Imagem: Reprodução/O Estado de S.Paulo |
Ou seja, tanto o movimento dos caras-pintadas quanto as manifestações das Diretas-Já, deram uma legitimidade de rua e de juventude a um momento histórico que, inevitavelmente, aconteceria no mesmo curso e na mesma direção de forças políticas. Enfim, estas duas manifestações históricas contaram com um ambiente político e institucional favorável.
Contudo, isso não significa que ambas as manifestações foram massa de manobra, de jeito nenhum. Muito pelo contrário, significa que elas deram rosto, energia, oxigênio, expressão e grito a movimentos importantes que protestaram contra um regime ditador, e outro, que depôs um quadrilheiro, um ladrão, um criminoso da Presidência da República.
Hoje não. Essa manifestação do último dia 15 de março, veio na contramão do Planalto, do Congresso e da imprensa. Um movimento pacífico e sem líder, mas unido por um sentimento e por um estado de espírito. Por isso, ele é diferente e muito mais histórico do que o movimento das Diretas-Já e dos caras-pintadas. Portanto, muito mais determinante para uma mudança de mentalidade.
Estou muito orgulhoso. É uma página memorável mais emblemática do que muitos outros momentos marcantes da história brasileira. Este foi o momento em que uma geração inteira despertou e foi às ruas. Rompeu a inércia, a acomodação, a alienação e a despolitização. E, junto dessa juventude mobilizada por sua própria iniciativa, por seu próprio espírito de nacionalidade e civilidade, a sociedade inteira veio atrás.
Parabéns, ao povo brasileiro! Parabéns por estar discutindo política, parabéns por estar se mobilizando e entendendo a importância de se intervir no processo político. É fundamental que, o país e nós brasileiros, tenhamos cada vez mais vontade de tomar a política em nossas mãos e conduzi-la para onde queremos que ela vá. E não deixá-la nas mãos dessas quadrilhas político-partidárias que a dominam há décadas.