segunda-feira, 1 de outubro de 2012

ELEIÇÕES 2012: Eduardo Paes joga no lixo dinheiro do povo na Operação Asfalto Liso

Cadê a fiscalização das obras? Em vários trechos, o acabamento das obras ainda não foi realizado. Enquanto em outros, onde os trabalhos foram finalizados, já começam a aparecer problemas. E assim persistembueiros desnivelados, falta de sinalização horizontal ou pedaços de concreto que se soltam.


RIO - Embora a Operação Asfalto Liso esteja em fase de conclusão, quem esperava circular pela cidade com mais tranquilidade teve de trocar a esperança por cautela em algumas das ruas recentemente recapeadas. Em vários trechos, o acabamento das obras ainda não foi realizado. Enquanto em outros, onde os trabalhos foram finalizados, já começam a aparecer problemas. E assim persistembueiros desnivelados, falta de sinalização horizontal ou pedaços de concreto que se soltam.

No Leblon, em quase todas as ruas que receberam asfalto novo é possível encontrar imperfeições. Há bueiros desnivelados em avenidas como Visconde de Albuquerque e Bartolomeu Mitre, além de ruas como a Almirante Guilhem. Uma das situações mais graves está na Rua Carlos Góis, onde vários bueiros ficaram abaixo do nível do asfalto no trecho entre a praia e a Ataulfo de Paiva.

— Os motociclistas sofrem mais, porque correm o risco de cair da moto num desnível desses — reclama o fotógrafo Ricardo Freire.

Na lista de obras inacabadas do Leblon, em ruas transversais como a Carlos Góis, a Almirante Guilhem e a Cupertino Durão — que passaram por intervenções no segundo trimestre deste ano —, nem as faixas de pedestres foram pintadas. E na Afrânio de Melo Franco, que também foi recuperada em 2012, faltam as faixas horizontais que separam mão e contramão.

Já na Rua Ministro Raul Fernandes, em Botafogo, há dois bueiros desnivelados numa distância inferior a 50 metros. Razão para protestos de motoristas, que dizem que o espaço entre o término da aplicação do asfalto e o nivelamento dos bueiros é maior do que o aceitável.

— Já faz tempo que trocaram o asfalto dessa rua, e os buracos ficaram. Quem já conhece desvia, mas quem não sabe cai em cheio. Acho que deveria haver uma sinalização nesses casos ou, simplesmente, só liberar a via para circulação quando tudo estivesse terminado — diz o taxista Júlio Amorim, que faz ponto ali perto, nas imediações do Hospital Samaritano.

E, mesmo nos lugares onde o nivelamento já foi feito, o resultado nem sempre ésatisfatório. É o caso da Rua Visconde de Pirajá, na altura da Praça General Osório, em Ipanema. Ali, o asfalto colocado na borda do bueiro ficou mais alto do que a rua. Já no cruzamento das avenidas Ataulfo de Paiva e Afrânio de Melo Franco, no Leblon, foi o concreto posto no entorno do bueiro que se soltou, deixando um buraco na faixa seletiva dos ônibus.

Os problemas são parecidos em outras regiões da cidade. Na Tijuca, na Rua Barão de Mesquita, os bueiros foram nivelados. Mas, num deles, perto da esquina com a Rua Uruguai, parte do concreto afundou, causando uma perigosa inclinação do tampão. Isso sem falar nos remendos que já são feitos no asfalto novo.

Morador da Barra da Tijuca, Roberto Pereira D’Araujo aponta problemas também em vias do bairro, como a Avenida das Américas, em frente ao Barra Point.

— O recapeamento foi feito há meses, e continua havendo buracos. Prefiro um asfalto ruim, por onde eu já sei que preciso andar com cuidado, do que um tapete com surpresas no caminho. Sei que, nas manobras para desviar, acabo praticando uma direção perigosa.

Matéria originalmente publicada no Globo Online