sexta-feira, 3 de abril de 2015

Feriadão de Páscoa começou terça-feira na Câmara dos Deputados

O feriado de Páscoa começa na noite de terça-feira (31) para os 513 deputados federais. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu a folga prolongada sob o argumento de que as viagens nesse período ficarem mais difíceis e caras. (Folha de S.Paulo)


Imagem: Reprodução/Folha de S.Paulo 

— Eles não têm vergonha! Essa gente não tem noção do que é compostura, do que é moral, do que é bom costume. Não tem nada! Lembram das manifestações de 2013 e 15 de março deste ano? Pois é, elas não aprenderam. As manifestações não foram suficientemente claras Milhares e milhares de pessoas ocuparam ruas, pararam cidades e deram um recado à Vossas Excelências mostrando que o povo existe. Mostramos que não somos um bando de idiotas e imbecis. Mas, os políticos brasileiros insistem em viver descolados da realidade que os cercam. Vivem em outro planeta cuidando deles.

A Câmara dos Deputados assim como as casas parlamentares no Brasil são antros de indecência, de vagabundagem, de roubalheira, de empreguismo e desvios de conduta. Os inimigos reais da sociedade brasileira estão dentro do aparato do Estado. São os políticos, os governantes e os setores que eles tomaram pra si. São os privilégios que têm e seus interesses preservados dentro do Estado pelas máfias partidárias, que tomaram este mesmo Estado, há décadas.

A Câmara dos Deputados não é um ponto fora da curva, ela é a curva. Ela, assim como todas as casas parlamentares espalhadas pelo Brasil, são casas de tolerância que permitem práticas típicas daqueles ambientes que levam esse nome. Possuem regras morais e comportamentais que podem ser apresentadas dessa forma, literariamente falando. Os políticos não são o que eles dizem que são. As instituições que eles tanto defendem são conveniências de momento, valem muito quando servem e não valem nada quando não servem. Fingem que levam isso a sério e, quando querem, mostram o que verdadeiramente são.

É claro que nas casas parlamentares existem exceções. Mas, as exceções não são exceções, são álibis. Isto porque, sendo uma minoria, elas legitimam a maioria caracterizada pelos desvios de conduta, já citados anteriormente. Então, na verdade, quem dá a essas casas de tolerância a chancela de serem casas legislativas é a presença de uma minoria séria e honesta nesses ambientes. Logo, não é possível generalizar, temos que relativizar. Essa desigualdade numérica de forças permite que a realidade da maioria se imponha e seja percebida como parte da democracia, quando na verdade, é apenas parte do bacanal do qual compartilham as máfias político-partidárias no país.

Quem não faz 'negociata' leva a pior, diz conselheiro da Receita investigado em fraude de R$ 19 bilhões

Em conversa interceptada pela Polícia Federal, um dos integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), espécie de "tribunal" que avalia recursos de contribuintes em débito com a Receita, afirma que o órgão se tornou um "balcão de negócios" e, no cotidiano de julgamentos, quem não faz "negociata" leva a pior. Na escuta, o conselheiro Paulo Roberto Cortez, um dos investigados por participação no esquema para favorecer grandes empresas, afirma ainda que só "coitadinhos" têm de pagar impostos. "Quem não pode fazer acordo, acerto - não é acordo, é negociata - se fode", continua ele. "Eles estão mantendo absurdos contra os pequenininhos e esses grandões estão passando tudo livre, isento de imposto. É só pagar taxa", continua Cortez. (O Estado de S.Paulo)

Imagem: Reprodução/O Estado de S.Paulo

— Muita gente acha que o resultado da bandalheira no Brasil é culpa apenas da cúpula ocupada fisicamente pelos políticos e seus protegidos diretos. Infelizmente, não é. Quem dera que a nossa tragédia fosse apenas essa. Na verdade, o que está corrompido, poluído e podre é a máquina pública inteira. Da portaria à presidência! O corpo funcional do setor público, salvo raríssimas exceções, está impregnado de desvios de conduta. Minha gente, esse é o Estado brasileiro, um Estado ladrão, um Estado caro, um Estado corrupto, um Estado ineficiente, um Estado que cuida apenas de si mesmo. Esse, pra mim, sempre foi e continua sendo o grande inimigo da sociedade brasileira.

domingo, 29 de março de 2015

Operação da PF apura desvios de R$ 19 bilhões na Receita Federal

As investigações iniciadas em 2013 apontaram que grupos de servidores estariam manipulando o trâmite de processos e o resultado de julgamentos no conselho. A Operação Zelotes pode ser maior que a Lava Jato, que apura desvios da ordem de R$ 10 bilhões. A organização atuava no órgão patrocinando interesses privados, buscando influenciar e corromper conselheiros com o objetivo de conseguir a anulação ou diminuir os valores dos autos de infração e da Receita, o que resultaria em milhões de reais economizados pelas empresas autuadas em detrimento do erário da União. (O Estado de S.Paulo)

Imagem: Reprodução/O Estado de S.Paulo

— Minha gente, o Estado brasileiro existe, única e exclusivamente, para roubar a sociedade brasileira. Ele é o maior inimigo da sociedade. Vejam que, a roubalheira no Brasil não é só culpa das máfias político-partidárias. Quiséramos nós que fossem apenas as máfias políticas a face corrupta do Estado brasileiro, infelizmente não é. A máquina pública, institucional e funcional, está profundamente comprometida com a corrupção. O tamanho, a abrangência e a disseminação dos casos mostra que nós temos um inimigo sério a enfrentar, que é o Estado brasileiro e seu vício em roubar a sociedade. Ele está para o roubo assim como os zumbis da cracolândia estão para o crack. O Estado brasileiro e seus agentes, públicos e políticos, são dependentes químicos da roubalheira.

A voz das ruas pelo Brasil, contra Dilma Rousseff

A população foi às ruas contra os políticos, contra o Estado e contra o desrespeito que os governantes e seus agentes manifestam sistematicamente contra a população. Estamos num país onde as coisas acontecem pra esculachar o cidadão, pra nos tratar como se fossemos um povo de quinta categoria. Nos tratam assim o tempo todo. Onde podem nos tratar dessa forma, eles tratam mesmo. Notem, ninguém está contra a democracia, ninguém está atacando a ideia das instituições existirem. Não é por aí. Ninguém está pedindo a mudança de regime!

Imagem: Rreprodução/Correio Braziliense
Os manifestantes não estão pedindo nesse clamor nada que já não exista em nações muito menos ricas que a nossa. A Argentina, o Uruguai e o Chile tem coisas que nós pedimos aqui há muito tempo e muito melhores. Não estamos pedindo nada que seja inalcançável. Estamos pedindo coisas que já estão aí no mundo, na sociedade moderna como: Escolas que eduquem nossos filhos; Hospitais que nos curem; Transporte que nos leve e que nos traga com preço que possamos pagar; Polícias que nos deem segurança; Políticos que não nos roubem etc. Será que estamos pedindo tanta coisa assim meu Deus? Será que é tão difícil perceber isso? 

Estamos pedindo um país mais sério, um Estado mais sério, agentes públicos mais sérios. Repartições que funcionem, filas que sejam menores, tempo de atendimento que seja menor. Enfim, RESPEITO. Queremos também a compreensão, por parte dos políticos, de que nós somos os patrões. São valores e conquistas que já estão consolidadas em vários países do mundo, e que nós não podemos ter. Como assim não podemos ter? Nós pagamos a maior taxa tributária do mundo. Nossas passagens de ônibus são umas das mais caras do mundo e o nosso transporte "público" é um dos piores do mundo. Por que? A troco de que? Pra dar lucro a quem?

Então, esse basta é um basta geral. É um movimento por coisas básicas e primárias que o governo e os agentes públicos têm que conceder. Os movimentos sociais querem apenas ajustes de comportamento por parte do Estado, dos governantes e de seus agentes públicos.

Em vez de vir a público apenas pra dizer que as manifestações fazem parte da democracia, a presidente Dilma tem que dizer o seguinte: “Vamos atender o pedido das ruas! Vamos resolver! Isso vai mudar! A Assembléia que custa R$ 2 milhões, vai custar R$ 800 mil. Mordomias de deputados serão cortadas e verbas de gabinetes também”. É isso! O Estado tem que apertar o cinto dele e não o nosso para garantir a sobrevivência e a mordomia dele. Tem muita coisa que dá pra fazer e não é preciso que a rua diga o que é, a rua já disse o que quer: RESPEITO, RESPEITO, RESPEITO!

Parabéns, ao povo brasileiro! Parabéns por estar discutindo política, parabéns por estar se mobilizando e entendendo a importância de se intervir no processo político. É fundamental que, o país e nós brasileiros, tenhamos cada vez mais vontade de tomar a política em nossas mãos e conduzi-la para onde queremos que ela vá. E não deixá-la nas mãos dessas quadrilhas político-partidárias que a dominam há décadas.

HSBC: Vazamentos suíços, canalhices brasileiras no caso Swissleaks

Imagem: Reprodução/Observatório da Imprensa

Por Alberto Dines

Para mostrar-se isento, imparcial, impecável e imaginando que fazia história, a edição de sábado (14/3) de O Globo resolveu escancarar suas culpas e revelar os nomes dos empresários de mídia, herdeiros, cônjuges e jornalistas que mantinham contas secretas na Suíça.

Entre os sete profissionais vivos estão os quatro filhos deste observador agrupados como “Família Dines”. Embora classificados como “jornalistas independentes”, adultos e efetivamente independentes, aparecem identificados pelo nome do pai que apenas se prontificou a prestar esclarecimentos ao repórter já que três deles vivem no exterior há cerca de 30 anos, não têm conta bancária nem declaram rendimentos no Brasil.

O mesmo e perverso sistema que consiste em identificar as proles pelo nome dos pais não foi usado ao mencionar a conta secreta da falecida Lily de Carvalho, viúva do também falecido Roberto Marinho, cujos três filhos comandam o mais poderoso grupo de mídia da América Latina.

Seguindo a infame lógica que levou o jornal a colocar este observador no meio de supostos infratores, também os filhos de Roberto Marinho – o primogênito Roberto Irineu Marinho, o filho do meio João Roberto Marinho e o caçula, José Roberto Marinho (ou um deles em nome dos demais) – deveriam ter sido nomeados e feito declarações para explicar os negócios da madrasta.

O certo seria dar voz a João Roberto Marinho (que fala em nome da empresa e dos acionistas majoritários, além de comandar o segmento da mídia impressa) para dar as explicações que o Globo generosamente preferiu encampar no próprio texto da matéria para não macular a imagem do grande chefe.

João Roberto Marinho é uma figura decente, este observador assim se considera igualmente. João Roberto Marinho foi poupado pelos subordinados; já este observador foi incluído numa relação precária, suspeita, e que, além disso, diz respeito apenas a correntistas e/ou beneficiários.

História suja

Onde está a equidade, a isonomia? Ficou no aquário da redação alimentando a hipocrisia e a onipotência dos que se sentem senhores do mundo e da verdade. Ao jornalista profissional, crítico da mídia, persona non grata para os barões da imprensa e seus apaniguados, o rigor deste insólito código que se serve de um sobrenome para avacalhar todos os que também o usam. Nos cálculos deste observador há no Brasil outros oito membros da honrada família Dines que nada têm a ver com o caso HSBC. Ao falar de Roberto Marinho ou Octavio Frias de Oliveira, suas respectivas proles – por cavalheirismo – foram poupadas.

Este observador vive do seu salário de jornalista há 63 anos. Numa idade em que outros vivem dos direitos autorais, poupança ou investimentos, este profissional vive dos rendimentos de um PJ (pessoa jurídica) sem direito a férias, plano de saúde e outras regalias dos celetistas. Há 17 anos consecutivos é obrigado a passar dois dias por semana no Rio e nos demais trabalhando dez ou doze horas diárias para obter o suficiente para viver com algum conforto.

Se os meus filhos fossem “laranjas” como alguns idiotas das redes sociais tuitaram, as obras de sua casa no Rio – único bem que possuo –, paradas há mais de um ano, já estariam terminadas e o estresse das viagens, eliminado. Meus filhos são adultos, com mais de 50 anos, solteiros, independentes. Nunca perguntei quanto herdaram, quanto guardavam, nem onde. Não tenho conta na Suíça, não tenho poupança, CBDs, ações, investimentos nem no Brasil nem em lugar algum.

Meus filhos têm mais de 50 anos, vivem no exterior há cerca de 30 anos (exceto o caçula, no Rio, beneficiário dos irmãos). Os valores foram herdados da mãe, com quem fui casado em regime de total separação de bens, e de quem me separei em 1975. Eles estão pagando por causa das trapalhadas dos parentes maternos (a família Bloch) e o pai, que deles se orgulha, envolvido numa história suja armada por empresas jornalísticas que, para limpar o seu nome, não se importam em macular a vida, carreira, escrúpulos e sacrifícios de outros.

Pretendo continuar a viver da minha profissão, renda ela o que render, porque para mim jornalismo não é apenas sobrevivência. É opção de vida limpa, digna, honesta.

Em Tempo – O que significa ‘jornalista independente’?

Na relação das “contas secretas” no HSBC suíço divulgadas no sábado (14/3) pelo Globo e pelo blog de Fernando Rodrigues no UOL há 22 empresários de mídia e sete jornalistas: quatro deles classificados como “jornalistas independentes” e com o sobrenome Dines. Qual o critério que norteou esta classificação profissional se apenas dois deles têm diploma de jornalismo, mas deixaram o seu exercício há pelo menos 15 anos?

A explicação é simples: se arrolados em outra relação, a lista dos profissionais sairia ainda mais mirrada e a dos empresários ganharia ainda mais relevância.

Para equilibrar e mostrar que empresários e jornalistas são farinha do mesmo saco foi preciso forçar uma qualificação profissional enganosa só porque com o mesmo sobrenome há um conhecido jornalista na ativa.

(Texto: Reprodução/Observatório da Imprensa)

Em todo país, 2 milhões vão às ruas contra o governo Dilma Rousseff

Todo mundo vai se manifestar mais e por mais motivos a partir de agora. Foi a redescoberta de que; é nas ruas que decidimos as paradas épicas, centrais e fundamentais. Achar que abaixo assinado de internet vai resolver o problema é pura ilusão. Esse negócio de ficar indignado não basta. Sabe por que? Bandido também fica indignado! Chame o Maluf de ladrão! Chame o Sarney de ladrão pra você ver o que acontece! Sabe o que acontece? Eles processam você e qualquer jornalista que fizer isso. Portanto, indignação é um sentimento que qualquer vagabundo tem!

Imagem: Reprodução/O Globo
Estou muito feliz e orgulhoso de ter vivido esse momento. Achei que depois das manifestações das Diretas-Já, dos caras-pintadas e de 2013, nunca mais fosse ver isso de novo no Brasil. Parece que, finalmente, o povo percebeu que o movimento de massa nas ruas é o melhor lugar para pressionar os governantes. É na rua que o jogo é jogado. Não é na eleição, não é no parlamento, não é no Congresso e muito menos nos partidos. Sabe por que? Porque aqui, no Brasil, os políticos se apropriaram desses espaços para fazer o que interessa a eles. Os próprios políticos fecharam as portas para a população nesses espaços democráticos onde, normalmente, as democracias se respeitam e respeitam o cidadão. Onde as tensões sociais são diluídas, onde as reivindicações do povo são analisadas e acolhidas. São nesses espaços que a insatisfação é canalizada e direcionada. 

Mas, o que viraram esses espaços aqui? O que viraram os partidos? O que viraram as casas parlamentares? O que virou a máquina pública? O que virou o Estado? O que viraram as entidades como a UNE e a CUT? Viraram órgãos públicos (chapa branca) pra fazer o jogo de conveniência deles. Entidades estas que, em outros momentos da vida nacional, tiveram essa função de canalizar e verbalizar as reivindicações da população. É claro que estes espaços precisam ser retomados!

Não é porque a democracia no Brasil foi transformada numa ‘merda’, pela apropriação que dela fizeram os políticos e os agentes públicos, que nós vamos ficar contra a democracia. Muito pelo contrário, ela é o melhor que podemos ter. O fato dos políticos brasileiros terem transformado o Congresso Nacional numa caverna de Ali Babá, lotado de ladrões e vagabundos, não quer dizer que o Congresso deva ser fechado. Ele tem que ser faxinado, e não fechado como instituição que representa e media as tensões e reivindicações dos anseios populares.

O que se tornaram os partidos no Brasil? Tornaram-se balcões de negócios, venda de legendas e acordos. Os políticos são tão canalhas, tão cínicos e tão vagabundos que chegam a dar entrevistas dizendo o seguinte: “Tem que ver o que a presidente Dilma vai dar pra gente, né”. Assim, claramente! “Ah, se a presidente não der o que estamos pedindo, a gente não vai votar com ela não”. Assim, com esse teor!

Então, essa moral tem que mudar, e ela vai mudar se as manifestações persistirem até essa realidade se ajustar ao que a rua quer, ao que o povo quer. E o povo quer RESPEITO, RESPEITO, RESPEITO!!!

Parabéns, ao povo brasileiro! Parabéns por estar discutindo política, parabéns por estar se mobilizando e entendendo a importância de se intervir no processo político. É fundamental que, o país e nós brasileiros, tenhamos cada vez mais vontade de tomar a política em nossas mãos e conduzi-la para onde queremos que ela vá. E não deixá-la nas mãos dessas quadrilhas político-partidárias que a dominam há décadas.

HSBC: Organizações Globo, Folha, Estadão e seus interesses

Conceitualmente, a mídia possui quatro objetivos: informar, educar, entreter e prestar serviços, sempre de olho no interesse da maioria dos cidadãos. Isso é ensinado em qualquer curso de Jornalismo/Comunicação e é também a percepção que vigora na sociedade, entre o chamado senso comum. No entanto, a realidade, cada vez mais, se mostra o oposto disso.

Imagem: Reprodução/Observatório da Imprensa

Notícia há muito deixou de ser o que interessa para a maioria (se é que algum dia o foi) e transformou-se em mercadoria a serviço dos proprietários da mídia e de seus interesses, em geral aliados às grandes corporações. É importante destacar que a grande mídia é, em si, uma corporação. Que o digam as Organizações Globo, no Brasil, Clarín, na Argentina, Televisa, no México, e os gigantes, que cobrem praticamente todo o planeta, News Corporation, do australiano naturalizado inglês Rupert Murdoch, e a norte-americana CNN.

São essas, basicamente, as fontes de informação do cidadão comum, esteja ele vivendo no Brasil, na Europa ou nos Estados Unidos. É exatamente por isso, que este cidadão é tão mal informado. E por ser mal informado, acaba provido de convicções que interessam apenas aos poderosos de sempre.

HSBC, “pauta” sem interesse?

Nas duas últimas semanas, as redes sociais no Brasil e em alguns países da Europa têm denunciado o megaescândalo de lavagem de dinheiro na sucursal suíça do banco inglês HSBC. No entanto, para a chamada grande mídia brasileira, o assunto está passando em brancas nuvens. A “pauta” não teria interesse? Longe disso. Há suspeitas de que pelo menos oito mil ricaços brasileiros integram estas contas. O valor do desvio de recursos é da ordem R$ 20 bilhões, algo 10 vezes maior do que os recursos desviados na chamada “Operação Lava a Jato”, que envolve corrupção na Petrobras e é apontada pela mídia como “o maior escândalo da história do país”. Diante disso, por que a Lava a Jato é manchete há quase três meses e o megaescândalo do HSBC continua não sendo notícia?

Na Europa, o assunto tem dado origem a um salutar debate envolvendo a chamada liberdade de imprensa, com jornalistas e donos da mídia em conflito aberto. Enquanto profissionais de redação, como os do francês Le Monde e os do inglês Daily Telegraph, estão participando da investigação do escândalo, os proprietários acusam estes editores e repórteres de prejudicarem seus negócios. O único jornal que tem tido liberdade para cobrir o assunto tem sido o inglês The Guardian, uma exceção por ser administrado por uma fundação, e não por uma família ou grupo empresarial. Em outras palavras, nunca, de maneira tão aberta, proprietários de mídia deixaram claro quais são seus compromissos e a serviço de quem atuam.

No Brasil, as Organizações Globo, os jornais Folha de S.Paulo e Estado de S.Paulo insistem em ignorar o assunto. A população brasileira não tem direito de conhecer este tema? Onde fica a preocupação com o dinheiro público, com a ética e com o interesse do cidadão que estes veículos vivem bradando em seus editoriais, como já comentou Luciano Martins Costa neste Observatório? Sem dúvida a situação mais embaraçosa é a da Folha de S.Paulo, que participou da investigação sobre o HSBC coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo, mas prefere a omissão porque o problema esbarrou nos seus interesses comerciais.

O caso HSBC tornou-se exemplar porque colocou na ordem do dia a falta de independência das redações diante dos interesses comerciais dos donos de empresas jornalísticas. Falta de independência que se é motivo de debate na Europa, é alvo de absoluto silêncio no Brasil. Qual jornalista ou comentarista brasileiro da grande mídia tem se colocado frontalmente contra esta manipulação? Mino Carta, Janio de Freitas e quem mais? A não-notícia do escândalo do HSBC não é um caso isolado. Lamentavelmente as não-notícias têm sido a regra. A mídia nacional e internacional coloca em evidência os assuntos sobre os quais têm interesse e abafa, esconde, não noticia o que não lhes convém. Senão vejamos.

(Texto: Reprodução/Observatório da Imprensa)

'Fora Dilma' reúne 210 mil em São Paulo e multidões pelo país

Mais um dia histórico e emblemático que reuniu 210 mil pessoas em São Paulo e multidões pelo país. Um mar não apenas de pessoas, mas um mar de esperança. De querer um futuro melhor, de querer governos melhores, de querer políticos e parlamentares melhores. Esse mar não era apenas de seres humanos, de estudantes, de trabalhadores, de chefes de família e de idosos. Mas sim, um verdadeiro mar de cidadania demonstrado pelo Brasil no último dia 15 de março.

Imagem: Reprodução/Folha de S.Paulo
Manifestações pacíficas, ordeiras e sem organização partidária querendo se aproveitar da boa chama da população nas ruas. Foram manifestações encantadoras, transformadoras e absolutamente positivas. Parece que, finalmente, o povo percebeu que o movimento de massa nas ruas é o melhor lugar para pressionar os governantes. É na rua que o jogo é jogado. Não é na eleição, não é no parlamento, não é no Congresso e muito menos nos partidos. Sabe por que? Porque aqui, no Brasil, os políticos se apropriaram desses espaços para fazer o que interessa a eles. Os próprios políticos fecharam as portas para a população nesses espaços democráticos onde, normalmente, as democracias se respeitam e respeitam o cidadão. Onde as tensões sociais são diluídas, onde as reivindicações do povo são analisadas e acolhidas. São nesses espaços que a insatisfação é canalizada e direcionada.

A população foi às ruas contra os políticos, contra o Estado e contra o desrespeito que os governantes e seus agentes manifestam sistematicamente contra a população. Estamos num país onde as coisas acontecem pra esculachar o cidadão, pra nos tratar como se fossemos um povo de quinta categoria. Nos tratam assim o tempo todo. Onde podem nos tratar dessa forma, eles tratam mesmo. Notem, ninguém está contra a democracia, ninguém está atacando a ideia das instituições existirem. Não é por aí. Ninguém está pedindo a mudança de regime!

Estamos pedindo um país mais sério, um Estado mais sério, agentes públicos mais sérios. Repartições que funcionem, filas que sejam menores, tempo de atendimento que seja menor. Enfim, RESPEITO. Fico me perguntando o seguinte: Quantos anos mais serão necessários para chegarmos a um estágio, não dos nossos sonhos, mas, que muitos países já têm desde o pós-guerra. A Europa já fixou padrões exemplares de RESPEITO ao cidadão, de conduta dos agentes públicos e de funcionamento da máquina pública que persistem até hoje. Lá, os agentes políticos entendem que o cidadão é prioridade e precisa ser olhado com reverência, com respeito e até com submissão.

Isso não é nada demais, ninguém está pedindo nada do que já se tem em incontáveis países do mundo. Notem, ninguém está querendo que o Estado brasileiro se transforme num Éden ou num paraíso com ninfas esvoaçantes. Nada disso, nós queremos apenas um Estado que nos RESPEITE. A falta de RESPEITO do Estado brasileiro faz com que as coisas tomem dimensões trágicas. Essa falta de RESPEITO é a mesma que transformou a saúde pública numa máquina de matar gente. É a mesma que transformou a escola pública numa máquina de reproduzir injustiças e produzir mão-de-obra fácil para a marginalidade. É a máquina pública que transformou a ocupação urbana no caos que está, pela ausência de políticas de habitação, de planejamento etc e tal. Tudo que a gente está vendo no país resulta da ausência ou dos erros da máquina pública. Temos que reconhecer que a culpa também é nossa porque nada fizemos para mudar essa realidade. Agora, os movimentos de massa nas ruas começam a esboçar uma reação a tudo isso. Vamos ver no que vai resultar!

Parabéns, ao povo brasileiro! Parabéns por estar discutindo política, parabéns por estar se mobilizando e entendendo a importância de se intervir no processo político. É fundamental que, o país e nós brasileiros, tenhamos cada vez mais vontade de tomar a política em nossas mãos e conduzi-la para onde queremos que ela vá. E não deixá-la nas mãos dessas quadrilhas político-partidárias que a dominam há décadas.

Equipe do GLOBO é assaltada na Lapa durante reportagem

Uma equipe de reportagem do jornal O GLOBO foi assaltada pela manhã na Rua Joaquim Silva, na Lapa. Repórter, fotógrafo e motorista faziam uma matéria sobre o acúmulo de lixo nas ruas devido à greve dos garis quando dois homens em um carro Fox preto se aproximaram do veículo de reportagem, que estava parado a poucos metros da Escadaria Selarón. O homem que ocupava o banco do carona desceu do veículo e, armado, abordou a equipe. O ladrão roubou o equipamento do fotógrafo e celulares. A equipe seguiu para a delegacia para registrar o assalto. (O Globo)

Imagem: Reprodução/O Globo

— A equipe do Globo foi assaltada? Que absurdo, gente! Não é possível! Essa é a primeira vez que ouço falar em assalto à mão armada no Rio, estou muito assustado. Como assim, assalto na Lapa? Afinal de contas, graças aos nossos governantes - muito protegidos pelo Globo - os índices de criminalidade são "baixíssimos" e a nossa realidade social é "maravilhosa", não é mesmo. 

Ironias e verdades à parte, o fato é o seguinte: Essa é a "eficiente" política de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro que, você, O Globo mais apoia do que critica. Inevitavelmente, em algum momento, essa ineficiência chegaria até você. E aí, O Globo! Está indignado? Sinta na pele o que a população passa todos os dias nas mãos desse Estado ladrão, corrupto, ineficiente, incompetente e perdulário que você tanto protege. O Estado brasileiro é o maior inimigo da sociedade. Só a grande imprensa, mais especificamente O Globo, não vê isso. Por que será?

Neste assalto, O Globo começa a sentir as consequências de seu jornalismo manipulador e tendencioso, produzido em prol do governo e contra os interesses da população. É isso o que acontece com uma imprensa que presta um desserviço à sociedade. É isso o que acontece com uma imprensa que mais apoia do que critica o Estado e seus governantes, não só no Rio de Janeiro, mas em todo país.

Agora, a pergunta que faço é a seguinte: E agora, Pezão? E agora, Beltrame? Isso não faz parte do acordo entre vocês e as Organizações Globo!

O Globo, seja 'bem-vindo' à realidade da população brasileira!

Manifestação contra o governo Dilma é maior desde as 'Diretas-Já'

Isso não acontece com frequência, são acontecimentos históricos. Momentos como esse são emblemáticos porque mudam e escrevem a história de um país. Com todo respeito ao movimento das Diretas-Já e as manifestações dos caras-pintadas, mas, eles integraram de forma significativa um movimento histórico de forças que caminhava na mesma direção. Em ambos os momentos, grandes grupos políticos bastante comprometidos com a corrupção e os que não estavam comprometidos com a bandalheira, também queriam as mesmas mudanças.

Imagem: Reprodução/O Estado de S.Paulo
Ou seja, tanto o movimento dos caras-pintadas quanto as manifestações das Diretas-Já, deram uma legitimidade de rua e de juventude a um momento histórico que, inevitavelmente, aconteceria no mesmo curso e na mesma direção de forças políticas. Enfim, estas duas manifestações históricas contaram com um ambiente político e institucional favorável.

Contudo, isso não significa que ambas as manifestações foram massa de manobra, de jeito nenhum. Muito pelo contrário, significa que elas deram rosto, energia, oxigênio, expressão e grito a movimentos importantes que protestaram contra um regime ditador, e outro, que depôs um quadrilheiro, um ladrão, um criminoso da Presidência da República.

Hoje não. Essa manifestação do último dia 15 de março, veio na contramão do Planalto, do Congresso e da imprensa. Um movimento pacífico e sem líder, mas unido por um sentimento e por um estado de espírito. Por isso, ele é diferente e muito mais histórico do que o movimento das Diretas-Já e dos caras-pintadas. Portanto, muito mais determinante para uma mudança de mentalidade.

Estou muito orgulhoso. É uma página memorável mais emblemática do que muitos outros momentos marcantes da história brasileira. Este foi o momento em que uma geração inteira despertou e foi às ruas. Rompeu a inércia, a acomodação, a alienação e a despolitização. E, junto dessa juventude mobilizada por sua própria iniciativa, por seu próprio espírito de nacionalidade e civilidade, a sociedade inteira veio atrás.

Parabéns, ao povo brasileiro! Parabéns por estar discutindo política, parabéns por estar se mobilizando e entendendo a importância de se intervir no processo político. É fundamental que, o país e nós brasileiros, tenhamos cada vez mais vontade de tomar a política em nossas mãos e conduzi-la para onde queremos que ela vá. E não deixá-la nas mãos dessas quadrilhas político-partidárias que a dominam há décadas.

Repórteres da Globo cobrem manifestações com 'kit de guerra'

Escaldadas com as agressões sofridas nas manifestações de junho de 2013, as emissoras de TV cobriram os protestos de 15 de março como se estivessem em um campo de batalha. Em todo o país, repórteres da Globo e de suas afiliadas só foram para as ruas com um "kit de guerra", que inclui capacete, colete e máscara para proteção contra gases. Na verdade, a Globo mandou poucos repórteres para o asfalto. Nas entradas ao vivo, os repórteres apareceram em helicópteros e em sacadas ou coberturas de prédios, longe dos manifestantes. Todas as redes tomam precauções ao cobrir manifestações populares. (Notícias da TV)

Imagem: Reprodução/ Notícias da TV

— A imagem da imprensa, principalmente da Rede Globo, é uma imagem antipatizada pela população. E não é porque a população é perversa, é inconsciente, é mal informada etc e tal. É uma bobagem a gente achar isso. A população tem a imagem da imprensa que foi construída pela própria imprensa, ao fazer coberturas jornalísticas tendenciosas a favor do governo e contra os interesses da população. É isso que acontece com emissoras de TV que mais apoiam do que criticam o Estado e seus governantes, não só em São Paulo, mas em todo país.

O representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, André Borges, defende a atitude dos manifestantes que hostilizam e expulsam as emissoras de TV: "Eles têm o direito a se manifestar contra a mídia. A mídia mente. Ela também precisa fazer uma autocrítica, a revolta é contra o sistema", afirmou. "Eles não podem agredir, mas podem expulsar, sim", acrescentou.