quinta-feira, 19 de julho de 2012

Máfia no Rio tenta blindar governador Sérgio Cabral e seu vice Luiz Fernando Pezão da Comissão de Ética


RIO - O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e o vice Luiz Fernando Pezão serão os únicos integrantes do primeiro escalão da administração fluminense a não serem investigados pelo novo código de conduta publicado na segunda-feira no Diário Oficial. Na versão anterior do código, o governador não estava excluído das investigações. Os processos abertos por desvios éticos poderão incluir secretários e subsecretários, mas, mesmo assim, tanto o nome do investigado quanto o conteúdo das infrações serão mantidos em sigilo.

Nas últimas semanas, Cabral e alguns secretários apareceram em fotos com o ex-presidente da Delta Construções Fernando Cavendish em passeios e em restaurantes de Paris. A construtora é um dos focos da CPI mista do Congresso que investiga as atividades do contraventor Carlinhos Cachoeira.

Além de não investigar Cabral e Pezão, o decreto 53.058 determina o sigilo dos processos, com chancela de “reservado” até a decisão final, cabendo a uma comissão do governo “deliberar sobre a permanência dessas restrições”. Já o artigo 11 diz que as decisões serão publicadas “sem qualquer dado que possa identificar pessoas submetidas à investigação”.

Cabral decidiu criar o código de ética e as duas comissões no ano passado, depois da queda de um helicóptero e da morte de sete pessoas, entre elas Jordana Kfouri, mulher de Cavendish, no Sul da Bahia. Na ocasião, Cabral reconheceu ter usado jato do empresário Eike Batista para ir do Rio à Bahia, onde participaria do aniversário de Cavendish, cuja empreiteira tem contratos com o governo de R$ 1,4 bilhão.

Matéria originalmente publicada no Globo Online