sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ficha limpa até quando?
Revista Carta Capital

RIO - “À mulher de Cesar não basta ser honesta; tem de parecer honesta”. A frase, bem conhecida, é de César, não o Maia, mas o Julio. Do Maia, ex-prefeito do Rio, certamente não se tem conhecimento de qualquer frase que entrará para a história dos grandes personagens da humanidade, como o Julio.

Mas o início deste texto está ligado ao sucessor de Cesar, o Maia: Eduardo, o Paes, atual prefeito do Rio de Janeiro, que acaba de editar o decreto, o 34629, publicado no Diário Oficial desta quinta-feira, dia 20, exigindo ficha limpa para todos os integrantes do seu governo.

Não só as mulheres, mas também os homens de Paes, enfim, todos seus assessores diretos, têm até o final do ano para comprovar que são “ficha limpa”. Do contrário, serão banidos.

Todos os assessores diretos do prefeito Eduardo Paes têm até o final do ano para comprovar que são “ficha limpa”. Do contrário, serão banidos. A iniciativa é positiva, mas será que impedirá que a Prefeitura do Rio fique imune a “maracutaias” (célebre expressão cunhada pelo ex-presidente Lula)?

Será que integrantes do primeiro escalão da Prefeitura carioca, acusados de circular em campanhas eleitorais com milicianos da Zona Oeste da cidade, serão afastados?

Será que os convênios olímpicos serão executados com lisura? Os cofres da Prefeitura do Rio nunca estiveram tão cheios…

Sejamos otimistas e esperemos que sim. A faxina contra os maus feitos, por todo Brasil, não pode ser mal feita.

De qualquer forma, sejamos otimistas e esperemos que sim. O problema é que Orlando Silva, o cantor das multidões, digo, o ex-Ministro do Esporte, tem ficha limpa. Pedro Novais, defenestrado da pasta do Turismo por irregularidades, tinha ficha limpa. Alfredo Nascimento, ex dos Transportes, ainda tem a ficha limpa. O ex-ministro Palocci também tem a ficha limpa. E aí, como fica?

“Sabemos que os integrantes do PCdoB, se não forem muito atentos, verão sua bandeira perder a foice e o martelo para dar lugar à marreta e ao pé de cabra. E todos os demais? O que esperar?”, se pergunta este raposão velho da política brasileira.

A chave talvez seja o segundo requisito exigido por Cesar, o Julio: “precisam parecer honestas.” Os personagens citados acima tinham boa reputação?

Dizem que não…