domingo, 26 de outubro de 2014

'Virou uma campanha do "vote no menos pior'', diz presidente do TSE, Dias Toffoli, sobre o 2º turno

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro José Antonio Dias Toffoli, criticou o baixo nível das campanhas presidenciais no segundo turno das eleições. Segundo ele, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) se empenharam mais em destruir o adversário do que em defender suas próprias ideias, quase sinalizando uma campanha do “vote no menos pior”. Essas brigas, na visão dele, estavam afetando a sociedade, acirrando comportamentos e atitudes parecidas com torcidas de futebol. “Se até aqueles que querem presidir a República estão num nível tão baixo, a pessoa se sente mais à vontade para agredir aquele que pensa diferente dela”, disse o presidente do TSE. A animosidade fez com que o TSE proibisse os ataques mútuos no horário eleitoral gratuito. (O Globo)

Imagem: Reprodução / O Globo

— Por que os políticos produzem, deliberadamente, essa confusão com seus atos, suas frases, seus comentários, suas acusações, seus apoios e seus recursos, de várias origens, que apresentam oficialmente ao TSE? Porque mais uma vez, a campanha eleitoral toma, como tem sido diariamente, o aspecto de que contrapõe figuras diferentes, quando na verdade, o que vemos é um festival de iguais. São diferentes na forma como tentam se apresentar ao eleitor, mas são absolutamente iguais na essência ética, na essência moral, na forma como manipulam o discurso, na forma como tentam dissimular as alianças que aceitam e os pactos que fazem. Porque afinal de contas, a cadeira que estão disputando não tem espaço para duas bundas, sejam elas, gordas ou magras.

Mais uma vez, estamos vivendo uma campanha eleitoral absolutamente igual, na sua essência e nos seus personagens, a tudo que já vimos e estamos vendo há séculos. Isto porque, vossas excelências são essencialmente iguais, querem as mesmas coisas e lutam pelos mesmos interesses. É isso que a gente vê o tempo todo, inutilmente, nos debates políticos e no horário eleitoral.

A classe política brasileira é a escória da sociedade. Salvo raríssimas exceções, podemos dizer que, a média da qualidade ética, moral e comportamental dos políticos brasileiros é muito inferior à média moral da sociedade brasileira. A política no Brasil é o sorvedor da escória nacional. Os candidatos aos cargos de presidente e governador são a expressão pura e acabada do que é o político brasileiro. Eles não são um ponto fora da curva, eles são a curva, estão alí para roubar, enriquecer e ficar nas tetas do Estado, usufruindo de suas mordomias e privilégios. Só servem pra isso.

Supondo que toda sociedade tivesse a média moral e ética dos políticos brasileiros, ainda sim, ela não enriquece na proporção e na velocidade que os políticos enriquecem. Ou seja, nem isso serve de consolo. Portanto, é uma mentira dizer que a classe política é a representação da média moral da sociedade brasileira. O brasileiro não é como os políticos são, eles são a escória do país.

Talvez, dentro dos presídios você encontre uma média de valores morais superior à media de valores morais predominante na política brasileira. Basta acompanhar o noticiário que você vai ver, é impressionante o que os políticos são capazes de fazer em benefício do seu grupo, dos seus sócios e dos seus financiadores. Todos estão milionários. Passaram a vida no setor público e construíram fortunas. E mais, diria até que, quanto mais pobre é a região, mais rápido as fortunas se formam. Mas o pior disso tudo é que a gente convive com isso como se fosse algo normal.