segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Dados revelam papel do governo Sérgio Cabral no esquema de Carlinhos Cachoeira


O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse ontem que os dados do sigilo fiscal da empreiteira Delta de 2009 e 2012 comprovam a relevância do Rio de Janeiro no "esquema" de Carlos Cachoeira.

Já era conhecida a proeminência do Rio na relação com a empresa, mas há agora um detalhamento na declaração de Imposto de Renda.

Em 2009 e 2010, a empreiteira Delta declarou um faturamento total de R$ 3,2 bilhões. O governo federal é o maior pagador, com R$ 1,6 bilhão. Em seguida vêm os pagamentos do governo do Estado do Rio e de prefeituras fluminenses: R$ 715 milhões.

Em entrevista à Folha e ao UOL, Randolfe Rodrigues, 39, disse que os dados reforçam a necessidade de a CPI do Cachoeira ampliar o foco de suas investigações. A Folha publica na sua versão online a relação de todos os pagadores da Delta em 2009 e 2010.

"A CPI virou uma Comissão Parlamentar de Inquérito do Brasil. Anteriormente, ela estava circunscrita aos negócios do Estado de Goiás", disse Randolfe, o mais jovem senador da atual legislatura.

Para ele, há indícios de que parte do valor pago pelo governo do Rio e por prefeituras fluminenses à Delta foi desviado para contas de empresas fantasmas que seriam controladas por Carlinhos Cachoeira -no momento, preso sob suspeita de comandar um esquema de corrupção.

O senador afirma estar perto de conseguir comprovar o caminho do dinheiro. Ele diz que parte dos recursos do Rio pagos à Delta eram depositados em uma conta na Caixa Econômica Federal.

Em seguida, havia uma transferência para uma conta da empreiteira no HSBC. Por fim, "do HSBC vai para as empresas de Cachoeira".

Matéria originalmente publicada na Folha de São Paulo