segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

CARNAVAL 2012: Público reclama de mudanças no Sambódromo e Eduardo Paes foge da imprensa

Prefeito não quis comentar o assunto. Cercado por seguranças, ele abaixou a cabeça e disparou em direção ao camarote da Prefeitura sem falar com jornalistas, ignorando as perguntas sobre as falhas das obras


Arquibancadas foram inauguradas, mas reforma não acabou: sala de imprensa, por exemplo, não foi entregue. Frequentadores criticam desconforto com aumento do público, mas artistas defendem mudanças. Prefeito não comenta.
O secretário Municipal de Conservação, Carlos Osório, assumiu os erros do poder público. “Não conseguimos entregar o Sambódromo a tempo para o público na sexta ou no sábado. Isso foi um erro, mas já foi superado. Hoje eu acho que está tudo bem”, disse Osório em tom de otimismo.

O secretário também fez vista grossa para as partes da reforma que não foram entregues, como a nova sala de imprensa que seria levada para o setor. “Para o desfile das escolas do Grupo Especial as arquibancadas foram entregues. Assim sendo, considero a obra um sucesso. O que está faltando agora são detalhes de acabamento. Está apenas mais feio do que deveria estar”, disse ele ignorando os perigos que os entulhos podem causar ao público no caso de uma briga, por exemplo.

Público - Já os frequentadores do Sambódromo reclamam das reformas que devolveram à Passarela do Samba o traçado original de Oscar Niemeyer. Asecuritária Vanessa de Moraes e a personal trainer Érika de Macedo tinham mais queixas do que elogios. As amigas desfilaram juntas no sexto carro alegórico da Imperatriz Leopoldinense. "Desfilo desde 2005 e não dá para negar que deu para sentir mais a galera. Mas para quem desfilou do lado do carro virado para o lado ímpar, como a gente, não faz tanta diferença. Quando eu voltar aqui amanhã para o desfile do Salgueiro vou tirar essa dúvida”, disse Vanessa.

Vanessa também fez outras críticas sobre a reforma. “Acho que tem gente demais aqui. Quiseram aumentar em 20 000 o número de espectadores, mas não avaliaram bem a distância entre uma pessoa e outra. Está desconfortável”, disse, lembrando que a reforma poderia ter resolvido um antigo problema do Sambódromo do Rio: “Não entendo porque ainda não existem lugares numerados”.

Um agente de segurança da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) que não quis se identificar apontou outro problema: "Se aumentaram dez vezes o número de pessoas, tinham que aumentar o número de banheiros na mesma proporção", disse ele, que tem mais de 15 anos de experiência na Sapucaí.

Matéria originalmente publicada na Veja Online