terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

LAMENTÁVEL: Dilma Rousseff apoia repressão contra PMs grevistas na Bahia

Presidente esquece promessas de campanha e afirma que é preciso esvaziar o movimento


BRASÍLIA - O Palácio do Planalto decidiu dar uma demonstração de força contra a greve dos policiais militares na Bahia. O objetivo é enfraquecer o movimento e evitar que essas mobilizações se alastrem por outros estados. A presidente Dilma Rousseff ofereceu ao governador Jaques Wagner (PT-BA) tudo o que foi pedido: soldados do Exército, a Força de Segurança Nacional e até um grupo de elite da Polícia Federal. A ordem é fortalecer a parceria das forças nacionais com o governo baiano no enfrentamento com os grevistas.- A intenção é mostrar que há Estado no Brasil - resumiu um ministro próximo de Dilma.

No Palácio do Planalto, há grande preocupação com as consequências da greve na Bahia e com a situação nas ruas de Salvador. A decisão de mandar ao estado o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, teve como objetivo mostrar força do governo federal na Bahia. Segundo interlocutores, Dilma afirmou que é preciso esvaziar o movimento grevista.

O Planalto identificou que há um movimento nacional por trás das greves, que já ocorreram no Ceará e no Maranhão. O objetivo, segundo essa avaliação, é forçar a aprovação da PEC 300, que estabelece um piso nacional para policias militares e bombeiros. Mas a determinação no Palácio do Planalto é barrar a votação da PECno Congresso. Nesta segunda-feira, um interlocutor de Dilma lembrou que, se aPEC for aprovada, quebrará metade dos estados brasileiros.

Dilma tem acompanhado a greve na Bahia desde o princípio, já que Jaques Wagner estava com ela na viagem a Cuba e ao Haiti, na semana passada, quando começou o movimento. A reação palaciana ganhou apoio até de governadores de oposição.

- É preciso estancar esse movimento grevista na Bahia. O governo não pode negociar sob pressão, com desmandos em série e atos que não são recomendáveis. Porque o que acontecer na Bahia será sinalização para o país - disse o governador de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB).

Matéria originalmente publicada no Globo Online