segunda-feira, 1 de outubro de 2012

ELEIÇÕES 2012: Em 2009, Eduardo Paes se reuniu com líderes milicianos


Neste domingo, a Rede Globo denunciou mais detalhes da máfia das vans na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Controladas por grupos de milicianos, eles mantêm, de acordo com a reportagem, um complexo sistema de propinas e extorsões que envolve policiais militares, políticos e motoristas. Mesmo circulando de maneira irregular, as vans são ignoradas pelas autoridades e circulam graças ao "arrego" pago semanalmente a policiais. O mais chocante é que esses mesmos líderes milicianos se reuniram em 2009 com o então prefeito recém-eleito Eduardo Paes para, em tese, garantir a vitória de seus grupos na licitação das linhas de vans (veja foto abaixo).

CPI das Milícias

Na ocasião, Eduardo Paes garantiu aos líderes das cooperativas denunciadas na "máfia das vans" que elas teriam preferência no processo licitatório das linhas de cada região. A intenção era manter as linhas nas organizações de trabalhadores, ignorando o fato de que elas mantinham laços estreitos com milicianos. Anterior ao encontro, a CPI das Milícias já denunciava algumas das pessoas que aparecem reunidas com Paes e com o vereador Adílson Pires (PT-RJ).



Histórico

Na foto acima, é possível ver César Moraes Gouveia, conhecido como "César Cabeção". De preto e próximo da porta, ele é o presidente da Rio da Prata, cooperativa vencedora da licitação de 10 linhas na Zona Oeste e citada na matéria da Rede Globo como responsável por uma grande rede de propinas a policiais militares. Ele também foi citado na CPI das Milícias como um dos líderes da máfia de transportes da Zona Oeste.

Atrás de César Cabeção, de braços cruzados, está Dalcemir Barbosa, acusado pela mesma CPI de ser um dos líderes da milícia que domina Rio das Pedras. À direita do prefeito ainda é possível ver Hélio Ricardo, mais conhecido como "Gringo". Responsável por uma violenta guerra de cooperativas na região, Hélio está preso na Polinter do Grajaú acusado de envolvimento com a milícia. Getúlio Rodrigues, também apontado como líder miliciano, estava presente na reunião e seria executado no ano seguinte.

"Por mais que eles ainda não tivessem contra si qualquer crime na Justiça, essas pessoas foram citadas na CPI das Milícias e mereciam atenção especial. Não é por menos que, entre as pessoas com as quais a Prefeitura negociou, há pessoas presas e foragidas", criticou o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), responsável pela investigação.