Domingos Brazão é citado num processo da máfia dos combustíveis. Eduardo Cunha é investigado por suposto tráfico de influência na Refinaria de Manguinhos. Por que será que a presença do atual prefeito do Rio ao evento não estava no programa oficial do candidato? O que mais o senhor anda fazendo escondido que o povo não pode saber?
RIO - A agenda era secreta, e os aliados, de longa data. Na segunda-feira, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, candidato à reeleição pelo PMDB, participou do lançamento da campanha do vereador Chiquinho Brazão (PMDB) na Taquara, Zona Oeste. Às 21h, sorridente, Paes cruzou a quadra do Clube Recreativo Português diante de cerca de mil pessoas e subiu no palanque para pedir votos. Ao seu lado, estavam o deputado estadual Domingos Brazão e o deputado federal Eduardo Cunha, ambos do PMDB. Brazão é citado num processo da máfia dos combustíveis. Cunha é investigado por suposto tráfico de influência na Refinaria de Manguinhos.
— Estamos reunidos hoje (segunda-feira) para engajar, agrupar e para ir às ruas juntos. Esta é a militância dos amigos da família Brazão — disse Cunha, um dos primeiros a discursar.
Desde 2004, Domingos aparece nas investigações da Polícia Federal sobre a máfia dos combustíveis no Rio, que adulterava o produto e o vendia com notas fiscais falsas. O processo tramita na Justiça Federal desde 2006.
Já Cunha é investigado num inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) fruto de um relatório da Polícia Civil do Rio. Há suspeitas de que o deputado tenha feito parte de um esquema de fraude e tráfico de influência dentro da Refinaria deManguinhos. No mesmo inquérito de Cunha, também figura como investigado o candidato a vereador pelo PT Marcelo Sereno, afilhado político de José Dirceu, réu no mensalão. No último sábado, Paes fez caminhada com Sereno em Campo Grande, na Zona Oeste.