domingo, 22 de julho de 2012

Governador Marconi Perillo diz que não sabia do elo entre Demóstenes e Cachoeira

Engraçado, o governador inocente do Rio, Sérgio Cabral, também disse que não sabia da ligação entre Fernando Cavendish e Carlinhos Cachoeira. É muita cara de pau desses quadrilheiros, eles estão o tempo todo tentando ludibriar a justiça e desqualificando o trabalho da Polícia Federal como se fosse tudo invenção dos agentes e não o resultado de investigações.


O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), afirmou nesta terça-feira à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira que não sabia da amizade entre o contraventor e o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) quando indicou o político à Secretaria de Segurança Pública do Estado, em 1999. Perillo acrescentou que jamais recebeu pleitos de Demóstenes relacionados às atividades do bicheiro. O senador responde a processo no Conselho de Ética do Senado por suas relações com Carlinhos Cachoeira.

A operação da PF que prendeu Cachoeira também apontou que Eliane Pinheiro, ex-chefe de gabinete de Perillo, ajudava a organização criminosa. Ela telefonou para um dos suspeitos e avisou da operação policial. "Só tomei conhecimento desse telefonema depois da divulgação. Ela nunca me disse desse telefonema, eu jamais imaginava que pudesse ter acontecido".

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.

Matéria originalmente publicada no site Terra Notícias