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O modelo das UPPs encontrou um modus operandi para lidar com algumas áreas problemáticas. Ele não resolve o problema, mas resolve a chamada ocupação territorial. Com isso, dará ao estado a possibilidade de transitar por essas áreas que antes não podia. Só isso já melhora consideravelmente a possibilidade da comunidade de ter acesso a serviços e emergências que antes não tinha.
É bobagem imaginar que as UPPs vão acabar com o comércio e o tráfico de drogas. É bobagem imaginar que as UPPs vão acabar com os bandidos e traficantes, porque eles não são tão poucos assim, nem tão facilmente derrotados assim. Mas é para acabar com o avanço territorial da criminalidade. E isso já é um avanço muito importante.
Essa escolha seletiva das UPPs é compreensível porque os crimes cometidos nessas áreas, repercutem de forma negativa no exterior, com prejuízos muito grandes para o interesse coletivo da cidade. Então, eu concordo e compreendo que se faça essa seleção territorial para que esses crimes bárbaros contra turistas não aconteçam, preservando assim a cidade como um todo.
Portanto, não é a UPP do Cerro-Corá que está impedindo que o cidadão da Zona Oeste ou da Baixada do Rio tenha segurança. O Cerro-Corá também precisa ter UPP. Não podemos permitir que turistas dentro de uma van, a caminho do Cristo Redentor, sejam assaltados. Não é a UPP do Cerro-Corá que faz com que você tenha bandidos a mais em Niterói ou na Baixada. O que permite que esses bandidos lá estejam, é a política de segurança pública que se omite em relação a essas outras áreas, se mostrando incapaz de enfrentar o problema.