terça-feira, 7 de abril de 2015

Semana Santa no Supremo Tribunal Federal começou na segunda-feira

Oficialmente, o feriado da Semana Santa foi só na sexta-feira. Para a cúpula do Judiciário, porém, a festividade cristã foi mais longa e começou antes. No Supremo Tribunal Federal (STF), não houve julgamentos durante a semana inteira. Todas as sessões foram canceladas nesta semana. E não é por falta de trabalho: existem 449 processos prontos para serem julgados em plenário, faltando apenas serem agendados. A fila do tribunal tem 57.808 processos. (O Globo)

Imagem: Reprodução/O Globo

— Estou cada vez mais convencido de que as figuras públicas no Brasil pertencem a uma "espécie diferente da nossa. Eles não são da espécie humana!" Mas, as perguntas que devem ser feitas à Vossas Excelências são as seguintes: Os senhores não têm vergonha? Não sentem nada? Não carregam um sentimento de culpa? Nada? Os senhores acham que este tipo de comportamento combina com a ética pela qual tem que abraçar? É dessa forma que querem ser vistos como referência de justiça pela sociedade que estão inseridos? Os senhores não têm absolutamente nenhum constrangimento ao perceberem que estão prejudicando a sociedade por este motivo? Os senhores não tem vergonha de fazer isso em meio a contribuintes que sustentam a máquina para a qual trabalham? Contribuintes que sustentam os senhores magistrados, os seus trabalhos, seus salários, seus carros oficiais, seus gabinetes, suas equipes... enfim, tudo!

Ilustres magistrados do STF, os senhores vivem em Marte? Na Lua? Como é que pode fazer um negócio desse! Será que ninguém se pergunta se há um pouco de imoralidade nisso? Não há nenhum constrangimento?

Estou cada vez mais convencido, também, de que o Estado brasileiro se constituiu de deformação em deformação, de deturpação em deturpação e de doença em doença num Estado “independente” e soberano dentro do Estado brasileiro. Ou seja, um país dentro do Brasil. O Estado brasileiro é um “país independente” dentro do Brasil! É isso mesmo! Tudo que está na área pública em âmbito estadual, municipal ou federal virou um país com regras próprias, valores próprios, privilégios próprios, mordomias, estabilidade e por aí vai.

Temos pobres e milionários dentro deste “país independente” chamado Estado brasileiro. Os servidores da Câmara e do Senado, por exemplo, cujo os salários estão de forma imoral acima do teto permitido por lei, são os milionários. Os professores de escolas públicas e servidores da área de saúde, com salários indecentes, são os pobres do Estado brasileiro.

Mas, a média salarial deste “país independente” chamado Estado brasileiro é muito maior do que a média salarial do povo brasileiro. Essa casta é mantida e sustentada às custas do contribuinte. Temos cerca de 15 milhões de servidores neste Estado “independente” dentro do Brasil vivendo muito melhor que o brasileiro. Notem, o que estou propondo é uma reflexão coletiva sobre o tipo de país que temos e o seu maior problema. Se ficar claro que, o aparato estatal é um privilégio pra quem está dentro dele, mesmo que esse alguém não seja um figurão, precisamos ter consciência de que isso estabelece uma cultura única. E tem mais, os habitantes deste “país independente” chamado Estado brasileiro se protegem muito, não importa em que escalão estejam quando seus valores estão sendo questionados, seja pela omissão ou pela ausência. Eles viram uma casta, um povo só unido em torno de cláusulas pétreas que lhes preservam privilégios e vantagens, que a população do país que os cerca e os sustenta não tem.

Portanto, este “país independente” chamado Estado brasileiro é o maior inimigo da sociedade. Sabe por quê? Porque esse “país” trabalha pra ele, principalmente pra ele e pensando prioritariamente nele. Com um código moral dele que é diferente do nosso. Com uma ética dele que é diferente da nossa. Com privilégios maiores do que qualquer outro segmento social possa ter. Com renda média maior do que a renda da sociedade brasileira. Com imunidades maiores e até segurança maior.

Então, qual a justificativa ética que os magistrados vão fazer com relação a essa imoralidade, a essa indecência?