domingo, 26 de outubro de 2014

Hora do voto: imprima sua cola eletrônica e tire suas dúvidas na reta final

Há muito tempo, considero o voto obrigatório uma violência e uma imposição absurda à sociedade por parte das quadrilhas partidárias no Brasil. Nos tratam como se fossemos incapazes de dizer o que nos interessa. Notem, países com democracias mais consolidadas, com estruturas públicas mais sérias, mais probas e menos corruptas do que a nossa, não têm voto obrigatório e, nem por isso, suas democracias se fragilizaram. Aqui, há essa palhaçada de impor a mais de 140 milhões de eleitores a obrigação de dizer que apoiamos e escolhemos entre A,B ou C. Quando, na verdade, muitos não querem nem A, nem B, nem C e nem nada.

Imagem: Reprodução / O Globo

Mas, se você tem um candidato e estiver convencido de que essa escolha lhe dá esperanças de um futuro melhor pra sua cidade, pro seu Estado e pro seu país, vote. Vote no seu candidato com convicção e com fé. Espero que suas expectativas sejam correspondidas. Se as suas expectativas forem correspondidas, isto significa que errei no meu ceticismo, no meu pessimismo e na minha falta de esperanças com relação à classe política brasileira. Tomara que eu esteja errado e daqui a 4 anos reconheça esse equívoco.

Porque quando olho pra trás, não vejo razões pra me arrepender dessa convicção que alimento há muito tempo em mim. Persistirei na ideia de não votar, de não participar do processo, de incentivar o voto nulo e a ausência do eleitor. Persistirei também na contestação aos partidos, aos políticos e à legislação eleitoral. Desta maneira, quero exercer a minha ação política de repúdio a tudo isso que está aí.

Agora, quem assim não entende e quem assim não pensa, que tenha um grande dia neste domingo e que possa votar com fé, com esperança, com crença, com convicção, com ideologia ou como tem que achar que tem que ser. Mas, que seja feliz na sua escolha. 

O mais importante disso tudo, independentemente, da minha opinião e da minha atitude, é que estamos vivendo numa democracia construída por nós. Não foi presente de nenhum político ou partido. Nós, a sociedade brasileira, construímos esse regime e esses direitos que temos hoje, de poder dizer o que pensamos e de poder fazer o que fazemos. Essa democracia tem na eleição e no voto a sua melhor expressão. 

Então, que o domingo seja uma comemoração desse privilégio de poder viver num país com liberdade. Apesar da classe política não estar à altura dessa beleza democrática, a eleição geral mostra que somos uma democracia sólida, vigorosa e saudável. E é isso que nós temos que preservar acima de tudo. Tenham um bom domingo eleitoral.