quinta-feira, 17 de novembro de 2011

DANO AMBIENTAL: Sérgio Cabral ignora vazamento de óleo na Bacia de Campos
Segundo a Marinha, mancha no litoral do Estado do Rio só aumenta

RIO - A Chevron ainda não se pronunciou de forma mais detalhada sobre a decisão da Polícia Federal de instaurar inquérito para apurar o vazamento de petróleo que está ocorrendo há uma semana no campo de Frade, operado pela empresa americana Chevron, na Bacia de Campos, litoral do Estado do Rio.

O delegado federal Fábio Scliar, chefe da Delegacia de Meio Ambiente, disse que a decisão de abrir o inquérito foi tomada após uma inspeção feita terça-feira, por duas equipes da Polícia Federal, no local onde se localiza a mancha de óleo e a plataforma da petrolífera.

— Existem várias incongruências. Os funcionários da plataforma nos informaram que não há previsão para o fim do vazamento. 

A empresa estimou que o volume de óleo vazado é 400 a 650 barris. Já a estimativa foi feita pelo geólogo John Amos, com base de imagens captadas pela Nasa, a agência especial norte-americana) é bem pior: 3.738 barris. Amos é um dos fundadores da ONG SkyTruth, uma das primeiras entidades independentes a dimensionar o megaacidente da British Petroleum (BP), no Golfo do México, em 2010.

Segundo o delegado da PF, se comprovada culpa dos operadores da plataforma, tanto os responsáveis diretos, como a própria Chevron, poderão ser indiciados por crime de poluição que prevê várias penalidades, entre elas prisão de um ano a três anos.

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) abriu um processo administrativo para investigar as causas do acidente e informou, em nota, que poderá aplicar "medidas cabíveis" com base na legislação em vigor, sem entrar em detalhes. Dos 18 navios que estão operando na área para conter o vazamento, dez foram cedidos pela Petrobras, Statoil, BP, Repsol e Shell e oito são da Chevron.

O campo Frade fica a 370 quilômetros a Nordeste da costa do Estado do Rio, a cerca de 1.200 metros de profundidade, e produz diariamente cerca de 79 mil barris de petróleo. O vazamento na Bacia de Campos, começou um dia antes da passeata que mobilizou o estado do Rio em torno da situação dos royalties. O motivo do vazamento ainda está sendo investigado.