Passeios de barco na Região dos Lagos, bebidas importadas em camarotes de boates, noites com garotas de programa em motéis, cordões e relógios de ouro e notas de R$ 100. Em uma das imagens, o sargento da Marinha Jerônimo Ronaldo Severino Pereira, de 42 anos aparece com a farda da corporação e com a seguinte inscrição: "Procura-se". O delegado apura ainda a procedência do armamento apreendido em tonéis num fundo falso da garagem de Jerônimo. Pelo menos um dos fuzis, calibre 7.62, tem o brasão do Exército brasileiro e teria sido desviado da corporação. Todo o material foi avaliado em cerca de R$ 1 milhão. Segundo o sargento, desde o início do ano, ele aceitou trabalhar para o tráfico de drogas da Vila Vintém. Jerônimo, segundo sargento da Marinha, está na corporação há 21 anos. (Extra Online)
Imagem: Reprodução / Extra Online |
— Os desvios de conduta na área militar são inúmeros. Nós não devemos viver a ilusão de que eles são menos escandalosos ou menos frequentes do que na área civil. A verdade é que ocorrem desvios de conduta, gravíssimos, envolvendo oficiais em todas as Forças Armadas. O problema é que a visibilidade é menor e o corporativismo maior ainda.
E aí, a gente fica achando que o Brasil fardado é santo e o Brasil com roupa civil é o diabo, não. Dentro do Estado brasileiro é o capeta quem manda. Pra todo lugar que você olha tem uma sacanagem. Em qualquer setor da administração pública você vai encontrar uma malandragem. E mais, não é só no alto escalão não, isso é assim em toda a sua estrutura.
Muita gente acha que o resultado da bandalheira no Brasil é culpa apenas dos políticos e de seus protegidos diretos. Infelizmente, não é. Quem dera que a nossa tragédia fosse apenas essa. O que está corrompido, poluído e podre é a máquina pública inteira, da portaria à Presidência da República. O corpo funcional do setor público está impregnado de desvios de conduta.