segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

CARNAVAL 2012: Número de mijões bate recorde, cerca de 887 foram levados para a delegacia

Campanha idiota da Rede Globo e a falta de organização da Prefeitura do Rio mostram resultados negativos


RIO - O gigantismo do carnaval de rua e os problemas a reboque da folia criaram um bloco dos descontentes no Rio. Irritada com a sujeira deixada por ambulantes, os transtornos no trânsito e o mau cheiro de urina nas ruas, a Associação de Moradores do Leblon cobra uma reunião com o prefeito Eduardo Paes para tratar do crescimento dos blocos. Já o Projeto Segurança de Ipanema foi mais longe e entrou com uma representação no Ministério Público, pedindo que ambulantes sejam proibidos de vender bebidas alcoólicas nos blocos. Instituições que representam hotéis, agências de viagens, bares e restaurantes dizem que a organização melhorou, mas apontam o lixo nas ruas e os mijões como problemas que precisam ser resolvidos para que o samba não atravesse.


Pelo segundo ano consecutivo, a prefeitura estuda mudanças no carnaval de rua. A medida é a mesma do ano passado: a transferência de blocos da Zona Sul para outros bairros.
A presidente da Associação de Moradores do Leblon, Evelyn Rosenweig, diz que as ruas internas do bairro ficaram intransitáveis. Ela denuncia que crianças e adolescentes foram vistos vendendo e consumindo bebidas alcoólicas nos blocos:

— O Rio não está preparado para tanta gente. A coisa chegou ao limite. Era cheiro de álcool o tempo todo.

Livraria teve de fechar mais cedo

A dona da livraria Argumento, na Rua Dias Ferreira, Laura Gasparian, fechou as portas às 15h no sábado de carnaval, devido à passagem de blocos. Normalmente, a loja encerraria as atividades à meia-noite:

— O Azeitona Sem Caroço era um bloco pequeno. Agora a rua ficou um nojo, com cheiro de xixi e lixo.

A concentração de camelôs na Praça Cláudio Coutinho, no Leblon, é criticada pelo presidente da Associação de Moradores da Selva de Pedra, Wander Moreira:

— Tinha caminhão de cerveja parado na praça o tempo todo. Depois que o bloco saía, a sujeira ficava. Usaram a pracinha como banheiro.

Matéria originalmente publicada no Globo Online