RIO - Entre as muitas promessas dos candidatos a prefeito do Rio para a área de Saúde, a contratação de médicos é comum a todos os programas de governo, tanto para suprir déficit quanto para reestruturar o sistema. A Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil argumenta que o próximo prefeito não vai herdar déficit, mas “faltas pontuais de médicos”. Especialistas em Saúde ouvidos pelo GLOBO, entretanto, afirmam que ainda faltam profissionais, especialmente pediatras e clínicos gerais. No concurso aberto pela prefeitura, em 2011, essas foram as áreas com mais vagas.
— Temos uma relação adequada de médico/habitante. No entanto, falta médico na rede pública e sobra na privada. Como a gente resolve isso? Só resolve valorizando a rede pública, com um grande investimento simbólico. Por exemplo, hospitais públicos melhores que privados — diz Ligia Bahia, médica e coordenadora do Laboratório de Economia Política da Saúde (LEPS) da UFRJ.
Para Marcelo Freixo (PSOL), “a falta de médicos é real” e é preciso convocar concurso público. Ele quer ainda acabar com as OS, mas diz não saber quantos médicos seriam necessários para colocar a promessa em prática e ainda suprir o déficit:
— Não sei quantos médicos faltam em cada especialidade porque isso é uma caixa preta. E também não estimo a quantidade de médicos necessária na rede porque prefiro decidir quando tiver acesso aos perfis das unidades. Agora, não vai faltar orçamento, já que a Lei de Responsabilidade Fiscal permite um gasto com os servidores de R$1,5 bilhão a mais do que o atual.