sexta-feira, 19 de julho de 2013

Protestos derrubam aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro e em São Paulo

Essa vitória foi do povo brasileiro de norte a sul do país que se dá em vários níveis, em várias frentes, em vários nuances. Foi uma "vitória com V maiúsculo", principalmente, naquilo que se propôs o movimento desde o início. Qual era a proposta? Qual era o foco? Era a redução do preço das passagens. Isso foi o que unificou e direcionou os primeiros passos que foram crescendo e encorpando. Com isso, ganharam uma ampliação gigantesca e junto com ela, veio a repressão demasiada aos manifestantes, dando a percepção que a repressão era contra o direito de manifestação. Foi uma repressão burra do governo na qual a imprensa tentou criminalizar, a quem queria contestar o predomínio dos interesses políticos sobre os interesses da sociedade. E aí, ganhou a dimensão que ganhou e ficou essa coisa maravilhosa, gregária, nacional e vitoriosa.

Imagem: Reprodução / Jornal Extra

A partir de agora, todo mundo vai se manifestar mais e por mais motivos. Tivemos a redução do preço das passagens de ônibus e de outro transportes em algumas cidades. Mas nós continuamos pagando uma das maiores tarifas de transporte público do mundo. Segundo um levantamento feito pelo jornal Folha de São Paulo, nós temos que trabalhar 14 vezes mais do que um argentino, em Buenos Aires, para pagar a mesma passagem. Mesmo com a redução do valor da tarifa conquistada na rua, no grito, de baixo de porrada, nós ainda pagamos as passagens mais caras do mundo, por um dos piores serviços de transporte público do mundo.

Gostaria de lamentar e enfatizar a incompetência, mais uma vez, dos nossos governantes que de maneira absurda e agressiva quiseram manter a posição contra a redução das tarifas. Isso depois de 10 dias de manifestações que gritavam a mesma coisa: "REDUZAM O PREÇO DAS PASSAGENS!!!". Estavam nitidamente querendo enrolar o cidadão com conversinha fiada do tipo: "Ah, a democracia é realmente muito bonita". "Ah, vamos abrir um canal de diálogo". Se ferraram, tiveram que meter o galho dentro, tiveram que meter o rabo entre as pernas e baixar o preço das passagens. 

Por acaso, alguém estava perguntando a esses políticos idiotas a opinião deles sobre a democracia? Esses caras são completamente malucos, eles só olham para o umbigo deles e um pedacinho em volta. Você vê milhões de pessoas nas ruas pedindo a redução das passagens, e eles vão empurrando com a barriga. Estavam apostando que iam jogar um lorotinha, achando que aquela massa humana fosse aceitar. SE FERRARAM!!! Derrotados, abatidos e vencidos pelo povo nas ruas, tiveram que reduzir as passagens.

Imagem: Reprodução / Jornal O Dia

Podiam ter feito isso antes, podiam ter percebido esse grito muito antes, podiam não ter que reprimir excessos que aconteceram, podiam ter poupado muitas situações que as cidades passaram em função dos protestos e reconhecido essa vitória das manifestações nas ruas. Acharam que iam ficar no "vamos ver até onde a gente leva", mas tomaram um cacete bonito do povo nas ruas. A imprensa teve que se curvar ao predomínio das manifestações pacíficas e ordeiras.

Estou muito orgulhoso. É uma página histórica mais emblemática do que a dos caras-pintadas e muito parecida com as manifestações populares de massa da Ditadura Militar. Ela é mais emblemática do que muitos momentos que marcaram também a história brasileira. Este foi o momento em que uma geração inteira despertou, foi para as ruas, rompeu a inércia, a acomodação, a alienação e a despolitização das mentes. Atrás dessa juventude mobilizada por sua própria iniciativa, seu espírito de nacionalidade e civilidade, a sociedade inteira apoiou e acompanhou essa iniciativa gregária e maravilhosa que tomou conta das ruas do Brasil. 

Quero me dirigir a toda CANALHA POLÍTICA deste país: Tem muita coisa que dá pra fazer e não precisa que a rua diga o que é. A rua já disse o que quer: RESPEITO, RESPEITO É BOM E NÓS GOSTAMOS!!!