terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Sargento da Marinha preso com arsenal do tráfico ostentava luxo em fotos

Passeios de barco na Região dos Lagos, bebidas importadas em camarotes de boates, noites com garotas de programa em motéis, cordões e relógios de ouro e notas de R$ 100. Em uma das imagens, o sargento da Marinha Jerônimo Ronaldo Severino Pereira, de 42 anos aparece com a farda da corporação e com a seguinte inscrição: "Procura-se". O delegado apura ainda a procedência do armamento apreendido em tonéis num fundo falso da garagem de Jerônimo. Pelo menos um dos fuzis, calibre 7.62, tem o brasão do Exército brasileiro e teria sido desviado da corporação. Todo o material foi avaliado em cerca de R$ 1 milhão. Segundo o sargento, desde o início do ano, ele aceitou trabalhar para o tráfico de drogas da Vila Vintém. Jerônimo, segundo sargento da Marinha, está na corporação há 21 anos. (Extra Online)

Imagem: Reprodução / Extra Online

— Os desvios de conduta na área militar são inúmeros. Nós não devemos viver a ilusão de que eles são menos escandalosos ou menos frequentes do que na área civil. A verdade é que ocorrem desvios de conduta, gravíssimos, envolvendo oficiais em todas as Forças Armadas. O problema é que a visibilidade é menor e o corporativismo maior ainda.

E aí, a gente fica achando que o Brasil fardado é santo e o Brasil com roupa civil é o diabo, não. Dentro do Estado brasileiro é o capeta quem manda. Pra todo lugar que você olha tem uma sacanagem. Em qualquer setor da administração pública você vai encontrar uma malandragem. E mais, não é só no alto escalão não, isso é assim em toda a sua estrutura.

Muita gente acha que o resultado da bandalheira no Brasil é culpa apenas dos políticos e de seus protegidos diretos. Infelizmente, não é. Quem dera que a nossa tragédia fosse apenas essa. O que está corrompido, poluído e podre é a máquina pública inteira, da portaria à Presidência da República. O corpo funcional do setor público está impregnado de desvios de conduta.