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— E pra não ficar só na Dilma e na Marina, vou falar do Aécio Neves. O candidato do PSDB disse uma pérola surrealista sensacional, ele acusou a candidata Marina Silva (PSB) de plagiar o programa social do partido dele. Ora, deixa eu ver se entendi Aécio: Se você faz um programa social de governo e acha que isso é o melhor que o país merece e pode receber, porque você vai implementar quando for presidente. Qual é o problema de copiarem algo de bom que você fez?
Aécio, deixa eu ver se entendi melhor: Você fez algo que acha sensacional para o país, mas se alguém fizer igual, você fica zangado, xinga, ofende e diz que plagiou etc e tal. Agora, diz pra mim se isso não é um bando de espertalhões! Diz pra mim se os políticos brasileiros não são os inimigos da sociedade.
As eleições não são a oportunidade de mudar a realidade do país. Não é depositando 100% das esperanças no voto que exercemos a cada 2 anos, que vamos alterar essa realidade no Brasil. O voto obrigatório no Brasil só serve para o cidadão eleger, não serve para interferir, mudar ou atender as demandas da sociedade. Isto porque, as máfias político-partidárias se apropriaram do processo político-eleitoral no país, fazendo das eleições apenas momentos para legitimarem a sua sobrevivência e a sua permanência no poder. O voto no Brasil só serve pra isso e mais nada.
Esperar que eles mudem através do processo político-eleitoral é ridículo, porque eles não estão nem aí pra fazer essa mudança. Esperar que, votar nessa canalhada política signifique investir na mudança dessa relação do Estado com a sociedade é ridículo. Sabe por quê? Não é isso que eles querem. O que eles querem é permanecer no poder através das eleições, porque é do aparato estatal que brotam, aos borbotões, os recursos públicos que servem para alimentar essas máfias político-partidárias.
Nós não temos alternativa à política como meio de equilibrar nossas relações e evitar que nos devoremos, porque é a política que faz com que a gente organize o caminho coletivo. Mas, nós temos alternativa à essa política praticada no Brasil. Nós não temos, também, alternativa aos políticos como sociedade e aos partidos dos quais afloram. Mas, nós temos alternativa a esses políticos e a esses partidos que temos aqui.
Partidos que foram transformados em máfias que disputam, única e exclusivamente, o controle do Estado. Não para transformá-lo, direcioná-lo e torná-lo num instrumento cada vez mais eficaz de atendimento ao cidadão, não. Mas, para ser o lugar do qual eles tiram a grana, a corrupção, a propina do empreiteiro, o jatinho da FAB pra implantar cabelo. A boca pra nomear o ministro amigo, o genro ladrão, a amante pelancuda e por aí vai.
A única forma de alterar essa realidade, no Brasil, não é depositando 100% das esperanças no voto que exercemos a cada 2 anos. Isto porque, as máfias político-partidárias se apropriaram do processo político-eleitoral no país, fazendo das eleições apenas momentos para legitimarem a sua sobrevivência e a sua permanência no poder. A única forma de alterarmos essa realidade, é com o crescimento, o adensamento e a radicalização do movimento popular nas ruas. Só ele os fará mudar. Notem, não se trata de um ataque à instituição, à democracia e ao princípio da representação parlamentar. Trata-se de um discurso aplicado à realidade brasileira.