domingo, 25 de março de 2012

CAOS NA SAÚDE: Grávidas são atendidas em corredores no hospital Miguel Couto. E aí, Eduardo Paes?

G1.com

CLIQUE AQUI E ASSISTA AO VÍDEO
RIO - Após o escândalo das fraudes em licitações públicas em hospitais do Rio de Janeiro, revelado pelo Fantástico, mais um exemplo de como o dinheiro que é desviado em propinas faz falta a quem precisa da rede pública de Saúde. Em um dos principais hospitais públicos do Rio, o Miguel Couto, na Zona Sul, por conta da superlotação na maternidade e nas enfermarias, mulheres grávidas e outras que acabaram de ter filhos são atendidas em corredores, em macas ou até mesmo em cadeiras.

As imagens foram obtidas pelo RJTV. Logo no início do corredor da maternidade, uma paciente coberta por um lençol dorme sentada sobre duas cadeiras. É a imagem da superlotação. Mais à frente, outras três pacientes estão em macas e em uma cama, no meio do corredor. Uma delas recebe soro. Abaixo da cama, há um recipiente com urina. Também no corredor, a mãe descansa com o bebê recém-nascido em um berço ao lado.

Na sala de espera, uma mulher grávida passa mal e é amparada pela acompanhante. Ela aguardava transferência para outro hospital. Por causa da longa espera, outra mulher grávida chega a dormir sentada.

A direção do hospital mandou uma nota informando “que todas as grávidas estão sendo atendidas mesmo no corredor. Apesar da superlotação, todas estão com suporte médico”.

A Secretaria municipal de Saúde disse que não há recusa de atendimento, por isso há caso de superlotação. No entanto, todos os pacientes são atendidos.

Caso antigo

As reclamações sobre superlotação na maternidade do Miguel Couto já são feitas há vários anos. Em julho de 2009, uma paciente perdeu o bebê depois de não conseguir internação no hospital. Manoela Costa estava grávida de sete meses e sentiu dores. Ela foi atendida por um médico que disse que não havia vagas na maternidade. O próprio médico anotou no braço da paciente o nome do hospital que ela deveria procurar e os números dos ônibus. Mas quando Manoela chegou na maternidade Fernando Magalhães, o bebê já estava morto. O médico foi demitido no ano passado.

No fim da manhã desta quinta-feira (21), a sala de espera estava ainda mais lotada e as mesmas mães ainda aguardavam atendimento. A grávida que passava mal continuava sentido fortes dores e ainda esperava por assistência medica.

Matéria originalmente publicada no G1.com