sábado, 1 de dezembro de 2012

Candidatos reeleitos que não cumprem promessas de campanha desmoralizam processo eleitoral


Encerradas as eleições no Brasil, já se fala em aumento de preços, como de tarifas de ônibus. Esse tipo de armação sempre acontece. Quando estão mal nas pesquisas, os candidatos à prefeitura não aumentam a passagem, mas se são reeleitos, há reajuste.

Aqui no Rio, como o prefeito estava à frente nas pesquisas, houve aumento em janeiro para que, até a eleição, o eleitor esquecesse, mas já se fala em novo reajuste.

O jornal "O Globo" traz hoje uma matéria sobre o tema que começa assim: "Já virou um padrão, as tarifas de ônibus urbanos sobem pouco ou não sofrem qualquer reajuste em ano de eleições municipais". Depois do pleito, no entanto, aumentam bastante.

Outra reportagem publicada no fim de semana mostra que o IPTU no Rio de Janeiro terá aumento de 30%, isso é um escândalo.

Moro num bairro nobre, na Gávea, onde se paga muito IPTU, como deve ser mesmo, mas minha rua é tratada como garagem de ônibus; às vezes, há 16 ônibus parados na minha porta. Ligo sempre para o serviço de reclamação da prefeitura, e não acontece nada. Mas, agora, falam em aumento de 30% do IPTU.

Cada um tem a sua queixa. A prefeitura é ausente e, assim que termina a eleição, usa a tramoia de sempre: aumenta o preço dos serviços e dos impostos.

Desmoraliza-se o processo eleitoral quando ele é usado dessa forma: antes, só "doce de coco"; depois do voto, a parte amarga.

Na minha cidade e em outras, antes das eleições, os aumentos são contidos, depois, vêm os reajustes fortes e pesados, porque o eleitor já fez sua escolha.

Esse truque tem de parar de ser usado. É mais grave do que aumentar o custo de quem mora na cidade, porque desmoraliza o processo eleitoral. Esse não é o comportamento adequado de líderes políticos.

O Globo Online - Coluna Miriam Leitão