasileira consiga conviver com isso naturalmente. Não é possível que sejamos capazes de absolver, tolerar e aceitar políticos corruptos, e ter que condenar quem está lá no andar de baixo. Lá, na mais desvalida das camadas da sociedade brasileira, onde não tem nada. Não tem casa, não tem saneamento, não tem escola, não tem emprego, não tem horizonte, não tem futuro. Enfim, não tem nada. NÃO TEM NADA!

Então, quer dizer que vamos conviver com figuras como Renan Calheiros e Eduardo Cunha no Congresso Nacional e vamos mandar pra cadeia o moleque de 16 anos da favela tal, que roubou um celular, uma carteira, um cordão e um chinelo para sobreviver. Está certo isso? E quando os moleques de 15,14,13,12,11 e 10 começarem a delinquir? Vamos ter que reduzir a maioridade penal para 9 anos? É isso mesmo! Quem são os verdadeiros culpados dessa tragédia social?

Que tal direcionarmos essa revolta e essa sede de justiça para hostilizar e pressionar os políticos? Porque, afinal de contas, de 4 em 4 anos, nós vamos lá e votamos neles. Nós estamos nesse jogo! Nós fazemos parte desse jogo! Eles, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, são os grandes responsáveis por toda essa tragédia social na qual vivemos. Eles e mais ninguém!

Com 607 mil presos, Brasil tem a 4ª maior população carcerária do mundo

Com um crescimento de 7% ao ano no número de prisões, a população carcerária no país já atinge 607.731 pessoas é a quarta maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Rússia. Os dados fazem parte de novo relatório do Infopen (Sistema Integrado de Informações Penitenciárias), divulgado pelo Ministério da Justiça nesta terça-feira (23). O documento, que reúne dados de junho de 2014, mostra um crescimento de 161% no total de presos desde 2000, quando o país contabilizava 233 mil pessoas no sistema prisional.

Um aumento que ocorre na contramão dos três demais países: nestes locais, a redução é de até 24% entre 2008 e 2014, segundo o relatório, que, pela primeira vez, passa a incluir a comparação dos novos números do sistema prisional brasileiro com dados de outros países, tabulados pelo IPCS (Internacional Center for Prison Studies).

Se mantiver esse ritmo, o país terá cerca de 1 milhão de presos em 2022. Da mesma forma, uma em cada dez pessoas estará presa em 2075, projeta o estudo. Com o crescimento na população prisional, o Brasil já soma cerca de 300 presos por 100 mil habitantes. Em dez Estados, no entanto, essa proporção é ainda maior: no Mato Grosso do Sul, por exemplo, há 569 presos a cada 100 mil habitantes. Em São Paulo, o índice é de 497.

PRISÕES LOTADAS

Ao mesmo tempo em que prende mais, o Brasil também mantém um número maior de presos em unidades já lotadas.

Em 2014, havia 376.669 vagas disponíveis em 1.424 unidades para abrigar toda a população carcerária do país, ou cerca de 1,6 presos por vaga. Isso significa que, em um espaço planejado para dez pessoas, há em média hoje 16 presos.

Apesar disso, ao menos um quarto das unidades prisionais, ou 25% do total, tem hoje mais de dois presos para cada vaga, uma proporção acima da média nacional.

O levantamento mostra ainda que, embora todos os Estados tenham, em geral, um número de presos superior ao de vagas, há também uma má distribuição das ocupações nestes locais. Em Pernambuco, por exemplo, metade das unidades prisionais não tem deficit de vagas. Ainda assim, 95% dos presos no Estado estão em unidades lotadas.

DESCOMPASSO

O estudo também aponta um descompasso entre o tipo de unidades e os presos abrigados. Apesar da metade das unidades serem destinadas a presos provisórios -que são quatro em cada dez presos do país-,84% delas também abrigam condenados.

Ao mesmo tempo, 80% das unidades construídas para abrigar apenas presos em regime fechado também abrigam outros pessoas que cumprem outros tipos de regime.

O relatório aponta também que a política de expansão de vagas, registrada nos últimos anos, embora tenha reduzido o deficit, não tem sido suficiente para recuperá-lo. Hoje, a estimativa é que faltam 231.062 vagas no sistema.

PERFIL DOS PRESOS

O estudo também traz um perfil dos presos no país. Em 2014, conforme os dados mais recentes disponíveis, quatro em cada dez presos eram provisórios, ou seja, estavam detidos sem terem ainda sido julgados.

Outra parte, ou 41% do total, eram de presos que cumpriam regime fechado, e outros 15% e 3%, em regime semiaberto e aberto, respectivamente.

Cerca de 56% dos presos são jovens, com 18 a 29 anos. Ainda segundo o estudo, dois em cada três são negros, e metade da população prisional não frequentou ou tem ensino fundamental incompleto.

Quatro em cada dez registros são de crimes contra o patrimônio, como roubos e furtos. Homicídios constam em 14% dos registros que levaram às prisões, e latrocínios, a 3%.

(Reprodução: Folha de S.Paulo)

Menino de 11 anos é apreendido após roubar cordão de professora em Vila Isabel

E agora, neste caso, teríamos que reduzir a maioridade penal para 9 anos? Está certo isso? Não é preciso ser muito inteligente para saber quem são os verdadeiros culpados por essa realidade anacrônica. Por isso, volto a afirmar que, não vamos resolver o problema da violência com a redução da maioridade penal. Entendo a revolta da sociedade, mais ainda daqueles que foram diretamente atingidos pelos crimes cometidos por menores. Como, por exemplo, o pai de um jovem morto na porta de casa por causa de um celular. Entendo que, o sentimento ferido e a parte arrancada de cada um deles, justifique plenamente o desejo por justiça com a punição dos criminosos. Mas, o caminho não é este.

Acho que a sociedade, como um todo, tem a ilusão de que a redução da maioridade penal vai resolver o problema. Infelizmente, esse é um dos muitos equívocos coletivos que se pode cometer, achando que podemos avançar. Mas, não se avançará!
A realidade brasileira propicia, fomenta e expande diariamente essa criminalidade precoce. Isso não é só figura de retórica. A corrupção e a impunidade são gritantes na política, na gestão pública, nos contratos empresariais e por aí vai. Essa impunidade notória, na qual a justiça é cúmplice, faz parte desse meio de barbaridades. Isso faz parte da cultura do Estado brasileiro!

Há décadas, o Estado brasileiro sonega à população saúde, educação, segurança e tantos outros itens que, no final das contas, produzem sofrimento, dor, violência e muita morte.

Me parece meio maluco que a população brasileira consiga conviver com isso naturalmente. Não é possível que sejamos capazes de absolver, tolerar e aceitar políticos corruptos, e ter que condenar quem está lá no andar de baixo. Lá, na mais desvalida das camadas da sociedade brasileira, onde não tem nada. Não tem casa, não tem saneamento, não tem escola, não tem emprego, não tem horizonte, não tem futuro. Enfim, não tem nada. NÃO TEM NADA!

Então, quer dizer que vamos conviver com figuras como Renan Calheiros e Eduardo Cunha no Congresso Nacional e vamos mandar pra cadeia o moleque de 16 anos da favela tal, que roubou um celular, uma carteira, um cordão e um chinelo para sobreviver. Está certo isso? E quando os moleques de 15,14,13,12,11 e 10 começarem a delinquir? Vamos ter que reduzir a maioridade penal para 9 anos? É isso mesmo! Quem são os verdadeiros culpados dessa tragédia social?

Que tal direcionarmos essa revolta e essa sede de justiça para hostilizar os políticos? Porque de 4 em 4 anos, nós vamos lá e votamos neles. Nós estamos nesse jogo! Nós fazemos parte desse jogo! Eles, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, são os grandes responsáveis por toda essa tragédia social na qual vivemos. Eles e mais ninguém!

“Reduzir maioridade penal pode agravar a violência", avalia coordenadora do Unicef

Para a coordenadora do programa de proteção à criança do Unicef, jogar menores em prisões de adultos geraria jovens ainda mais violentos e poderia associá-los a alguma facção. “Não faz sentido jogar os 20 mil jovens que hoje cumprem medidas socioeducativas com restrição de liberdade nos presídios convencionais, controlados por organizações criminosas. Ao sair desse sistema, teríamos jovens ainda mais violentos e, possivelmente, associados a alguma facção”, afirma Casimira Benge, coordenadora do programa de proteção à criança do Unicef no Brasil.

Vinte e cinco anos após a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, uma comissão especial da Câmara dos Deputados deu aval à redução da maioridade penal de 18 para 16 anos em casos de crimes violentos. A aprovação da emenda à Constituição foi na última quarta-feira 17, em uma sessão fechada ao público - para escapar de protestos. Padrinho do projeto, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, promete submeter o tema a votação em 30 de junho.

Pela proposta, adolescentes com 16 anos ou mais podem ser punidos como adultos por crimes hediondos, estupro e latrocínio incluídos, ou equiparados, a exemplo do tráfico de drogas e da tortura. Também podem ser encarcerados em penitenciárias comuns por lesão corporal grave, homicídio doloso e roubo qualificado, quando há uso de arma, participação de duas ou mais pessoas ou restrição da liberdade da vítima, por exemplo. Antes de seguir para o Senado, o projeto precisa do apoio de 60% dos deputados, em dois turnos de votação. Em diversas ocasiões, o Unicef e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime manifestaram oposição à redução da maioridade.

Leia a seguir a entrevista de Casimira a Carta Capital.

CartaCapital: Faz sentido atribuir a escalada da violência no Brasil aos adolescentes?

Casimira Benge: Na verdade os adolescentes são muito mais vítimas de violência do que autores. Dos 21 milhões de brasileiros entre 12 e 18 anos incompletos, apenas 0,013% cometeram crimes contra a vida. Mas a cada hora um adolescente é assassinado. Neste quesito, o Brasil só perde para a Nigéria. O Unicef monitora a situação com o Índice de Homicídios na Adolescência. Em 2005, fizemos uma projeção de que 35 mil adolescentes seriam assassinados entre 2006 e 2012. Infelizmente, o tempo mostrou que o diagnóstico estava bem próximo da realidade: 33,6 mil pessoas dessa faixa etária morreram no período. Agora, a previsão é ainda mais sombria. Se as condições atuais prevalecerem, 42 mil jovens serão mortos de 2013 a 2019 antes de completar a idade adulta.

CC: Por que o Unicef se opõe à redução da maioridade penal?

CB: Reduzir a maioridade não é uma solução. Ao contrário, pode agravar a violência. Passaríamos a considerar como adultos todos os jovens com 16 anos ou mais. Ou seja, o processo para a responsabilização, a natureza da punição a ser aplicada e o lugar para o cumprimento da medida serão iguais aos de um adulto. Não faz sentido jogar os 20 mil jovens que hoje cumprem medidas socioeducativas com restrição de liberdade nos presídios convencionais, controlados por organizações criminosas. Ao sair desse sistema, teríamos jovens ainda mais violentos e, possivelmente, associados a alguma facção. Em vez de remediar o problema, corremos o sério risco de agravá-lo. Além disso, não podemos perder de vista que, dentro das prisões, esses adolescentes podem sofrer graves violações. Há até um problema logístico. Os presídios já sofrem com falta de vagas. Sem falar dos reflexos da maioridade para um conjunto de outros direitos.

CC: Como assim?

CB: O Brasil é um dos recordistas mundiais em mortes no trânsito. Pela atual legislação, a permissão para conduzir um automóvel só pode ser concedida a quem tem mais de 18 anos, pois o motorista tem de ser imputável, caso venha a cometer algum crime na direção do veículo. Se a maioridade for reduzida, os adolescentes com mais de 16 anos poderão conquistar o direito de dirigir. E sabemos que o número de acidentes é muito maior entre os motoristas mais jovens. Pior: eles podem ter acesso a bebidas alcoolicas e cigarro. Em decorrência disso, é possível até haver um aumento dos casos de crimes sexuais.

CC: Qual é a tendência mundial em relação a este tema?

CB: Os países são livres para adotar seus próprios critérios. A maioria das nações estabelece como idade mínima para a responsabilização os 12 anos de idade, mas a maioridade penal completa, o momento em que o cidadão passa a ser punido como um adulto, é quase sempre aos 18 anos. São raras as exceções, a exemplo dos EUA, onde cada estado tem autonomia para definir a regra, mas normalmente a maioridade começa antes dos 18. Mas vale lembrar que os americanos começam a reavaliar essa postura, pois diversos estudos indicam que o encarceramento precoce não garante a redução da violência. Em vários países, como Colômbia, Espanha, Uruguai, Chile, houve grandes debates sobre a redução da maioridade, mas nenhum deles baixou de fato. Em vez disso, criaram regimes especiais para adolescentes com idade entre 16 e 18 anos, numa linha semelhante do que o Executivo brasileiro propõe agora.

CC: A senhora considera uma alternativa razoável a proposta de aumentar o tempo de internação dos adolescentes infratores?

CB: Acho razoável aumentar o tempo de internação de quem pratica crimes mais graves, como homicídio, latrocínio, estupro e sequestro. Desde que isso ocorra em um regime diferenciado dos adultos. Somos contra a redução da maioridade, mas reconhecemos que o Brasil precisa dar uma resposta à violência, inclusive aquela praticada por adolescentes. É possível responsabilizar com mais rigor os infratores sem necessariamente tratá-los como adultos, que tem outro grau de maturidade e capacidade de discernimento. Isso pressupõe respeitar a justiça especializada e a proporcionalidade dos crimes.

CC: Dados do Ministério da Justiça revelam que 60% dos adolescentes internados para cumprir medidas socioeducativas são negros, 51% não frequentava a escola, 49% não trabalhavam e 66% vinham de famílias extremamente pobres.

CB: Exatamente. É preciso ter cuidado para não criminalizar a pobreza. Nem todos que vivem em situação de vulnerabilidade social praticam crimes. Mas muitas vezes adolescentes pobres, que vivem nas periferias, sem perspectiva de futuro, são seduzidos pelo tráfico e acabam presos com pequenas quantidades de droga. É até complicado separar o usuário do traficante. Normalmente, se esse adolescente é pobre, vai preso. Se é rico ou tem emprego fixo, é considerado um usuário. Muitos desses adolescentes pobres nem sequer têm uma assessoria técnica adequada durante o processo. As defensorias públicas não conseguem atender toda a demanda. Mas precisamos admitir que o Estatuto da Criança e do Adolescente é muito brando em alguns casos, assim como tem um rigor excessivo em outros. Um pequeno traficante corre o risco de ficar internado por três anos, a mesma punição máxima de quem mata.

CC: Isso seria capaz de reduzir os índices de violência?

CB: Não adianta mudar a legislação sem um conjunto de políticas públicas para a juventude, como acesso à educação, à saúde, à cidadania. Se isso não for garantido aos adolescentes, nenhum projeto punitivo será capaz de resolver o problema da violência. É triste ver essa proposta de redução da maioridade emergir 25 anos após aprovação do ECA pela Câmara. A mesma Casa que aprovou uma avançada legislação especializada, considerando as crianças e adolescentes como sujeitos de direitos, influenciando outros países, agora pode promover um grande retrocesso.

(Reprodução: Carta Capital)

Datafolha: 87% dos brasileiros defendem redução da maioridade penal de 18 para 16 anos

Não vamos resolver o problema da violência com a redução da maioridade penal. Entendo a revolta da sociedade, mais ainda daqueles que foram diretamente atingidos pelos crimes cometidos por menores. Como, por exemplo, o pai de um jovem morto na porta de casa por causa de um celular. Entendo que, o sentimento ferido e a parte arrancada de cada um deles, justifique plenamente o desejo por justiça com a punição dos criminosos.

Mas, acho que a sociedade como um todo, tem a ilusão de que a redução da maioridade penal vai resolver o problema. Infelizmente, esse é um dos muitos equívocos coletivos que se pode cometer, achando que podemos avançar. Mas, não se avançará!

A realidade brasileira propicia, fomenta e expande diariamente essa criminalidade precoce. Isso não é só figura de retórica. A corrupção e a impunidade são gritantes na política, na gestão pública, nos contratos empresariais e por aí vai. Essa impunidade notória, na qual a justiça é cúmplice, faz parte desse meio de barbaridades. Isso faz parte da cultura do Estado brasileiro!

Há décadas, o Estado brasileiro sonega à população saúde, educação, segurança e tantos outros itens que, no final das contas, produzem sofrimento, dor, violência e muita morte.

Me parece meio maluco que a população brasileira consiga conviver com isso naturalmente. Não é possível que sejamos capazes de absolver, tolerar e aceitar políticos corruptos, e ter que condenar quem está lá no andar de baixo. Lá, na mais desvalida das camadas da sociedade brasileira, onde não tem nada. Não tem casa, não tem saneamento, não tem escola, não tem emprego, não tem horizonte, não tem futuro. Enfim, não tem nada. NÃO TEM NADA!

Então, quer dizer que vamos conviver com figuras como Renan Calheiros e Eduardo Cunha no Congresso Nacional e vamos mandar pra cadeia o moleque de 16 anos da favela tal, que roubou um celular, uma carteira, um cordão e um chinelo para sobreviver. Está certo isso? E quando os moleques de 15,14,13,12,11 e 10 começarem a delinquir? Vamos ter que reduzir a maioridade penal para 10 anos? É isso mesmo! Quem são os verdadeiros culpados dessa tragédia social?

Que tal direcionarmos essa revolta e essa sede de justiça para hostilizar os políticos? Porque de 4 em 4 anos, nós vamos lá e votamos neles. Nós estamos nesse jogo! Nós fazemos parte desse jogo! Eles, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, são os grandes responsáveis por todo esse caos social no qual vivemos. Eles e mais ninguém!

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Presidente do Senado Renan Calheiros recebeu propina de R$ 30 milhões, diz PF

Inquérito da PF revela desvio de R$ 100 milhões nos fundos de pensão Postalis e Petros. Delator acusa o presidente do Congresso de receber quantia milionária. Os parlamentares petistas Lindbergh Farias e Luiz Sérgio teriam ficado com R$ 10 milhões cada. (ISTO É Independente)


— Isso é coisa típica da média moral que predomina no Congresso Nacional. Notem, estou falando do presidente do Senado, o cargo mais importante da hierarquia parlamentar. Se fossemos para a Câmara dos Deputados estaríamos analisando também o cargo mais importante desta hierarquia que é ocupado por Eduardo Cunha (PMDB), outro de caráter suspeito e duvidoso. Então, esse é o padrão moral daquela gente. Não se assustem quando algo assim acontece, porque estamos apenas diante de algo que foi descoberto. Não se iludam, pois essa é a média moral predominante no Congresso Nacional brasileiro em seu dia-a-dia.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), não é um ponto fora da curva, ele é a curva. Ele é a expressão pura e acabada do que é o político brasileiro. Os políticos brasileiros estão alí para roubar, furtar e pilhar o Estado brasileiro. Quem acha que esse é um discurso que desqualifica a política ou o papel do político está errado. É um discurso que desqualifica a política praticada aqui no Brasil por essa geração que está aí, que aliás, é igual a muitas anteriores.

Essa corja peemedebista (PMDB), petista (PT), tucana (PSDB), pedetista (PDT), petebista (PTB), demista (DEM),... todos eles. Essa corja que domina o Congresso Nacional, faz com que a fatia ética da política seja uma minoria impotente e incapaz de intervir de forma incisiva em projetos a favor ou contra os interesses da população. Essas quadrilhas precisam ser banidas da política brasileira.

O Estado brasileiro na visão dos políticos e dos partidos, aos quais estão filiados, não representa um instrumento para ajudar a sociedade a se organizar e trilhar um caminho de prosperidade, nunca foi. Para os partidos e para as máfias políticas, o Estado brasileiro representa apenas um duto de dinheiro. Eles não querem o poder porque o poder permite alterar a realidade e conduzir o Estado numa direção diferente, não. Eles nunca quiseram isso. Pergunto a você o seguinte: Em que direção a canalhada política conduz o Estado brasileiro, independentemente, dos partidos que integrem? Em nenhuma. O jogo deles é a mera gestão do cotidiano. É a mesma porcaria.

É só olhar o que mudou nas últimas 20 eleições no Brasil. O que mudou? Diminuiu a corrupção e a violência? Melhorou a educação e a saúde? O país viveu 10 anos de absoluta prosperidade na economia. Agora, pergunto o seguinte: A realidade social da população brasileira melhorou na proporção, mínima, que deveria se houvesse esse desejo político? Claro, que não! Esses programas sociais do governo são migalhas da riqueza nacional. A população vive numa situação avassaladora de indigência e miséria. É só chover pra gente ver! É só entrar no hospital público pra gente ver! Cadê o médico? Cadê o remédio? Cadê a vaga na escola? Cadê o material escolar? É isso. O país não mudou como deveria ter mudado. Em 30 anos melhoramos o quanto e o que? Está de bom tamanho? Claro, que não está!

Os políticos fazem com o Estado brasileiro aquilo que fazem com as prostitutas que, eventualmente, levam em suas viagens oficiais camufladamente. O Estado serve pra eles como coito cotidiano. Os enriquece, enriquece seus sócios, seus parceiros, seus parentes, seus genros, seus filhos, suas amantes e por aí vai. Vossas Excelências querem, através das eleições, é permanecer no poder, só isso. Porque é do aparato estatal que brotam, aos milhões, os recursos públicos que servem para alimentar essas máfias que os deixam cada dia mais ricos, ousados e prepotentes.

É preciso fazer uma quebra na lógica e no ritmo com que as coisas acontecem no Brasil. E essa ruptura só vai acontecer se o povo for às ruas como foi em junho e julho de 2013. O movimento popular precisa radicalizar, sim. E o seu alvo tem que ser o Estado e seus agentes. Por isso, defendo a invasão da Câmara de Vereadores, da Assembléia Legislativa e do Congresso Nacional. Enfim, defendo a tentativa de invasão ordeira de qualquer palácio pelo movimento popular, porque entendo que isso é legítimo e faz parte do jogo democrático.

A única forma de alterarmos essa realidade, é com o crescimento, o adensamento e a radicalização do movimento popular nas ruas. Só ele os fará mudar. Notem, não se trata de um ataque à instituição, à democracia e ao princípio da representação parlamentar. Trata-se de um discurso aplicado à realidade brasileira.

Rede Globo: 50 anos de manipulação

Nunca a audiência da TV Globo, centro do império da família Marinho, esteve tão baixa. Além disso, no dia 1º de abril aconteceram atos em prol da cassação da concessão da emissora em diversas cidades brasileiras.

Imagem: Reprodução/ Revista Caros Amigos
Por Ângela Carrato, no Observatório da Imprensa

Era para ser uma festa de arromba, com eventos se sucedendo em todo o país. Grande parte do que a TV Globo preparou para comemorar seu cinquentenário, a ser completado no domingo (26/4), está mantido, mas, sem dúvida, não terá o mesmo brilho de outras épocas. Depois dos problemas verificados durante a sessão solene da Câmara dos Deputados em homenagem à emissora, em que três militantes em prol da democratização da comunicação tiveram que ser retirados por seguranças, as festas em locais abertos ou de acesso público estão sendo repensadas. Os cuidados se justificam.

Nunca a audiência da TV Globo, centro do império da família Marinho, esteve tão baixa. O Jornal Nacional, seu principal informativo, que chegou a ter 85% de audiência, agora não passa dos 20%. Suas novelas do horário nobre estão perdendo público para similares da TV Record. No dia 1º de abril aconteceram atos em prol da cassação da concessão da emissora em diversas cidades brasileiras. O realizado no Rio de Janeiro, em frente à sua sede, no Jardim Botânico, foi o mais expressivo e contou com 10 mil pessoas. Número infinitamente maior participou, no mesmo horário, do tuitaço e faceboquiaço “Foraglobogolpista”.

Artistas globais e a viúva de Roberto Marinho integram a relação de suspeitos de crimes de evasão fiscal e serão alvo de investigação pela CPI do Senado, criada para analisar a lista de mais de oito mil brasileiros que têm depósitos em contas secretas na filial do banco HSBC, na Suíça. Este escândalo internacional envolve milhares de pessoas em diversos países. A diferença é que fora do Brasil o assunto tem tido destaque e é coberto diuturnamente, enquanto aqui, a mídia, Globo à frente, prefere ignorá-lo ou abordá-lo parcialmente.

Além disso, o conglomerado teria sonegado o Imposto de Renda ao usar um paraíso fiscal para comprar os direitos de transmissão da Copa do Mundo Fifa de 2002. Após o término das investigações, em outubro de 2006, a Receita Federal quis cobrar multa de R$ 615 milhões da emissora. No entanto, semanas depois o processo desapareceu da sede da Receita no Rio de Janeiro. Em janeiro de 2013, uma funcionária da Receita foi condenada pela Justiça a quatro anos de prisão como responsável pelo sumiço. No processo, ela afirmou ter agido por livre e espontânea vontade.

Nem mesmo a campanha filantrópica “Criança Esperança”, promovida em parceria com a Unesco, se viu livre de críticas. Um documento datado de 15 de setembro de 2006, liberado pelo site WikiLeaks em 2013, cita que a Rede Globo repassou à Unesco apenas 10% do valor arrecadado desde 1986 com a campanha (à época R$ 94,8 milhões). A emissora garante “desconhecer” essa informação e afirma que “todo o dinheiro arrecadado pela campanha é depositado diretamente na conta da Unesco”.

Como se tudo isso não bastasse, ao assumir a postura pró-tucanos durante a campanha eleitoral de 2014, a emissora perdeu parte da régia publicidade oficial com que sempre foi contemplada. O governo não anuncia mais na TV Globo e nem na revista Veja e, pelo menos até o momento, não há indícios de que o quadro esteja prestes a se alterar. Motivos que têm levado cada dia mais repórteres e equipes da emissora a serem alvo de protestos e recebidos aos gritos de “O povo não é bobo. Abaixo a Rede Globo!”

Os protestos contra a Rede Globo, pelo visto, vão continuar e existem razões para que os setores comprometidos com a democratização da mídia no Brasil não tenham nada a comemorar neste cinquentenário.

(Texto: Reprodução/Observatório da Imprensa)

LEIA MAIS:

Presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) será investigado por corrupção e lavagem de dinheiro

Um dos 49 nomes citados pelos delatores do petrolão, o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), será investigado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki aceitou pedido de investigação contra Cunha e outros 21 deputados federais. A lista de políticos enrolados no petrolão contabiliza ainda doze senadores. Sete peemedebistas, além do lobista Fernando Baiano, ligado à sigla, estão na lista apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF. (VEJA.com)

Imagem: Reprodução/VEJA.com

— Isso é coisa típica da média moral que predomina no Congresso Nacional. Notem, estou falando do presidente da Câmara dos Deputados, o cargo mais importante da hierarquia parlamentar. Se fossemos para o Senado estaríamos analisando também o cargo mais importante desta hierarquia que é ocupado por Renan Calheiros (PMDB), outro de caráter suspeito e duvidoso. Então, esse é o padrão moral daquela gente. Não se assustem quando algo assim acontece, porque estamos apenas diante de algo que foi descoberto. Essa é a média moral predominante no Congresso Nacional brasileiro em seu dia-a-dia.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), não é um ponto fora da curva, ele é a curva. Ele é a expressão pura e acabada do que é o político brasileiro. Os políticos brasileiros estão alí para roubar, furtar e pilhar o Estado brasileiro. Quem acha que esse é um discurso que desqualifica a política ou o papel do político está errado. É um discurso que desqualifica a política praticada aqui no Brasil por essa geração que está aí, que aliás, é igual a muitas anteriores.

Essa corja peemedebista (PMDB), petista (PT), tucana (PSDB), pedetista (PDT), petebista (PTB), demista (DEM),... todos eles. Essa corja que domina o Congresso Nacional, faz com que a fatia ética da política seja uma minoria impotente e incapaz de intervir de forma incisiva em projetos a favor ou contra os interesses da população. Essas quadrilhas precisam ser banidas da política brasileira.

O Estado brasileiro na visão dos políticos e dos partidos, aos quais estão filiados, não representa um instrumento para ajudar a sociedade a se organizar e trilhar um caminho de prosperidade, nunca foi. Para os partidos e para as máfias políticas, o Estado brasileiro representa apenas um duto de dinheiro. Eles não querem o poder porque o poder permite alterar a realidade e conduzir o Estado numa direção diferente, não. Eles nunca quiseram isso. Pergunto a você o seguinte: Em que direção a canalhada política conduz o Estado brasileiro, independentemente, dos partidos que integrem? Em nenhuma. O jogo deles é a mera gestão do cotidiano. É a mesma porcaria.

É só olhar o que mudou nas últimas 20 eleições no Brasil. O que mudou? Diminuiu a corrupção e a violência? Melhorou a educação e a saúde? O país viveu 10 anos de absoluta prosperidade na economia. Agora, pergunto o seguinte: A realidade social da população brasileira melhorou na proporção, mínima, que deveria se houvesse esse desejo político? Claro, que não! Esses programas sociais do governo são migalhas da riqueza nacional. A população vive numa situação avassaladora de indigência e miséria. É só chover pra gente ver! É só entrar no hospital público pra gente ver! Cadê o médico? Cadê o remédio? Cadê a vaga na escola? Cadê o material escolar? É isso. O país não mudou como deveria ter mudado. Em 30 anos melhoramos o quanto e o que? Está de bom tamanho? Claro, que não está!

Os políticos fazem com o Estado brasileiro aquilo que fazem com as prostitutas que, eventualmente, levam em suas viagens oficiais camufladamente. O Estado serve pra eles como coito cotidiano. Os enriquece, enriquece seus sócios, seus parceiros, seus parentes, seus genros, seus filhos, suas amantes e por aí vai. Vossas Excelências querem, através das eleições, é permanecer no poder, só isso. Porque é do aparato estatal que brotam, aos milhões, os recursos públicos que servem para alimentar essas máfias que os deixam cada dia mais ricos, ousados e prepotentes.

É preciso fazer uma quebra na lógica e no ritmo com que as coisas acontecem no Brasil. E essa ruptura só vai acontecer se o povo for às ruas como foi em junho e julho de 2013. O movimento popular precisa radicalizar, sim. E o seu alvo tem que ser o Estado e seus agentes. Por isso, defendo a invasão da Câmara de Vereadores, da Assembléia Legislativa e do Congresso Nacional. Enfim, defendo a tentativa de invasão ordeira de qualquer palácio pelo movimento popular, porque entendo que isso é legítimo e faz parte do jogo democrático.

A única forma de alterarmos essa realidade, é com o crescimento, o adensamento e a radicalização do movimento popular nas ruas. Só ele os fará mudar. Notem, não se trata de um ataque à instituição, à democracia e ao princípio da representação parlamentar. Trata-se de um discurso aplicado à realidade brasileira.

Protestos no dia do aniversário da Globo dizem não ao monopólio e à manipulação

Manifestações ocorreram em todas as regiões do país e pediram mais diversidade e pluralidade na mídia. Ativistas também criticaram apoio da emissora à ditadura e criminalização dos movimentos


Por Bia Barbosa*

Depois de uma semana de programação televisiva exaltando seus próprios feitos em celebração ao aniversário de 50 anos, a Rede Globo recebeu visitantes não-convidados para a festa na porta de diversas de suas emissoras pelo país. Em capitais como São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre, movimentos sociais e ativistas se reuniram diante das sedes da Globo para dizer não ao monopólio e à concentração da mídia no Brasil, e sim à diversidade e à pluralidade nos meios de comunicação de massa. A Globopar, holding que não inclui os jornais e rádios do grupo, já é hoje a 5a maior empresa brasileira em lucro líquido, e sua receita representa mais de 60% do capital do setor no país.

Em São Paulo, a preparação para o atocomeçou às 15h na Praça Gentil Falcão, na zona Oeste. De lá, mais de 500 pessoas, integrantes de organizações como o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Intervozes, CUT, Levante Popular da Juventude, MST, MTST, Barão de Itararé, UJS, entre outras, caminharam ao som de uma batucada até a porta da Globo. Com faixas denunciando a relação íntima entre a Vênus Platinada e a ditadura militar e o histórico de manipulações e de criminalização e invisibilização dos movimentos sociais na programação da emissora, protestaram durante todo o percurso de ida e volta pela Avenida Luís Carlos Berrini e Avenida Roberto Marinho. Nos portões da Globo, deixaram seu recado com frases como “Globo mente” e marcaram as paredes de tinta vermelha. O Manifesto de Descomemoração dos 50 anos, lançado por centenas de organizações na última semana, foi lido em coro pelos presentes.

Em Brasília, cerca de 250 pessoas se reuniram em frente à sede do canal, no Plano Piloto, no ato batizado de “Domingão do Povão”, de caráter político e cultural. Representantes de entidades, sindicatos e inúmeros cidadãos e cidadãs de Brasília e do entorno, incluindo os acampamentos do MST “Roseli Nunes” e “8 de Março”, de Planaltina, ocuparam o microfone em crítica à atuação da emissora. Foram lembrados diversos episódios negativos da Globo, como sua origem num acordo ilegal com a gigante americana Time-Life; a manipulação do debate eleitoral de 1989, entre Collor e Lula; o preconceito propagado em seus programas humorísticos e a ausência da diversidade cultural do país na grade da emissora. Os manifestantes também criticaram o discurso massivo da Globo contra qualquer medida de democratização das comunicações no país e coletaram assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática.

Uma roda de samba e uma bateria de ativistas de Sobradinho, cidade satélite do Distrito Federal, lembraram músicas do período militar, tão apoiado pela Globo. A já conhecida frase "a verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura" foi entoada diversas vezes pelos presentes. Ao final, participantes jogaram tinta vermelha no painel em frente à entrada da emissora, para lembrar aqueles que morreram em defesa da democracia e da liberdade de expressão.

No Recife, 150 pessoas, animadas pela batucada do Levante Popular da Juventudemarcharam pelas ruas da cidade e criticaram a sonegação de impostos por parte da emissora, já investigada pela Polícia Federal. Segundo o serviço de inteligência da Polícia Federal, em 2006 a empresa deixou de recolher impostos que, à época, com multa e correção, chegavam a R$ 615 milhões. Hoje, a dívida com o Tesouro ultrapassaria R$ 1 bilhão. De acordo com Ivan Moraes Filho, do Fórum Pernambucano de Comunicação, um dos organizadores do protesto, a Globo é um símbolo da luta contra a concentração da propriedade dos meios de comunicação no Brasil e contra o monopólio da mídia, que é proibido pela Constituição federal, que segue sendo desrespeitada. E a descomemoração de seus 50 anos é sintoma desta brutal concentração que temos em nosso país.

“Vale lembrar que em todos os países mais ou menos democráticos do mundo há normas estruturais claras e objetivas que ordenam a distribuição e o uso dos canais que são escassos e públicos. Um exemplo que sempre uso é o dos EUA, o país mais liberal do mundo. Lá a propriedade cruzada tem diversas restrições e nenhuma rede de televisão aberta pode ter audiência média superior a 39%. Assim, cinco redes competem pelo público, com discursos mais ou menos diversos (ainda que sofrendo do mesmo hipercomercialismo que sofremos). Na Europa, é dada prioridade à mídia pública (não estatal)”, lembra.

“Dizer que a Globo é a emissora que produz melhor, que é a tamporosa e por isso está sendo injustiçada, não cola. Em qualquer mercado oligopolizado, de qualquer setor, funciona da mesma forma. Quem domina a área, tem mais dinheiro, mais margem para arriscar, e acaba – mesmo – lançando os melhores produtos. E alguns dos piores também”, acrescenta Ivan Moraes.

Em Belo Horizonte, diante da Globo Minas, os manifestantes abriram uma enorme faixa dizendo: “O povo não é bobo! Abaixo à Rede Globo!”.

No Rio Grande do Sul, as emissoras da RBS nos municípios de Bagé, Caxias do Sul, Erechim, Pelotas, Passo Fundo, Santa Maria, Santa Cruz e Santa Rosa foram palco de escrachos públicos pela juventude do MST. Afiliada da Globo na região, a RBS detém o monopólio das comunicações no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em seu site institucional, a empresa não tem qualquer pudor em se apresentar como “a maior rede regional de TV do país, com 18 emissoras distribuídas no RS e em SC, com 85% da programação da Rede Globo”. A RBS concentra ainda 25 emissoras de rádio, 8 jornais diários, 4 portais na internet, uma editora, uma gráfica, uma gravadora e uma empresa de logística, entre outros empreendimentos.

No Paraná, os protestos continuam ao longo desta semana, com muito humor e criatividade. Nesta segunda-feira, foi divulgada uma “nota de falecimento” da Dona Concentração, “tão amada pela Rede Globo”, cujo velório acontecerá às 18h no dia 29/04, na Praça Santos Andrade, seguido de um cortejo fúnebre até a Boca Maldita, no centro de Curitiba. Ali, às 19h, acontecerá mais uma aula pública de descomemoração dos 50 anos da Globo, organizada pela Frente Paranaense pelo Direito à Comunicação e à Liberdade de Expressão.

(Reprodução: Carta Capital)

Papa Francisco diz que a mídia deturpa, calunia e desinforma

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu no final da manhã deste sábado, na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de 400 membros da Associação “Corallo”, uma rede de comunicação na Itália, que expressa o compromisso da Igreja de estar próxima a todas as pessoas, onde quer que estejam, vivam, trabalhem, amem e sofram.

Imagem: Reprodução/Rádio Vaticano

No discurso entregue ao término da audiência, o Papa partiu da expressão “rede” de comunicação. Esta imagem nos leva a pensar nos primeiros discípulos de Jesus, que trabalhavam como pescadores, que utilizavam redes para pescar. Jesus os convidou para segui-lo, tornando-os “pescadores de homens”. Mas antes de entregar seu discurso escrito previamente, e após a saudação do Presidente da rede, o Pontífice falou de improviso. Eis a íntegra do pronunciamento:

Papa Francisco: Foto/Divulgação
“Agradeço tanto por aquilo que o senhor disse e agradeço pelo trabalho que vocês fazem. Esta verdade....buscar a verdade com a mídia. Mas não somente a verdade! Verdade, bondade, beleza, as três coisas juntas. O vosso trabalho deve desenvolver-se nestes três caminhos: o caminho da verdade, o caminho da bondade e o caminho da beleza. Mas verdades, bondades e belezas que sejam consistentes, que venham de dentro, que sejam humanas. E, no caminho da verdade, nos três caminhos, podemos encontrar erros, e mesmo armadilhas. “Eu penso, busco a verdade...”: estejais atentos a não tornarem-se intelectuais sem inteligência. “Eu vou, busco a bondade...”: estejais atentos a não tornarem-se eticistas sem bondade. “Me agrada a beleza...”: estejais atentos a não fazer aquilo que se faz frequentemente, “maquiar” a beleza, buscar os cosméticos para fazer uma beleza artificial que não existe. A verdade, a bondade e a beleza é como vem de Deus e estão no homem. E este é o trabalho da mídia, o vosso trabalho.

O senhor acenou para duas coisas e eu gostaria de retomá-las. Antes de tudo, a unidade harmônica do vosso trabalho. Existem as grandes mídias, as pequenas... Mas se nós lermos no Capítulo 12 da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, vemos que na Igreja não existe nem grande nem pequeno: cada um tem a sua função, o seu ajuda o outro, a mão não pode existir sem a cabeça, e assim por diante. Todos somos membros e também as vossas mídias, quer sejam maiores ou menores, são membros, e harmonizados pela vocação do serviço na Igreja. Ninguém deve sentir-se pequeno, muito pequeno em relação ao outro muito grande....

Depois, são tantas as virtudes. Acenei para isto no início: seguir a estrada da bondade, da verdade e da beleza, e tantas virtudes neste caminho. Mas existem também os pecados da mídia! Permito-me falar um pouco sobre isto. Para mim, os pecados da mídia, os maiores, são aqueles que seguem pelo caminho da mentira e são três: a desinformação, a calúnia e a difamação. Estes dois últimos são graves, mas não tão perigosos como o primeiro. Por que? Vos explico. A calúnia é pecado mortal, mas se pode esclarecer e chegar a conhecer que aquela é uma calúnia. A difamação é um pecado mortal, mas se pode chegar a dizer: ‘esta é uma injustiça, porque esta pessoa fez aquela coisa naquele tempo, depois se arrependeu, mudou de vida’. Mas a desinformação é dizer a metade das coisas, aquilo que para mim é mais conveniente e não dizer a outra metade. E assim, aquilo que vejo na TV ou aquilo que escuto na rádio não posso fazer um juízo perfeito, pois não tenho os elementos e não nos dão estes elementos. Destes três pecados, por favor, fujam! Desinformação, calúnia e difamação.

(Texto: Reprodução/Rádio Vaticano)

Manifestantes jogam tinta vermelha na TV Globo em protesto contra os 50 anos da emissora

Cerca de 500 pessoas protestaram com tinta vermelha em referência ao sangue dos brasileiros derramado durante a ditadura, que teve o apoio da emissora. O Levante Popular da Juventude jogou tinta vermelha na sede da TV Globo em Brasília, em referência ao sangue de brasileiros derramado pela Ditadura, que a emissora apoiou politicamente, deu sustentação ideológica e ganhou benefícios econômicos.


O ato em Brasília contou com a participação de 500 pessoas, com apoio do MST, do movimento democratização da comunicação, diversos sindicatos e entidades estudantis.

O dia 26 de abril, dia do aniversário de 50 anos do grupo de mídia, é marcado por atos em todo o País contra o Império da Globo. O slogan dos manifestantes em Brasília foi "a verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura".

(Reprodução: Carta Capital)

Eduardo Paes nomeia deputado Rafael Picciani como novo secretário de Transportes do Rio

Por trás da troca, estaria a composição de poderes no PMDB. Jorge Picciani é candidato à presidência da Alerj e quer emplacar outro filho, o deputado federal Leonardo Picciani, para a sucessão de Paes. Já o prefeito gostaria de ver o deputado Pedro Paulo como o nome do PMDB nas eleições de 2016. Para o cientista político Paulo Baía, da UFRJ, a troca é sinal de aproximação dos grupos de Paes e de Picciani. “O grupo Picciani precisa do apoio do Paes e o PMDB não quer chegar ao fim de 2015 com uma briga interna e enfraquecido.” (Jornal O Dia)

Imagem: Reprodução/Jornal O Dia

— Nada contra ou a favor mas, o que entende de transporte o ilustre deputado Rafael Picciani? É um técnico da área? Não. Olha, os caras "são bons mesmo", hein! Entendem de habitação, entendem de transporte, entendem de meio ambiente,... ó! Como os políticos brasileiros são versáteis e autos de data, não é mesmo! Tem gente que estuda a vida inteira numa área só para se tornar um especialista no que faz. Mas, na política é incrível! Hoje o cara sabe de habitação, no dia seguinte sabe de transporte, no outro dia sabe de saúde, no dia seguinte sabe de aviação e por aí vai. Olha, genial! Sensacional! Viva o Brasil! 

Minha gente, isso mostra que nós estamos entregues ao que há de pior na sociedade. A classe política brasileira é a escória da sociedade. Salvo raríssimas exceções, a escória da sociedade não está dentro dos presídios, mas sim, no Planalto, nos palácios, nas prefeituras, nos gabinetes, nas Assembleias Legislativas, no Congresso e nas Câmaras de Vereadores.

O Estado brasileiro na visão dos políticos e dos partidos, aos quais estão filiados, não representa um instrumento para ajudar a sociedade a se organizar e trilhar um caminho de prosperidade, nunca foi. Para os partidos e para as máfias políticas, o Estado brasileiro representa apenas um duto de dinheiro. Eles não querem o poder porque o poder permite alterar a realidade e conduzir o Estado numa direção diferente, não. Eles nunca quiseram isso. Pergunto a você, ilustre contribuinte, o seguinte: Em que direção a canalhada política conduz o Estado brasileiro, independentemente, dos partidos que integrem? Em nenhuma. O jogo deles é a mera gestão do cotidiano. É a mesma porcaria.

É só olhar o que mudou nas últimas 20 eleições no Brasil. O que mudou? Diminuiu a corrupção e a violência? Melhorou a educação e a saúde? O país viveu 10 anos de absoluta prosperidade na economia. O mundo viveu até 2008 uma década de abundância total. Em contrapartida, a população vive numa situação avassaladora de indigência e miséria. É só chover pra gente ver! É só entrar no hospital público pra gente ver! Cadê o médico? Cadê o remédio? Cadê a vaga na escola? Cadê o material escolar? É isso. O país não mudou como deveria ter mudado. Em 20,30 ou 40 anos melhoramos o quanto e o que? Está de bom tamanho? Claro, que não está! Olhe pra dentro do trem, do ônibus, do metrô, da barca e veja se você está sendo tratado com o mínimo de respeito que seu imposto deveria lhe dar? Claro, que não!

Isso aí só muda se tivermos fenômenos crescentes, a partir de atos, como aqueles que vimos em junho de 2013. A única forma de alterar essa realidade, no Brasil, não é depositando 100% das esperanças no voto que exercemos a cada 2 anos. Isto porque, as máfias político-partidárias se apropriaram do processo político-eleitoral no país, fazendo das eleições apenas momentos para legitimarem a sua sobrevivência e a sua permanência no poder. A única forma de alterarmos essa realidade, é com o crescimento, o adensamento e a radicalização do movimento popular nas ruas. Só ele os fará mudar.

Esperar que os políticos mudem através do processo político-eleitoral é ridículo, porque eles não estão nem aí pra fazer essa mudança. Esperar que votando nessa canalhada política é investir na mudança dessa relação do Estado com a sociedade é patético. Sabe por quê? Não é isso que eles querem. O que eles querem é permanecer no poder através das eleições, porque é do aparato estatal que brotam, aos borbotões, os recursos públicos para alimentar essas máfias. Notem, não se trata de um ataque à instituição, à democracia e ao princípio da representação parlamentar. Trata-se de um discurso aplicado à realidade brasileira.

domingo, 21 de junho de 2015

Passageiros de ônibus e motoristas sofrem com roubos diários no Centro do Rio

Isso pode parecer um problema só do Rio de Janeiro, mas não é. Se formos a vários estados e cidades do Brasil, vamos encontrar inúmeros exemplos que, como este, são o retrato perfeito do cenário nacional. Essa é a realidade brasileira. Isto, minha gente, é a demonstração de que as cidades brasileiras, especialmente as grandes cidades, estão completamente abandonadas e entregues à própria sorte pelo Estado. As coisas acontecem pra melhor quando o destino assim quer. Agora, quando o Estado e seus agentes resolvem interferir, esculhambam a vida das pessoas com a rotina ineficiente do setor público.

Toda vez que o cidadão demanda por algo que dependa do setor público, ele vai passar por um sufoco maior do que deveria passar. Maior do que passa o mesmo cidadão que demanda pelo mesmo serviço em países onde a sociedade é respeitada, onde o cidadão é respeitado. 

O que isso significa? Significa que a interferência do ente público, aquele ao qual pagamos impostos, aquele que elegemos, aqueles que remuneramos, aqueles que mantemos em seus empregos públicos para cuidar das cidades e de nós... Essa estrutura gigantesca e onerosa não funciona no Brasil. A coisa pública no Brasil simplesmente não funciona! Tudo que está nas mãos do Estado brasileiro é um desastre, é uma porcaria!

— Ah, mas tem uma coisa aqui que funciona!

— É claro, alguma coisa tem que funcionar! É lógico que há exceções! Mas, se você começar a listar as omissões, as ausências, as mentiras e as promessas não cumpridas, você vai ficar escandalizado!

O fato é que, todo cidadão brasileiro que acredita em promessa de político, me desculpe, é um otário! Não tem outro nome! "Os políticos brasileiros, sejam eles do Executivo ou do Legislativo, não fazem parte da espécie humana! São parecidos com a gente para fins de reprodução mas, não são humanos! Eles não são como nós, eles são uma espécie à parte da natureza!" Eles são a escória da sociedade, salvo raríssimas exceções!

Mas, se a gente se relacionasse com os políticos da mesma forma com que não nos relacionamos com animais, cuja peçonha conhecemos, daríamos um grande passo para romper a alienação e a despolitização. Por exemplo:

— Quem se relaciona com uma cascavel achando que é uma borboleta?
— Ninguém.
— Quem coloca o dedo na boca de um tubarão achando que é um sapo?
— Ninguém.

Ora, se todo mundo sabe que tubarão é tubarão, que sapo é sapo, que cascavel é cascavel e que borboleta é borboleta. Então, por que você não sabe que político é político? Ele mente pra você! Ele é movido a isso porque é da natureza deles!

Portanto, é um inferno viver no Brasil com esses governantes, com esse Estado e com esse aparato público caro, corrupto e ineficiente. Falta tudo, falta segurança pública, falta políticas de prevenção e de fiscalização, falta fraude geriátrica em hospital e farmácias populares, falta remédio para rejeição de órgão transplantado em postos de saúde, falta roupa cirúrgica e materiais básicos como gaze, atadura, agulhas descartáveis e até papel higiênico. Quando chove tem inundações e deslizamentos de terra. Quando não chove tem falta d’água, crise hídrica e por aí vai. Vou repetir o que sempre digo aqui: O Estado brasileiro é o maior inimigo da sociedade.