terça-feira, 23 de julho de 2013

Equipe da Rede Globo é hostilizada por manifestantes durante protesto contra o aumento da passagem de ônibus no Rio

A imagem da Rede Globo é uma imagem antipatizada pela população. E não é porque a população é perversa, é inconsciente, é mal informada etc e tal. É uma bobagem a gente achar isso. A população tem a imagem das Organizações Globo que foi construída pela própria Rede Globo, ao fazer coberturas jornalísticas tendenciosas a favor do governo e contra os interesses da população. É isso que acontece com uma emissora que mais apóia do que critica o Estado e seus governantes, não só no Rio de Janeiro, mas em todo país.

                                       Imagem: Reprodução / Revista Veja.com

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Jornal O Globo faz cobertura tendenciosa a favor do governo e tenta criminalizar as manifestações

O Brasil reuniu manifestantes em mais de 100 cidades que tiveram protestos expressivos com milhares e milhares de pessoas. Manifestações pacíficas, ordeiras e sem organização partidária por trás querendo se aproveitar da boa chama do povo na rua. Foram manifestações encantadoras, transformadoras e absolutamente positivas. Pois bem, aí eu pego o jornal O Globo e vejo na primeira página a manchete: "Sem controle. Em noite de conflitos, depredações e saques, Itamaraty e prefeitura do Rio são atacados". O Globo mostra o detalhe periférico do confronto envolvendo uma minoria de vândalos. É o detalhe do cara quebrando sinal de trânsito, saqueando loja, colocando fogo em carro etc. Uma ideia de que tudo que aconteceu se resumiu a isto que eles estão mostrando.


Isso é uma distorção, uma manipulação dos fatos. Querer colocar o detalhe do confronto como uma manchete. Querer colocar a ação de uma minoria de vândalos como o fato sem controle é um absurdo. "Sem controle" o que O Globo? O que está "Sem controle"? O desejo de fazer ou cobrar uma mudança de um Estado que você mais apoia do que critica? De um sistema político que você mais apoia do que critica? 

A essência da relação da grande imprensa com o sistema político brasileiro é de parceria, de cumplicidade e de mútua conivência. É até uma relação de razoável proteção e blindagem. Quando a coisa começa a ferver, na mesma hora tem o espera aí e tal. Não é bem assim e tal. Entendeu? Acho que a tentativa de criminalizar o que está acontecendo é muito presente na forma como se cobre o que está acontecendo.

Na soma do caldeirão que sai de controle, você tem: Os marginais que não tem nada a ver com a manifestação, mas estão lá sempre. O radical que vai para o confronto por opção política, porque ele quer invadir o prédio, ele quer invadir o palácio. O radical que vandaliza por vandalizar e que se aproxima mais do criminoso do que o cara que tem uma ideologia. É o cara que quebra uma placa, às vezes, não é nem um criminoso, mas acha que isso é um ato político.

O radical também é um agente político, você pode não gostar dele, você pode combatê-lo politicamente, pode até usar a lei pra tentar enfrentá-lo. Mas ele é um ente do jogo e do espírito político. Igual ao conservador, igual a direita e igual a esquerda. Enfim, igual em tudo. 

Para não dizer que foi incompetência profissional, vou admitir que foi por falta de competência e de olhos para enxergar o que aconteceu. Competência e olhos que não faltaram ao jornal Extra na sua edição impecável de primeira página, que veio com a seguinte manchete: "Não foi passageiro. Um dia depois de governos no país inteiro baixarem o valor das passagens, manifestantes dão demonstração de força em cem cidades e acenam que os protestos com novas reivindicações devem prosseguir". Perfeito, sensacional, uma primeira página maravilhosa.


O Extra, feito pelo mesmo grupo editorial e empresarial, estampou na primeira página o verdadeiro sentimento das manifestações com texto e imagem perfeitos. Ele publicou corretamente o que foi a notícia. O fato desta massa na rua não ter uma lista de reivindicações com princípio, meio e fim não significa que o seu grito não seja decodificável. Que seu clamor não seja compreensível e traduzível.

Ninguém está contra a democracia. Ninguém está atacando a ideia das instituições existirem. Não é por aí, não adianta a imprensa passar uma imagem esquizofrênica dos fatos com o intuito de proteger interesses promíscuos e escusos. Não é por aí. A tentativa de criminalizar o que está acontecendo é muito presente na forma como se cobre o que está acontecendo. Os jornais precisam ter mais cuidado pela forma como estão lidando com isso.

domingo, 21 de julho de 2013

Mais de 300 mil pessoas vão às ruas do Centro do Rio para exigir mais investimentos em saúde, educação, segurança e transporte

Mais um dia histórico e emblemático com milhares e milhares de pessoas que se concentraram inicialmente na Candelária e depois saíram em passeata pela Avenida Presidente Vargas em direção à Prefeitura do Rio. Um mar não apenas de pessoas, mas um mar de esperança. De querer um futuro melhor, de querer governos melhores, de querer políticos e parlamentares melhores. Esse mar não era apenas de seres humanos, de estudantes, de trabalhadores, de chefes de família e de idosos. Mas sim, um verdadeiro mar de cidadania demonstrado pelo Rio no dia 21/06. 


O Brasil reuniu manifestantes em mais de 100 cidades que tiveram protestos expressivos com milhares e milhares de pessoas. Manifestações pacíficas, ordeiras e sem organização partidária por trás querendo se aproveitar da boa chama do povo na rua. Foram manifestações encantadoras, transformadoras e absolutamente positivas. Graças a elas, tivemos a redução do preço das passagens de ônibus e de outros transportes em algumas cidades do país.

Os manifestantes não estão pedindo nesse clamor nada que já não exista em nações muito menos ricas que a nossa. A Argentina, o Uruguai e o Chile tem coisas que nós pedimos aqui há muito tempo e muito melhores. Não estamos pedindo nada que seja inalcançável. Estamos pedindo coisas que já estão aí no mundo, na sociedade moderna como: Escolas que eduquem nossos filhos; Hospitais que nos curem; Transporte que nos leve e que nos traga com preço que possamos pagar; Polícias que nos deem segurança; Políticos que não nos roubem etc. Será que estamos pedindo tanta coisa assim meu Deus? Será que é tão difícil perceber isso? 

Estamos pedindo um país mais sério, um Estado mais sério, agentes públicos mais sérios. Repartições que funcionem, filas que sejam menores, tempo de atendimento que seja menor. Enfim, RESPEITO. Queremos também a compreensão, por parte dos políticos, de que nós somos os patrões. São valores e conquistas que já estão consolidadas em vários países do mundo, e que nós não podemos ter. Como assim não podemos ter? Nós pagamos a maior taxa tributária do mundo. Nossas passagens de ônibus são umas das mais caras do mundo e o nosso transporte "público" é um dos piores do mundo. Por que? A troco de que? Pra dar lucro a quem?

Então, esse basta é um basta geral. Essa radicalização dos movimentos populares é por RESPEITO. É um movimento por coisas básicas e primárias que o governo e os agentes públicos têm que conceder. Os movimentos sociais querem apenas ajustes de comportamento por parte do Estado, dos governantes e de seus agentes públicos.

Aí, eu compro e comparo as edições dos jornais Extra e O Globo do dia 21/06. Ambos feitos pelo mesmo grupo editorial e empresarial. Enquanto o Extra estampa na primeira página o verdadeiro sentimento das manifestações, com texto e imagem perfeitos. O jornal O Globo mostra o detalhe periférico do confronto, envolvendo uma minoria radical de ATOS POLÍTICOS e de vândalos. Uma ideia de que tudo que aconteceu se resume a isto que eles estão mostrando. 


Lembrando que os ataques ao Itamaraty e à prefeitura do Rio são ATOS POLÍTICOS. A radicalização dos movimentos populares é um ATO POLÍTICO, você pode ser a favor ou contra, mas ela é POLÍTICA. A Revolução Francesa se deu pela radicalização do movimento popular francês. A Revolução Soviética se deu pela radicalização do movimento popular soviético. A Revolução Cubana se deu pela radicalização do movimento popular cubano. Então, a radicalização dos movimentos populares é POLÍTICA, embora não estejamos num processo revolucionário.

Estou muito orgulhoso. Este foi o momento que uma geração inteira despertou, foi para as ruas, rompeu a inércia, a acomodação, a alienação e a despolitização. Essa juventude foi mobilizada por sua própria iniciativa, seu próprio espírito de nacionalidade e civilidade. Aí, a sociedade inteira veio atrás.