sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Policial civil teria tentado atrapalhar a PF na Maré
Informação consta em documento que será enviado à Corregedoria da instituição
O Dia Online

RIO - A Polícia Federal enviará nesta sexta-feira à Corregedoria da Polícia Civil relatório com informações sobre um inspetor desta instituição, morador do Parque União, no Complexo da Maré, que teria oferecido resistência às operações da PF que culminaram na morte do traficante Marcelo da Silva Leandro, o Marcelinho Niterói, terça-feira.

O inspetor — lotado na 18ª DP (Praça da Bandeira) — é primo de Gracielle Cândido dos Santos, namorada do traficante, e, segundo a PF, estava a poucos metros de onde o bandido se escondia.

Em abril, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da PF havia enviado informações à Civil sobre o mesmo inspetor. Segundo documento interno datado de 27 de abril, ele teria tentado impedir o cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa de traficantes, em 9 de abril.

Na terça, a PF, com auxílio do Batalhão de Operações Especiais (Bope), foi à casa e à lanchonete de Maria da Soledad dos Santos, que era sogra de Marcelinho e tia do inspetor. Foi na porta desta lanchonete, chamada Sula Lanches e localizada na Rua Larga 43, que Marcelinho foi atingido por dois tiros e morto.

Em abril, na véspera da primeira operação na Sula Lanches, a PF havia prendido o traficante conhecido como Vágner Negão, comparsa de Marcelinho, que agia em Duque de Caxias, na Baixada.


Mãe diz que filho era ‘homem bom’

Pelo menos 12 policiais do 15º BPM (Duque de Caxias) acompanharam o enterro do corpo de Marcelinho Niterói, nesta quinta-feira, no cemitério Nossa Senhora das Graças, em Duque de Caxias, que contou com cerca de 100 pessoas.

Muito emocionada, a mãe de Marcelinho comentou com familiares que seu filho era ‘um homem bom’.“Até os policiais gostavam dele”, disse.

Refúgio em bares da favela

Nos cinco meses em que investigou Marcelinho Niterói, o bandido não saiu do Complexo da Maré. Nos últimos 15 dias, com a presença do Bope no Complexo da Maré, Marcelinho passava o dia e a noite em dois bares na rua Larga, o Bar do Experimento e o Bar do Gil. Suas companhias, além da mulher Gracielle, eram o traficante Jorge Luiz Moura, o Alvarenga, e o traficante Eduardo Herculano da Silva, o Avião.