Político recebeu sete ameaças de morte apenas no mês de outubro e reclamou da inoperância do poder público
O Dia Online
Marcelo Freixo recebeu diversas ameaças de morte |
"Agradeço toda solidariedade, não vou recuar. Voltarei ainda esse mês, preciso preservar um pouco minha família e ajustar minha segurança. Eles (milicianos) não venceram e nem vão vencer", disse o deputado, que recebeu mensagens de apoio na rede social e embarca para o exterior nesta terça.
O político recebeu sete ameaças de morte apenas no mês de outubro e reclamou da inoperância do poder público que, segundo ele, não se manifestou a respeito das denúncias.
"Recebi sete ameaças concretas e detalhadas em outubro, mas nenhuma delas veio acompanhada de algum retorno ou medida do poder público. Isso assusta mais que as próprias ameaças", revelou, citando a denúncia de que o miliciano Carlos Ary Ribeiro, o Carlão, que fugiu do Batalhão Especial Prisional (BEP), em setembro, receberia R$ 400 mil do criminoso Toni Ângelo para matá-lo.
"Os dois estão foragidos. Quando serão presos? Eles estao em Campo Grande cometendo crimes e ameaçando autoridades", afirmou o parlamentar, que completou. "Se eles mataram uma juíza, torturaram jornalistas e ameaçam um deputado o que eles não estão fazendo com moradores que nao podem pagar alguma taxa. Isso é muito sério e o Estado precisa agir".
O deputado falou sobre o assassinato da juíza Patrícia Acioli, morta por policiais militares, em agosto, para justificar a decisão de sair do país. "Patricia Acioli recebeu várias ameaças e nada foi feito. O poder público é reativo e inoperante", afirmou.
Organizações criminosas estariam arquitetando um plano para matar o parlamentar, que presidiu a CPI das Milícias, em 2008. A comissão indiciou 225 pessoas entre policiais civis e militares, bombeiros e políticos.
"Esse problema de subir em favelas não é só meu. Mas é um desafio. Já passei por isso na última campanha e tive que deixar de visitar comunidades dominadas por milicianos. Mas agora será diferente. Terei que ter um planejamento, mas vou enfrentar e fazer o que tem que ser feito. Temos que assumir essa fragilidade e enfrentá-la", disse Freixo, no início do mês, a respeito das ameaças de morte.
Na ocasião, também através do Twitter, o deputado agradeceu o apoio dos internautas. "Agradeço todas as manifestações de apoio e carinho, as ameaças são resultado do meu trabalho. Não vou recuar".