quarta-feira, 16 de novembro de 2011

CAOS NA SAÚDE!!! Falta de investimento em leitos para doentes crônicos lota UTIs no Rio
Para Cremerj, governo deveria atentar para mudança de perfil nas internações
R7.com

RIO - A falta de investimentos do governo do Rio de Janeiro em leitos para pacientes com doenças crônicas está lotando as UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) do Estado. Impossibilitados de receber alta, pacientes são mantidos nos leitos dos grandes hospitais. Com isso, os centros de saúde não têm como atender à demanda por UTIs das emergências. A presidente do Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro), Márcia Rosa Araújo, pede atenção do poder público à mudança de perfil nas internações para oferecer recursos adequados.

- As pessoas estão vivendo mais. Há muitos idosos que precisam de meses de internação, têm o quadro estável, mas que não podem receber alta. Como não há leitos adequados por falta de investimento, os pacientes são transferidos para UTIs de hospitais, o que contribui para que sempre falte vaga.

Relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado), mostra que, em média, seis pessoas morrem por dia no Rio de Janeiro devido à falta de UTIs. Por isso, a Justiça determinou a criação emergencial de 349 leitos no Estado, conforme pedido feito, em agosto, pelo Ministério Público Estadual através de ação civil pública. O número tem relação com o índice populacional de cada município fluminense. Na mesma ação, a Promotoria recomendava a inclusão das UTIs da capital na Central de Regulação de vagas, sistema gerido pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para atender à demanda por leitos.

Apesar disso, pacientes como Eda Nascimento, de 75 anos, continuam morrendo por falta de leitos. O caso ocorreu no mês de outubro, quando a família da vítima precisou entrar na Justiça para conseguir uma vaga. A idosa não resistiu à peregrinação por cinco unidades de saúde em busca de tratamento adequado e morreu. Segundo a família, o hospital tentou um leito na Central de Regulação, mas não obteve sucesso.

Também em outubro, Valdemiro dos Santos, de 74 anos, baleado por traficantes do morro do Chapadão, em Costa Barros, na zona norte, morreu após enfrentar dificuldades para conseguir um leito de UTI. A família dele entrou na Justiça e conseguiu um mandado, mas ele só foi transferido quase um dia depois. O idoso também não resistiu.