Ele é citado pela "filosofia de honestidade e ética profissional"
RIO - Um português bem-sucedido que, começando com uma empresa de autopeças, construiu, em pouco mais de quatro décadas, um império de serviços de atendimento médico-emergencial e de remoções em ambulâncias que tem sede no interior do Rio e filiais em cinco estados. Natural do Porto, em Portugal, David Gomes de Lima, de 67 anos, o homem que aparece nas denúncias do "Fantástico" ensinando que passa aos filhos o código de conduta da propina foi diretor de três empresas ligadas ao ramo de mecânica e peças para automóveis antes de virar diretor-presidente da Toesa Service S/A. Depois da denúncia, David não foi à filial da empresa em Bonsucesso, e funcionários não sabem seu paradeiro. As placas que indicavam a presença da firma foram retiradas.
Não é a primeira vez que a Toesa se vê envolvida em escândalos. Em novembro de 2010, a Justiça do Rio abriu processo para julgar por improbidade administrativa o ex-subsecretário executivo da Secretaria estadual de Saúde Cesar Romero Vianna Júnior, além de dois funcionários da secretaria e as empresas Toesa Service, Scar Rio e Multi Service. Eles foram acusados pelo Ministério Público estadual de fraudar a licitação que contratou, em 2009, a Toesa para a manutenção de 111 ambulâncias. Na época, o MP disse que o contrato teria dado um prejuízo de R$ 2,6 milhões ao estado. O órgão pediu o ressarcimento do dinheiro e que a Toesa fosse proibida de firmar contratos com o poder público por cinco anos. Pelo processo, em 2008, a Secretaria estadual de Saúde terceirizou a manutenção dos veículos e a Toesa venceu a licitação. O MP apurou que a Scar Rio e a Multi Service apresentaram valores menores que a Toesa, mas foram desclassificadas por falta de documentação. Segundo o MP, isso foi uma manobra para beneficiar a Toesa, que apresentou o terceiro melhor preço.
Matéria originalmente publicada no Globo Online