quarta-feira, 16 de novembro de 2011

DESCASO NA SAÚDE: Faltam 3.205 médicos em hospitais públicos do Rio
Pediatras e clínicos gerais são a principal carência da rede de saúde no Estado
R7.com

Hospital Municipal Souza Aguiar, carência de 1.700 médicos
RIO - Para suprir a atual necessidade da rede de saúde pública do Estado do Rio de Janeiro, seria necessária a contratação imediata de, ao menos, 3.205 médicos. A estimativa foi feita com base nas 2.705 vagas abertas pelo Estado e pela prefeitura em concursos no Rio e no levantamento feito pelo Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro), que aponta um déficit de 500 médicos nos hospitais federais.

Para suprir a carência de profissionais, o governo estadual abriu um processo seletivo para contratação de 1.005 médicos, enquanto o município espera preencher 1.700 vagas por meio de concurso.

Para a presidente do Cremerj, Márcia Rosa Araújo, o principal problema são os baixos salários, que desestimulam os médicos.

- Um bom exemplo desta questão é a remuneração de R$ 1.500 para 20 horas semanais que está no edital da Prefeitura do Rio. Esse salário não atrai profissionais de qualidade. Além disso, desvaloriza um concurso e afronta as entidades médicas.

Na rede federal, a situação mais complicada está no Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, na zona oeste, que trabalha com apenas 50% dos anestesistas necessários. De acordo com o Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, a principal causa da falta de profissionais é a aposentadoria de médicos.

CPI à vista

A falta de profissionais de saúde nos hospitais da cidade levou o vereador Paulo Pinheiro (PSOL) a recolher assinaturas para a instauração de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). O documento, com 17 assinaturas, ainda não foi colocado em votação pela presidência da Câmara dos Vereadores. Apesar da carência de médicos, Pinheiro diz que a contratação por meio das Os (Organizações Sociais) não é a solução. As OS são fundações contratadas pelo Poder Executivo para gerir recursos da saúde. Outro problema é que os médicos contratados pelas fundações são muito inexperientes.