domingo, 4 de agosto de 2013

Ministério Público de quinta categoria isenta prefeito Cezar Schirmer (PMDB) de culpa na tragédia da boate Kiss

A boate Kiss era uma arapuca que funcionava criminosamente com autorização da prefeitura e do corpo de bombeiros. Não é possível que o prefeito de uma cidade que concedeu o alvará não responda a processo em nenhuma instância na esfera política, cível e criminal em decorrência disso. É aquela velha história, a medida em que se vai absolvendo as autoridades nessas tragédias, vai se criando um ambiente geral de impunidade que caracteriza tantos e tantos outros casos escabrosos no Brasil.

Imagem: Reprodução / Jornal O Globo

O fato é que está faltando autoridade no banco dos réus e atrás das grades. Essa justiça de quinta categoria deveria fazer com que as coisas criassem exemplos no alto escalão do processo. Fazer com que a cúpula política pague mais do que a base em crimes que produzam consequências para o cidadão. Uma prova de que isso é possível, foi o que aconteceu em Buenos Aires alguns anos atrás, onde o incêndio numa boate, que também matou muitos jovens, custou o mandato do prefeito da cidade. Foi caçado em consequência do trauma produzido pela tragédia, ou seja, o mesmo caso da boate Kiss em Santa Maria.

Alguém acha que foi especificamente o prefeito de Buenos Aires que deu o alvará fraudulento? Ou que deixou de cumprir o ritual da fiscalização? Não. Mas como ele é o chefe e cumpre a ele responder pelos atos de seus subordinados, o prefeito pagou o pato maior do ponto de vista político e cível.

Aqui no Brasil, nada aconteceu com o comandante dos bombeiros e com o prefeito de Santa Maria. Continuamos vivendo com a memória da tragédia sem ter produzido nenhuma punição aos responsáveis. Resumo da história, tratem de chorar os mortos até que essa cicatriz se feche. Infelizmente as autoridades continuam surfando nas tragédias como se não lhes dissessem respeito. O incêndio da boate Kiss deixou mais de 240 mortos em janeiro deste ano.