segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Após um ano, moradores do Alemão reclamam das obras de maquiagem de Cabral e Paespalhão
Há também ausência de serviços básicos como saneamento e coleta de lixo

RIO - A entrada antes repleta de barricadas, buracos, muita lama e sujeira deu lugar a dois jardins e uma rua asfaltada e limpa. A subida da Rua Joaquim de Queiroz, na Grota, principal entrada do Complexo do Alemão, está de cara nova depois de um ano da ocupação do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio.

No entanto, as benfeitorias limitam-se apenas a algumas áreas da comunidade. Segundo os moradores, o compromisso do prefeito Eduardo Paes e do governador Sérgio Cabral de que os serviços básicos viriam para a localidade após a ocupação pelas forças de segurança pública não passou de promessa.

"Por cima é balangandã, mas por baixo é mulambo só", brinca o florista José Hélio, 45 anos, morador do Morro da Baiana, comparando a canção de Bezerra da Silva às obras da primeira fase do Programa de Aceleração do Crescimento no conjunto de favelas. Ao todo, o governo federal investiu R$ 721 milhões na primeira fase do programa, construindo 1.700 unidades habitacionais e o famoso teleférico que liga cinco áreas do complexo à estação de trens de Bonsucesso. A Rua Joaquim de Queiroz só foi asfaltada no início. Mais adiante, até a Rua Canitar, há inúmeros buracos e muita lama.

Os montes de lixo também se aglomeram por toda a comunidade. Há dezenas de reclamações sobre invasões de ratos às casas do complexo. "A entrada da Grota está belíssima, nem parece favela. Mas o interior da favela continua feio como sempre foi. Cada dia o número de ratos aumenta mais", reclama a dona de casa Josefa de Oliveira Lima, enquanto exibe dois camundongos capturados dentro de sua residência.

Há reclamações também com relação ao saneamento básico, principalmente na localidade conhecida como Areal. Onde antes era um valão a céu aberto, agora há um grande tubo localizado num buraco repleto de lixo.