quinta-feira, 19 de julho de 2012

SEM NOÇÃO! Para proteger Sérgio Cabral, Organizações Globo dizem que o aumento da violência em Niterói é culpa do mapa astral da cidade

Isso não é piada, é conivência. Agora jornalismo global resolveu culpar os astros para defender os interesses do governador do Rio. Jornal tenta enganar a população dizendo que a instalação das UPPs no Rio não tem nada a ver com aumento da violência em Niterói, quando na verdade foi o que causou a migração de bandidos pra lá, para baixada fluminense e para o interior do Estado.

O Globo, prestando sempre um desserviço à população

RIO - A rotina infernal que tem atormentado os moradores de Niterói é tão intensa, que muita gente anda enxergando a influência dos astros, especialmente nos recentes casos de violência, responsáveis por deixar a população de cabelo em pé e portas e janelas trancadas. Pode ser. Segundo a astróloga Celisa Beranger, desde novembro, Marte — que pode ocasionar distúrbios e violência quando “em más condições” — passou a ser mobilizado por Plutão, que tem o poder de dar boas condições para o desenvolvimento do crime organizado. Marte também vem recebendo tensão de Urano, que, com Plutão, é responsável pelo aumento da violência.

A influência dos planetas explicaria, ainda, problemas com a administração da cidade. Desde o eclipse do Sol do fim do ano passado, Netuno vem causando tensão em Saturno, que influi nas instituições que promovem o controle e separam a ordem do caos. A má notícia é que, segundo o mapa astral, pelo menos até o fim de 2012 o alinhamento dos planetas não será nada favorável para a cidade.

Mas há quem acredite que o inferno astral de Niterói tenha começado bem antes, quando pelo menos 143 pessoas morreram e mais de 7 mil ficaram desabrigadas após as chuvas de abril de 2010. Na ocasião, que teve como símbolo maior o Morro do Bumba — onde foram registradas 39 mortes —, Netuno, que indica inundações, estava influenciado pela oposição Saturno/Urano, planetas que, juntos, significam imprevistos desagradáveis e acidentes. Dois anos depois, moradores como Sérgio José Eugênio, que foi soterrado na tragédia e perdeu tudo, assistem com tristeza às cicatrizes que ainda hoje são aparentes por toda a cidade. A mesma que consta no programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), de 2000, como dona do terceiro melhor índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil.

Matéria originalmente publicada no O Globo Online