quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Estado do Rio teve 3.283 assassinatos em 2011

Secretário de Segurança José Mariano Beltrame diz que apenas 15% dos homicídios são elucidados

RIO - O Estado do Rio teve 12 mortes violentas por dia os meses de janeiro e setembro deste ano, segundo números divulgados nesta quarta-feira (21) pelo ISP (Instituto de Segurança Pública), vinculado à Secretaria de Segurança Pública. Foram 3.283 homicídios dolosos em nove meses, o que representa uma média de 12,02 mortes por dia.

Segundo os ISP, aumentou a incidência de roubo de cargas. De janeiro a setembro, foram 2.165 registros desse tipo de crime, 14,2% a mais do que no mesmo período do ano anterior. Os casos de estelionato também aumentaram para 21.560 ocorrências neste período, frente a 1.896 observadas em 2010.

Mílícias

Um levantamento feito pelo R7 com base nos números do ISP revelou que as áreas dominadas por milícias concentram os homicídios na capital. O mapeamento das mortes violentas mostra que as regiões onde há maior presença de milícias na capital, como os bairros de Campo Grande e Santa Cruz, ambos na zona oeste, estão entre as que registraram mais assassinatos.

O R7 também mostrou que, enquanto o ano de 2011 foi marcado pelo sucesso da ocupação da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, e pela instalação de seis UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), na zona norte e região central da cidade, a zona oeste permaneceu como reduto de diversas milícias e base da facção que perdeu menos território com a pacificação.

Polêmica

Recentemente, um pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) cruzou as estatísticas oficiais levantadas pelo ISP com dados do Ministério da Saúde sobre mortes violentas de causas desconhecidas. O autor do estudo, o economista Daniel Cerqueira, provocou polêmica ao sugerir que o governo do Estado do Rio ocultou em suas estatísticas 3.165 homicídios apenas no ano de 2009.

O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, que chegou a cogitar processar autor da pesquisa, defendeu a metodologia utilizada pelo ISP, mas admitiu que os dois bancos de dados (do ISP e o Datasus, do Ministério da Saúde), precisam se comunicar.

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