domingo, 27 de novembro de 2011

'Prefeito' Eduardo Paespalhão só reassentou 15% de famílias que moram em áreas de risco
Registro é feito quase um ano depois de mapeamento
O Globo

RIO - A dona de casa Maria das Graças Ferreira, de 49 anos, e o vigia Joseval Martins Ferreira, de 54, vivem numa casa de dois quartos, a poucos metros de onde, há um ano e oito meses, quatro pessoas morreram soterradas. Dizem ter a exata noção do perigo de morar num local de altíssimo risco de deslizamento. Mas argumentam que, sem alternativa, não pretendem deixar o Morro da Chacrinha, na Tijuca, que integra o Complexo do Turano, área pacificada desde setembro de 2010. A situação do casal é a mesma de 1.345 famílias de nove favelas que têm 100% de seus domicílios em área de alta probabilidade de desmoronamento. Quase um ano depois do diagnóstico feito pela GEO-RIO, a prefeitura informa que apenas 200 famílias — todas na Chacrinha — foram reassentadas, o que representa 14,8% do total.

A prefeitura diz que ainda não concluiu os estudos que apontarão se reassentará todas essas pessoas ou se vai optar por obras de contenção de encostas. Além da Chacrinha, que ainda teria 110 casas em situação de perigo, outras comunidades, como a Favela da Matinha, vizinha à Rocinha, vivem drama semelhante.

No levantamento, feito em dezembro de 2010 pela GEO-RIO, completam a lista o Sítio do Pai João, no Itanhangá (340 casas em situação de extremo perigo); o Morro da Cotia, no Lins (210); a Travessa Antonina, na Praça Seca (175); o Morro da Bacia, no Engenho Novo (120); o Morro do Rato, no Estácio (65); a Rua Mira, em Olaria (75) e o Morro do Bananal, na Tijuca (30).