terça-feira, 2 de setembro de 2014

Eleições 2014: Dilma volta a reconhecer saúde ruim no país e evita falar sobre delação premiada de Costa

A presidente voltou a reconhecer que o governo ainda precisa solucionar “problemas graves” referentes ao acesso da população a serviços de saúde. Segundo Dilma, será necessário “muitos passos ainda” para criar um sistema de saúde de qualidade. "Temos problemas graves ainda, como o acesso às especialidades, médico do coração, do pulmão, endocrinologista. Temos de resolver também o problema grave de acesso a exames laboratoriais, além de enfrentar a gestão, a construção e o atendimento hospitalar em nosso país", disse. (O Globo)

Imagem: Reprodução / O Globo

— Quando digo que os políticos brasileiros são os grandes inimigos da sociedade, não estou exagerando não minha gente. Eles constituem uma quadrilha, numerosíssima, que se apropriou do Estado para viver, única e exclusivamente, às custas deste mesmo Estado. Notem, não se trata de um ataque à democracia, às instituições e ao princípio da representação parlamentar. Trata-se de entender que os políticos são a escória da sociedade brasileira. Tem exceções? É claro que temos exceções, assim como temos exceções nos presídios. Mas, dentro dos presídios podemos encontrar uma média de valores morais superior à média de valores morais, predominante, na política brasileira. Essa é uma verdade estatística.

Nós não temos alternativa à política como meio de equilibrar nossas relações e evitar que nos devoremos, porque é a política que faz com que a gente organize o caminho coletivo. Mas, nós temos alternativa à essa política praticada no Brasil. Nós não temos, também, alternativa aos políticos como sociedade e aos partidos dos quais afloram. Mas, nós temos alternativa a esses políticos e a esses partidos que temos aqui.
Partidos que foram transformados em máfias que disputam, única e exclusivamente, o controle do Estado. Não para transformá-lo, direcioná-lo e torná-lo num instrumento cada vez mais eficaz de atendimento ao cidadão, não. Mas, para ser o lugar do qual eles tiram a grana, a corrupção, a propina do empreiteiro, o jatinho da FAB pra implantar cabelo. A boca pra nomear o ministro amigo, o genro ladrão, a amante pelancuda e por aí vai.

Nós não temos alternativa à política como sociedade, mas temos alternativa a esta política que fazem no Brasil. Não temos alternativa aos políticos e aos partidos, mas temos alternativa ao que os políticos e os partidos se transformaram no Brasil. Pra isso, claro, precisamos pensar utopicamente. É preciso que a legislação política seja modificada para que eles percam poder e imunidades, fazendo com que o poder da sociedade se torne mais efetivo nas casas legislativas, criando mecanismos que permitam ao cidadão intervir diretamente em seus mandatos. Mecanismos que permitam aos eleitores retirarem do poder políticos corruptos, incompetentes e vagabundos. "Esse aí nos enganou, não presta, rua!!!"

Vários países têm legislações que permitem esse tipo de depuração do processo político-partidário das casas parlamentares. Aqui no Brasil isso não existe, aqui os políticos e os partidos são cidadelas blindadas ao poder da população e do próprio voto. O voto aqui só serve para elegê-los. No mundo inteiro as eleições servem, também, para que as sociedades decidam incontáveis demandas sociais, simultaneamente, no mesmo processo eleitoral. Aqui, só serve para eleger os candidatos que, uma vez eleitos, se tornam intocáveis. Tornam-se uma casta na qual ninguém pode chegar perto, ninguém pode prender, ninguém pode tirar do poder etc e tal.

As eleições não são a oportunidade de mudar a realidade do país. Não é depositando 100% das esperanças no voto que exercemos a cada 2 anos, que vamos alterar essa realidade no Brasil. O voto obrigatório no Brasil só serve para o cidadão eleger, não serve para interferir, mudar ou atender as demandas da sociedade. Isto porque, as máfias político-partidárias se apropriaram do processo político-eleitoral no país, fazendo das eleições apenas momentos para legitimarem a sua sobrevivência e a sua permanência no poder. O voto no Brasil só serve pra isso e mais nada.

O Estado brasileiro na visão dos políticos e dos partidos, aos quais estão filiados, não representa um instrumento para ajudar a sociedade a se organizar e trilhar um caminho de prosperidade, nunca foi. Para os partidos e para as máfias políticas, o Estado brasileiro representa apenas um duto de dinheiro. Eles não querem o poder porque o poder permite alterar a realidade e conduzir o Estado numa direção diferente, não. Eles nunca quiseram isso. Quer ver? Pergunto a você o seguinte: Em que direção a canalhada política conduz o Estado brasileiro, independentemente, dos partidos que integrem? Em nenhuma. O jogo deles é a mera gestão do cotidiano. É a mesma porcaria.

É só olhar o que mudou nas últimas 20 eleições no Brasil. O que mudou? Diminuiu a corrupção e a violência? Melhorou a educação e a saúde? O país viveu 10 anos de absoluta prosperidade na economia. O mundo viveu até 2008 uma década de abundância total. Agora, pergunto o seguinte: A realidade social da população brasileira melhorou na proporção, mínima, que deveria se houvesse esse desejo político? Claro, que não! Esses programas sociais do governo são migalhas da riqueza nacional. A população vive numa situação avassaladora de indigência e miséria. É só chover pra gente ver! É só entrar no hospital público pra gente ver! Cadê o médico? Cadê o remédio? Cadê a vaga na escola? Cadê o material escolar? É isso. O país não mudou como deveria ter mudado. Em 30 anos melhoramos o quanto e o que? Está de bom tamanho? Claro, que não está!

A única forma de alterarmos essa realidade, é com o crescimento, o adensamento e a radicalização do movimento popular nas ruas. Só ele os fará mudar. Notem, não se trata de um ataque à instituição, à democracia e ao princípio da representação parlamentar. Trata-se de um discurso aplicado à realidade brasileira.