Bancos rasgados, pedaços do teto despencando, banheiros sujos, insetos, ferrugem, coletes sem data de fabricação ou validade e extintores de incêndio em falta
Capa do jornal O Dia
Rio - Esse é o conjunto de ‘vantagens’ que a Barcas S.A. oferece em troca do aumento de 60,7% no valor do passagem, válido a partir de sábado. Equipes de reportagem de O DIA percorreram composições que fazem o trajeto da Praça 15 para Ilha do Governador e Niterói, e constataram a má conservação e o abandono da concessionária.
“Pego a barca todo dia e fico horrorizado. A manutenção é ruim, as roletas de acesso vivem quebradas. Estava na composição que ficou à deriva mês passado e na ocasião constatei que os coletes salva-vidas não tinham especificações de data”, comenta o contador Aloísio Santos, 68.
Segundo a tenente Cláudia Diniz, responsável pela Divisão de Homologação de Material de Salvatagem da Marinha do Brasil, coletes sem data de fabricação estão fora da norma: “Não dá para verificar se o certificado que demos está dentro do prazo”.
A Capitania dos Portos informou que já notificou várias vezes a empresa por falhas de segurança como a irregularidade no salva-vidas e assegurou que vai apurar o flagrante do jornal. Lembrou ainda que a população pode informar falhas na segurança da navegação pelo tel. 2233-8412.
Filas de meia hora e passageiros em pé nas composiçõesAlém dos incômodos de infraestrutura, quem quer atravessar a baía de Guanabara e fugir do trânsito precisa enfrentar ainda longas filas sob o sol, superlotação e calor. “É um descaso, sempre tem fila e a gente chega atrasado no trabalho”, se indigna o office boy, Rodrigo do Nascimento, 24, que mora em Niterói e utiliza as barcas todos os dias.
Na estação Araribóia, a equipe do jornal constatou quatro enormes filas que viravam o quarteirão com demora de mais de 20 minutos, composições cheias com usuários em pé e sentados nas escadas.
“É incômodo e quente. Deveria ter mais barcas”, cobra o auxiliar de RH, Átila Queiroz, 23, morador de São Gonçalo. Os passageiros reclamam ainda da pouca flexibilidade de horários para Ilha e Paquetá. “O intervalo é grande e elas sempre atrasam. Além de terem virado ninho de baratas”, relata o corretor Fernando Seixas, 46.
Matéria originalmente publicada no jornal O Dia Online