sexta-feira, 25 de julho de 2014

Em 4 anos, Aecio Neves fica 305% mais rico e Dilma, 64%

Os dois candidatos que lideram a corrida eleitoral, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), tiveram expansão significativa de seus patrimônios nos últimos quatro anos, de acordo com declarações de bens apresentadas ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Enquanto os bens da presidente aumentaram 64%, saindo de R$ 1,07 milhão para R$ 1,75 milhão, os do senador tucano aumentaram 305%, indo de R$ 617,9 mil para R$ 2,5 milhões. A inflação acumulada desde maio de 2010 é de 27,3%. (O Globo)

Imagem: Reprodução / O Globo

— Os políticos são os grandes inimigos da sociedade, não vejo o porquê mudar de opinião com relação a isso. Eles se apropriaram do Estado brasileiro, há décadas, para enriquecer, afrontar e fingir que são sérios. Vejam como o senador José Sarney reage quando contestam os caminhos pelos quais constituiu a fortuna familiar que construiu sendo um servidor público a vida inteira. Ele e seus filhos são donos de uma parte do país. Vejam como reage o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia, à constatação de que a Cidade da Música custou 10 vezes mais do que estava orçado. Sabe como eles reagem? Se candidatando outra vez. A política brasileira é isso aí, ou será que ninguém está enxergando o que é! Os políticos são o que são, eles não fazem questão de mudar.

O Estado brasileiro na visão dos políticos e dos partidos, aos quais estão filiados, não representa um instrumento para mudar a realidade e ajudar a sociedade a se organizar. Nunca foi. Para os partidos e para as máfias políticas, o Estado representa apenas um duto de dinheiro. Eles não querem o poder para alterar a realidade do país, o que eles querem, através das eleições, é permanecer no poder. Porque é do aparato estatal que brotam, aos milhões, os recursos públicos que servem para alimentar essas máfias.

É só olhar o que mudou nas últimas 20 eleições no Brasil. O que mudou? Diminuiu a corrupção e a violência? Melhorou a educação e a saúde? O país viveu 10 anos de absoluta prosperidade na economia. O mundo viveu até 2008 uma década de abundância total. Aí, pergunto o seguinte: A realidade social da população brasileira melhorou na proporção, mínima, que deveria se houvesse esse desejo político? Claro, que não! Esses programas sociais do governo são migalhas da riqueza nacional. A população vive numa situação avassaladora de indigência e miséria. É só chover pra gente ver! É só entrar no hospital público pra gente ver! Cadê o médico? Cadê o remédio? Cadê a vaga na escola? Cadê o material escolar? É isso. O país não mudou como deveria ter mudado. Em 20,30 ou 40 anos melhoramos o quanto e o que? Está de bom tamanho? Claro, que não está!

A única forma de alterar essa realidade, no Brasil, não é depositando 100% das esperanças no voto que exercemos a cada 2 anos. Isto porque, as máfias político-partidárias se apropriaram do processo político-eleitoral no país, fazendo das eleições apenas momentos para legitimarem a sua sobrevivência e a sua permanência no poder. O voto no Brasil só serve pra isso e nada mais. A única forma de alterarmos essa realidade, é com o crescimento, o adensamento e a radicalização do movimento popular nas ruas. Só ele os fará mudar. Notem, não se trata de um ataque à instituição, à democracia e ao princípio da representação parlamentar. Trata-se de entender que o Estado brasileiro está fora de controle. Isso não é um discurso anarquista, mas sim, um discurso aplicado à realidade brasileira.

É preciso fazer uma quebra na lógica e no ritmo com que as coisas acontecem no Brasil. E essa ruptura só vai acontecer se o povo for às ruas como foi em junho e julho de 2013. O movimento popular precisa radicalizar, sim. E o seu alvo tem que ser o Estado e seus agentes. Por isso, defendo a invasão da Câmara de Vereadores, da Assembléia Legislativa e do Congresso Nacional. Enfim, defendo a tentativa de invasão ordeira de qualquer palácio pelo movimento popular, porque entendo que isso é legítimo e faz parte do jogo democrático.