O Globo Online
RIO - Os índices de violência em Copacabana ganharam um registro incomum na madrugada do último domingo. Durante uma festa num apartamento na Rua Miguel Lemos, Daniel Brunet, de 29 anos, jornalista do GLOBO, foi atingido por um tiro de chumbinho na nuca. Embora não tenha sofrido ferimentos graves, ele será operado para a retirada do projétil, alojado abaixo de sua orelha esquerda.
Entre os convidados, a hipótese para explicar o disparo seria uma reação ao barulho da festa. Brunet acredita que, diante do risco que correu, acabou tendo sorte:
- O médico disse que, se a bala entrasse em outro ponto do pescoço, o caso poderia ter sido grave. Se tivesse atingido o olho, eu teria ficado cego - relata Brunet.
Os peritos apontaram dois prédios de onde seria mais provável que o tiro tenha partido. O laudo, porém, ainda não foi concluído.
A delegada responsável pela investigação não foi encontrada para comentar o caso. Segundo o perito criminalístico Domingos Tocchetto, dependendo da distância, do local do corpo atingido e da arma utilizada, um tiro de chumbinho pode ser fatal.
- Se o disparo com uma carabina de pressão acerta uma área vital, pode levar à morte por hemorragia. Com outro modelo de arma, precisa ser um projétil de tamanho maior para ter essa consequência. O importante é verificar o formato do projétil para saber que tipo de arma foi usada. O esférico pode ser disparado com qualquer arma. Outros formatos, só com carabina de pressão - explicou Tocchetto.
O perito estima que o alcance de um tiro de chumbinho, dependendo do armamento utilizado, pode ultrapassar cem metros. De acordo com o relato de Brunet, os peritos enviados ao apartamento pela 13º DP estimaram em cerca de 50 metros a distância entre a janela e os prédios de onde o tiro pode ter partido.
