quarta-feira, 24 de junho de 2015

Sistema penitenciário pode piorar com a redução da maioridade penal, diz Ministro da Justiça

“Se houver uma redução da maioridade penal, os números da pesquisa seguramente serão muito piores. É razão pela qual antecipei a divulgação, para que o Congresso Nacional medite sobre isso, a sociedade debata e perceba se é esse realmente o caminho que devemos seguir. Para o Ministério da Justiça (MJ) e para governo Federal, não”, afirmou o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo. (Correio Braziliense)


— Não vamos resolver o problema da violência com a redução da maioridade penal. Entendo a revolta da sociedade, mais ainda daqueles que foram diretamente atingidos pelos crimes cometidos por menores. Como, por exemplo, o pai de um jovem morto na porta de casa por causa de um celular. Entendo que, o sentimento ferido e a parte arrancada de cada um deles, justifique plenamente o desejo por justiça com a punição dos criminosos. Mas, o caminho não é este.

Acho que a sociedade, como um todo, tem a ilusão de que a redução da maioridade penal vai resolver o problema. Infelizmente, esse é um dos muitos equívocos coletivos que se pode cometer, achando que podemos avançar. Mas, não se avançará!

A realidade brasileira propicia, fomenta e expande diariamente essa criminalidade precoce. Isso não é só figura de retórica. A corrupção e a impunidade são gritantes na política, na gestão pública, nos contratos empresariais e por aí vai. Essa impunidade notória, na qual a justiça é cúmplice, faz parte desse meio de barbaridades. Isso faz parte da cultura do Estado brasileiro!

Há décadas, o Estado brasileiro sonega à população saúde, educação, segurança e tantos outros itens que, no final das contas, produzem sofrimento, dor, violência e muita morte.

Portanto, me parece meio maluco que a população brasileira consiga conviver com isso naturalmente. Não é possível que sejamos capazes de absolver, tolerar e aceitar políticos corruptos, e ter que condenar quem está lá no andar de baixo. Lá, na mais desvalida das camadas da sociedade brasileira, onde não tem nada. Não tem casa, não tem saneamento, não tem escola, não tem emprego, não tem horizonte, não tem futuro. Enfim, não tem nada. NÃO TEM NADA!

Então, quer dizer que vamos conviver com figuras como Renan Calheiros e Eduardo Cunha no Congresso Nacional e vamos mandar pra cadeia o moleque de 16 anos da favela tal, que roubou um celular, uma carteira, um cordão e um chinelo para sobreviver. Está certo isso? E quando os moleques de 15,14,13,12,11 e 10 começarem a delinquir? Vamos ter que reduzir a maioridade penal para 9 anos? É isso mesmo! Quem são os verdadeiros culpados dessa tragédia social?

Que tal direcionarmos essa revolta e essa sede de justiça para hostilizar e pressionar os políticos? Porque, afinal de contas, de 4 em 4 anos, nós vamos lá e votamos neles. Nós estamos nesse jogo! Nós fazemos parte desse jogo! Eles, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, são os grandes responsáveis por toda essa tragédia social na qual vivemos. Eles e mais ninguém!

Com 607 mil presos, Brasil tem a 4ª maior população carcerária do mundo

Com um crescimento de 7% ao ano no número de prisões, a população carcerária no país já atinge 607.731 pessoas é a quarta maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Rússia. Os dados fazem parte de novo relatório do Infopen (Sistema Integrado de Informações Penitenciárias), divulgado pelo Ministério da Justiça nesta terça-feira (23). O documento, que reúne dados de junho de 2014, mostra um crescimento de 161% no total de presos desde 2000, quando o país contabilizava 233 mil pessoas no sistema prisional.

Um aumento que ocorre na contramão dos três demais países: nestes locais, a redução é de até 24% entre 2008 e 2014, segundo o relatório, que, pela primeira vez, passa a incluir a comparação dos novos números do sistema prisional brasileiro com dados de outros países, tabulados pelo IPCS (Internacional Center for Prison Studies).

Se mantiver esse ritmo, o país terá cerca de 1 milhão de presos em 2022. Da mesma forma, uma em cada dez pessoas estará presa em 2075, projeta o estudo. Com o crescimento na população prisional, o Brasil já soma cerca de 300 presos por 100 mil habitantes. Em dez Estados, no entanto, essa proporção é ainda maior: no Mato Grosso do Sul, por exemplo, há 569 presos a cada 100 mil habitantes. Em São Paulo, o índice é de 497.

PRISÕES LOTADAS

Ao mesmo tempo em que prende mais, o Brasil também mantém um número maior de presos em unidades já lotadas.

Em 2014, havia 376.669 vagas disponíveis em 1.424 unidades para abrigar toda a população carcerária do país, ou cerca de 1,6 presos por vaga. Isso significa que, em um espaço planejado para dez pessoas, há em média hoje 16 presos.

Apesar disso, ao menos um quarto das unidades prisionais, ou 25% do total, tem hoje mais de dois presos para cada vaga, uma proporção acima da média nacional.

O levantamento mostra ainda que, embora todos os Estados tenham, em geral, um número de presos superior ao de vagas, há também uma má distribuição das ocupações nestes locais. Em Pernambuco, por exemplo, metade das unidades prisionais não tem deficit de vagas. Ainda assim, 95% dos presos no Estado estão em unidades lotadas.

DESCOMPASSO

O estudo também aponta um descompasso entre o tipo de unidades e os presos abrigados. Apesar da metade das unidades serem destinadas a presos provisórios -que são quatro em cada dez presos do país-,84% delas também abrigam condenados.

Ao mesmo tempo, 80% das unidades construídas para abrigar apenas presos em regime fechado também abrigam outros pessoas que cumprem outros tipos de regime.

O relatório aponta também que a política de expansão de vagas, registrada nos últimos anos, embora tenha reduzido o deficit, não tem sido suficiente para recuperá-lo. Hoje, a estimativa é que faltam 231.062 vagas no sistema.

PERFIL DOS PRESOS

O estudo também traz um perfil dos presos no país. Em 2014, conforme os dados mais recentes disponíveis, quatro em cada dez presos eram provisórios, ou seja, estavam detidos sem terem ainda sido julgados.

Outra parte, ou 41% do total, eram de presos que cumpriam regime fechado, e outros 15% e 3%, em regime semiaberto e aberto, respectivamente.

Cerca de 56% dos presos são jovens, com 18 a 29 anos. Ainda segundo o estudo, dois em cada três são negros, e metade da população prisional não frequentou ou tem ensino fundamental incompleto.

Quatro em cada dez registros são de crimes contra o patrimônio, como roubos e furtos. Homicídios constam em 14% dos registros que levaram às prisões, e latrocínios, a 3%.

(Reprodução: Folha de S.Paulo)

Menino de 11 anos é apreendido após roubar cordão de professora em Vila Isabel

E agora, neste caso, teríamos que reduzir a maioridade penal para 9 anos? Está certo isso? Não é preciso ser muito inteligente para saber quem são os verdadeiros culpados por essa realidade anacrônica. Por isso, volto a afirmar que, não vamos resolver o problema da violência com a redução da maioridade penal. Entendo a revolta da sociedade, mais ainda daqueles que foram diretamente atingidos pelos crimes cometidos por menores. Como, por exemplo, o pai de um jovem morto na porta de casa por causa de um celular. Entendo que, o sentimento ferido e a parte arrancada de cada um deles, justifique plenamente o desejo por justiça com a punição dos criminosos. Mas, o caminho não é este.

Acho que a sociedade, como um todo, tem a ilusão de que a redução da maioridade penal vai resolver o problema. Infelizmente, esse é um dos muitos equívocos coletivos que se pode cometer, achando que podemos avançar. Mas, não se avançará!
A realidade brasileira propicia, fomenta e expande diariamente essa criminalidade precoce. Isso não é só figura de retórica. A corrupção e a impunidade são gritantes na política, na gestão pública, nos contratos empresariais e por aí vai. Essa impunidade notória, na qual a justiça é cúmplice, faz parte desse meio de barbaridades. Isso faz parte da cultura do Estado brasileiro!

Há décadas, o Estado brasileiro sonega à população saúde, educação, segurança e tantos outros itens que, no final das contas, produzem sofrimento, dor, violência e muita morte.

Me parece meio maluco que a população brasileira consiga conviver com isso naturalmente. Não é possível que sejamos capazes de absolver, tolerar e aceitar políticos corruptos, e ter que condenar quem está lá no andar de baixo. Lá, na mais desvalida das camadas da sociedade brasileira, onde não tem nada. Não tem casa, não tem saneamento, não tem escola, não tem emprego, não tem horizonte, não tem futuro. Enfim, não tem nada. NÃO TEM NADA!

Então, quer dizer que vamos conviver com figuras como Renan Calheiros e Eduardo Cunha no Congresso Nacional e vamos mandar pra cadeia o moleque de 16 anos da favela tal, que roubou um celular, uma carteira, um cordão e um chinelo para sobreviver. Está certo isso? E quando os moleques de 15,14,13,12,11 e 10 começarem a delinquir? Vamos ter que reduzir a maioridade penal para 9 anos? É isso mesmo! Quem são os verdadeiros culpados dessa tragédia social?

Que tal direcionarmos essa revolta e essa sede de justiça para hostilizar os políticos? Porque de 4 em 4 anos, nós vamos lá e votamos neles. Nós estamos nesse jogo! Nós fazemos parte desse jogo! Eles, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, são os grandes responsáveis por toda essa tragédia social na qual vivemos. Eles e mais ninguém!

“Reduzir maioridade penal pode agravar a violência", avalia coordenadora do Unicef

Para a coordenadora do programa de proteção à criança do Unicef, jogar menores em prisões de adultos geraria jovens ainda mais violentos e poderia associá-los a alguma facção. “Não faz sentido jogar os 20 mil jovens que hoje cumprem medidas socioeducativas com restrição de liberdade nos presídios convencionais, controlados por organizações criminosas. Ao sair desse sistema, teríamos jovens ainda mais violentos e, possivelmente, associados a alguma facção”, afirma Casimira Benge, coordenadora do programa de proteção à criança do Unicef no Brasil.

Vinte e cinco anos após a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, uma comissão especial da Câmara dos Deputados deu aval à redução da maioridade penal de 18 para 16 anos em casos de crimes violentos. A aprovação da emenda à Constituição foi na última quarta-feira 17, em uma sessão fechada ao público - para escapar de protestos. Padrinho do projeto, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, promete submeter o tema a votação em 30 de junho.

Pela proposta, adolescentes com 16 anos ou mais podem ser punidos como adultos por crimes hediondos, estupro e latrocínio incluídos, ou equiparados, a exemplo do tráfico de drogas e da tortura. Também podem ser encarcerados em penitenciárias comuns por lesão corporal grave, homicídio doloso e roubo qualificado, quando há uso de arma, participação de duas ou mais pessoas ou restrição da liberdade da vítima, por exemplo. Antes de seguir para o Senado, o projeto precisa do apoio de 60% dos deputados, em dois turnos de votação. Em diversas ocasiões, o Unicef e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime manifestaram oposição à redução da maioridade.

Leia a seguir a entrevista de Casimira a Carta Capital.

CartaCapital: Faz sentido atribuir a escalada da violência no Brasil aos adolescentes?

Casimira Benge: Na verdade os adolescentes são muito mais vítimas de violência do que autores. Dos 21 milhões de brasileiros entre 12 e 18 anos incompletos, apenas 0,013% cometeram crimes contra a vida. Mas a cada hora um adolescente é assassinado. Neste quesito, o Brasil só perde para a Nigéria. O Unicef monitora a situação com o Índice de Homicídios na Adolescência. Em 2005, fizemos uma projeção de que 35 mil adolescentes seriam assassinados entre 2006 e 2012. Infelizmente, o tempo mostrou que o diagnóstico estava bem próximo da realidade: 33,6 mil pessoas dessa faixa etária morreram no período. Agora, a previsão é ainda mais sombria. Se as condições atuais prevalecerem, 42 mil jovens serão mortos de 2013 a 2019 antes de completar a idade adulta.

CC: Por que o Unicef se opõe à redução da maioridade penal?

CB: Reduzir a maioridade não é uma solução. Ao contrário, pode agravar a violência. Passaríamos a considerar como adultos todos os jovens com 16 anos ou mais. Ou seja, o processo para a responsabilização, a natureza da punição a ser aplicada e o lugar para o cumprimento da medida serão iguais aos de um adulto. Não faz sentido jogar os 20 mil jovens que hoje cumprem medidas socioeducativas com restrição de liberdade nos presídios convencionais, controlados por organizações criminosas. Ao sair desse sistema, teríamos jovens ainda mais violentos e, possivelmente, associados a alguma facção. Em vez de remediar o problema, corremos o sério risco de agravá-lo. Além disso, não podemos perder de vista que, dentro das prisões, esses adolescentes podem sofrer graves violações. Há até um problema logístico. Os presídios já sofrem com falta de vagas. Sem falar dos reflexos da maioridade para um conjunto de outros direitos.

CC: Como assim?

CB: O Brasil é um dos recordistas mundiais em mortes no trânsito. Pela atual legislação, a permissão para conduzir um automóvel só pode ser concedida a quem tem mais de 18 anos, pois o motorista tem de ser imputável, caso venha a cometer algum crime na direção do veículo. Se a maioridade for reduzida, os adolescentes com mais de 16 anos poderão conquistar o direito de dirigir. E sabemos que o número de acidentes é muito maior entre os motoristas mais jovens. Pior: eles podem ter acesso a bebidas alcoolicas e cigarro. Em decorrência disso, é possível até haver um aumento dos casos de crimes sexuais.

CC: Qual é a tendência mundial em relação a este tema?

CB: Os países são livres para adotar seus próprios critérios. A maioria das nações estabelece como idade mínima para a responsabilização os 12 anos de idade, mas a maioridade penal completa, o momento em que o cidadão passa a ser punido como um adulto, é quase sempre aos 18 anos. São raras as exceções, a exemplo dos EUA, onde cada estado tem autonomia para definir a regra, mas normalmente a maioridade começa antes dos 18. Mas vale lembrar que os americanos começam a reavaliar essa postura, pois diversos estudos indicam que o encarceramento precoce não garante a redução da violência. Em vários países, como Colômbia, Espanha, Uruguai, Chile, houve grandes debates sobre a redução da maioridade, mas nenhum deles baixou de fato. Em vez disso, criaram regimes especiais para adolescentes com idade entre 16 e 18 anos, numa linha semelhante do que o Executivo brasileiro propõe agora.

CC: A senhora considera uma alternativa razoável a proposta de aumentar o tempo de internação dos adolescentes infratores?

CB: Acho razoável aumentar o tempo de internação de quem pratica crimes mais graves, como homicídio, latrocínio, estupro e sequestro. Desde que isso ocorra em um regime diferenciado dos adultos. Somos contra a redução da maioridade, mas reconhecemos que o Brasil precisa dar uma resposta à violência, inclusive aquela praticada por adolescentes. É possível responsabilizar com mais rigor os infratores sem necessariamente tratá-los como adultos, que tem outro grau de maturidade e capacidade de discernimento. Isso pressupõe respeitar a justiça especializada e a proporcionalidade dos crimes.

CC: Dados do Ministério da Justiça revelam que 60% dos adolescentes internados para cumprir medidas socioeducativas são negros, 51% não frequentava a escola, 49% não trabalhavam e 66% vinham de famílias extremamente pobres.

CB: Exatamente. É preciso ter cuidado para não criminalizar a pobreza. Nem todos que vivem em situação de vulnerabilidade social praticam crimes. Mas muitas vezes adolescentes pobres, que vivem nas periferias, sem perspectiva de futuro, são seduzidos pelo tráfico e acabam presos com pequenas quantidades de droga. É até complicado separar o usuário do traficante. Normalmente, se esse adolescente é pobre, vai preso. Se é rico ou tem emprego fixo, é considerado um usuário. Muitos desses adolescentes pobres nem sequer têm uma assessoria técnica adequada durante o processo. As defensorias públicas não conseguem atender toda a demanda. Mas precisamos admitir que o Estatuto da Criança e do Adolescente é muito brando em alguns casos, assim como tem um rigor excessivo em outros. Um pequeno traficante corre o risco de ficar internado por três anos, a mesma punição máxima de quem mata.

CC: Isso seria capaz de reduzir os índices de violência?

CB: Não adianta mudar a legislação sem um conjunto de políticas públicas para a juventude, como acesso à educação, à saúde, à cidadania. Se isso não for garantido aos adolescentes, nenhum projeto punitivo será capaz de resolver o problema da violência. É triste ver essa proposta de redução da maioridade emergir 25 anos após aprovação do ECA pela Câmara. A mesma Casa que aprovou uma avançada legislação especializada, considerando as crianças e adolescentes como sujeitos de direitos, influenciando outros países, agora pode promover um grande retrocesso.

(Reprodução: Carta Capital)

Datafolha: 87% dos brasileiros defendem redução da maioridade penal de 18 para 16 anos

Não vamos resolver o problema da violência com a redução da maioridade penal. Entendo a revolta da sociedade, mais ainda daqueles que foram diretamente atingidos pelos crimes cometidos por menores. Como, por exemplo, o pai de um jovem morto na porta de casa por causa de um celular. Entendo que, o sentimento ferido e a parte arrancada de cada um deles, justifique plenamente o desejo por justiça com a punição dos criminosos.

Mas, acho que a sociedade como um todo, tem a ilusão de que a redução da maioridade penal vai resolver o problema. Infelizmente, esse é um dos muitos equívocos coletivos que se pode cometer, achando que podemos avançar. Mas, não se avançará!

A realidade brasileira propicia, fomenta e expande diariamente essa criminalidade precoce. Isso não é só figura de retórica. A corrupção e a impunidade são gritantes na política, na gestão pública, nos contratos empresariais e por aí vai. Essa impunidade notória, na qual a justiça é cúmplice, faz parte desse meio de barbaridades. Isso faz parte da cultura do Estado brasileiro!

Há décadas, o Estado brasileiro sonega à população saúde, educação, segurança e tantos outros itens que, no final das contas, produzem sofrimento, dor, violência e muita morte.

Me parece meio maluco que a população brasileira consiga conviver com isso naturalmente. Não é possível que sejamos capazes de absolver, tolerar e aceitar políticos corruptos, e ter que condenar quem está lá no andar de baixo. Lá, na mais desvalida das camadas da sociedade brasileira, onde não tem nada. Não tem casa, não tem saneamento, não tem escola, não tem emprego, não tem horizonte, não tem futuro. Enfim, não tem nada. NÃO TEM NADA!

Então, quer dizer que vamos conviver com figuras como Renan Calheiros e Eduardo Cunha no Congresso Nacional e vamos mandar pra cadeia o moleque de 16 anos da favela tal, que roubou um celular, uma carteira, um cordão e um chinelo para sobreviver. Está certo isso? E quando os moleques de 15,14,13,12,11 e 10 começarem a delinquir? Vamos ter que reduzir a maioridade penal para 10 anos? É isso mesmo! Quem são os verdadeiros culpados dessa tragédia social?

Que tal direcionarmos essa revolta e essa sede de justiça para hostilizar os políticos? Porque de 4 em 4 anos, nós vamos lá e votamos neles. Nós estamos nesse jogo! Nós fazemos parte desse jogo! Eles, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, são os grandes responsáveis por todo esse caos social no qual vivemos. Eles e mais ninguém!

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Presidente do Senado Renan Calheiros recebeu propina de R$ 30 milhões, diz PF

Inquérito da PF revela desvio de R$ 100 milhões nos fundos de pensão Postalis e Petros. Delator acusa o presidente do Congresso de receber quantia milionária. Os parlamentares petistas Lindbergh Farias e Luiz Sérgio teriam ficado com R$ 10 milhões cada. (ISTO É Independente)


— Isso é coisa típica da média moral que predomina no Congresso Nacional. Notem, estou falando do presidente do Senado, o cargo mais importante da hierarquia parlamentar. Se fossemos para a Câmara dos Deputados estaríamos analisando também o cargo mais importante desta hierarquia que é ocupado por Eduardo Cunha (PMDB), outro de caráter suspeito e duvidoso. Então, esse é o padrão moral daquela gente. Não se assustem quando algo assim acontece, porque estamos apenas diante de algo que foi descoberto. Não se iludam, pois essa é a média moral predominante no Congresso Nacional brasileiro em seu dia-a-dia.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), não é um ponto fora da curva, ele é a curva. Ele é a expressão pura e acabada do que é o político brasileiro. Os políticos brasileiros estão alí para roubar, furtar e pilhar o Estado brasileiro. Quem acha que esse é um discurso que desqualifica a política ou o papel do político está errado. É um discurso que desqualifica a política praticada aqui no Brasil por essa geração que está aí, que aliás, é igual a muitas anteriores.

Essa corja peemedebista (PMDB), petista (PT), tucana (PSDB), pedetista (PDT), petebista (PTB), demista (DEM),... todos eles. Essa corja que domina o Congresso Nacional, faz com que a fatia ética da política seja uma minoria impotente e incapaz de intervir de forma incisiva em projetos a favor ou contra os interesses da população. Essas quadrilhas precisam ser banidas da política brasileira.

O Estado brasileiro na visão dos políticos e dos partidos, aos quais estão filiados, não representa um instrumento para ajudar a sociedade a se organizar e trilhar um caminho de prosperidade, nunca foi. Para os partidos e para as máfias políticas, o Estado brasileiro representa apenas um duto de dinheiro. Eles não querem o poder porque o poder permite alterar a realidade e conduzir o Estado numa direção diferente, não. Eles nunca quiseram isso. Pergunto a você o seguinte: Em que direção a canalhada política conduz o Estado brasileiro, independentemente, dos partidos que integrem? Em nenhuma. O jogo deles é a mera gestão do cotidiano. É a mesma porcaria.

É só olhar o que mudou nas últimas 20 eleições no Brasil. O que mudou? Diminuiu a corrupção e a violência? Melhorou a educação e a saúde? O país viveu 10 anos de absoluta prosperidade na economia. Agora, pergunto o seguinte: A realidade social da população brasileira melhorou na proporção, mínima, que deveria se houvesse esse desejo político? Claro, que não! Esses programas sociais do governo são migalhas da riqueza nacional. A população vive numa situação avassaladora de indigência e miséria. É só chover pra gente ver! É só entrar no hospital público pra gente ver! Cadê o médico? Cadê o remédio? Cadê a vaga na escola? Cadê o material escolar? É isso. O país não mudou como deveria ter mudado. Em 30 anos melhoramos o quanto e o que? Está de bom tamanho? Claro, que não está!

Os políticos fazem com o Estado brasileiro aquilo que fazem com as prostitutas que, eventualmente, levam em suas viagens oficiais camufladamente. O Estado serve pra eles como coito cotidiano. Os enriquece, enriquece seus sócios, seus parceiros, seus parentes, seus genros, seus filhos, suas amantes e por aí vai. Vossas Excelências querem, através das eleições, é permanecer no poder, só isso. Porque é do aparato estatal que brotam, aos milhões, os recursos públicos que servem para alimentar essas máfias que os deixam cada dia mais ricos, ousados e prepotentes.

É preciso fazer uma quebra na lógica e no ritmo com que as coisas acontecem no Brasil. E essa ruptura só vai acontecer se o povo for às ruas como foi em junho e julho de 2013. O movimento popular precisa radicalizar, sim. E o seu alvo tem que ser o Estado e seus agentes. Por isso, defendo a invasão da Câmara de Vereadores, da Assembléia Legislativa e do Congresso Nacional. Enfim, defendo a tentativa de invasão ordeira de qualquer palácio pelo movimento popular, porque entendo que isso é legítimo e faz parte do jogo democrático.

A única forma de alterarmos essa realidade, é com o crescimento, o adensamento e a radicalização do movimento popular nas ruas. Só ele os fará mudar. Notem, não se trata de um ataque à instituição, à democracia e ao princípio da representação parlamentar. Trata-se de um discurso aplicado à realidade brasileira.

Rede Globo: 50 anos de manipulação

Nunca a audiência da TV Globo, centro do império da família Marinho, esteve tão baixa. Além disso, no dia 1º de abril aconteceram atos em prol da cassação da concessão da emissora em diversas cidades brasileiras.

Imagem: Reprodução/ Revista Caros Amigos
Por Ângela Carrato, no Observatório da Imprensa

Era para ser uma festa de arromba, com eventos se sucedendo em todo o país. Grande parte do que a TV Globo preparou para comemorar seu cinquentenário, a ser completado no domingo (26/4), está mantido, mas, sem dúvida, não terá o mesmo brilho de outras épocas. Depois dos problemas verificados durante a sessão solene da Câmara dos Deputados em homenagem à emissora, em que três militantes em prol da democratização da comunicação tiveram que ser retirados por seguranças, as festas em locais abertos ou de acesso público estão sendo repensadas. Os cuidados se justificam.

Nunca a audiência da TV Globo, centro do império da família Marinho, esteve tão baixa. O Jornal Nacional, seu principal informativo, que chegou a ter 85% de audiência, agora não passa dos 20%. Suas novelas do horário nobre estão perdendo público para similares da TV Record. No dia 1º de abril aconteceram atos em prol da cassação da concessão da emissora em diversas cidades brasileiras. O realizado no Rio de Janeiro, em frente à sua sede, no Jardim Botânico, foi o mais expressivo e contou com 10 mil pessoas. Número infinitamente maior participou, no mesmo horário, do tuitaço e faceboquiaço “Foraglobogolpista”.

Artistas globais e a viúva de Roberto Marinho integram a relação de suspeitos de crimes de evasão fiscal e serão alvo de investigação pela CPI do Senado, criada para analisar a lista de mais de oito mil brasileiros que têm depósitos em contas secretas na filial do banco HSBC, na Suíça. Este escândalo internacional envolve milhares de pessoas em diversos países. A diferença é que fora do Brasil o assunto tem tido destaque e é coberto diuturnamente, enquanto aqui, a mídia, Globo à frente, prefere ignorá-lo ou abordá-lo parcialmente.

Além disso, o conglomerado teria sonegado o Imposto de Renda ao usar um paraíso fiscal para comprar os direitos de transmissão da Copa do Mundo Fifa de 2002. Após o término das investigações, em outubro de 2006, a Receita Federal quis cobrar multa de R$ 615 milhões da emissora. No entanto, semanas depois o processo desapareceu da sede da Receita no Rio de Janeiro. Em janeiro de 2013, uma funcionária da Receita foi condenada pela Justiça a quatro anos de prisão como responsável pelo sumiço. No processo, ela afirmou ter agido por livre e espontânea vontade.

Nem mesmo a campanha filantrópica “Criança Esperança”, promovida em parceria com a Unesco, se viu livre de críticas. Um documento datado de 15 de setembro de 2006, liberado pelo site WikiLeaks em 2013, cita que a Rede Globo repassou à Unesco apenas 10% do valor arrecadado desde 1986 com a campanha (à época R$ 94,8 milhões). A emissora garante “desconhecer” essa informação e afirma que “todo o dinheiro arrecadado pela campanha é depositado diretamente na conta da Unesco”.

Como se tudo isso não bastasse, ao assumir a postura pró-tucanos durante a campanha eleitoral de 2014, a emissora perdeu parte da régia publicidade oficial com que sempre foi contemplada. O governo não anuncia mais na TV Globo e nem na revista Veja e, pelo menos até o momento, não há indícios de que o quadro esteja prestes a se alterar. Motivos que têm levado cada dia mais repórteres e equipes da emissora a serem alvo de protestos e recebidos aos gritos de “O povo não é bobo. Abaixo a Rede Globo!”

Os protestos contra a Rede Globo, pelo visto, vão continuar e existem razões para que os setores comprometidos com a democratização da mídia no Brasil não tenham nada a comemorar neste cinquentenário.

(Texto: Reprodução/Observatório da Imprensa)

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Presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) será investigado por corrupção e lavagem de dinheiro

Um dos 49 nomes citados pelos delatores do petrolão, o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), será investigado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki aceitou pedido de investigação contra Cunha e outros 21 deputados federais. A lista de políticos enrolados no petrolão contabiliza ainda doze senadores. Sete peemedebistas, além do lobista Fernando Baiano, ligado à sigla, estão na lista apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF. (VEJA.com)

Imagem: Reprodução/VEJA.com

— Isso é coisa típica da média moral que predomina no Congresso Nacional. Notem, estou falando do presidente da Câmara dos Deputados, o cargo mais importante da hierarquia parlamentar. Se fossemos para o Senado estaríamos analisando também o cargo mais importante desta hierarquia que é ocupado por Renan Calheiros (PMDB), outro de caráter suspeito e duvidoso. Então, esse é o padrão moral daquela gente. Não se assustem quando algo assim acontece, porque estamos apenas diante de algo que foi descoberto. Essa é a média moral predominante no Congresso Nacional brasileiro em seu dia-a-dia.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), não é um ponto fora da curva, ele é a curva. Ele é a expressão pura e acabada do que é o político brasileiro. Os políticos brasileiros estão alí para roubar, furtar e pilhar o Estado brasileiro. Quem acha que esse é um discurso que desqualifica a política ou o papel do político está errado. É um discurso que desqualifica a política praticada aqui no Brasil por essa geração que está aí, que aliás, é igual a muitas anteriores.

Essa corja peemedebista (PMDB), petista (PT), tucana (PSDB), pedetista (PDT), petebista (PTB), demista (DEM),... todos eles. Essa corja que domina o Congresso Nacional, faz com que a fatia ética da política seja uma minoria impotente e incapaz de intervir de forma incisiva em projetos a favor ou contra os interesses da população. Essas quadrilhas precisam ser banidas da política brasileira.

O Estado brasileiro na visão dos políticos e dos partidos, aos quais estão filiados, não representa um instrumento para ajudar a sociedade a se organizar e trilhar um caminho de prosperidade, nunca foi. Para os partidos e para as máfias políticas, o Estado brasileiro representa apenas um duto de dinheiro. Eles não querem o poder porque o poder permite alterar a realidade e conduzir o Estado numa direção diferente, não. Eles nunca quiseram isso. Pergunto a você o seguinte: Em que direção a canalhada política conduz o Estado brasileiro, independentemente, dos partidos que integrem? Em nenhuma. O jogo deles é a mera gestão do cotidiano. É a mesma porcaria.

É só olhar o que mudou nas últimas 20 eleições no Brasil. O que mudou? Diminuiu a corrupção e a violência? Melhorou a educação e a saúde? O país viveu 10 anos de absoluta prosperidade na economia. Agora, pergunto o seguinte: A realidade social da população brasileira melhorou na proporção, mínima, que deveria se houvesse esse desejo político? Claro, que não! Esses programas sociais do governo são migalhas da riqueza nacional. A população vive numa situação avassaladora de indigência e miséria. É só chover pra gente ver! É só entrar no hospital público pra gente ver! Cadê o médico? Cadê o remédio? Cadê a vaga na escola? Cadê o material escolar? É isso. O país não mudou como deveria ter mudado. Em 30 anos melhoramos o quanto e o que? Está de bom tamanho? Claro, que não está!

Os políticos fazem com o Estado brasileiro aquilo que fazem com as prostitutas que, eventualmente, levam em suas viagens oficiais camufladamente. O Estado serve pra eles como coito cotidiano. Os enriquece, enriquece seus sócios, seus parceiros, seus parentes, seus genros, seus filhos, suas amantes e por aí vai. Vossas Excelências querem, através das eleições, é permanecer no poder, só isso. Porque é do aparato estatal que brotam, aos milhões, os recursos públicos que servem para alimentar essas máfias que os deixam cada dia mais ricos, ousados e prepotentes.

É preciso fazer uma quebra na lógica e no ritmo com que as coisas acontecem no Brasil. E essa ruptura só vai acontecer se o povo for às ruas como foi em junho e julho de 2013. O movimento popular precisa radicalizar, sim. E o seu alvo tem que ser o Estado e seus agentes. Por isso, defendo a invasão da Câmara de Vereadores, da Assembléia Legislativa e do Congresso Nacional. Enfim, defendo a tentativa de invasão ordeira de qualquer palácio pelo movimento popular, porque entendo que isso é legítimo e faz parte do jogo democrático.

A única forma de alterarmos essa realidade, é com o crescimento, o adensamento e a radicalização do movimento popular nas ruas. Só ele os fará mudar. Notem, não se trata de um ataque à instituição, à democracia e ao princípio da representação parlamentar. Trata-se de um discurso aplicado à realidade brasileira.

Protestos no dia do aniversário da Globo dizem não ao monopólio e à manipulação

Manifestações ocorreram em todas as regiões do país e pediram mais diversidade e pluralidade na mídia. Ativistas também criticaram apoio da emissora à ditadura e criminalização dos movimentos


Por Bia Barbosa*

Depois de uma semana de programação televisiva exaltando seus próprios feitos em celebração ao aniversário de 50 anos, a Rede Globo recebeu visitantes não-convidados para a festa na porta de diversas de suas emissoras pelo país. Em capitais como São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre, movimentos sociais e ativistas se reuniram diante das sedes da Globo para dizer não ao monopólio e à concentração da mídia no Brasil, e sim à diversidade e à pluralidade nos meios de comunicação de massa. A Globopar, holding que não inclui os jornais e rádios do grupo, já é hoje a 5a maior empresa brasileira em lucro líquido, e sua receita representa mais de 60% do capital do setor no país.

Em São Paulo, a preparação para o atocomeçou às 15h na Praça Gentil Falcão, na zona Oeste. De lá, mais de 500 pessoas, integrantes de organizações como o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Intervozes, CUT, Levante Popular da Juventude, MST, MTST, Barão de Itararé, UJS, entre outras, caminharam ao som de uma batucada até a porta da Globo. Com faixas denunciando a relação íntima entre a Vênus Platinada e a ditadura militar e o histórico de manipulações e de criminalização e invisibilização dos movimentos sociais na programação da emissora, protestaram durante todo o percurso de ida e volta pela Avenida Luís Carlos Berrini e Avenida Roberto Marinho. Nos portões da Globo, deixaram seu recado com frases como “Globo mente” e marcaram as paredes de tinta vermelha. O Manifesto de Descomemoração dos 50 anos, lançado por centenas de organizações na última semana, foi lido em coro pelos presentes.

Em Brasília, cerca de 250 pessoas se reuniram em frente à sede do canal, no Plano Piloto, no ato batizado de “Domingão do Povão”, de caráter político e cultural. Representantes de entidades, sindicatos e inúmeros cidadãos e cidadãs de Brasília e do entorno, incluindo os acampamentos do MST “Roseli Nunes” e “8 de Março”, de Planaltina, ocuparam o microfone em crítica à atuação da emissora. Foram lembrados diversos episódios negativos da Globo, como sua origem num acordo ilegal com a gigante americana Time-Life; a manipulação do debate eleitoral de 1989, entre Collor e Lula; o preconceito propagado em seus programas humorísticos e a ausência da diversidade cultural do país na grade da emissora. Os manifestantes também criticaram o discurso massivo da Globo contra qualquer medida de democratização das comunicações no país e coletaram assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática.

Uma roda de samba e uma bateria de ativistas de Sobradinho, cidade satélite do Distrito Federal, lembraram músicas do período militar, tão apoiado pela Globo. A já conhecida frase "a verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura" foi entoada diversas vezes pelos presentes. Ao final, participantes jogaram tinta vermelha no painel em frente à entrada da emissora, para lembrar aqueles que morreram em defesa da democracia e da liberdade de expressão.

No Recife, 150 pessoas, animadas pela batucada do Levante Popular da Juventudemarcharam pelas ruas da cidade e criticaram a sonegação de impostos por parte da emissora, já investigada pela Polícia Federal. Segundo o serviço de inteligência da Polícia Federal, em 2006 a empresa deixou de recolher impostos que, à época, com multa e correção, chegavam a R$ 615 milhões. Hoje, a dívida com o Tesouro ultrapassaria R$ 1 bilhão. De acordo com Ivan Moraes Filho, do Fórum Pernambucano de Comunicação, um dos organizadores do protesto, a Globo é um símbolo da luta contra a concentração da propriedade dos meios de comunicação no Brasil e contra o monopólio da mídia, que é proibido pela Constituição federal, que segue sendo desrespeitada. E a descomemoração de seus 50 anos é sintoma desta brutal concentração que temos em nosso país.

“Vale lembrar que em todos os países mais ou menos democráticos do mundo há normas estruturais claras e objetivas que ordenam a distribuição e o uso dos canais que são escassos e públicos. Um exemplo que sempre uso é o dos EUA, o país mais liberal do mundo. Lá a propriedade cruzada tem diversas restrições e nenhuma rede de televisão aberta pode ter audiência média superior a 39%. Assim, cinco redes competem pelo público, com discursos mais ou menos diversos (ainda que sofrendo do mesmo hipercomercialismo que sofremos). Na Europa, é dada prioridade à mídia pública (não estatal)”, lembra.

“Dizer que a Globo é a emissora que produz melhor, que é a tamporosa e por isso está sendo injustiçada, não cola. Em qualquer mercado oligopolizado, de qualquer setor, funciona da mesma forma. Quem domina a área, tem mais dinheiro, mais margem para arriscar, e acaba – mesmo – lançando os melhores produtos. E alguns dos piores também”, acrescenta Ivan Moraes.

Em Belo Horizonte, diante da Globo Minas, os manifestantes abriram uma enorme faixa dizendo: “O povo não é bobo! Abaixo à Rede Globo!”.

No Rio Grande do Sul, as emissoras da RBS nos municípios de Bagé, Caxias do Sul, Erechim, Pelotas, Passo Fundo, Santa Maria, Santa Cruz e Santa Rosa foram palco de escrachos públicos pela juventude do MST. Afiliada da Globo na região, a RBS detém o monopólio das comunicações no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em seu site institucional, a empresa não tem qualquer pudor em se apresentar como “a maior rede regional de TV do país, com 18 emissoras distribuídas no RS e em SC, com 85% da programação da Rede Globo”. A RBS concentra ainda 25 emissoras de rádio, 8 jornais diários, 4 portais na internet, uma editora, uma gráfica, uma gravadora e uma empresa de logística, entre outros empreendimentos.

No Paraná, os protestos continuam ao longo desta semana, com muito humor e criatividade. Nesta segunda-feira, foi divulgada uma “nota de falecimento” da Dona Concentração, “tão amada pela Rede Globo”, cujo velório acontecerá às 18h no dia 29/04, na Praça Santos Andrade, seguido de um cortejo fúnebre até a Boca Maldita, no centro de Curitiba. Ali, às 19h, acontecerá mais uma aula pública de descomemoração dos 50 anos da Globo, organizada pela Frente Paranaense pelo Direito à Comunicação e à Liberdade de Expressão.

(Reprodução: Carta Capital)

Papa Francisco diz que a mídia deturpa, calunia e desinforma

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu no final da manhã deste sábado, na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de 400 membros da Associação “Corallo”, uma rede de comunicação na Itália, que expressa o compromisso da Igreja de estar próxima a todas as pessoas, onde quer que estejam, vivam, trabalhem, amem e sofram.

Imagem: Reprodução/Rádio Vaticano

No discurso entregue ao término da audiência, o Papa partiu da expressão “rede” de comunicação. Esta imagem nos leva a pensar nos primeiros discípulos de Jesus, que trabalhavam como pescadores, que utilizavam redes para pescar. Jesus os convidou para segui-lo, tornando-os “pescadores de homens”. Mas antes de entregar seu discurso escrito previamente, e após a saudação do Presidente da rede, o Pontífice falou de improviso. Eis a íntegra do pronunciamento:

Papa Francisco: Foto/Divulgação
“Agradeço tanto por aquilo que o senhor disse e agradeço pelo trabalho que vocês fazem. Esta verdade....buscar a verdade com a mídia. Mas não somente a verdade! Verdade, bondade, beleza, as três coisas juntas. O vosso trabalho deve desenvolver-se nestes três caminhos: o caminho da verdade, o caminho da bondade e o caminho da beleza. Mas verdades, bondades e belezas que sejam consistentes, que venham de dentro, que sejam humanas. E, no caminho da verdade, nos três caminhos, podemos encontrar erros, e mesmo armadilhas. “Eu penso, busco a verdade...”: estejais atentos a não tornarem-se intelectuais sem inteligência. “Eu vou, busco a bondade...”: estejais atentos a não tornarem-se eticistas sem bondade. “Me agrada a beleza...”: estejais atentos a não fazer aquilo que se faz frequentemente, “maquiar” a beleza, buscar os cosméticos para fazer uma beleza artificial que não existe. A verdade, a bondade e a beleza é como vem de Deus e estão no homem. E este é o trabalho da mídia, o vosso trabalho.

O senhor acenou para duas coisas e eu gostaria de retomá-las. Antes de tudo, a unidade harmônica do vosso trabalho. Existem as grandes mídias, as pequenas... Mas se nós lermos no Capítulo 12 da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, vemos que na Igreja não existe nem grande nem pequeno: cada um tem a sua função, o seu ajuda o outro, a mão não pode existir sem a cabeça, e assim por diante. Todos somos membros e também as vossas mídias, quer sejam maiores ou menores, são membros, e harmonizados pela vocação do serviço na Igreja. Ninguém deve sentir-se pequeno, muito pequeno em relação ao outro muito grande....

Depois, são tantas as virtudes. Acenei para isto no início: seguir a estrada da bondade, da verdade e da beleza, e tantas virtudes neste caminho. Mas existem também os pecados da mídia! Permito-me falar um pouco sobre isto. Para mim, os pecados da mídia, os maiores, são aqueles que seguem pelo caminho da mentira e são três: a desinformação, a calúnia e a difamação. Estes dois últimos são graves, mas não tão perigosos como o primeiro. Por que? Vos explico. A calúnia é pecado mortal, mas se pode esclarecer e chegar a conhecer que aquela é uma calúnia. A difamação é um pecado mortal, mas se pode chegar a dizer: ‘esta é uma injustiça, porque esta pessoa fez aquela coisa naquele tempo, depois se arrependeu, mudou de vida’. Mas a desinformação é dizer a metade das coisas, aquilo que para mim é mais conveniente e não dizer a outra metade. E assim, aquilo que vejo na TV ou aquilo que escuto na rádio não posso fazer um juízo perfeito, pois não tenho os elementos e não nos dão estes elementos. Destes três pecados, por favor, fujam! Desinformação, calúnia e difamação.

(Texto: Reprodução/Rádio Vaticano)

Manifestantes jogam tinta vermelha na TV Globo em protesto contra os 50 anos da emissora

Cerca de 500 pessoas protestaram com tinta vermelha em referência ao sangue dos brasileiros derramado durante a ditadura, que teve o apoio da emissora. O Levante Popular da Juventude jogou tinta vermelha na sede da TV Globo em Brasília, em referência ao sangue de brasileiros derramado pela Ditadura, que a emissora apoiou politicamente, deu sustentação ideológica e ganhou benefícios econômicos.


O ato em Brasília contou com a participação de 500 pessoas, com apoio do MST, do movimento democratização da comunicação, diversos sindicatos e entidades estudantis.

O dia 26 de abril, dia do aniversário de 50 anos do grupo de mídia, é marcado por atos em todo o País contra o Império da Globo. O slogan dos manifestantes em Brasília foi "a verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura".

(Reprodução: Carta Capital)

Eduardo Paes nomeia deputado Rafael Picciani como novo secretário de Transportes do Rio

Por trás da troca, estaria a composição de poderes no PMDB. Jorge Picciani é candidato à presidência da Alerj e quer emplacar outro filho, o deputado federal Leonardo Picciani, para a sucessão de Paes. Já o prefeito gostaria de ver o deputado Pedro Paulo como o nome do PMDB nas eleições de 2016. Para o cientista político Paulo Baía, da UFRJ, a troca é sinal de aproximação dos grupos de Paes e de Picciani. “O grupo Picciani precisa do apoio do Paes e o PMDB não quer chegar ao fim de 2015 com uma briga interna e enfraquecido.” (Jornal O Dia)

Imagem: Reprodução/Jornal O Dia

— Nada contra ou a favor mas, o que entende de transporte o ilustre deputado Rafael Picciani? É um técnico da área? Não. Olha, os caras "são bons mesmo", hein! Entendem de habitação, entendem de transporte, entendem de meio ambiente,... ó! Como os políticos brasileiros são versáteis e autos de data, não é mesmo! Tem gente que estuda a vida inteira numa área só para se tornar um especialista no que faz. Mas, na política é incrível! Hoje o cara sabe de habitação, no dia seguinte sabe de transporte, no outro dia sabe de saúde, no dia seguinte sabe de aviação e por aí vai. Olha, genial! Sensacional! Viva o Brasil! 

Minha gente, isso mostra que nós estamos entregues ao que há de pior na sociedade. A classe política brasileira é a escória da sociedade. Salvo raríssimas exceções, a escória da sociedade não está dentro dos presídios, mas sim, no Planalto, nos palácios, nas prefeituras, nos gabinetes, nas Assembleias Legislativas, no Congresso e nas Câmaras de Vereadores.

O Estado brasileiro na visão dos políticos e dos partidos, aos quais estão filiados, não representa um instrumento para ajudar a sociedade a se organizar e trilhar um caminho de prosperidade, nunca foi. Para os partidos e para as máfias políticas, o Estado brasileiro representa apenas um duto de dinheiro. Eles não querem o poder porque o poder permite alterar a realidade e conduzir o Estado numa direção diferente, não. Eles nunca quiseram isso. Pergunto a você, ilustre contribuinte, o seguinte: Em que direção a canalhada política conduz o Estado brasileiro, independentemente, dos partidos que integrem? Em nenhuma. O jogo deles é a mera gestão do cotidiano. É a mesma porcaria.

É só olhar o que mudou nas últimas 20 eleições no Brasil. O que mudou? Diminuiu a corrupção e a violência? Melhorou a educação e a saúde? O país viveu 10 anos de absoluta prosperidade na economia. O mundo viveu até 2008 uma década de abundância total. Em contrapartida, a população vive numa situação avassaladora de indigência e miséria. É só chover pra gente ver! É só entrar no hospital público pra gente ver! Cadê o médico? Cadê o remédio? Cadê a vaga na escola? Cadê o material escolar? É isso. O país não mudou como deveria ter mudado. Em 20,30 ou 40 anos melhoramos o quanto e o que? Está de bom tamanho? Claro, que não está! Olhe pra dentro do trem, do ônibus, do metrô, da barca e veja se você está sendo tratado com o mínimo de respeito que seu imposto deveria lhe dar? Claro, que não!

Isso aí só muda se tivermos fenômenos crescentes, a partir de atos, como aqueles que vimos em junho de 2013. A única forma de alterar essa realidade, no Brasil, não é depositando 100% das esperanças no voto que exercemos a cada 2 anos. Isto porque, as máfias político-partidárias se apropriaram do processo político-eleitoral no país, fazendo das eleições apenas momentos para legitimarem a sua sobrevivência e a sua permanência no poder. A única forma de alterarmos essa realidade, é com o crescimento, o adensamento e a radicalização do movimento popular nas ruas. Só ele os fará mudar.

Esperar que os políticos mudem através do processo político-eleitoral é ridículo, porque eles não estão nem aí pra fazer essa mudança. Esperar que votando nessa canalhada política é investir na mudança dessa relação do Estado com a sociedade é patético. Sabe por quê? Não é isso que eles querem. O que eles querem é permanecer no poder através das eleições, porque é do aparato estatal que brotam, aos borbotões, os recursos públicos para alimentar essas máfias. Notem, não se trata de um ataque à instituição, à democracia e ao princípio da representação parlamentar. Trata-se de um discurso aplicado à realidade brasileira.

domingo, 21 de junho de 2015

Passageiros de ônibus e motoristas sofrem com roubos diários no Centro do Rio

Isso pode parecer um problema só do Rio de Janeiro, mas não é. Se formos a vários estados e cidades do Brasil, vamos encontrar inúmeros exemplos que, como este, são o retrato perfeito do cenário nacional. Essa é a realidade brasileira. Isto, minha gente, é a demonstração de que as cidades brasileiras, especialmente as grandes cidades, estão completamente abandonadas e entregues à própria sorte pelo Estado. As coisas acontecem pra melhor quando o destino assim quer. Agora, quando o Estado e seus agentes resolvem interferir, esculhambam a vida das pessoas com a rotina ineficiente do setor público.

Toda vez que o cidadão demanda por algo que dependa do setor público, ele vai passar por um sufoco maior do que deveria passar. Maior do que passa o mesmo cidadão que demanda pelo mesmo serviço em países onde a sociedade é respeitada, onde o cidadão é respeitado. 

O que isso significa? Significa que a interferência do ente público, aquele ao qual pagamos impostos, aquele que elegemos, aqueles que remuneramos, aqueles que mantemos em seus empregos públicos para cuidar das cidades e de nós... Essa estrutura gigantesca e onerosa não funciona no Brasil. A coisa pública no Brasil simplesmente não funciona! Tudo que está nas mãos do Estado brasileiro é um desastre, é uma porcaria!

— Ah, mas tem uma coisa aqui que funciona!

— É claro, alguma coisa tem que funcionar! É lógico que há exceções! Mas, se você começar a listar as omissões, as ausências, as mentiras e as promessas não cumpridas, você vai ficar escandalizado!

O fato é que, todo cidadão brasileiro que acredita em promessa de político, me desculpe, é um otário! Não tem outro nome! "Os políticos brasileiros, sejam eles do Executivo ou do Legislativo, não fazem parte da espécie humana! São parecidos com a gente para fins de reprodução mas, não são humanos! Eles não são como nós, eles são uma espécie à parte da natureza!" Eles são a escória da sociedade, salvo raríssimas exceções!

Mas, se a gente se relacionasse com os políticos da mesma forma com que não nos relacionamos com animais, cuja peçonha conhecemos, daríamos um grande passo para romper a alienação e a despolitização. Por exemplo:

— Quem se relaciona com uma cascavel achando que é uma borboleta?
— Ninguém.
— Quem coloca o dedo na boca de um tubarão achando que é um sapo?
— Ninguém.

Ora, se todo mundo sabe que tubarão é tubarão, que sapo é sapo, que cascavel é cascavel e que borboleta é borboleta. Então, por que você não sabe que político é político? Ele mente pra você! Ele é movido a isso porque é da natureza deles!

Portanto, é um inferno viver no Brasil com esses governantes, com esse Estado e com esse aparato público caro, corrupto e ineficiente. Falta tudo, falta segurança pública, falta políticas de prevenção e de fiscalização, falta fraude geriátrica em hospital e farmácias populares, falta remédio para rejeição de órgão transplantado em postos de saúde, falta roupa cirúrgica e materiais básicos como gaze, atadura, agulhas descartáveis e até papel higiênico. Quando chove tem inundações e deslizamentos de terra. Quando não chove tem falta d’água, crise hídrica e por aí vai. Vou repetir o que sempre digo aqui: O Estado brasileiro é o maior inimigo da sociedade.

TV Globo comemora 50 anos e movimentos sociais fazem protestos

Em pelo menos três capitais, manifestantes repudiaram o monopólio midiático e o autoritarismo editorial da emissora, além de seu suposto envolvimento em casos de corrupção e sonegação fiscal. A TV Globo comemorou 50 anos de existência em meio a protestos. Diversos coletivos de comunicação e movimentos sociais se reuniram, em ao menos três capitais, para protestar contra o "autoritarismo" da empresa e seus "50 anos de mentira".

Em um manifesto conjunto, as organizações acusam a emissora de ser a "filha bastarda do golpe militar de 1964" e de desempenhar um "papel nocivo na história do país". O documento elenca ações controversas - algumas nunca confirmadas pela emissora - que foram determinantes na história política brasileira. Entre elas, estão o apoio da empresa ao regime militar e à campanha de Fernando Collor à presidência da República, em 1989. 

Como parte das comemorações por seus 50 anos, o Jornal Nacional, principal telejornal da TV Globo e da televisão brasileira, exibiu uma retrospectiva sobre o jornalismo da emissora, desde segunda-feira 20. Apresentada pelo âncora William Bonner e comentada por 16 profissionais de peso da casa, a retrospectiva esforçou-se para posicionar a TV Globo como vítima – e não apoiadora – da ditadura. Citando uma série de reportagens, a Globo se disse vítima da censura dos militares em uma estratégia narrativa apelidada de "retroficção" pelo jornalista José Simão, do UOL. Em seu perfil nas redes sociais, Simão afirma que "eles [jornalistas da TV Globo] pensam que a gente é criança".

A narrativa também foi alvo de críticas do jornalista Mauricio Stycer, especializado em mídia e entretenimento e também do UOL. Para ele, "o especial omite muitos fatos que poderiam deixar esta narrativa mais equilibrada". Como exemplo, Stycer cita o programa “Amaral Neto, o Repórter”, que entre 1968 e 1983 ocupou espaço na grade da emissora louvando os feitos do governo militar.

Do ponto de vista econômico, a Globo só tem motivos para comemorar. Em 2014, o grupo Globo fechou 2014 com um faturamento de 16 bilhões de reais, um crescimento de 9,7% sobre o ano anterior. A audiência, entretanto, vem caindo. Com 13,5 pontos de audiência entre às 7h e a meia-noite, em 2014, a TV Globo viu sua audiência cair 5% em comparação com 2013 e alcançar o pior desempenho anual, desde que virou líder de audiência, há 45 anos. O Jornal Nacional chegou a ter 85% de audiência da televisão brasileira e, agora, não passa dos 20%.

Apesar disso, a emissora ainda lidera com folga o mercado de mídia nacional. A distância entre a Globo e sua concorrente Record é tamanha que o um lucro líquido da emissora, em 2013, superou todo o faturamento de sua concorrente. O lucro do Grupo Globo Comunicações, naquele ano, foi de 2,583 bilhões de reais contra 2,250 bilhões de reais de faturamento da Record.

Esses valores fazem dos irmãos Marinho (Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto), os controladores do grupo Globo, a família mais rica do Brasil. Um levantamento da revista Bloomberg Markets, realizado em 2013, estimou a fortuna dos irmãos em 20,6 bilhões de dólares, fortuna que supera o Orçamento da cidade de São Paulo.

A fortuna da TV Globo explica-se pela liderança do mercado televisivo brasileiro. Hoje, a emissora concentra 60% de toda a receita publicitária do Brasil. Somente o governo brasileiro pagou, entre os anos 2000 e 2013, 5,2 bilhões de reais em publicidade das empresas estatais às Organizações Globo.

Escândalos

A TV Globo coleciona, desde sua fundação, casos de movimentações financeiras controversas e milionárias, mas que nunca foram julgadas ilegais pelo Estado. Inaugurada em 1965, a emissora de TV já era uma empresa de rádio estabelecida, porém não conseguia reproduzir seu sucesso nas telas brasileiras. Um acordo de "cooperação técnica" firmado com a gigante da mídia norte-americana Time-Life alterou essa realidade e ajudou a emissora a tornar-se líder de mercado. O acordo, porém, era vedado pela Constituição e até hoje é negado pela Globo, embora esteja documentado por Daniel Herz, no livro A história secreta da Rede Globo (1995). Uma vez líder de audiência, a emissora nunca mais perdeu a liderança do setor.

O escândalo mais recente envolvendo a Globo refere-se à sonegação fiscal. O conglomerado de comunicação é suspeito de ter sonegado o Imposto de Renda ao usar um paraíso fiscal para comprar os direitos de transmissão da Copa do Mundo Fifa de 2002. Uma investigação da Receita Federal decidir punir a emissora em 615 milhões de reais, em 2006. No entanto, semanas depois o processo desapareceu da sede da Receita no Rio de Janeiro. Em janeiro de 2013, uma funcionária da Receita foi condenada pela Justiça a quatro anos de prisão como responsável pelo sumiço. No processo, ela afirmou ter agido por livre e espontânea vontade.

Em meio a tantas controversas políticas e econômicas, o grupo Globo tem acumulado reveses nos últimos anos. Em 2012, a TV Globo perdeu, pela primeira vez, os direitos de transmitir as Olimpíadas de Londres para sua concorrente Record. Em 2015, foi a vez do canal fechado Fox Sports retirar da Globo os direitos de transmissão da Copa Libertadores da América, o maior torneio de futebol da América do Sul, e tornar-se líder de audiência na TV paga e vice-líder na TV aberta durante a transmissão exclusiva do jogo do Corinthians e San Lorenzo.

Soma-se a isso, os protestos populares contra a emissora. Organizações sociais sairam às ruas de São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro para "enfrentar o poder e colocar limites à maior emissora do Brasil". Sem isso, afirma o manifesto, "não será possível garantir a regulamentação dos artigos da Constituição que proíbem o monopólio para levar a cabo a democratização do País".

(Reprodução: Carta Capital)

Um terço dos deputados defende reduzir maioridade penal para 16 anos

Não vamos resolver o problema da violência com a redução da maioridade penal. Entendo a revolta da sociedade, mais ainda daqueles que foram diretamente atingidos pelos crimes cometidos por menores. Como, por exemplo, o pai de um jovem morto na porta de casa por causa de um celular. Ou a mãe de uma dentista que teve a filha queimada viva. Entendo que, o sentimento ferido e a parte arrancada de cada um deles, justifique plenamente o desejo por justiça com a punição dos criminosos.

Imagem: Reprodução/Portal G1

Mas, acho que a sociedade como um todo, tem a ilusão de que a redução da maioridade penal vai resolver o problema. Esse é um dos muitos equívocos coletivos que se pode cometer, achando que podemos avançar. Mas, não se avançará!

A realidade brasileira propicia, fomenta e expande diariamente essa criminalidade precoce. Isso não é só figura de retórica. A corrupção e a impunidade são gritantes na política, na gestão pública, nos contratos empresariais e por aí vai. Essa impunidade notória, na qual a justiça é cúmplice, faz parte desse meio de barbaridades. Isso faz parte da cultura do Estado brasileiro! Há décadas, o Estado brasileiro sonega à população saúde, educação, segurança e tantos outros itens que, no final das contas, produzem sofrimento, dor, violência e muita morte.

Me parece meio maluco que a população brasileira consiga conviver com isso naturalmente. Não é possível que sejamos capazes de absolver, tolerar e aceitar os políticos corruptos, e ter que condenar quem está lá no andar de baixo. Lá, na mais desvalida das camadas da sociedade brasileira, onde não tem nada. Não tem casa, não tem saneamento, não tem escola, não tem emprego, não tem horizonte, não tem futuro. Enfim, não tem nada. NÃO TEM NADA!

Então, quer dizer que vamos conviver com figuras como Renan Calheiros, Eduardo Cunha e outras centenas de ladrões no Congresso Nacional e vamos mandar pra cadeia o moleque de 16 anos da favela tal, que roubou e agrediu alguém de maneira covarde. Está certo isso?

Que tal direcionarmos essa revolta e essa sede de justiça para punir os políticos? Porque de 4 em 4 anos a gente vai lá e vota neles. Nós estamos nesse jogo! Nós fazemos parte desse jogo! Eles, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, são os grandes responsáveis por todo esse caos social no qual vivemos. Eles e mais ninguém!

Embaixada brasileira sonega ajuda a brasileiro vítima de terremoto no Nepal

'Não me ofereceram nem um copo de água na embaixada', diz brasileiro no Nepal. 'Andei muito até a embaixada achando que eles poderiam me ajudar' — relatou o brasileiro em um áudio enviado à mãe, Cristiane Abranches Freire, ao qual O GLOBO teve acesso. 'Eles falaram que não podiam me ajudar em nada além de oferecer uma ligação rápida' — contou Felipe, natural do Rio. Sua tentativa de obter suprimentos e ser acolhido também foi em vão. 'Comentei que as outras embaixadas estão oferecendo água, chá e alimentos para as pessoas. Eles responderam que só tinham material de limpeza e não poderiam ajudar' — disse. 'Perguntei sobre acampar no quintal da embaixada, mas eles se recusaram. Disseram que não sabiam se o prédio era seguro e que a embaixadora não iria gostar de se comprometer com a morte de ninguém'. A embaixada brasileira disse que não está dando indicação nenhuma, porque o mercado onde eles costumam comprar está fechado e está difícil para todo mundo. (O Globo)

Imagem: Reprodução/O Globo

— Esse é o velho e 'bom' Itamaraty. Não é a primeira vez que a imprensa flagra esse tipo de atitude da embaixada brasileira no exterior. Temos, por parte do Itamaraty, inúmeras ações da mais absoluta insensibilidade burocrática. É impressionante como, nessas horas, eles somem. Se fossem chamados para um coquetel, certamente, apareceria um bando de diplomatas. Mas, como não se trata de um coquetel, a embaixada do Itamaraty, como sempre, mais uma vez, mostra toda sua incompetência e diz que não pode acolher brasileiros vítimas do terremoto no Nepal. Dizer que não pode abrigar brasileiros no pátio da embaixada é uma barbaridade! Isso é um absurdo! A embaixada está lá pra fazer o que então?

Blogs divulgam processo por sonegação milionária da Globo que estava sumido

O Núcleo Barão de Itararé do Rio de Janeiro confirmou que irá publicar, na íntegra, processo da Receita Federal que comprova sonegação de impostos da Globo Comunicação e Participações S.A. (Globopar), uma cifra estimada em mais de R$ 600 milhões. O documento, que havia sido extraviado no ano passado, voltou a reaparecer e será divulgado. A publicação dos autos será feita por diversos blogs que acompanham o caso. Após a divulgação, o documento será encaminhado à Polícia Federal, que não podia dar prosseguimentos à investigação sobre o grupo devido ao sumiço do processo. (Caros Amigos)

Servidores buscam cestas básicas com ambulâncias e carros públicos

A distribuição de cestas básicas em Sorocaba, no interior de São Paulo, virou caso de polícia. Funcionários da prefeitura estão usando até as ambulâncias, durante o horário de serviço, para pegar o benefício. A ambulância deve socorrer alguém, transportar um paciente. É o que se espera de um veículo assim. Mas o motorista dá a volta e estaciona. Ele parou para pegar a cesta básica que recebe todo mês da prefeitura de Sorocaba. A empresa que fornece as cestas para os funcionários da prefeitura faz a entrega de casa em casa. Mas quem não quer esperar pode ir até os pontos de distribuição. O problema é como muitos servidores chegam até esses locais: usando carros e combustível que não são deles. (G1)

Imagem: Reprodução/G1

— Os desvios de conduta dos servidores públicos no Brasil são inúmeros. Nós não devemos viver a ilusão de que eles são menos escandalosos ou menos frequentes do que no setor privado. A verdade é que ocorrem desvios de conduta, gravíssimos, envolvendo funcionários públicos em todos os setores da máquina pública. O problema é que a visibilidade é menor e o corporativismo maior ainda.

E aí, a gente fica achando que o servidor público é uma espécie de exemplo a ser seguido e o trabalhador comum, que sustenta essa máquina pública com seus impostos, uma espécie inferior e pedinte de serviços públicos, não. Muito pelo contrário, dentro do Estado brasileiro é o capeta quem manda. Pra todo lugar que você olha tem uma sacanagem. Em qualquer setor da administração pública você vai encontrar uma malandragem. E mais, não é só no alto escalão não, isso é assim em toda a sua estrutura.

Muita gente acha que o resultado da bandalheira no Brasil é culpa apenas dos políticos e de seus protegidos diretos. Infelizmente, não é. Quem dera que a nossa tragédia fosse apenas essa. O que está corrompido, poluído e podre é a máquina pública inteira, da portaria à Presidência da República. O corpo funcional do setor público está impregnado de desvios de conduta.

Aí, quando você fala de determinados setores, os caras têm ataques de pelanca e começam a entender interesses escusos nas críticas que você faz, não é o caso. A crítica é a mesma e é feita pela mesma razão, o Estado brasileiro está tomado por desvios de conduta, corrupção, bandalheira e falta de respeito ao dinheiro público. Estes atos da reportagem acima, são atos de desrespeito ao dinheiro público.

Isso é bandalheira típica dos piores corruptos do Brasil. E tem mais, não vou amenizar minhas palavras só porque se trata de uma esperteza cultural e cotidiana de vocês. Quando agem dessa maneira se igualam ao mesmo lixo de qualquer corrupção, de qualquer desvio de conduta ou de qualquer má versação do dinheiro público. Vocês estão “metendo a mão no dinheiro do contribuinte”, e pouco me importa qual a justificativa dada por vocês. É uma vergonha o que se transformou o setor público no Brasil!!!

'Jornal Nacional' fica informal para deter queda de audiência

O "Jornal Nacional", que dez anos atrás ainda marcava médias de audiência próximas dos 40 pontos, hoje está mais perto dos 20, na Grande São Paulo. O movimento, que acompanha o que se viu nos telejornais americanos, os grandes modelos do "JN", não apresenta sinais de reversão, pelo contrário. O esforço agora é para conter a velocidade da queda. Nesta segunda (27), após anos de experiência em outros noticiários da Globo, de regionais como "SPTV" a nacionais como "Hoje", chegou ao telejornal a informalidade dos apresentadores, que andam e conversam.

Imagem: Reprodução/Folha de S.Paulo
Sorriem mais, improvisam diálogos. E isso se dá ao longo de todo o programa, como novo padrão, seja para falar com um repórter nas ruas de São Paulo ou com correspondentes do outro lado do mundo, em Katmandu.

Longe da política, historicamente, foram as coberturas de grandes tragédias, nos anos 1960 e 1970, que estabeleceram o jornalismo de qualidade da Globo.

E agora as mudanças formais são acompanhadas por cobertura semelhante, ainda que o terremoto no Nepal seja mais difícil de aproximar do telespectador do que as enchentes no Rio, em 1966, ou os grandes incêndios do Andraus e do Joelma em São Paulo, em 1972 e 74.

Para conseguir emocionar o brasileiro com o que acontece em Katmandu, o "JN" contou com dois repórteres do programa "Planeta Extremo", Carol Barcellos e Clayton Conservani, por acaso no Nepal. E contou com novas ferramentas de tecnologia, para aproximá-los até fisicamente de Renata Vasconcellos e William Bonner. O maior impacto do novo "JN" foi a grande tela que permite aos dois apresentadores conversar ao vivo, como se estivessem juntos, no mesmo enquadramento, com jornalistas em outros continentes ou pelas ruas.

Bonner chegou a avisar o telespectador que seria "uma conversa com umas pausas", devido à distância. Mas o atraso no sinal foi mínimo, durante o diálogo com o Nepal e também nos outros do programa, o que facilitou a ilusão, reforçada ainda pela qualidade da imagem. A proximidade com a tragédia de Katmandu foi reforçada também pelo desespero de Barcellos com um tremor, em imagem recuperada do dia anterior, e principalmente pelo depoimento e pela emoção de duas jovens brasileiras que o jornalismo da Globo encontrou lá.

"Eu achei que ia morrer, amo vocês demais, pai, mãe", falou uma delas, entre lágrimas, logo seguida pela outra, também chorando. E minutos depois o "JN" ouviu, no Brasil, o pai e a mãe, eles também emocionados.

Com o drama humano tomando a tela, o programa nem precisou abusar de outra ferramenta de espetáculo que havia conseguido: as cenas de "um drone, um avião não tripulado", que mostravam o Nepal rasgado pelo terremoto –como nos filmes hollywoodianos "2012" e "A Falha de San Andreas".

O telejornal, na verdade, estreou tantas mudanças que só aos poucos será possível compreendê-las por inteiro. É o caso da nova apresentadora do tempo, Maria Júlia Coutinho, que estreou há quatro meses no "Hora Um" e chama a atenção, desde então, pela facilidade com que conversa, brinca. É ela quem aponta o futuro do "JN".

(Texto: Reprodução/Folha de S.Paulo)

Casos de dengue sobem mais de 200% em São Paulo

Isso pode parecer um problema só de São Paulo, mas não é. Isto é a demonstração de que as cidades brasileiras, especialmente as grandes cidades, estão completamente abandonadas e entregues à própria sorte pelo Estado. O que isso significa? Significa que a interferência do ente público, aquele ao qual pagamos impostos, aquele que elegemos, aqueles que remuneramos, aqueles que mantemos em seus empregos públicos para cuidar das cidades e de nós... Essa estrutura gigantesca e onerosa não funciona no Brasil. A coisa pública no Brasil simplesmente não funciona! Tudo que está nas mãos do Estado brasileiro é um desastre, é uma porcaria!

Imagem: Reprodução/ISTO É Independente
É claro que o combate à dengue é algo que passa muito por nós, muito por nós. Passa por nossa casa, por nosso quintal, por nossa calçada, pelo terreno ao lado da nossa casa, pela ação entre vizinhos etc e tal. Mas, para por aí. Colocada a responsabilidade do cidadão como algo fundamental nesse processo, faço a seguinte pergunta: O que cabe ao Estado? O que cabe ao poder público no processo de combate à dengue? Cabe muito!

Cabe às autoridades fazer ações gerais de educação, de fiscalização e de prevenção em áreas onde a população não pode resolver o problema. Áreas como, por exemplo, lixões, terrenos baldios e casas abandonadas. Mas, infelizmente, os governantes não fazem. Simplesmente não fazem! É um absurdo que São Paulo, o Estado mais rico do país, seja alvo de uma epidemia de dengue em pleno século XXI. É um inferno viver no Brasil com esses governantes, com esse Estado e com esse aparato público caro, corrupto e ineficiente. Falta tudo, falta políticas de prevenção e de fiscalização, falta fraude geriátrica em hospital e farmácias populares, falta remédio para rejeição de órgão transplantado em postos de saúde, falta roupa cirúrgica e materiais básicos como gaze, atadura, agulhas descartáveis e até papel higiênico. Quando chove tem inundações e deslizamentos de terra. Quando não chove tem falta d’água, crise hídrica e por aí vai. Vou repetir o que sempre digo aqui: O Estado brasileiro é o maior inimigo da sociedade.

Obra parada complica atendimento no Hospital da PM em Natal, no RN

A população de Natal enfrenta um problema duplo para conseguir atendimento médico: o principal hospital está superlotado e a alternativa é um hospital da Polícia Militar, que passa por uma reforma que não acaba nunca. O problema começou com as obras de reforma e ampliação do hospital. O investimento de R$ 5,5 milhões do governo do estado corresponde a 90% do serviço. Mas há um ano está tudo parado porque a licitação para a climatização ainda não saiu do papel. Enquanto isso, equipamentos comprados pelo Ministério da Saúde e que valem R$ 6 milhões, continuam chegando. Só em uma sala da unidade há cerca de 50 caixas com equipamentos e acessórios hospitalares. Eles chegaram em dezembro do ano passado e a maioria está sem previsão de uso. (G1)

Imagem: Reprodução/G1

— O grande negócio da corrupção no Brasil está no momento da compra. A grana rola quando você faz a obra, quando você compra o equipamento, quando você contrata o serviço. Aí, rola a grana! Como ninguém tem compromisso com porcaria nenhuma no Estado brasileiro, exceto com a roubalheira, dá nisso! Você compra uma resonância magnética para o hospital “X”, ela vai pro porão. Você compra um raio-X para o hospital “Y”, ele vai pra lavanderia. Você compra ambulâncias para unidades de saúde, elas vão pro depósito. Você constrói um teleférico, ele fica parado. 

— Ah, mas por que construíram o teleférico então?
— Porque se não construíssem não teriam o pretexto para levar a grana do empreiteiro, a comissa, o por fora, a grana de campanha.
— Ah, mas isso só acontece em São Paulo?
— Não. É no Brasil inteiro!
— Isso é resultado da má gestão de um único partido?
— Não. Isso faz parte da cultura incompetente de todos os partidos. Isso faz parte da cultura do PT, PMDB, PSDB, PSB, DEM, PTB, PDT, PR, PC do B,... São todos!

O Estado brasileiro está tomado pela corrupção, ele está nas mãos de quadrilhas partidárias. Os partidos políticos tomaram o Estado brasileiro de assalto, nada se faz dentro dele que não seja do interesse dos políticos e de seus partidos. Ladrões, corruptos que só pensam em dinheiro para alimentar o jogo político e pra si próprios. As encomendas, as compras, os projetos,... tudo caminha em função desse tipo de interesse, desse tipo de jogo. Esta é a demonstração de que as cidades brasileiras, especialmente as grandes cidades, estão completamente abandonadas e entregues à própria sorte pelo Estado.

— O que isso significa?
— Significa que a interferência do ente público, aquele ao qual pagamos impostos, aquele que elegemos, aqueles que remuneramos, aqueles que mantemos em seus empregos públicos para cuidar das cidades e de nós... Essa estrutura gigantesca e onerosa não funciona no Brasil. A coisa pública no Brasil simplesmente não funciona! Tudo que está nas mãos do Estado brasileiro é um desastre, é uma porcaria! Esse é o Estado brasileiro! Um Estado ladrão, caro e ineficiente que cuida apenas de si mesmo. Os inimigos reais da sociedade brasileira estão dentro do aparato do Estado. São os políticos, os governantes, os partidos, são os privilégios que têm e os setores que tomaram de assalto pra si há décadas.

Atores, diretores e cineastas da Rede Globo estão na lista de contas secretas do HSBC na Suíça

Rio - Celebridades e nomes da cultura nacional estão na lista dos 86.667 brasileiros identificados por um código em contas numeradas na agência de "private bank" do HSBC em Genebra, na Suíça. Artistas como Claudia Raia, Edson Celulari, Marília Pêra, Maitê Proença, Francisco Cuoco, Tom Jobim, Jorge Amado e família integram a lista. Assim como o apresentador Jô Soares, os cineastastas e diretores da Globo Andrucha e Ricardo Waddington, o também cineasta Hector Babenco e o publicitário e idealizador do Rock in Rio Roberto Medina.


A investigação, conhecida como SwissLeaks, mostra que nos últimos anos há casos de personalidades que receberam dinheiro público atrávés da Lei Rouanet e o Fundo Nacional de Cultura. Mas não é possível estabelecer nenhuma conexão entre essa verba com o dinheiro que circulou em contas bancárias na Suíça.

A Lei Rouanet permite a empresas financiarem projetos culturais e deduzir 100% do valor gasto do seu Imposto de Renda, até o limite de 4% do imposto devido.

Segundo o HSBC, Claudia Raia foi correntista na agência de Genebra (n°34738 ZES) de 3 de maio de 2004 a 5 de novembro de 2006, com o então marido, o também ator Edson Celulari, os dois se separaram em 2010. A última retirada do banco foi em 2006/2007, a conta tinha um saldo de US$ 135 mil (cerca de R$ 430 mil).

Cláudia Raia, Edson Celulari, Jô Soares, Tom Jobim, Maitê Proença e Jorge Amado estão entre os citados

O apresentador Jô Soares aparece relacionado a quatro contas encerradas também entre 2006 e 2007 no HSBC de Genebra. Ele está no acervo de dados vazado do HSBC às publicações identificado como "ator, jornalista, escritor e animador de televisão em canais de TV no Brasil".

Segundo a reportagem, a atriz Maitê Proença está nos arquivos do SwissLeaks vinculada à conta 15869 HP, aberta em 17 de abril de 1990. Ela aparece ativa em 2006/2007 e na época em que os dados foram extraídos do HSBC o saldo era de US$ 585 mil (cerca de R$ 2 mi).