Rodoviários passam os bilhetes a vendedores que revendem as passagens a usuários do metrô por até R$ 2,80
O Dia Online
Nas entradas das principais estações de metrô, membros de quadrilha especializada em vender os bilhetes oferecem tíquetes, que custam R$ 4, por preço menor nas estações Saens Peña, São Francisco Xavier, Largo do Machado, Botafogo, Del Castilho e Estácio.
Guardas municipais e seguranças do metrô não intimidam. “Pegamos tíquetes que dão direito a viagem de metrô com o pessoal dos ônibus. Eles conseguem nos passar por R$ 2, porque, quando um passageiro paga passagem comum, de R$ 2,50, colocam mais R$ 1,50 do bolso para completar os R$ 4 do bilhete Expresso. Assim, ganham R$ 0,50 por passagem”, contou um vendedor.
Movimento dita o preço
“O preço depende do movimento. Na Saens Peña, onde o movimento é grande, cobramos R$ 3. Na São Francisco Xavier, passamos por R$ 2,80”, explicou outro membro da quadrilha.
Sua satisfação ou o dinheiro de volta. O grupo tem até estratégia de ‘marketing’ para convencer os passageiros mais desconfiados com a facilidade da passagem mais barata. “Garantimos a troca do tíquete ou a devolução do dinheiro se ele não passar na roleta. Outra particularidade da quadrilha é a promoção de uma espécie de rodízio de vendedores nas estações. “É para despistar os policiais militares”, explicou um deles.
Funcionários fazem renda extra vendendo tíquetes à quadrilha
“Todo mundo quer ganhar um dinheirinho a mais. E, neste caso, ninguém acha que está cometendo um crime, pois completamos os R$ 4 que são o valor da integração”, argumentou um rodoviário que preferiu não se identificar.
Bilhete de papel dificulta rastrear e calcular perdas
O bilhete da integração é feito de papel, dificultando o rastreamento pelas empresas de ônibus e pelo Metrô Rio. “Todo mês recebemos cerca de um milhão de bilhetes de integração Expresso. Vamos iniciar uma investigação para tentar frear esse derrame de tíquetes negociados de maneira irregular”, anunciou o diretor de Relações Institucionais do Metrô, Joubert Flores.
Com a fraude, as empresas de ônibus perdem R$0,50 por passagem. Já o MetrôRio deixa de receber R$ 1,10 a cada integração, já que a tarifa comum do metrô custa R$ 3,10.