terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Lava Jato: PT recebeu US$ 200 milhões em propina da Petrobras, diz delator

Ex-gerente de Serviços Pedro Barusco afirma em delação que entre 2003 e 2013 o partido arrecadou um montante próximo desse valor em comissões ilícitas; depoimento foi base para a 9ª fase da Lava Jato. Segundo Pedro Barusco, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, arrecadou entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em propinas para o partido a partir de porcentagens cobradas de 1% a 2% do valor de contratos da estatal firmados por quatro diretorias – além da de Serviços, a de Abastecimento, Gás e Energia e Exploração e Produção. O PT, segundo ex-gerente, “representado” pelo tesoureiro do partido, ficava sempre com metade do porcentual arrecadado ilegalmente. (O Estado de S.Paulo)

Imagem: Reprodução / O Estado de S.Paulo

— O que se tornaram os partidos políticos no Brasil? Tornaram-se balcões de negócios, venda de legenda, acordos e todo tipo de bandalheira que se possa imaginar. Os partidos políticos constituem uma quadrilha, numerosíssima, que tomou o Estado de assalto e dele se alimentam cada vez mais. Eles se apropriaram da máquina pública para viver às custas do Estado, enriquecendo os filhos, os genros, as noras, as filhas, os netos, as amantes, os pais, os irmãos, os sócios e por aí vai. 

O Estado brasileiro na visão dos políticos e dos partidos, aos quais estão filiados, não representa um instrumento para mudar a realidade e ajudar a sociedade a se organizar. Nunca foi. Para os partidos e para as máfias políticas, o Estado representa apenas um duto de dinheiro. Eles não querem o poder para alterar a realidade do país, o que eles querem é permanecer no poder através das eleições. Porque é do aparato estatal que brotam, aos milhões, os recursos públicos que servem para alimentar essas máfias. Minha gente, o jogo deles é a mera gestão do cotidiano. É a mesma porcaria!!!

É só olhar o que mudou nos últimos 20 anos no Brasil. O que mudou? Diminuiu a corrupção e a violência? Melhorou a educação e a saúde? O país viveu 10 anos de absoluta prosperidade na economia. O mundo viveu até 2008 uma década de abundância total. Aí, pergunto a você ilustre contribuinte o seguinte: A realidade social da população brasileira melhorou na proporção, mínima, que deveria se houvesse esse desejo político? Claro, que não! Esses programas sociais do governo são migalhas da riqueza nacional. A população vive numa situação avassaladora de indigência e miséria. É só chover pra gente ver! É só entrar no hospital público pra gente ver! Cadê o médico? Cadê o remédio? Cadê a vaga na escola? Cadê o material escolar? É isso! O país não mudou como deveria ter mudado. Em 20,30 ou 40 anos melhoramos o quanto e o que? Está de bom tamanho? Claro, que não está! Os inimigos reais da sociedade brasileira estão dentro do aparato do Estado. São os políticos, os partidos, os governantes e os setores que eles tomaram pra si.

A única forma de alterar essa realidade, no Brasil, não é depositando 100% das esperanças no voto que exercemos a cada 2 anos. Isto porque, as máfias político-partidárias se apropriaram do processo político-eleitoral no país, fazendo das eleições apenas momentos para legitimarem a sua sobrevivência e a sua permanência no poder. O voto no Brasil só serve pra isso e nada mais. A única forma de alterarmos essa realidade, é com o crescimento, o adensamento e a radicalização do movimento popular nas ruas. Só ele os fará mudar. Notem, não se trata de um ataque à instituição, à democracia e ao princípio da representação parlamentar. Trata-se de entender que o Estado brasileiro está fora de controle. Isso não é um discurso anarquista, mas sim, um discurso aplicado à realidade brasileira.

É preciso fazer uma quebra na lógica e no ritmo com que as coisas acontecem no Brasil. E essa ruptura só vai acontecer se o povo for às ruas como foi em junho e julho de 2013. O movimento popular precisa radicalizar, sim. E o seu alvo tem que ser o Estado e seus agentes. Por isso, defendo a invasão da Câmara de Vereadores, da Assembléia Legislativa e do Congresso Nacional. Enfim, defendo a tentativa de invasão ordeira de qualquer palácio pelo movimento popular, porque entendo que isso é legítimo e faz parte do jogo democrático.