sexta-feira, 3 de abril de 2015

Feriadão de Páscoa começou terça-feira na Câmara dos Deputados

O feriado de Páscoa começa na noite de terça-feira (31) para os 513 deputados federais. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu a folga prolongada sob o argumento de que as viagens nesse período ficarem mais difíceis e caras. (Folha de S.Paulo)


Imagem: Reprodução/Folha de S.Paulo 

— Eles não têm vergonha! Essa gente não tem noção do que é compostura, do que é moral, do que é bom costume. Não tem nada! Lembram das manifestações de 2013 e 15 de março deste ano? Pois é, elas não aprenderam. As manifestações não foram suficientemente claras Milhares e milhares de pessoas ocuparam ruas, pararam cidades e deram um recado à Vossas Excelências mostrando que o povo existe. Mostramos que não somos um bando de idiotas e imbecis. Mas, os políticos brasileiros insistem em viver descolados da realidade que os cercam. Vivem em outro planeta cuidando deles.

A Câmara dos Deputados assim como as casas parlamentares no Brasil são antros de indecência, de vagabundagem, de roubalheira, de empreguismo e desvios de conduta. Os inimigos reais da sociedade brasileira estão dentro do aparato do Estado. São os políticos, os governantes e os setores que eles tomaram pra si. São os privilégios que têm e seus interesses preservados dentro do Estado pelas máfias partidárias, que tomaram este mesmo Estado, há décadas.

A Câmara dos Deputados não é um ponto fora da curva, ela é a curva. Ela, assim como todas as casas parlamentares espalhadas pelo Brasil, são casas de tolerância que permitem práticas típicas daqueles ambientes que levam esse nome. Possuem regras morais e comportamentais que podem ser apresentadas dessa forma, literariamente falando. Os políticos não são o que eles dizem que são. As instituições que eles tanto defendem são conveniências de momento, valem muito quando servem e não valem nada quando não servem. Fingem que levam isso a sério e, quando querem, mostram o que verdadeiramente são.

É claro que nas casas parlamentares existem exceções. Mas, as exceções não são exceções, são álibis. Isto porque, sendo uma minoria, elas legitimam a maioria caracterizada pelos desvios de conduta, já citados anteriormente. Então, na verdade, quem dá a essas casas de tolerância a chancela de serem casas legislativas é a presença de uma minoria séria e honesta nesses ambientes. Logo, não é possível generalizar, temos que relativizar. Essa desigualdade numérica de forças permite que a realidade da maioria se imponha e seja percebida como parte da democracia, quando na verdade, é apenas parte do bacanal do qual compartilham as máfias político-partidárias no país.