A Globo levou ao ar uma versão diferente de Tim Maia, cinebiografia do “síndico da MPB”, daquela que estreou nos cinemas em outubro. Em formato de docudrama, o longa-metragem de Mauro Lima foi remontado com depoimentos e imagens de arquivo, em dois capítulos. Controverso, como se espera da biografia de um personagem como Tim Maia, o filme apresentou nos cinemas um jovem Roberto Carlos (George Sauma) um tanto desleal e afetado pela fama. Numa cena, quando Tim (Robson Nunes) finalmente fura o cerco de seguranças em torno do amigo para oferecer uma música, um dos assessores joga algumas notas no chão: “Aqui, Tião”, diz, com soberba.
Na TV, a cena foi suprimida e o caminho de Tim até Roberto, consideravelmente encurtado – até a paz retomada da amizade com o lançamento da música Não Vou Ficar, em 1969. “Tudo o que ele cantou ele valorizou”, disse Roberto. “Ninguém nunca deixou de estender a mão pra ele”, reforçou Erasmo. Nelson Motta, autor de Vale Tudo – O Som e a Fúria de Tim Maia (Ed. Objetiva, 2007), livro que originou o filme, Erasmo Carlos e Roberto Carlos falam sobre a amizade e o temperamento difícil de Tim. “Existe a lenda, mas a gente sabe, internamente, que havia uma amizade”, sublinhou Erasmo.
Mas é uma pena que bons momentos do longa, como a passagem de Tim pelos Estados Unidos e tudo o que fez para chegar até lá, tenham sido reduzidos ao limite. No novo formato, vale ainda dizer, o longa se aproximou dos episódios de Por Toda Minha Vida, que homenageou Tim Maia em 2007.
(Texto: Reprodução/VEJA.com)
|
Globo, a gente manipula você |