quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Eleições 2014: Senado aprova liberação de inibidor de apetite feito à base de anfetamina

O plenário do Senado aprovou um projeto para suspender a resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proibiu a comercialização de inibidores de apetite feitos à base de anfetamina. A proposta, de autoria do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), suspende a proibição imposta em 2011 pela Anvisa. A norma proibiu a venda no Brasil de medicamentos à base de anfepramona, femproporex e mazindol e impôs restrições à comercialização e ao registro da sibutramina, um dos remédios mais vendidos atualmente para redução do apetite. (G1)

Imagem: Reprodução / G1

— Envolver o Senado num esforço concentrado pra tomar uma decisão dessa natureza é pura picaretagem. É evidente que o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), candidato à vice-presidente na chapa de Marina Silva, está retribuindo algum tipo de favor ou apoio que recebeu, ou seja, grana. Grana pra campanha, grana pro partido, grana pro jatinho e por aí vai.

Então, apresentar um embrulho ético, da forma como Marina Silva está fazendo, é muito importante para o país, porque a sociedade quer uma nova ética na política. Mas, quem envereda por esse discurso, que eu apoio, precisa saber que ele só faz sentido se for impecável na prática. Esse discurso que ético na boca e flexível na prática é o mais execrável de todos, porque ele é muito parecido com o discurso do padre pedófilo, do pastor hipócrita que toma dinheiro e tantas outras figuras que têm em suas retóricas uma pregação rigorosa, uma crítica impecável, mas que, por trás disso tudo vai levando o seu pecado à sombra.

Portanto, pra quem se apresenta como a Marina, de maneira muito categórica, numa alternativa à atual política praticada no Brasil, é fundamental que ela explique o conchavo do seu vice com os empresários da indústria farmacêutica. Afinal, ela é uma alternativa a essa política velha e a esses políticos que só sabem fazer acordos e conchavos. Devido a isso, é muito importante que se pergunte à Marina o seguinte: E o conchavo que fez o seu vice Beto Albuquerque no Senado?

Notem, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), candidato à vice-presidente na chapa de Marina Silva, não liberou no Senado um produto de saúde pública. Ele não liberou a vacina contra o HPV, ele não liberou a penicilina que está em falta nos laboratórios e hospitais públicos, não, não, não. Ele não levou ao Senado uma proposta de interesse da saúde coletiva, não. A anfetamina é um produto comercial reprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que tem suas vantagens e desvantagens, as quais, ele não tinha que estar opinando. Vejam, é evidente que Beto Albuquerque (PSB-RS), vice na chapa de Marina Silva, está retribuindo algum tipo de apoio financeiro que recebeu.

Os políticos brasileiros são todos iguais no discurso e na prática. Não se muda mais o Estado brasileiro fazendo política dentro dele. Não tem como mudar essa relação que os políticos e os partidos mantêm com o Estado, esquece. Isso aí só muda se tivermos fenômenos crescentes, a partir de atos, como aqueles que vimos em junho de 2013. Quando a população brasileira resolver colocar esses políticos canalhas contra a parede, pra valer, aí as coisas vão mudar. Esperar que eles mudem através do processo político-eleitoral é ridículo, porque eles não estão nem aí pra fazer essa mudança. Esperar que, votar nessa canalhada política signifique investir na mudança dessa relação do Estado com a sociedade é ridículo. Sabe por quê? Não é isso que eles querem. O que eles querem é permanecer no poder através das eleições, porque é do aparato estatal que brotam, aos borbotões, os recursos públicos que servem para alimentar essas máfias político-partidárias.